Hospital Universitário: patrimônio dos catarinenses

30/05/2011 17:42

Hospital que ensina, pesquisa e promove a Extensão, o HU da Universidade Federal de Santa Catarina, após muita mobilização da comunidade universitária e da população, iniciou sua heróica caminhada em 1980, na gestão do reitor obreiro Caspar Erich Stemmer, recebendo, mais tarde, o nome de um dos seus idealizadores: Polydoro Ernani de São Thiago. Projetado para atender anualmente 20 mil pessoas, hoje soma 240 mil pacientes, um verdadeiro milagre no mundo da saúde. Válvula de escape para um sistema hospitalar em frangalhos, 60% dos seus pacientes são da Grande Florianópolis e 40% oriundos do interior, isto é, encaminhados em ambulâncias por prefeituras de todo o Estado.

Embora carecendo de recursos humanos e financeiros, o hospital da UFSC ainda é uma ilha entre os 46 hospitais vinculados a instituições federais de ensino superior. Nem mesmo a crise crônica da saúde pública, que vem gerando uma demanda geométrica, tem maculado a qualidade e a excelênciados serviços do HU.

Graças à dedicação de uma equipe multidisciplinar e do esforço de uma administração politicamente engajada, pesquisa de opinião revela que 83%dos pacientes atendidos ficaram satisfeitos.

Residência Médica, Centro de Informações Toxicológicas (CIT), pesquisas com células-tronco, procedimentos de alta complexidade, transplante de córneas e maternidade “Amiga da Criança” reconhecida pela Unicef. Enfim, sobram argumentos convincentes para espantar a privatização do maior bem público da UFSC e dos catarinenses.

A criação da inoperante Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, no último dia do governo Lula e agora aprovada pela Câmara Federal, não resolve a crise dos HU´s. Ao contrário, cria novos problemas. Além disso, conforme revela o vice-reitor Carlos Alberto Justo da Silva, a medida mostrou-se precipitada, uma vez que não se ouviu a Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e nem a Associação Brasileira de Hospitais Universitários e de Ensino (Abrahue), presidida pelo ex-diretor do HU/UFSC.

A solução dos HU´s está nas próprias universidades. No dia em que a autonomia universitária for plena e respeitada, os concursos públicos darão conta das necessidades de pessoal e a terceirização não precisará do embuste de uma empresa para se perpetuar no espaço que é de todos. Não parece saudável uma empresa no MEC. Até o Congresso doente sabe disso! A Associação dos Amigos do HU aponta para outras alternativas.

Assista ao vídeo institucional do Hospital Universitário (HU) – 2011
http://www.youtube.com/tvufsc/#p/u/17/LYSN620it4o

Por Moacir Loth / Jornalista na Agecom