Rony Martínez dará coletiva nesta quinta, dia 18

17/03/2010 11:32

O jornalista hondurenho Rony Martínez estará à disposição da imprensa para entrevistas nesta quinta-feira, 18/3, a partir das 15h, na Sala Adenilson Telles, Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina, no Prédio da FECESC, segundo andar, em frente ao Banco Redondo, na Mauro Ramos.

Rony está no estado a convite do sindicato e tem proferido conferências nas faculdades de jornalismo do estado. Ele faz parte da equipe de jornalistas da Rádio Globo Honduras, principal rádio da resistência hondurenha durante o golpe de estado de junho de 2009. A rádio – e a equipe de reportagem – recebeu no final do ano passado o Prêmio Ondas, o mais importante prêmio radial da Espanha, que homenageia rádios ibero-americanas. Em 54 anos de prêmio esta é a segunda vez que ele sai para uma rádio latino-americana.

Informações com Elaine: (48) 9907-8877

Leia sobre a conferência de Rony na UFSC:

Rony Martínez e o jornalismo em tempos de cólera

Por Elaine Tavares – jornalista

A experiência popular e revolucionária da Rádio Globo Honduras durante o golpe de estado vivido por aquele país foi relatada na terça, 16/03, pelo jornalista hondurenho Rony Martínez, que veio à Florianópolis a convite do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina. Rony relatou todas as peripécias vividas pelo pequeno grupo de jornalistas da Rádio Globo Honduras desde as primeiras horas da manhã do dia em que os militares seqüestraram Manuel Zelaya e usurparam o poder. “Naquele dia estávamos preparados para cobrir a festa cívica que seria o plebiscito sobre a Constituinte, mas o que encontramos foi o exército nas ruas, inclusive em frente à rádio. Nós monitoramos as demais emissoras e todas elas tratavam o domingo como um dia qualquer. Decidimos naquele momento que não faríamos isso. Passamos a transmitir contando ao povo que havia acontecido um golpe de estado”.

Segundo Rony boa parte da imprensa foi procurada pelos militares e eles chegaram a oferecer dinheiro ao diretor da rádio Globo Honduras. Mas, falou mais alto a dignidade, o patriotismo e o compromisso com a população. David Romero, veterano jornalista e comandante da equipe de jornalistas da rádio, decidiu que em primeiro lugar havia de estar o dever de bem informar o povo. Por isso, a rádio Globo Honduras jamais se rendeu e desde as primeiras horas do golpe abriu seus microfones para dizer a verdade às gentes. Não bastasse isso, os programas da rádio passaram a privilegiar a voz das pessoas comuns, que nas vilas, nas cidades, nos bairros passavam, ao vivo, as informações sobre como andava a resistência.

“Não foi à toa que nossa rádio foi invadida violentamente duas vezes pelo exército. E nas duas vezes nós fugimos, descendo por uma corda os três andares do prédio. É que já tínhamos preparado essa rota de fuga e quando eles quebraram o portão, nós escapamos pela janela. A partir daí, passamos a transmitir clandestinamente pela internet”. Mas a internet não era suficiente e a rádio voltou a transmitir pelo dial, sempre cedendo espaço para o movimento de resistência. Segundo Rony, todos concordavam que o que havia acontecido não era uma troca constitucional de um presidente por outro, como dizia a imprensa cortesã. Não! Aquilo era um golpe e o presidente Zelaya era o presidente legítimo. Além disso, decidiram fazer valer a Constituição cujo artigo terceiro dizia: é permitido ao povo hondurenho se rebelar contra qualquer governo usurpador. E foi o que fez toda a gente, inclusive os profissionais da rádio.

Nos dias em que a rádio esteve fechada os jornalistas não ficaram calados. Uma equipe pequena, mas aguerrida, foi para frente do palácio presidencial exigir o direito de contar os fatos ao povo. Rony mostrou as fotos desses dias. Carregando cartazes feitos à mão, rabiscados com canetas coloridas, os jornalistas se postaram em frente ao prédio do governo, dizendo sua palavra. Foi um ato quase heróico naqueles dias em que a repressão baixava violentamente sobre o povo. “A gente sabia que éramos a única rádio de alcance nacional a falar sobre a resistência. Era nosso dever fazer com que aquilo continuasse. Por isso ninguém se furtou a seguir transmitindo na clandestinidade”.

Rony revela que não foi fácil viver estes meses todos na contramão da história, cercados pelo exército, premidos pela oligarquia, ameaçados, perseguidos, mas entende que desde aquele domingo do golpe os jornalistas cumpriram com seu dever patriótico. “Antes do golpe nós estávamos em terceiro lugar na audiência. Agora, a rádio é um fenômeno nacional. E tudo isso por uma coisa muito singela. Nós dizemos a verdade ao povo. E as pessoas sabem disso, e acreditam e usam a rádio como espaço para dizer a sua palavra”.

O jornalista Ronnie Huette, também de Honduras, que atuou nos dias do golpe como jornalista independente, igualmente está em Florianópolis e participou da conferência. Ele mostrou o trabalho fotográfico que realizou em Honduras e contou um pouco sobre as organizações populares que estão em luta hoje no país. Segundo ele, desde o dia do golpe as gentes hondurenhas estiveram nas ruas, marchando, se manifestando, enfrentando a polícia, coisa que não saiu nos jornais daqui nem de lá. “Por várias vezes quando a gente se sentia ameaçado enquanto fazia nosso trabalho, ligávamos por celular para a Rádio Globo Honduras e lá saia a nossa denúncia, ao vivo. Só assim nos sentíamos protegidos”.

Os dois jornalistas hondurenhos entendem que a luta em Honduras ainda segue viva. Agora, para além dos tradicionais partidos Conservador e Liberal, já se articula uma Frente Nacional de Resistência que deve entrar também no plano político eleitoral. As gentes em luta não reconhecem o governo de Pepe Lobo, consideram este um governo ilegítimo e vão seguir batalhando pela verdadeira democracia participativa. “Não queremos mais ser representados por fazendeiros, políticos a soldo, oligarquia. Não. Queremos nós mesmos decidir sobre o nosso destino”.

Sobre os perigos que enfrenta todos os dias ao dividir com David Romero a coordenação de um programa líder em audiência durante a manhã, Rony não doura a pílula. Ele conta que os jornalistas da Rádio Globo Honduras estão sempre sob vigilância, que sofrem ameaças constantes e que se obrigam a estar sempre em lugares públicos para evitar alguma violência. “E se a gente viaja para algum lugar ou vai para espaços menos seguros, temos de avisar ao pessoal dos direitos humanos. Nada nos garante seguir vivos, mas é uma forma de a gente se proteger”. Hoje o exército não está mais nas ruas de modo ostensivo, mas a violência segue, os assassinatos também.

Para quem veio até o CSE e viu o jovem jornalista de 25 anos defender com tanta convicção a vocação revolucionária do jornalismo, não deixou de ficar com uma pontinha de inveja. Num país onde a maioria dos escribas está soldo do capital, perdida da consciência de classe, parece cada vez mais difícil a prática daquilo que Rony definiu com bastante sensibilidade e que é o que a Rádio Globo Honduras faz: dizer a verdade ao povo.

Emanuele Coccia dá seguimento ao ciclo Pensamento no Século XXI com lançamento de livro e palestra

17/03/2010 10:50

Depois de ministrar workshop na última terça no Centro de Comunicação e Expressão (CCE), o filósofo italiano Emanuele Coccia, professor da Universidade de Freiburg (Alemanha), lança o livro ´A vida sensível` e ministra a palestra ´Anjos` dentro da programação do ciclo Pensamento no Século XXI. O evento acontece nesta quinta, dia 18,às 18h, no auditório da Reitoria.

O ex-assistente de Giorgio Agamben (responsável pela edição italiana da obra de Walter Benjamin) é filósofo e sociólogo associado à Escola de Frankfurt e a conceitos como indústria cultural e cultura de massa.

O lançamento de ´A vida sensível` – que trata da questão das imagens como puro meio – no Brasil é simultâneo à apresentação de tradução para o espanhol e antecipa a tradução para o francês. Autor de ´A transparência das imagens, Averrois e o averroismo` e co-autor, com Agamben, de ´Anjos. Hebraismo, Cristianismo, Islã`, Coccia trará para a palestra discussões a respeito do livro ´Anjos…`, publicação com mais de duas mil páginas. Haverá tradução simultânea no local.

O ciclo Pensamento no Século XXI faz parte da agenda de comemorações dos 50 anos da UFSC e trará até dezembro para Florianópolis uma série de autores renomados. Entre eles, Liliane Meffre (editora da obra de um dos mais irreverentes e criativos críticos de arte do século passado, Carl Einstein); o crítico cultural norte-americano Chris Dunn (especialista em contra-cultura); o escritor e cineasta Edgardo Cozarinski e o conceituado escritor argentino Alan Pauls, autor de O pudor do pornógrafo.

Outro convidado é o escritor português Gonçalo Tavares que, em 2005, recebeu o prêmio Saramago e, na sequência, o mais importante reconhecimento para originais em língua portuguesa, o Prêmio Branquinho da Fonseca, da Fundação Calouste Gulbenkian e do jornal Expresso, com o livro O Senhor Valéry.

Estão ainda previstas conferências com o crítico Paulo Herkenhoff, de respeitada trajetória como curador da Bienal de São Paulo e diretor do Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro; com o professor Hal Forster, diretor do Museu de Arte de Princeton University e, encerrando a série, em novembro, com o filósofo italiano Mario Perniola, cujas obras sobre o situacionismo e sobre o enigma foram lançadas no Brasil no fim de 2009.

Leia mais sobre Coccia:

Na Mídia: De anjos e imagens

Mais informações sobre o ciclo:

– Maria de Lourdes Alves Borges / Secretária de Cultura e Arte da UFSC / secarte@reitoria.ufsc.br / Fone: 3721-8304

– Maria Lúcia de Barros Camargo / Pró-Reitora de Pós-Graduação da UFSC / Fone: 3721-8314

– Raúl Antelo, professor titular do Departamento de Língua e Literatura Vernáculas da UFSC / antelo@iaccess.com.br

Trote Solidário do CTC coletou sangue para o Banco do HU

16/03/2010 17:58

Veteranos do CTC doam sangue

Veteranos do CTC doam sangue

Nesta terça-feira, 16, o Hospital Universitário (HU) disponibilizou um horário especial para doação de sangue: das 8h às 16h.

A atividade integrou o X Trote Integrado do Centro Tecnológico (CTC).

Os Centros Acadêmicos de Engenharia Mecânica (CAME), Engenharia Civil (CALEC), Sistemas de Informação (CASIN), Engenharia de Materiais (CAMAT), Engenharia Eletrônica (CAEL), Ciência da Computação (CALICO), Engenharia Elétrica e o Centro Acadêmico de Engenharia de Controle e Automação (CAEE) organizam o trote solidário que inclui também doação de alimentos, roupas e artigos de limpeza.

Essa é a quinta vez que a doação de sangue é incluída como parte da gincana. Os organizadores do trote tinham expectativa de atingir 300 pessoas, mas só foram coletadas 50 bolsas.

Fotos Maria Luiza Gil/ bolsista de jornalismo da Agecom

Fotos Maria Luiza Gil/ bolsista de jornalismo da Agecom

O trote solidário propõe uma série de atividades de cunho social aos calouros: participação em campanhas, serviço voluntário, entre outras. Ao mesmo tempo serve como integração com os veteranos. A Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE), desde 2005, incentiva os Centros Acadêmicos e o Diretório Central dos Estudantes (DCE) a organizarem trotes mais limpos (em contraposição ao “trote sujo”) e que permitam o contato com as questões sociais do ambiente universitário.

Por Gabriella Bridi/ bolsista de jornalismo na Agecom

Exposição ´Ranhuras do Branco` abre nesta quarta

16/03/2010 17:08

O Espaço Estético do Colégio de Aplicação abre nesta quarta-feira, 17/03, a exposição da artista plástica Marília de Borba. O trabalho, intitulado ´Ranhuras do Branco – Texto quase visual, entre a resistência e o abandono`, tem como objetivo despertar outros significados e universos a partir da visualização da arte.

A artista catarinense, que mora em Florianópolis, utiliza na exposição o grafite em pó sobre paredes brancas na tentativa de remeter a outros universos e significações. “A pesquisa da experiência do grafite em pó, que provém do desejo de ser vento, de ser vazio e abandono, expande-se no espaço branco da parede, que anima esse pó, inaugurando uma nova linguagem, desconhecida por mim, que chamo de ‘Ranhuras do Branco’”.

No dia 1º de abril, às 9h, Marília estará no Auditório do Colégio de Aplicação para comentar a exposição de sua autoria. A mostra permanecerá no Espaço Estético até o dia 17 de abril e é gratuita e aberta ao público.

SERVIÇO:

O QUÊ: Exposição “Ranhuras do Branco – Texto quase visual, entre a resistência e o abandono”

QUANDO: Do dia 17 de março a 17 de abril, de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 18h30

ONDE: Espaço Estético do Colégio Aplicação da UFSC

QUANTO: Gratuito, aberto ao público

CONTATO: Fabíola e Ketryn (48) 3721-9691 ou fabiola@ca.ufsc.br

Por Claudia Mebs Nunes/ Bolsista de Jornalismo na Agecom

Núcleo de Estudos Poético-Musicais promove evento sobre Elis Regina

16/03/2010 16:57

O Núcleo de Estudos Poético-Musicais (Nepom) da UFSC promove nesta sexta, dia 19, às 15h, no Auditório Henrique Fontes, prédio B, Centro de Comunicação e Expressão (CCE), um evento com a exibição de dois programas da TV Cultura sobre Elis Regina.

Após os vídeos, haverá debate sobre a obra e vida de uma das musas da música popular brasileira. O evento integra o projeto Cantadas Musicais, que pretende popularizar as reflexões sobre a música e a literatura. “Queremos compartilhar com o grande público as questões interessantes que os professores levantam em suas pesquisas”, explica a coordenadora do grupo e professora de Letras da UFSC, Susan de Oliveira.

Desde o seu surgimento, em 2001, como setor do Núcleo de Estudos Literários e Culturais, o Nepom já realizou uma série de eventos que busca, através de palestras, debates, documentários e entrevistas, estabelecer conexões entre grandes obras musicais e literárias. “Em 2002 realizamos a série Cantadas MPB, quando foram dados minicursos sobre a história desse ritmo”, destaca Susan.

Com esses encontros, o Núcleo atrai tanto alunos como pessoas interessadas em música. Atualmente, conta com seis pesquisadores, entre professores de Filosofia e Letras da UFSC, e se reúne quinzenalmente para compartilhar os resultados dos trabalhos individuais e decidir a programação.

Neste ano, a série Cantadas Musicais já contou com uma discussão sobre o compositor de MPB, Herivelto Martins. Na agenda do Nepom está previsto um Colóquio de Música, Literatura e Cinema que deverá ocorrer junto com a Semana de Letras (25 a 28 de maio), nos dias 27 e 28 do mesmo mês, no Auditório do CCE.

Mais informações com a professora Susan de Oliveira pelos telefones (48) 3721-6907 e 9972-9978, pelos e-mails susandeoliveira@yahoo.com.br e nepomufsc@gmail.com ou pelo site www.nepom.ufsc.br.

Por Ingrid Fagundez/bolsista de jornalismo na Agecom

Servidores recebem folha suplementar na sexta-feira

16/03/2010 11:56

Nesta sexta-feira, dia 19, será paga a folha suplementar contemplando pendências decorrentes de vantagens reconhecidas administrativamente aos servidores em exercícios anteriores. Para esta finalidade foram liberados R$ 1,5 milhão para a UFSC e R$ 500 mil para o Hospital Universitário (HU). Os pagamentos disponibilizados são oriundos dos exercícios de 2008 e 2009 e resultam de tratativas realizadas junto ao Ministério do Planejamento pelo Departamento de Desenvolvimento e Administração de Pessoal da Pró-Reitoria de Desenvolvimento Humano e Social (PRDHS).

Os critérios para a folha suplementar foram fixados pela Portaria Conjunta nº. 2, editada pela Secretaria de Recursos Humanos e Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento. Os valores ficaram limitados a R$ 4 mil para os servidores até 59 anos, 11 meses e 29 dias; e até R$ 8 mil para os trabalhadores com idade igual ou superior a 60 anos e para os portadores de necessidades especiais.

Embora a PRDHS tenha encaminhado todos os processos que geravam pendências de exercícios anteriores até fevereiro de 2010, os valores do ano em exercício dependerão de liberação por parte do Ministério. Estes casos dizem respeito, em sua maioria, a pagamentos de progressão por mérito e capacitação.

Em nível nacional, a decisão beneficia aproximadamente 74 mil servidores, exigindo recursos da ordem de R$ 151 milhões.

Uma listagem contendo os nomes dos servidores beneficiados e os valores a que têm direito pode ser conferida no Setor de Atendimento da Pró-Reitoria.

Ciclo de Cinema `A diáspora colombiana´ debate principais causas da emigração

16/03/2010 10:36

O Núcleo Juan Carlos Onetti de Estudos Literários Latino-Americanos e o Programa de Pós-Graduação em Literatura da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) promovem, nos dias 17,18 e 24 de março, o Ciclo de Cinema ´A diáspora colombiana`. O evento propõe considerações críticas e debates sobre o fenômeno da diáspora colombiana no mundo e sobre o papel do cinema e da literatura na reflexão a respeito da massiva emigração: suas causas, possíveis efeitos e decorrências estético-políticas.

Serão projetados os filmes ´La desazón suprema: retrato incesante de Fernando Vallejo` (2003) de Luis Ospina, ´Los niños invisibles` (2001) de Lisandro Duque, ´Cóndores no entierran todos los dias` (1983) de Francisco Norden, e o curta-metragem ´Pequeñas voces` (2003) de Eduardo Carrillo. Todas as projeções acontecem no auditório Henrique Fontes, Prédio B, do Centro de Comunicação e Expressão (CCE) da UFSC, a partir das 15h, e contarão com a coordenação de especialistas na área. O evento é gratuito e aberto ao público em geral, e os assistentes terão certificados de participação.

Na sessão inaugural haverá uma breve apresentação do Ciclo, com os professores Gonzalo Aguilar, Liliana Reales, Jair da Fonseca e Felipe Soares. Às 10h do mesmo dia acontecerá a conferência de abertura, titulada ´El pueblo como lo Real: hacia una genealogía del cine latinoamericano`, a cargo do professor Gonzalo Aguilar.

A conferência do professor Aguilar, especialista em cinema e catedrático de Literatura Brasileira da Universidade de Buenos Aires, tratará sobre a gestação, o desenvolvimento e a interrupção do projeto continental de um cinema comprometido e articulado ao redor de uma figuração do real: o povo.

Também abarcará as cinematografias e os filmes mais destacados do chamado Cinema Latino-Americano, no intervalo 1967-1977, de países como Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Colômbia, Cuba, passando por nomes como Glauber Rocha, Fernando Solanas, Jorge Sanjinés, Carlos Mayolo e Luis Ospina; assim como algumas produções contemporâneas – entre as que se destacam fenômenos como o Novo Cinema Argentino ou autores como Pablo Trapero, José Padilha, Adrian Caetano, Martin Rejtman, Eduardo Coutinho ou Enrique Bellande, entre outros.

O evento conta com o apóio do Instituto Cervantes, do Curso de Cinema e do Departamento de Línguas e Literaturas Estrangeiras da UFSC.

Informações: (48) 3721-9288, ramal 203, (segundas e sextas-feiras, das 14h às 16h)

Os filmes

`La desazón suprema: retrato incesante de Fernando Vallejo´ (2003) é um documentário de longa-metragem sobre uma das principais e mais polêmicas vozes da literatura colombiana contemporânea. Neste filme – produto de uma convivência prolongada com Fernando Vallejo – o reconhecido diretor Luis Ospina tece um intenso diálogo com a obra literária do escritor. Havendo escrito cinco romances autobiográficos e realizado três filmes, Vallejo só obteve ressonância internacional após a publicação e adaptação cinematográfica de La virgen de los sicarios. A partir desse momento, o autor e a sua obra têm conhecido os extremos do elogio e de duras críticas pelos inúmeros gestos de ruptura com as tradições literária, familiar, sexual e nacional em que o filme incorre sem cessar.

´Los niños invisibles` (2001) é um longa-metragem de ficção dirigido por Lisandro Duque Naranjo. O filme conta a história de três crianças que, numa pequena cidade colombiana de províncias da década de cinquenta, se empenham em conseguir a invisibilidade por meio de um ritual de magia negra. Para lá da anedota, o filme se ocupa com personagens que, sem feitiço nenhum, já são “invisíveis”, pois habitam num mundo em que o olhar dos adultos se concentra em inovações tecnológicas ou perseguições partidárias cheias de violência e dogmatismo.

´Pequeñas voces` (2003) se compõe de animações de desenhos de crianças colombianas vítimas da guerra, acompanhadas pelos seus testemunhos em off. Segundo o seu realizador, Eduardo Carrillo, se trata de um curta híbrido entre o documentário e a animação por computador. Nele, três crianças deslocadas pela violência narram as suas histórias de uma perspectiva própria, em que a sobrevivência consiste em aquilo que qualquer dispositivo cinematográfico apenas consegue insinuar.

´Cóndores no entierran todos los días` (1983) é a adaptação cinematográfica do romance homônimo de Gustavo Álvarez Gardeazabal (1971). Dirigido por Francisco Norden, o filme segue a vida de León María Lozano, conhecido como Cóndor por comandar os bandos de extermínio chamados Pájaros, no período compreendido entre os anos 1948 e 1951, quando nos campos colombianos teve lugar uma sangrenta confrontação bipartidária entre os partidos tradicionais do país, o Liberal e o Conservador. Essa confrontação, denominada “A violência” (1948-1960), constitui o antecedente histórico mais próximo da guerra que atualmente tem lugar na Colômbia, daí a importância do filme.

Confira a programação:

Quarta-feira, 17/3

10h – Conferência

´El pueblo como lo Real: hacia una genealogía del cine latinoamericano`, com o professor Gonzalo Aguilar da Universidad de Buenos Aires (UBA).

Debatedor: Professor Jair Tadeu da Fonseca (UFSC)

15h – Abertura do Ciclo

“A Diáspora Colombiana”, com os professores doutores Gonzalo Aguilar (UBA), Felipe Soares (UFSC) e Jair Tadeu da Fonseca (UFSC)

16h – Projeção do filme

La desazón suprema: retrato incesante de Fernando Vallejo (2003), de Luis Ospina

Pausa

18h – 19h Debate

Coordenação: Felipe Soares

Quinta, 18/3

15h – Projeção do filme


Los niños invisibles (2001), de Lisandro Duque

Pausa

17h Projeção do curta

Pequeñas voces (2007), de Eduardo Carrillo

17h30 – 18h30 Debate

Coordenação: Jair Tadeu da Fonseca

Quarta, 24/3

15h – Projeção do filme


Cóndores no entierran todos los días (1984), de Francisco Norden

Pausa

17h – 18h Debate

Coordenação: Bairon Vélez Escallón

Encontro ´O marco regulatório do pré-sal: a importância para o Brasil e Santa Catarina` será em 18 de março

16/03/2010 10:20

A Câmara dos Deputados aprovou e agora o Senado Federal deverá discutir e votar nos próximos dias a destinação do Fundo Social que será constituído com recursos provenientes da exploração do petróleo na camada pré-sal. Esse é um dos projetos polêmicos em discussão no momento e influenciará todo o país.

Santa Catarina se prepara para uma nova realidade econômica com a mobilização da indústria para atender a demanda do pré-sal. Mas também deve conhecer os benefícios do Fundo em discussão e como acessar esses recursos para fomentar o desenvolvimento regional e social.

Os impactos dessa regulamentação na economia catarinense serão o principal tema do seminário ´O marco regulatório do pré-sal: a importância para o Brasil e Santa Catarina`, que acontecerá no auditório do Centro Sócio-Econômico da UFSC, no dia 18 de março,

quinta-feira.

O encontro terá dois painéis. O primeiro discutirá as especificações da produção petrolífera no pré-sal e a cadeia produtiva em Santa Catarina. O segundo detalhará o marco regulatório e o projeto de lei do Fundo Social como instrumento de combate à pobreza, melhoria da educação, ciência, tecnologia e sustentabilidade ambiental.

Estarão presentes representantes da Petrobras, da Fiesc, da SCGás, da Federação Catarinense dos Municípios e da liderança do Governo no Senado. A promoção é do Instituto Primeiro Plano e a participação no seminário é aberta e gratuita.

Saiba Mais:

O Fundo Social é uma poupança de longo prazo a ser feita

com recursos do pré-sal para financiar projetos de desenvolvimento

social e regional. Uma das principais modificações feitas pelo

relator, deputado Antônio Palocci (PT/SP), ao texto original do

governo foi a inclusão da saúde pública entre as áreas que terão

programas e projetos financiados pelo fundo. Já a polêmica foi a

inclusão também da recomposição das aposentadorias com esses

recursos. A previsão é que a exploração do petróleo na camada

pré-sal no Campo Tupi (que vai do Espírito Santo a Santa Catarina)

comece no final deste ano.

Serviço:

Seminário ´O marco regulatório do pré-sal: a importância para o Brasil e Santa Catarina`

Quando: 18 de março, quinta-feira, das 8h30 às 17h

Onde: Auditório do Centro Sócio-Econômico da UFSC

Assessoria de imprensa: Alessandra Mathyas (SC 00755 JP) / Fone: (48) 9973-5101/3025-3949 / mathyas@terra.com.br [2]

Seminário Mercosul Pós Copenhague abordará ações para enfrentar consequências das mudanças climáticas

16/03/2010 10:13

As mudanças climáticas são tema permanente na pauta econômica e política global. As recentes catástrofes no nosso continente e também em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul forçam ações de mitigação e adaptação às alterações do clima. Mas tais ações não têm efeito se localizadas, precisam ser integradas entre os estados e mesmo entre os países.

O Seminário Mercosul Pós Copenhague, que acontecerá pela primeira vez em Florianópolis, nos dias 19 e 20 de março, será um espaço para gestores públicos, diplomatas, parlamentares, empresários de energias renováveis e acadêmicos conhecerem o que vem sendo proposto para que o sul do nosso continente enfrente as consequências das mudanças climáticas. A entrada é gratuita, com certificado de extensão. os interessados devem efetuar a inscrições no local, no dia do seminário.

O seminário, que acontecerá no auditório da Reitoria da UFSC, terá a participação de dois ministros brasileiros como conferencistas: Carlos Minc, do Meio Ambiente, que falará da Conferência de Copenhague, e Guilherme Cassel, do Desenvolvimento Agrário, que abordará a geração de empregos verdes com a bioenergia.

Palestrantes do Parlamento do Mercosul e de instituições voltadas à integração regional, diplomacia e às energias renováveis presentes nos quatro países do bloco completam a programação. Para o presidente do Instituto IDEAL, Mauro Passos, um dos promotores do seminário, o encontro reforçará a necessidade de integração energética com fontes limpas e apresentará as diversas boas ações que vêm sendo feitas nos países do bloco.

A iniciativa também tem a chancela do Centro de Integração Regional – Cefir do Uruguai, da Universidade Federal de Santa Catarina e da Unisul/ Jelare – Joint European-Latin American Universities Renewable Energy Project. O seminário, que terá inscrições gratuitas, está sendo inventariado e terá todas as emissões de carbono compensadas pela Carbon Clean/ Nemorus. O patrocínio é da Eletrosul.

Serviço:

O QUÊ: Seminário Mercosul Pós-Copenhague com palestrantes do Mercosul e dois ministros brasileiros

– Dia 19 de março, no auditório da Reitoria da UFSC, das 8h às 20h.

– Dia 20 de março, visita técnica apenas para as delegações estrangeiras.

Programação completa: http://www.institutoideal.org/docs/programacao.jpg

Informações com Alessandra Mathyas pelo telefone (48) 3234-1757 ou pelos e-mails alessandra@institutoideal.org ou info@institutoideal.org.

Pré-Vestibular da UFSC encerra inscrições nesta sexta

16/03/2010 10:11

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em parceria com a Secretaria de Estado da Educação, inicia o processo seletivo para o preenchimento de vagas do Pré-Vestibular. As inscrições ocorrem até 19 de março.

Os interessados devem acessar o site www.prevestibular.ufsc.br, ler atentamente o edital, preencher o formulário de inscrição, imprimi-lo e assiná-lo no local indicado. Feito isso, o candidato deverá enviar o comprovante do requerimento de inscrição e as fotocópias dos documentos exigidos, via correio, para a Secretaria do Pré-Vestibular da UFSC ou entregá-los pessoalmente na unidade escolhida para frequentar o curso.

Para o primeiro semestre de 2010, serão oferecidas vagas nas unidades de Araranguá, Blumenau, Chapecó, Criciúma, Curitibanos, Florianópolis, Jaraguá do Sul, Joinville, Palhoça, São José e Tubarão. Assim, o Pré-Vestibular da UFSC estará presente em 11 cidades do Estado, disponibilizando 13 novas turmas, totalizando mais de 1.200 vagas.

Podem se inscrever alunos que tenham concluído ou que estejam cursando o terceiro ano do ensino médio em escola pública; que não estejam cursando ou tenham concluído curso superior; e que tenham disponibilidade de frequentar as aulas de segunda a sexta-feira, no respectivo horário de aula da unidade do Pré-Vestibular da UFSC escolhida pelo candidato.

A proposta do Pré-Vestibular da Universidade Federal de Santa Catarina e da Secretaria de Estado da Educação é criar oportunidades para estudantes de escolas públicas ingressarem no ensino superior.

Em 2009, o Pré-Vestibular aprovou 659 alunos em universidades públicas do sul do país, dentre estes, três aprovados em Medicina da UFSC: Steven Cliff Rodriguez da Rosa (2º colocado, entre os alunos de escola pública, no vestibular da UFSC 2010), Felipe Sarvacinski e Lucas Locks Coelho (aprovado também em Medicina na UFRGS).

Além disso, o curso aprovou um aluno em quatro cursos, 14 alunos em três cursos e 68 alunos em dois cursos, todos em universidades públicas. Somando esses resultados com a parceria da Secretaria de Estado da Educação, a expectativa é por números ainda mais expressivos, transformando o curso no maior projeto de inclusão social público, gratuito e de qualidade que a Universidade Federal da Santa Catarina disponibiliza.

De acordo com o coordenador do curso, Otávio Augusto Auler Rodrigues, “a herança que estamos deixando para a humanidade é a inclusão social pública e de qualidade.”

A lista dos candidatos selecionados será publicada na internet, no site do Pré-Vestibular da UFSC (www.prevestibular.ufsc.br), no site da Secretaria de Estado da Educação (www.sed.sc.gov.br), e afixado nos murais do Hall da Reitoria da UFSC e das escolas onde ocorrerão as aulas do curso, a partir do dia 24 de março de 2010.

Os candidatos selecionados deverão realizar sua matrícula em data e local a serem divulgados quando da publicação do resultado do processo seletivo.

Informações:

Site: www.prevestibular.ufsc.br

e-mail: prevestibular@prevestibular.ufsc.br

Telefone: (48) 3721-8248

Instituto de Estudos Latino-Americanos promove conferência com Rony Martínez

16/03/2010 09:43

O Instituto de Estudos Latino-Americanos (IELA) da UFSC, em parceria com o Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina (SJSC) realiza na terça, 16 de março, às 9h, no Auditório do CSE, uma conferência com o jornalista hondurenho Rony Martínez, da Rádio Globo Honduras.

A proposta é discutir com professores, estudantes, lutadores sociais e sindicalistas a conjuntura de Honduras, assolada por um golpe militar em junho de 2009, e os desafios de um jornalismo que se compromete e assume postura diante da vida do país. Por isso a presença de Rony Martínez, repórter da Rádio Globo Honduras, emissora privada que, desde o dia do golpe que instaurou a ditadura em Honduras, decidiu fortalecer o jornalismo de resistência.

A Rádio Globo Honduras, desde a quartelada, abriu seus microfones para defender a Constituição e o direito legítimo do presidente Zelaya de seguir governando, entendendo que a proposta de ouvir a população sobre uma nova Constituição para o país era democrática e acertada.

Como estratégia de atuação, o grupo de jornalistas e locutores-apresentadores, comandados pelo veterano jornalista Dom David Romero, decidiu entregar a palavra ao povo hondurenho. Todos os dias, durante toda a programação, as gentes eram colocadas no ar falando da situação de sua província, sua cidade, seu bairro. Assim, a rádio acabou sendo um dos poucos veículos comerciais a garantir espaço para as informações da luta de resistência. Cada marcha organizada, cada ato de protesto, cada reunião, tudo ia ao ar, mostrando que o povo hondurenho não estava em casa aceitando a ditadura imposta pelas armas. Era o jornalismo em seu estado puro, informação contextualizada e interpretada.

O trabalho da Rádio Globo Honduras logo começou a incomodar a ditadura que imediatamente mandou fechar as portas e lacrar o transmissor. A rádio foi invadida, apesar do cerco que a comunidade fez ao prédio. Os trabalhadores tiveram de fugir por uma janela, pendurados em uma corda, os transmissores foram levados e o povo ficou sem a rádio. Mas, no dia seguinte, de lugares não sabidos a rádio voltaria, transmitindo via internet, jamais interrompendo o fluxo de informação sobre a luta do povo hondurenho. Mais tarde garantiria a volta ao canal aberto, sem abrir mão da defesa dos direitos constitucionais da gente de Honduras.

Por todo este trabalho de informação e dignidade a Rádio Globo Honduras ganhou o Prêmio Ondas, promovido pela Sociedade Radiofônica de Barcelona (Espanha), como a melhor rádio ibero-americana. Além da Atividade na UFSC, Rony deverá circular pelos vários Cursos de Jornalismo no Estado numa promoção do Sindicato dos Jornalistas.

Informações: (48) 3721-9297, ramal 37, ou iela@iela.ufsc.br.

Projeto Apoio Pedagógico tem inscrições abertas

15/03/2010 19:19

Estão abertas as inscrições para as aulas do projeto Apoio Pedagógico. Serão cursos básicos das disciplinas de Bioquímica, Física, Inglês, Matemática, Química e Produção Textual. Podem participar das aulas estudantes de primeira à quarta fase dos cursos de graduação da UFSC. Serão duas aulas semanais durante dois meses, nos períodos vespertino e noturno. A inscrição deve ser feita no site www.apoiopedagogico.ufsc.br, até 31 de março.

O programa tem como objetivo sanar possíveis dificuldades de ensino e aprendizagem do Ensino Médio. A proposta do projeto se insere no programa de Ações Afirmativas da UFSC, visando a auxiliar a permanência dos estudantes no meio acadêmico. Desse modo, pretende-se não apenas promover o acesso democrático à universidade, mas a permanência dos estudantes no ensino superior público, gratuito e de qualidade.

Segundo a professora Viviane M. Heberle, “Este projeto é uma iniciativa complementar de apoio pedagógico aos estudantes de graduação da UFSC, com o objetivo de esclarecer dúvidas e solucionar problemas referentes às diferentes disciplinas dos seus cursos.”

A Supervisora dos Programas de Inclusão da UFSC, Corina Espíndola, acredita que o projeto “permite que muitos estudantes possam superar as dificuldades de aprendizagem do ensino médio em diversas disciplinas que são determinantes para a vida acadêmica”.

Informações: www.apoiopedagogico.ufsc.br ou fone (48) 3721-8320.

Ignacy Sachs ministra palestra sobre os desafios do desenvolvimento sustentável

15/03/2010 18:39

Ignacy Sachs na UFSC

Ignacy Sachs na UFSC

Para um auditório da Reitoria regurgitante de ouvintes, o professor Ignacy Sachs ministrou memorável palestra, na manhã de quinta-feira, 9 de março, sobre a crise atual e os desafios do desenvolvimento sustentável.

Judeu, de origem polonesa (Varsóvia, 1927), veio para o Brasil como refugiado de guerra, aqui vivendo de 1941 a 1954. Graduou-se pela Faculdade de Ciências Econômicas e Políticas do Rio de Janeiro, atual Universidade Cândido Mendes, em 1951. Naturalizado francês, atualmente reside em Paris, onde dirige o Grupo de Pesquisa sobre o Brasil Contemporâneo na École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS). Foi um dos primeiros economistas a trabalhar com o conceito de desenvolvimento ecológico.

O evento foi coordenado pelo professor Lauro Mattei, do Departamento de Ciências Econômicas, e promovido pelo Instituto de Estudos Latino-Americanos (IELA) e pelo Centro Acadêmico Livre de Economia (CALE) da UFSC.

Fotos Paulo Noronha/ Agecom

Fotos Paulo Noronha/ Agecom

Sachs iniciou falando, em português fluente e bem articulado, que as crises são encruzilhadas e que devemos aproveitar o momento, como sempre, para refletir : “ Estamos vivendo a conjunção de três crises: a da clássica conjuntural do sistema capitalista, a evolução da espécie humana com a biosfera — passando do uso de energias fósseis para alternativas— e saindo de um período que se caracterizava pela extraordinária explosão da população e da economia”.

Recapitulou a relação da espécie humana com a biosfera e contou que passamos, há 12 mil anos atrás pela domesticação de animais e sedentarização. A segunda fase teve início entre os séculos XIV e XVIII com o uso de um conjunto cada vez mais intensivo das energias fósseis: carvão mineral, gás natural e depois o petróleo e seus derivados. A queima destes combustíveis gera gases que produzem o efeito estufa, um dos responsáveis pelo aquecimento global.

Para o pesquisador, às vésperas da extração de petróleo do pré-sal deveríamos nos guardar do otimismo e euforia, já que este processo tecnológico é um dos responsáveis pelos problemas atuais do planeta.

A escassez do petróleo facilita a transição para o pós-petróleo que seria necessária mesmo que o recurso fosse abundante como o carvão.

No início da década de 70 as prioridades eram sociais e o meio ambiente podia esperar. Sachs contou que na Conferência de Estocolmo, na Suécia, em 1972, o delegado brasileiro disse para ele: – “que venham todas as indústrias para o país”. Hoje presenciamos a posição inversa: é o meio ambiente que prevalece e o social pode esperar. O grande desafio do século XXI é encontrar estratégias de desenvolvimento social includente e economia sustentável.

O economista se disse feliz de estar numa universidade como a UFSC, que há anos discute o modelo de agricultura familiar, num Estado que vem implantando um modelo diferente do país, sem se deixar encurralar, mostrando que o desenvolvimento é um processo aberto e comporta pluralidade de modelos.

Alertou que devemos estar atentos ao fato de que condições humanas diferentes fabricam futuros diferentes. Sachs afirmou que os estudos comparativos são ferramenta importante nas ciências sociais, não para fins de construir rankings, mas para entender a diversidade. Destacou que precisamos desses estudos para criar “muletas” para o desenvolvimento social.

Sobre a crise conjuntural, deu um singelo exemplo da globalização : “Se como cerejas em janeiro, em Paris, é porque as cerejas vieram do Chile”. Para valorizar a produção local há que comer cerejas só no verão europeu, que é quando lá frutificam. O processo atual é assimétrico e favorece os países desenvolvidos. Por isto o paradigma energético é um tema fundamental. A crise ambiental é a do consumo excessivo. Deveríamos estabelecer um padrão que requeresse menos consumo, levando em conta a sobriedade e a eficiência energéticas e todas as possíveis substituições por energias alternativas: solar, fotovoltaica, eólica, geotérmica, entre outras. O leque dessas opções é grande e as bioenergias como a produzida a partir do etanol, são parte integrante.

Modos de produzir biocombustíveis

Para Sachs, o Brasil tem sido extremamente feliz na maneira que produz etanol de cana- de- açúcar a preços baixos para a indústria automobilística e os carros flex.

Numa segunda geração do processo de fabricação de biocombustivéis, o etanol deve ser obtido a partir da celulose. Desta forma não compete com produtos que têm função alimentar importante como o açúcar e são usados resíduos, os bagaços da cana.

Melhor utilização seria a terceira geração do processo, esperando-se que, no futuro, as algas e microalgas marinhas e aquáticas sejam a matéria prima para produção de biocombustíveis. Desse modo se deslocaria a produção de áreas agricultáveis. Esta transformação do panorama energético central é fundamental para se caminhar rumo a uma economia com baixas emissões de carbono. Disse que a mídia costuma usar o termo “baixo carbono”, mas o carbono seguirá sendo emitido, a questão é gerenciar essa emissão.

Sachs falou ainda sobre a quarta geração que se daria a partir da fotossíntese assistida (artificial), jogando gás carbônico numa estufa. Seria um modelo sofisticado em que a água do mar é dessalinizada e exposta à energia solar, gerando grandes quantidades de biomassa.

Elogiou o projeto Desertec que se propõe a gerar energias alternativas nas regiões desérticas da África para serem usadas na Europa.

Duas margens para desenvolver

O economista falou sobre duas outras margens para se progredir: a primeira seria promover por todos os meios possíveis a rede social para quem está fora do mercado, com acesso à escola, saúde, habitação. A outra é a expansão do perímetro da economia solidária, que na Europa se denomina social, dentro da economia de mercado. Desta forma o lucro potencial para as atividades é definido coletivamente. Deve-se, também, praticar maior seletividade nas relações exteriores e melhor aproveitamento dos recursos locais. Neste âmbito, citou duas obras: Vivir con lo nuestro. Nosotros y la globalización, do argentino Aldo Ferrer e Desarrollo desde adentro do chileno Oswaldo Sunkiel.

Keynesianos

Sachs disse que atualmente todos viraram keynesianos ( seguidores das teorias do economista inglês John Maynard Keynes 1883 -1946). Isto é defende-se a intervenção do Estado para regular a economia, ou colocá-la nos eixos. Mas, qual keynesianismo queremos? Que tipo de intervenção pública? Qual a preocupação com o impacto ambiental?

Planejamento

Para o palestrante, a seletividade traz à tona a questão do planejamento, uma das prinicipais vítimas a partir da reforma neoliberal.

O documento final da Eco-92 estava na contramão do Estado mínimo, numa época em que se vivia o auge do processo liberal. Os avanços no caminho do desenvolvimento sustentável foram maiores de 1972 a 1992 que de lá para cá, quando houve um retrocesso.

A Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável prevista para acontecer no Rio de Janeiro em 2012 – a Rio +20 , será uma chance de reverter esta situação, a partir de que a tomada de decisões seja feita em outra perspectiva.

Uma sugestão seria propor aos países membros da ONU que produzissem planos nacionais nos quais ficasse explícita a estratégia de relação com a biosfera.

O economista reforçou que não basta gerar oportunidades de trabalho, há que respeitar as noções propostas pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) que prega que o trabalho deve ser digno e decente. Deve-se, portanto, voltar a ensinar planejamento, atualmente pouco presente nos currículos das universidades. Destacou que o planejamento jamais deve se dar nos moldes soviéticos, mas, deve ser dialógico, flexível e contínuo. Um diálogo permanente deve ser estabelecido entre Estado, trabalhadores, sindicatos e o poderoso ator que entrou no debate no pós-guerra: a sociedade civil organizada.O planejamento não deve se dar só em nível local, mas um processo interativo no qual se realizem diagnósticos participativos, avaliação dos problemas latentes e o que se deve fazer para solucionar isto.

Lembrou que o desenvolvimento do país não é a soma aritmética de desenvolvimentos locais, há uma dialética nos processos e compromissos que nos esperam.

Segundo sua análise não haverá mais um enfrentamento como houve entre capitalismo e socialismo, gerando a categoria dos não-alinhados. Para ele deve haver uma aliança e colaboração Sul mais Sul (hemisfério) e os emergentes Brasil e Índia devem se unir, já que a China escolheu outro caminho, está em competição acirrada e entrando de maneira forte na África.

Uma proposta para o Brasil seria um planejamento para 2022, bicentenário da independência, já que um planejamento com uma perspectiva de quase 15 anos é viável.

Aos futuros economistas

Aos futuros economistas, grande parte da plateia, disse que um enorme desafio os espera e que é tempo de sair do debate teórico e colocar a mão na massa. “Estou certo que vocês se divertirão muito”, finalizou.

Por Alita Diana/jornalista da Agecom/UFSC

Professores e grupos de pesquisa interessados no Programa ALFA III já podem iniciar a busca de parceiros

15/03/2010 17:47

O Edital do Programa ALFA III, da União Europeia, deverá ser lançado ainda neste mês de março, com previsão de encerramento em junho.

O Programa visa melhorar a qualidade, relevância e acesso à Educação Superior na América Latina, e a contribuir para o processo de integração regional, promovendo o progresso rumo à criação de um espaço comum de Educação Superior, e explorando sinergias com a União Europeia.

Serão financiados dois tipos de projetos: os conjuntos, que priorizam a troca de experiências, metodologia e saberes em gestão universitária e em coesão social, e os Projetos Estruturais, que abordam reformas, modernização e harmonização de Sistemas Educacionais.

Edital do Programa ALFA III será lançado em março

Acesse o site para:

Diretrizes do programa:

Cada projeto deve reunir um número obrigatório de instituições e de países. Para isto existe uma página para a busca de parceiros para participação em projetos:

http://ec.europa.eu/europeaid/where/latin-america/regional-cooperation/alfa/partner-search_en.htm

Os professores e grupos de pesquisa interessados podem iniciar a busca de parceiros.

Quando for lançado o Edital, a SINTER publicará as notícias em sua página e no site da UFSC.

Fonte: Professor Paulo Lovato/diretor do Departamento de Cooperação Acadêmica da SINTER

Projeto Encuentros 18:30 debate estudos latinoamericanos

15/03/2010 16:56

O Instituto de Estudos Latino-Americanos (IELA) começa nesta terça, 16/3, o Projeto Encuentros 18:30. O evento irá debater temas concernentes à América Latina. As discussões do início têm como foco o pensamento econômico clássico, e trazem Andrea Vicentini, Pedro de Alcântara Figueira e Fani Figueira, editores da Segesta.

A editora curitibana publica, há dez anos, traduções de obras pouco conhecidas, incluindo a coleção ´Raízes do Pensamento Econômico`, e irá lançar, durante o evento, o livro ´Novos princípios de economia política (1819-1827)` de Jean-Charles Léonard Simonde de Sismondi. O projeto, como já avisa no nome, acontece às 18h30, no Auditório do CSE.

Partilhar estudos

A proposta dos Encuentros é de realizar encontros mensais, oferecendo um espaço permanente de informação e debate para que pessoas envolvidas com a pesquisa ou interessadas na vida da América Latina possam partilhar conhecimentos e discutir, de maneira aprofundada, pesquisas em andamento ou trabalhos já concluídos.

A atividade é coordenada pelo professor Lauro Mattei,dos cursos de graduação e pós-graduação em Economia do Departamento de Ciências Econômicas da UFSC e pesquisador do IELA. Ele mesmo, na inauguração do projeto, ofereceu seu projeto de pesquisa ao conhecimento e à crítica, expondo um panorama da pobreza no continente latino-americano, parte dos estudos que desenvolve sobre ´Pobreza, políticas públicas e desenvolvimento na América Latina`.

Mattei destaca que o fórum Encuentros 18:30 é “um espaço de debate acadêmico sobre a temática Latino-Americana, visando socializar conhecimentos.” Através desse espaço, como afirma, “busca-se estreitar o longo fosso de ignorância, principalmente dos acadêmicos brasileiros, sobre o continente latino-americano, suas mazelas e suas perspectivas.” A atividade, portanto, busca oferecer uma contribuição para que estudantes, professores, trabalhadores e a comunidade em geral “voltem suas atenções também para a problemática Regional, rompendo as barreiras do nacionalismo tardio.”

Os debates já estão agendados até junho. O segundo Encuentro 18:30, em abril, dia 28, vai ser com Pedro de Alcântara Figueira, que apresenta suas idéias sobre ´Descartes e o nascimento da ciência moderna`, título do livro que o autor também lança durante o evento.

Sobre os palestrantes

Andrea Vicentini é economista pela Universidade de Urbino, Itália, e foi diretor da Companhia Brasileira de Colonização e Imigração Italiana entre 1969 e 1975. Fani é socióloga e tradutora de vários livros, entre eles, Novos princípios de economia política (1819-1827)”, de Jean-Charles Léonard Simonde de Sismondi, publicado pela primeira vez em língua portuguesa, e que vai ser lançado na noite desse Encuentros de março. Pedro de Alcântara Figueira é filósofo, foi pesquisador do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (Iseb) e um dos criadores da História Nova.

Sobre o livro

O nono volume da coleção ´Raízes do Pensamento Econômico`, da Editora Segesta (www.segestaeditora.com.br), é a obra clássica de Jean-Charles Léonard Simonde de Sismondi, ´Novos Princípios da Economia Política`, cuja primeira edição é de 1819 e a segunda de 1827. A obra, de 504 páginas, traduzida por Fani Goldfarb Figueira, é a primeira em língua portuguesa. A tradutora, na introdução do livro, afirma que “sequer na França existe uma edição desta envergadura, pois a única atualmente em circulação, truncada, tem sido, por isso mesmo, justamente muito criticada. Fani Figueira diz, de Sismondi, que ele é um “um autor a que todos se referem embora muito poucos o tenham lido”.

O fato de ser um texto que não é de fácil leitura pode, como diz Fani Figueira, “ ter contribuído para que tenha se tornado mais conhecido pela afirmação de Marx de que Sismondi é um pensador pequeno-burguês”. No entanto, afirma, “o leitor que se dispuser a debruçar-se seriamente quer sobre o texto de Sismondi, quer sobre o que dele diz Marx, facilmente perceberá que este simplismo e esta superficialidade servem apenas para encobrir umas das mais profundas críticas à riqueza que se obtém por via do trabalho assalariado.”

O autor

O economista e historiador suíço Jean-Charles de Sismondi, nascido em Genebra, em 1773, foi, inicialmente, um divulgador do pensamento de Adam Smith. Entretanto, depois de observar em várias viagens as duras condições de trabalho da classe operária, se converteu num crítico da doutrina econômica liberal ortodoxa, elaborando suas próprias teses econômicas. É considerado, assim, o primeiro dos “socialistas ricardianos” e precursor direto de Karl Marx.

Criticou o excesso de abstração da economia clássica, negou a harmonia social e a coincidência do interesse individual com o interesse coletivo. Sinalizava que a livre concorrência conduzia aos monopólios, à proletarização massiva, ao subconsumo e às crises. Sismondi considerava que o objetivo da economia política não é o estudo das formas de aumentar a riqueza, senão das formas de melhorar o bem-estar.Sustentava que, para este objetivo, os problemas chave estão relacionados à distribuição da riqueza.

Filho de um pastor protestante mudou-se com a família para a Inglaterra, e depois para a região italiana da Toscana, em seguida aos distúrbios da revolução francesa (1789). De volta a Genebra (1800), publicou Tableau de l`agriculture toscane (1801) e La Richesse commerciale (1803). Influenciado por Adam Smith, nos anos que se seguiram dedicou-se à elaboração de Histoire des républiques italiennes du moyen âge (1809-1818), uma obra em 16 volumes que inspirou os líderes do Risorgimento italiano. Nas muitas viagens que fez pela Europa, em particular pelo Reino Unido, fez observações sobre o desenvolvimento industrial que o conduziram à crítica do liberalismo econômico, exposta em Nouveaux Principes d`économie politique (1819).

Apresentou teses pioneiras no estudo da natureza das crises econômicas e históricas do capitalismo, defendendo o combate às crises econômicas com maior participação dos trabalhadores nos benefícios do crescimento econômico e com o estímulo à pequena propriedade privada. Pregou a regulamentação da concorrência econômica pelo governo e o equilíbrio entre a produção e o consumo. Sismondi previu um crescente conflito entre a burguesia e as classes trabalhadoras, sugerindo reformas sociais para melhorar as condições de vida dos trabalhadores. Nos seus últimos anos de vida escreveu a monumental Histoire des français (1821-1844).

Karl Marx, a respeito do pensador suíço, escreveu



“Sismondi teve a profunda sensibilidade de ver que a produção capitalista é contraditória; que, por um lado, suas formas, suas condições de produção, estimulam o desenvolvimento desenfreado das forças produtivas e da riqueza; que, por outro, essas condições são determinadas; que suas contradições entre valor de uso e valor de troca, entre mercadoria e dinheiro, compra e venda, produção e consumo, capital e trabalho assalariado etc. assumem dimensões tanto maiores quanto mais se desenvolvem as forças produtivas.

Ele detecta a contradição fundamental: de um lado existe o desenvolvimento desenfreado das forças produtivas e o aumento da riqueza, que, ao mesmo tempo, é constituída de mercadorias e tem de ser transformada em dinheiro; que, de outro, constitui a base da limitação da massa de produtores restrita à produção dos gêneros essenciais. Por isso, para ele as crises não são meros acasos, como em Ricardo, mas, ao contrário, são essencialmente a expressão de contradições imanentes que, em grande escala, ocorrem em determinados períodos.

A partir daí ele vacila constantemente: não sabe se as forças produtivas devem ser controladas pelo Estado a fim de ajustá-las às condições de produção, ou se devem ser fixadas as condições de produção a fim de ajustá-las às forças produtivas. Volta, dessa maneira, frequentemente para o passado; torna-se o laudator temporis acti; por meio de outras regulamentações, também procura eliminar as contradições existentes no rendimento em relação ao capital ou na distribuição em relação à produção, não compreendendo que as relações de distribuição em relação à produção sub alia specie

Ele ajuíza corretamente as contradições da produção burguesa, mas não as compreende; por isso também não compreende o processo de sua dissolução. A base em que ele se apoia é de fato a suspeita de que às forças produtivas desenvolvidas no seio da sociedade capitalista, condições materiais e sociais da criação da riqueza, devem corresponder novas formas de apropriação dessa riqueza; que as formas burguesas de apropriação dessa riqueza são formas transitórias e contraditórias, nas quais a riqueza apenas adquire existência contraditória e sempre se manifesta como seu oposto. A riqueza sempre tem por pressuposto a pobreza, e só se desenvolve na medida em que promove a pobreza.”.

Confira a programação dos Encuentros 18:30

Primeiro semestre de 2010

Primeiro Encuentro


Data: 16/03

Tema: debate sobre pensamento econômico clássico

Palestrantes: Andrea Vicentini, Pedro de Alcântara Figueira e Fani Goldfarb Figueira

Lançamento do livro ´Novos princípios de economia política (1819-1827)` de Jean-Charles Léonard Simonde de Sismondi

Local: Auditório do CSE

Segundo Encuentro

Data: 28/04

Tema: Descartes e a ciência moderna

Palestrante: Pedro de Alcântara Figueira, historiador e filósofo oriundo do ISEB e um dos criadores da História Nova

Lançamento do livro: ´Descartes e o nascimento da ciência moderna`

Autor: Pedro de Alcântara Figueira

Local: Auditório da Economia

Terceiro Encuentro

Data: 27/05

Tema: Políticas sociais no Brasil e na América Latina

Palestrantes: Jorge Abrahão de Castro, Diretor do IPEA, Beatriz Paiva, professora do Departamento de Serviço Social da UFSC.

Local: Auditório do CSE

Lançamento do livro ´Políticas sociais`, do IPEA.

Quarto Encuentro

Data: 18/06

Tema: Repensando o presidencialismo na América Latina

Palestrante: Timothy Power, professor e diretor do Centro de Estudos Latino-americanos da Universidade de Oxford

Local: Auditório do CSE

Edison José Milani profere aula magna do novo curso de Geologia da UFSC

15/03/2010 16:48

Aula magna da Geologia com Edison Milani

Aula magna da Geologia com Edison Milani

O reitor Alvaro Prata preferiu cancelar os compromissos na tarde do último dia 12 para comparecer ao Auditório do Centro de Filosofia e Humanas (CFH) e prestigiar a aula magna do Curso de Graduação em Geologia.

Ministrada pelo geólogo e gerente geral do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Melo (CENPES), Edison José Milani, há 32 anos na Petrobras, a aula apresentou uma abordagem da exploração petrolífera no Brasil, histórico e perspectivas, passagens marcantes, evoluções tecnológicas e os resultados mais significativos.

“A criação do Curso de Graduação em Geologia na UFSC é música para os nossos ouvidos”, disse Milani. Destacou que, para ele e para a Petrobras, é um prazer participar da aula e gerar dúvidas para os alunos tirarem nos próximos cinco anos. O geólogo alertou aos estudantes que “a geologia entra pelos pés”, os conceitos são obtidos com o martelo, em meio à poeira.

Fotos Paulo Noronha/ Agecom

Fotos Paulo Noronha/ Agecom

Sobre o apoio da Petrobras para a criação do Curso, Milani destacou que não é algo excepcional. Houve uma demanda objetiva, fácil de atender, e de acordo com a política da Petrobras: “vai recurso e volta resultado que a gente usa no dia a dia”.

Empolgado com a conquista, um curso materializado em apenas 10 meses, o reitor destacou a pujança com que nasce esta graduação, com parceiros que não poderiam ser melhores e com o respaldo grandioso da Petrobras.

Um grupo de pessoas empenhadas na criação do Curso de Geologia compôs a mesa de abertura da aula magna. O reitor Alvaro Prata, a diretora do CFH Roselane Neckel, o representante do Conselho Regional de Engenharia (CREA) e da Associação dos Geólogos de Santa Catarina Rodrigo Del Omo Sato, o diretor de Projetos de Pesquisa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Extensão Jorge Mário Campagnolo, a chefe do Departamento de Geociências Ângela Beltrame, e o coordenador do Curso de Geologia Edison Ramos Tomazzoli.

Outras informações pelo site www.geologia.ufsc.br ou pelo telefone (48) 3721-4878.

Por Mara Paiva/jornalista da Agecom

Documentário sobre o Contestado é selecionado para o 15º É Tudo Verdade

15/03/2010 16:19

Equipe do documentário  sobre o Contestado

Equipe do documentário sobre o Contestado

O Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade, considerado o principal festival do gênero da América latina, realiza sua 15ª edição de 8 a 18 de abril em São Paulo e no Rio de Janeiro, a partir de 9 de abril. O documentário O Contestado – Restos Mortais, de Sylvio Back (RJ, 158 min), foi selecionado para a mostra competitiva principal.

Rodado em Santa Catarina, contou com a presença de equipe seleta de profissionais do cinema brasileiro, como Antônio Luiz (direção de fotografia), Juarez Dagoberto (Técnico de Som), além de profissionais do Estado como o cineasta Zeca Nunes Pires (diretor assistente), Carlinhos Nunes Pires (microfonista), PH (diretor de Produção), Ivan de Sá (reprodução de fotos e photoshop), Cláudio Silva (still) e a cineasta Maria Emília de Azevedo (pré-produção).

Back retoma no documentário o tema de seu segundo longa-metragem ficcional, “Guerra dos Pelados” (1970). Uma das maiores epopéias do país,a Guerra do Contestado (1912-1916) envolveu milhares de civis e militares dos estados do Paraná e de Santa Catarina, num combate envolvendo disputa fundiária e questões de limites, heróis fardados e líderes messiânicos, discursos utópicos e massacres sanguinários.

Back filmando - fotos /divulgação

Back filmando - fotos /divulgação

O documentário – que amplia os limites de compreensão da “Gerra do Contestado” – teve uma participação fundamental da Universidade Federal de Santa Catarina, através do DAC/SECARTE, bem como da FAPEU, e dos pesquisadores Paulo Pinheiro Machado, do Departamento de História, Marli Auras e do doutorando Alexandre Assis Tomporoski.

O documentário foi patrocinado pelos governos do Paraná e de Santa Catarina.

Mais informações: (21) 2522-4574 (Sylvio Back) ou sylvioback@gmail.com

Café filosófico discute doutrinas não escritas de Platão

15/03/2010 13:38

Um café filosófico com o título “O Filebo e as doutrinas não escritas de Platão”, comandado pelo professor Marcelo Perine, será realizado às 19h desta terça-feira, dia 16, no Auditório do Centro de Educação da UFSC, em Florianópolis. A promoção é da Secretaria de Cultura e Arte (SeCArte), da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

O evento faz parte da programação dos 50 anos da UFSC e ocorre paralelamente ao ciclo O Pensamento no Século XXI, que consta de palestras com grandes nomes da arte e do pensamento internacionais. Um dos convidados é o filósofo italiano Emanuele Coccia, professor da universidade de Freiburg, na Alemanha. Coccia participará de um workshop às 17h desta terça, no Centro de Comunicação e Expressão (CCE), sobre a hierarquia e a divinização do social. À noite, lançará seu último livro, “A vida sensível”, no Auditório da Reitoria.

Áreas para instalação do Parque Viva Ciência já são da UFSC

15/03/2010 13:10

Assinatura no Gabinete do Reitor

Assinatura no Gabinete do Reitor

Foi assinado na manhã desta segunda-feira, dia 15, no gabinete do reitor Alvaro Toubes Prata, o contrato de cessão de uma área de 50 mil metros quadrados no aterro da Baía Sul, em Florianópolis, para a Universidade Federal de Santa Catarina. Dois terrenos pertencentes à União, com tamanhos de 21 mil e 29 mil metros, serão utilizados para a implantação do Parque Viva Ciência, que contará com pavilhão de exposições, local para realização de oficinas experimentais, ambiente para cursos de formação continuada, espaços para a prática de esportes e lazer e um novo planetário. Pela Secretaria de Patrimônio da União, assinou o termo a superintendente do órgão em Santa Catarina, professora Isolde Espíndola.

A área cedida à UFSC fica próximo ao Armazém Vieira, no bairro Saco dos Limões, de fácil acesso para os moradores da cidade e os turistas. A portaria que autorizava a universidade a usar os terrenos foi publicada em dezembro passado no Diário Oficial da União. Uma das atrações serão os “brinquedos científicos”, semelhantes aos que foram instalados no campus da Trindade em 2008. São gangorras, balanços, mangueiras, tubos sonoros, giroscópio e cadeiras auto-elevatórias que dão aos visitantes – sobretudo estudantes – uma ideia de como a ciência está inserida na vida cotidiana.

Segundo a pró-reitora de Pesquisa e Extensão, professora Débora Peres Menezes, será uma obra multifuncional inserida numa grande área que hoje não é utilizada e usufruída pela população. Agora, a UFSC vai tentar captar os recursos para viabilizar as instalações, que terão caráter interativo, como acontece em outros museus de ciência no Brasil e no mundo.

Mais informações na Pró-Reitoria de Pesquisa e Extensão, pelo fone (48) 3721-6012, ou no site www.vivaciencia.ufsc.br.

Na Mídia: De anjos e imagens

15/03/2010 10:36

CULTURA

De anjos e imagens

A vida póstuma, diz o filósofo Emanuele Coccia, é o nosso próprio ser enquanto imagem

Em Nudez (2009), Giorgio Agamben argumenta que a filosofia e a crítica herdaram a obra profética da salvação, ao passo que a poesia, a técnica e a arte teriam recebido, no entanto, o imperativo angélico da criação. Embora separadas, ambas as esferas não se distinguem, a rigor, reciprocamente, porque é fato que as duas, em aparência autônomas e estranhas entre si, são, na verdade, as duas caras de um mesmo poder divino que, ao menos no profeta, convergem em um único ser.

A obra da criação seria apenas uma faísca da salvação, enquanto a obra da salvação não passaria de um fragmento da criação angélica, que se torna autoconsciente. Assim, Agamben define o profeta como um anjo que, no mesmo movimento em que é empurrado à ação, percebe, de repente, na própria carne, a ferida de uma exigência de outro tipo. Por isso o filósofo argumenta que a obra da salvação coincide, pontualmente, com a obra da criação. São a mesma coisa.

Não há gesto, não há fala, não há desejo nem olhar que a salvação não suspenda e torne inoperantes, em sua luta, amorosa, corpo a corpo, com a ideia de obra. Por isso aquilo que o anjo forma e produz, o profeta reconduz ao informe, para melhor contemplá-lo. Seus olhos veem aquilo que se salvou, porém, isso se consegue só no último dia, na antessala do fim. E assim como, na lembrança, o amado torna-se presente, mesmo desencarnado em uma simples imagem, da mesma forma, a obra da criação é, sob todos os aspectos, trespassada de não ser, isto é, de paradoxal negatividade operante.

Na esteira do mestre, Emanuele Coccia retoma a ideia em A transparência das imagens. Averróis e o averroísmo (Milão, Bruno Mondadori, 2005), onde desenvolve a tese de que Averróis, o filósofo andaluz, aclimatando Aristóteles na filosofia medieval europeia, cunha pela primeira vez uma teoria da imagem que a modernidade, mais tarde, só fez esquecer. Em parceria com Giorgio Agamben, de quem foi, aliás, assistente, em Veneza, Coccia é também autor do recente e monumental (mais de duas mil páginas) Anjos: Hebraismo, Cristianismo, Islã (Milão, Neripozza, 2009).

Tanto em A transparência das imagens quanto em seu último livro, A vida sensível (2010), editado, em Florianópolis, pela novíssima editora Cultura e Barbárie, em simultâneo com a tradução para o espanhol e antes mesmo da tradução ao francês, pela editora Rivages, Coccia associa a vida das imagens à sorte das ruínas.

A seu ver, a imagem é ruína porque, como já o delata a etimologia de imago, a máscara mortuária em gesso, a imagem é aquilo que resta, aquilo que testemunha uma vida que já passou. Em outras palavras, tudo quanto resta da morte é a possibilidade de a imaginarmos e, portanto, cada coisa vive já, enquanto imagem, um tempo posterior a seu próprio desaparecimento.

A vida póstuma (Nachleben), sobre a qual refletiram, entre outros, Benjamin, Warburg ou, mais contemporaneamente, Didi-Huberman, é a vida das coisas enquanto imagens. Mas, nesse sentido, a imagem, lacônica e rápida, é sempre testemunho de uma vida que existe em estado de ruína ou, se preferirem, imagem é o testemunho e o vestígio de um processo de transformação que ainda vive em nós, como passado absoluto.

Mas aí cabe perguntar-se o que é que, em nós, se torna ruína, se destrói, cada vez que nos tornamos imagens? Pergunta, aliás, que já se colocavam, logo após a guerra, e com diversas perspectivas, Guy Debord, para quem a sociedade é espetáculo, ou Jaques Lacan, para quem o sujeito é uma tela, algo da ordem do informe que é determinado apenas por um espelho, ou antes, pela travessia de um espelho.

Mais até: o sujeito é resto e sua leitura não consiste mais na interpretação da verdade oculta, mas no trabalho com seu resíduo. Jacques-Alain Miller fala mesmo de uma salvação pelos dejetos em vez de uma típica salvação pelos ideais. A resposta, em suma, é que morre, no contemporâneo, a noção de que o homem é uma substância, uma qualidade, e de que a história é uma vivência. Morrem a fenomenologia e o humanismo. São hoje ruínas.

Contudo, se a imagem é sobrevivência, isso quer dizer que a vida das imagens, da qual já falava Focillon ou mesmo Malraux, através de seu museu imaginário, não capta a vivência delas, mas a experiência de as imagens terem sobrevivido à sua dissolução, a seu próprio fim, na medida em que são ruína de si mesmas.

A vida póstuma, diz Coccia, é o nosso próprio ser enquanto imagem, uma vida elevada ao segundo grau, emanada por todos nossos gestos e que atravessa tudo quanto é tocado por nossas imagens, a tal ponto que isso redefine uma filosofia apocalíptica da história. Na detenção absoluta da história, que é o tempo de todas as imagens – toda a memória do mundo, diria Resnais, todas as história(s) do mundo, diria Godard –, o tempo da ruína vive nos interstícios de nossas vidas, nos entretempos e entrelugares das nossas experiências, nos vazios que se abrem ou abandonam entre um ato e outro. Nesse ponto vertiginoso, tudo absolutamente devém ruína, não porque tudo seja automaticamente destruído, mas porque tudo alcança a potência de sobreviver a seu próprio tempo.

Simmel admitia que, em toda ruína, algo do humano, algo da espécie, chega a se constituir enquanto natureza, enquanto species, enquanto imagem. Ou seja, que a vida torna-se natureza, em nós, apenas em nossas imagens, porque a imagem não é semelhança da impressão com relação às coisas já existentes. A imagem, porém, aponta o lugar, que não existe para além do evento, em que cada coisa deixa de assemelhar-se ao modelo. Perdida toda qualidade, a imagem, enquanto Coisa, é ruína da própria impossibilidade de reconhecer-se em si. “Immagine è il senza-somiglianza di ogni cosa”, diz Coccia, ou seja, a imagem é a mais íntima e intransferível dessemelhança que cada coisa guarda para consigo. É distância e diferença, mas não identificação; é separação, mas não alienação.

Nesse ponto do percurso teórico, a teoria das imagens de Coccia torna-se angelologia porque anjo é, segundo a teologia medieval, aquele indivíduo que assume e compendia, recolhe e contempla, em si, toda a matéria possível da espécie. Por outro lado, chamava-se demônio o indivíduo que, incapaz de retê-la, expelia-a e expulsava-a de si. Os anjos eram intermediários entre o alto e o baixo e diluíam a face do singular no universal; os demônios, no entanto, dividiam e distinguiam, impediam o reconhecimento, em cada indivíduo, das marcas e vestígios do humano.

Por isso cada anjo é o lugar em que a ruína reassume uma facies, um rosto, porque o domínio dos anjos – relembremos o Agamben de Nudez – é a poesia, a técnica e a arte. Arthur Omar chamou esse momento de êxtase de conquista do rosto glorioso. Ora, esse é o momento em que o corpo recupera a espessura da semelhança opaca de tantos outros corpos anônimos. Embora cada um de nós seja, infinita e genericamente, substituível, a ruína é sem semelhança, é insubstituível, e, por esse mesmo motivo, Coccia chama de anjo tudo aquilo que, ligando-nos à ruína, nos impede de reaparecer e ressurgir, enquanto imagem, em forma de completude, de tal sorte que a história não passaria de uma luta com o próprio anjo, que é o custódio e guardião de nossa identidade, mas também uma resistência à ruína das coisas e à sua mais perpétua corrupção.

Em um de seus sonetos, Pasolini descreve um anjo que fez uma anunciação “definitiva senza appello”, conclusiva e sem retorno. Mas, logo a seguir, houve um segundo anjo que fez um outro anúncio e deu assim um desvio, uma imagem, à solitária estrela da vida inteira. O homem foi atrás, com a mesma alegria. “Ma pian piano / è alla prima”, ou seja, devagar, imperceptivelmente, o póstumo reabriu a série, recolocou o problema do tempo.

Poderíamos pensar então que o instante apocalíptico, que estava presente na filosofia da história de Walter Benjamin, no encapsulamento da verdade de Derrida, no dia-do-juízo de Agamben, seja, segundo Coccia, o tempo em que cada coisa vive seu destino de imagem. Nesse momento irreversível, só as imagens podem nos guiar (se saída houver) e só elas podem nos salvar (se salvação tivermos). Não por acaso, em ABC das catástrofes, Aníbal Machado dizia que, no estado de ruína, os velhos prédios se convertem à religião.

POR RAÚL ANTELO

* Professor titular de Literatura Brasileira da UFSC, autor de Ausência e Crítica Acéfala

Leia também: Emanuele Coccia é primeiro convidado da UFSC no ciclo Pensamento no Século XXI

Universidade homenageia pesquisadores no ano de seu cinquentenário

15/03/2010 10:30

Criada em 18 de dezembro de 1960, a Universidade Federal de Santa Catarina completa 50 anos como a oitava instituição do Brasil com o maior número de equipes envolvidas na produção do conhecimento científico e tecnológico nacional. São 422 grupos, 1.662 linhas de pesquisa, 2.862 pesquisadores, incluindo professores efetivos, pós-graduandos e estudantes de graduação. Para homenagear esse conjunto de cientistas no ano de seu cinquentenário, a universidade instituiu o prêmio Destaque Pesquisador UFSC 50 Anos.

De março a dezembro, 11 professores, coordenadores de importantes estudos em suas áreas, representantes dos 11 centros da instituição, serão reconhecidos. O primeiro destaque é para Raúl Hector Antelo, professor e pesquisador de literatura brasileira contemporânea do Centro de Comunicação e Expressão. Referência internacional no campo da crítica literária, ele recebe a premiação na próxima sexta-feira, 19 de março, às 10 horas, no auditório do Centro de Comunicação e Expressão.

O segundo premiado será Wagner Figueiredo, professor do Centro de Ciências Físicas e Matemáticas da UFSC, especializado no campo da física da matéria condensada, área que está na base do desenvolvimento da eletrônica, do telefone celular ao computador pessoal.

A organização é da Pró-Reitoria de Pesquisa e Extensão, com apoio da Agência de Comunicação e Centro de Cultura e Eventos da UFSC.

Mais informações sobre o prêmio Destaque Pesquisador UFSC 50 Anos junto à Pró-Reitoria de Pesquisa e Extensão:

Professor Jorge Mário Campagnolo –Diretor de Projetos de Pesquisa

Fone: 3721-9437

E-mail: campagnolo@reitoria.ufsc.br

Professor Ricardo Rüther –Diretor do Núcleo de Apoio e Acompanhamento

Fone: 3721-9846

E-mail: ruther@reitoria.ufsc.br

Núcleo de Estudos de Identidades e Relações Interéticas debate cinema africano

15/03/2010 09:36

Imagem do filme ´A Guerra da Água`

Imagem do filme ´A Guerra da Água`

O Núcleo de Estudos de Identidades e Relações Interéticas (NUER) da UFSC promove esta semana, entre os dias 16 e 18/3, a Mostra de Cinema Africano – Parte I: a obra de Licínio Azevedo. Serão apresentados os filmes ´A Ilha dos Espíritos`, ´Desobediência` e ´A Guerra da Água`. Após as sessões haverá debate com professores.

Licínio Azevedo é cineasta, produtor e escritor. Nascido no Brasil, vive há mais de 20 anos em Moçambique. Em 1975, vinculou-se ao Instituto Nacional de Cinema deste país, tendo acompanhado os realizadores Ruy Guerra e Jean Luc-Godard. Esteve à frente do programa de televisão Canal Zero, do Instituto de Comunicação Social e é um dos fundadores da Ébano Multimedia, destacada realizadora de cinema de Moçambique. Sua primeira longa-metragem é O Tempo dos Leopardos, baseado em seu próprio livro sobre a guerra da independência, ´Relatos do Povo Armado` (1983).

A Mostra acontece no Auditório do CFH e tem entrada franca.

Informações: www.nuer.ufsc.br ou 3721-9890, ramal 21.

Confira a programação:

16/03/2010 – 9h

A Ilha dos Espíritos (63 min.)

Uma pequena ilha, uma grande história. Muito antes de dar nome ao país, durante séculos, a Ilha de Moçambique teve um papel fundamental no Oceano Índico. Para contar a história da ilha, o documentário traz um historiador especializado no assunto e um arqueólogo marítimo que busca tesouros há muito perdidos em naufrágios. O cotidiano de seus habitantes, atividades, hábitos e cultura nos são revelados por inúmeros outros personagens: um pescador que relata as aventuras na sua frágil embarcação; o “porteiro” da ilha que controla quem entra e sai pela ponte que a liga ao continente; uma famosa dançarina e animadora cultural; uma colecionadora de capulanas e jóias antigas e uma conhecedora dos seres mágicos que povoam o imaginário coletivo dos ilhéus.

Debatedores: Silvio Correa (História/UFSC), Lino Perez (Arquitetura/UFSC), Jeque Lopes (Bacharel Arquitetura/UFSC)

17/03/2010 – 18h 30min

Desobediência (92 min.)


Rosa, camponesa moçambicana, é acusada de ter causado o suicídio do marido. Dizem que ela tem um “marido-espírito” que a levava a desobedecer ao marido verdadeiro. Numa carta descoberta durante as cerimônias fúnebres, e que é lida diante de todos os presentes, o suicida determina que os cinco filhos que teve com Rosa sejam

entregues ao seu irmão gêmeo, para não viverem com a mulher que arruinou a sua vida. Para provar a sua inocência, recuperar os filhos e os poucos bens que o casal possuía, Rosa submete-se a dois julgamentos: o primeiro num curandeiro, o segundo num tribunal. Nos dois julgamentos ela é absolvida. Porém, para que um segredo da família seja preservado, Rosa tem que ser inocentada. E os familiares do morto vingam-se dela de uma maneira atroz.

Debatedores: Theóphilos Rifiotis (Antropologia/UFSC), Maximo Canevacci (Visitante PPGAS/UFSC), Alberto Groismann (Antropologia/UFSC)

18/03/2010 – 18h30min

A Guerra da Água (73 min.)


Durante a guerra em Moçambique os combates nas regiões secas aconteciam em volta dos furos de água. Vários deles foram destruídos para não caírem nas mãos do inimigo. Hoje, nos meses de estiagem, quando a água da chuva armazenada nas cisternas familiares acaba, a população começa uma nova guerra…

Debatedores: Alexandre Busko Valim (História/UFSC), Carmen Rial (Antropologia/UFSC)

Pesquisador James Green ministra aula inaugural na UFSC nesta segunda

15/03/2010 09:27

Convidado pelos Programas de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas e História da Universidade Federal de Santa Catarina, o professor James Naylor Green ministrará duas palestras para a comunidade universitária nesta segunda-feira, dia 15 de março.

Professor de História Latino-Americana na Brown University (Providence/Rhode Island, Estados Unidos) é autor de diversas obras sobre o Brasil, especialmente no período da ditadura militar.

Sua primeira palestra será às 14h, intitulada “Quem é o Machão que quer me matar?” abordará narrativas sobre supostos processos de justiçamento revolucionário contra homossexuais em organizações da guerrilha brasileira nos anos 1960 e 1970.

Sua segunda palestra, às 17h, será sobre temas do seu livro “Apesar de vocês: a oposição à ditadura militar nos EUA – 1964-85”, que trata dos movimentos de oposição à ditadura militar brasileira nos Estados Unidos, que tiveram sede principalmente na capital norte-americana, Washington DC.

James Green é doutor em História da América Latina pela Universidade da Califórnia. Realizou diversas viagens por países latino-americanos e morou no Brasil entre 1976 e 1982. Nesse período, colaborou para o surgimento do movimento de defesa dos direitos homossexuais, e foi um dos fundadores do grupo Somos.

De 2005 a 2008, dirigiu o Centro de Estudos Latino-Americanos e Caribenhos da Brown University. Foi ainda presidente da Associação de Estudos Brasileiros, que reúne pesquisadores dos Estados Unidos e do Brasil. Atualmente, preside o New England Council on Latin American Studies (Neclas).

É especialista em estudos da homocultura brasileira, tendo escrito vários artigos e livros. O mais conhecido – Além do Carnaval: a homossexualidade masculina no Brasil do século XX – recebeu três prêmios: o Hubert Herring do Conselho de Estudos Latino-Americano na Costa do Pacífico (1999), de Literatura Lambda da Fundação Paul Monette-Roger Horwitz (2000) e o Prêmio Literário de Cidadania em Respeito à Diversidade em São Paulo (2001).

Programa:

15/3 – 14h

Aula Inaugural – Auditório do CFH

15/3 – 17h

Apresentação “Apesar de Vocês” e Lançamento de Livros: Auditório e Hall do CFH

16/3 – 14h

Conversa com Pesquisadores:

Informações: Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas (PPGICH)

Fone: (48) 3721-9405

E-mail: dich@cfh.ufsc.br

Programa de Pós-Graduação em História (PPGH)

Fone: (48) 3721-9359

E-mail: pghst@cfh.ufsc.br

Imprensa:

Professora Cristina Scheibe Wolff (coordenadora PPGH) –

cristiwolff@gmail.com – (48) 8405-1706

Especial pesquisa: Estudo traça perfil de jogadores brasileiros que foram para grandes times de outros países

15/03/2010 09:12

A pesquisadora e seus entrevistados

A pesquisadora e seus entrevistados

A grande maioria dos jogadores de futebol brasileiros que vão trabalhar no exterior são caçulas. Raros são os primogênitos. Muitos tiveram irmãos mais velhos que também desejavam jogar futebol, mas precisaram abandonar esse projeto para contribuir com a economia da família.

Menos frequente do que o “caçulismo”, mas também recorrente entre os jogadores brasileiros de clubes globais é a origem em famílias com a ausência do pai  e mãe vivendo com os avós maternos. São jovens com origem nas chamadas camadas sociais subalternas e a maioria “cruza fronteiras geográficas sem ingressar em países, pois suas fronteiras são os clubes”.

Os dados fazem parte de uma pesquisa desenvolvida pela professora Carmen Rial, do Departamento de Antropologia da UFSC. O estudo aconteceu no período de 2003 a 2009, com cerca de 40 jogadores brasileiros de futebol que viviam ou haviam morado e exercido sua profissão no exterior.

“Concentrei o levantamento na cidade de Sevilha, na Espanha, onde morei quatro meses, com intervalo de um ano, e em Eindhoven, na Holanda, onde estive em três oportunidades, com intervalo de dois anos. Também conversei com muitos familiares, amigos, empresários, técnicos e secretários, realizei entrevistas, assisti a treinos e a jogos, visitei seus restaurantes preferidos e algumas de suas casas no Canadá (Toronto), Holanda (Almelo, Groningen, Alkmaar, Roterdã, Amsterdã), Japão (Tóquio), na Grécia (Atenas), na India (New Dehli), na Tailandia (Bangkok), no Marrocos (Marraqueche) e também no Brasil (Fortaleza, Salvador, Belém)”, conta Carmen.

Foram ainda realizadas longas conversas telefônicas com jogadores e seus familiares na França (Lyon, Le Mans, Nancy, Lille), Mônaco e Bélgica (Charleroi). O objetivo do estudo foi “traçar um perfil desses emigrantes especiais, através do escrutínio de dimensões que marcam seus estilos de vida”, explica Carmen, orientadora de dissertações e teses que têm como objeto de análise o futebol e vêm sendo desenvolvidas a partir do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da UFSC.

Caçulismo

De acordo com Carmen, a concentração de caçulas entre os jogadores entrevistados mostra que, na repartição familiar das atividades, estes foram beneficiados com a possibilidade de realizar o projeto mais desejado entre os jovens de camadas subalternas no Brasil: o de se tornarem jogadores de futebol profissional.

Para a pesquisadora, o “caçulismo” corrobora a idéia de que a carreira de jogador de futebol é um projeto familiar, no qual é necessário algum excedente econômico para propiciar a liberação de um integrante do trabalho remunerado.

Segundo ela, jogar futebol no Brasil não é ocupação da parcela social considerada miserável, pois o esporte demanda um mínimo necessário para um jovem se profissionalizar (chuteiras, contatos com os clubes, passagens de ônibus, dispensa do trabalho). Também não é ocupação das camadas sociais dominantes, cujos projetos de continuação da reprodução social do capital prevêem que os herdeiros, preferencialmente os filhos homens, assumam a liderança dos negócios.

Futebol é um projeto possível para uma larga faixa da população brasileira, a das camadas subalternas, que vai dos pobres até as camadas médias baixas – cerca de 90% dos entrevistados. “Foi nesta faixa que encontrei a maioria dos meus interlocutores, com uma origem social de pais operários do ABC: trabalhadores rurais, serralheiros, carpinteiros, funileiros, vendedores ambulantes, empregadas domésticas, sacoleiras, marinheiros. As histórias que ouvi têm muitos pontos em comum, são histórias de vida de famílias que, como reconhecem, não passavam fome, mas passavam necessidade.”, descreve Carmen.

Exílio voluntário

No mercado restrito e controlado do futebol global, em que as nacionalizações são exigências legais e o jogador precisa conviver com diversas dificuldades provocadas pela distância do Brasil, a pesquisa traça o perfil de um emigrante que mesmo com a obtenção da cidadania legal continua sendo visto e percebendo-se como estrangeiro. “Adquirir a nacionalidade do país de acolhida nem de longe significa adquirir sentimentos nacionalistas em relação a esse país ou uma identidade outra que a brasileira. A brasilidade permanece como única identidade de pertencimento étnico”, avalia a jornalista e antropóloga, doutora em Antropologia e Sociologia pela Universidade de Paris.

Sua vivência com os jogadores mostra que o Brasil é permanente no estilo de vida dos “jogadores globais”. Na circulação entre os espaços mais frequentados nos seus cotidianos – a casa, o automóvel, o estádio, o restaurante, a Igreja Evangélica – o contato com o país de origem é constante. “Todas as vezes que entrei em um automóvel de jogador, os CDs que foram tocados eram de músicas brasileiras. A televisão que assistem diária e intensamente é a Globo Internacional, retransmissora dos canais Globo, SBT e Record. Mesmo distantes acompanham as noticias do Jornal Nacional e principalmente as novelas das oito e o programa de Sílvio Santos”, conta Carmen.

A televisão, os DVDs e as fitas cassetes com música brasileira, a Internet, trazem os jogadores imaginariamente e diariamente ao Brasil. “Ou se preferirem, os mantêm no Brasil”, complementa a pesquisadora. Seu estudo comprova que o círculo das mercadorias que consomem reafirma permanentemente a identidade nacional. “O local (Sevilha, Lille, Eindhoven, Le Mans, Marselha, Bruxelas, Alkmar, Tóquio, Toronto, Almelo…) parece contar pouco para esses sujeitos, pois ainda que possam adquirir imóveis, ter filhos, vivem permanentemente com a possibilidade de mudar-se para outro clube, em outra cidade, em outro país.”

Com relação a esta movimentação, o levantamento revela que o retorno para o Brasil, durante ou ao final da carreira, tem sido a regra e, para Carmen, esse fato reafirma a tese de que essa emigração trata-se de fato de uma circulação. Um “rodar” que entre os jogadores tem significado de experiência e de valorização profissional.

Porém, viajar entre fronteiras não significa necessariamente que conheçam os países que visitam. A rotina de viagens é prevista pelo clube e altamente controlada, com pouca margem de tempo para que os jogadores se desloquem nas cidades para conhecer os locais onde estão.

Na avaliação da pesquisadora, os jogadores entrevistados fornecem um exemplo empírico extremo do viver entre fronteiras. Apesar de sua presença física em outro país, continuam vivendo no Brasil, tanto no plano da imaginação quanto no econômico, pois no Brasil mantêm casas, sítios, carros, contas bancárias, investimentos múltiplos e sustentam familiares. “Nesse sentido, são transmigrantes”, denomina Carmen. Mesmo depois de nacionalizados, destaca, eles continuam a se ver como brasileiros e a pensar o futuro como sendo o Brasil. “São cidadãos europeus de direito, sem terem deixado de sentirem e serem percebidos como estrangeiros”.

A Espanha, a França, a Holanda, a Coréia, o Japão ou qualquer outro lugar em que a sua mobilidade no sistema futebolístico os leve a “rodar”, é apenas uma passagem, algo que se faz como um trabalho, com sacrifício, para receber a recompensa de prestigio profissional e financeira. “Vivem um exílio voluntário, com a dor que esse termo encerra”, descreve a pesquisadora em artigo que foi apresentado em Lisboa, no colóquio Sport and Migration. O material está acessível em português na internet: Rodar: a circulação dos jogadores de futebol brasileiros no exterior

Mais informações: Carmen Rial / carmensilviarial@gmail.com

Por Arley Reis / Jornalista da Agecom

Saiba Mais

– A maioria dos jogadores entrevistados tinha apenas o primário, cerca de 10% conseguiram terminar o secundário, um havia sido aprovado no exame vestibular (tendo abandonado a faculdade quando se mudou para o exterior) e apenas um formou-se em curso superior.

– Três entre suas esposas concluíram o terceiro grau, mas há uma tendência de que apresentem uma escolaridade maior do que a dos jogadores.

– Todos demonstraram estar conscientes de que a ascensão econômica em suas vidas só foi possível graças ao futebol – atribuem a uma prerrogativa divina o fato de terem ascendido, como se tivessem sido escolhidos: “Tudo o que sou, devo a Deus”, “Deus quis assim”, “Graças ao Senhor” são frases que pontuam suas falas.

– Praticamente todos os entrevistados empregaram o primeiro dinheiro que receberam para adquirir uma casa para a mãe, ou para fazer uma reforma, quando ela não deseja deixar a vizinhança onde mora, realizando um sonho e devolvendo um pouco do que dizem ter recebido.

– Os altos salários recebidos pelos jogadores na Europa e no Japão não se refletem em consumos ostentatórios de sua parte, como parte da imprensa leva a crer. De fato, seus hábitos de consumo aproximam-se mais os de uma camada média alta do que de milionários que são – não transitam em aviões particulares, não possuem iates ou submarinos, não passam as férias em ilhas particulares, não freqüentam restaurantes de luxo.

– Os que estão em clubes-globais moram em casas espaçosas localizadas em bairros nobres, geralmente os que concentram grande número de jogadores de futebol, porém não há na decoração das casas nenhuma grande extravagância. Continuam a vestir-se como os jovens de sua idade (com tênis, jeans e camisetas, ainda que essas sejam de marcas caras), a comer em casa ou em restaurantes que sirvam uma comida próxima da brasileira, a terem como diversão as salas de bate-papo da Internet (onde se relacionam com familiares, amigos e outros jogadores de futebol), os CDs e DVDs de músicas brasileiras, a TV Globo Internacional, os jogos eletrônicos (especialmente o Playstation da Fifa, disponível também em qualquer lan-house no Brasil).

Vestibular UFSC/2010: DAE divulga a 3ª chamada de calouros

14/03/2010 10:09

O Departamento de Administração Escolar (DAE) divulgou o Edital nº 10 referente à terceira chamada do Concurso Vestibular 2010.

Os candidatos habilitados devem efetivar matrícula de 15 a 18 de março no campus correspondente à classificação do aluno. No campus de Florianópolis as matrículas devem ser efetivadas no DAE, das 10h às 12h e das 14h às 19h.

Mais informações: (48) 3721- 6553, 3721- 9331, 3721-9391 e 3721-6554.