Propostas de observação Astrofísica da UFSC são selecionadas pelo Projeto Gemini

Telescópio Gemini Norte
Para utilizar os telescópios Gemini, os pesquisadores devem participar de uma chamada de propostas, feita semestralmente. Nesse pedido, os interessados devem descrever a pesquisa e informar o tempo de observação. A Comissão de Programas, composta por especialistas, avalia o mérito científico e a viabilidade da pesquisa. “Como o número de noites solicitadas em cada chamada é sempre bem maior do que o disponível, a competição entre os diversos grupos de pesquisa pelo uso do tempo de telescópio é comparável aos concursos de vestibular”, compara o professor Raymundo Baptista, integrante do Grupo de Astrofísica – GAS – da UFSC.
Até o momento foram realizadas duas chamadas para o Gemini Norte e o Grupo de Astrofísica da UFSC teve um projeto aprovado em cada uma delas. “O Gemini fornece ferramentas excepcionais para observação e nós também estamos tendo acesso a essa tecnologia’, comemora o professor Roberto Cid Fernandes, também integrante do grupo, destacando que as ferramentas permitem trabalhos mais rápidos e com maior precisão: para a maioria das aplicações, será conseguida uma sensibilidade dez vezes maior do que a dos atuais telescópios de quatro metros. Agora o professor está aguardando os dados das observações. Elas estão sendo realizadas de acordo com suas especificações e serão encaminhadas à instituição via Internet. As observações propostas pela UFSC permitirão o estudo de populações de estrelares em galáxias ativas, em busca de questões ligadas à causa da atividade anormal nestas galáxias.
O Grupo de Astrofísica da UFSC também participa do Projeto Gemini através do desenvolvimento de um software responsável pela extração da informação a partir dos dados coletados com o telescópio. “As observações geram uma imensa quantidade de dados e o software que estamos ajudando a desenvolver permitirá o resgate destas informações”, explica o professor Antônio N. Kanaan, também integrante do Grupo de Astrofísica. O grupo é formado por professores e estudantes de graduação e pós-graduação. Informações com os professores Roberto Cid Fernandes (cid@fsc.ufsc.br), Raymundo Baptista (bap@fsc.ufsc.br) ou Antônio N. Kanaan Neto(kanaan@astro.ufsc.br), no telefone 331 9069, ramais 237 e 244.
SAIBA MAIS
Astrofísica
É a ciência que trata da posição relativa e do movimento dos astros, da origem, constituição e evolução de planetas, estrelas, galáxias e do próprio universo. É uma das áreas onde a ciência brasileira é mais competitiva, perdendo apenas para a de agricultura. O Brasil é, hoje, o 15º país do mundo em produção científica na área de Astrofísica.
Projeto Gemini
Trata-se de um consórcio internacional para construção e operação de dois telescópios de 8,1 m, um em Mauna Kea (4220 m – Havaí) e outro em Cerro Pachon (2720 m – Chile). Os telescópios e toda a instrumentação auxiliar já estão à disposição das comunidades científicas dos países membros – E.U.A., Reino Unido, Canadá, Chile, Austrália, Argentina e Brasil. A instalação dos telescópios em ambos hemisférios possibilita observação em qualquer posição no céu, tornando acessíveis todos os objetos importantes.
O orçamento do Projeto Gemini é de U$ 176 milhões. Os Estados Unidos entram com metade desse valor; Reino Unido com 25%; Canadá com 15%; Chile com 5%; Brasil e Argentina com 2,5% cada. O número de horas disponíveis para os pesquisadores é proporcional à participação nos custos de implantação dos laboratórios. O Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), uma Unidade de Pesquisa do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT)é o responsável pelo Projeto Gemini no Brasil.