Dissertação analisa abordagem da mídia sobre a prática do sexo sem camisinha

02/08/2010 15:43

Observar detalhadamente os discursos sobre a prática do Bareback sex na mídia brasileira e na internet foi o tema da dissertação de mestrado em Psicologia (UFSC), de Paulo Sérgio Rodrigues de Paula. O trabalho agora ganhou novo formato e será lançado no dia 25/8, às 19h, no Centro de Cultura e Eventos da UFSC, durante o Congresso Internacional Fazendo Gênero 9, que acontece de 23 a 26 de agosto.

O livro ´Barebacking sex: a roleta russa da AIDS?`, editado pela Multifoco (RJ), aborda a prática que surgiu nos Estados Unidos como um movimento que pregava a liberdade e também como forma de pressionar autoridades para a busca de uma vacina. O autor explica que sua preocupação “não foi julgar a prática como certa ou errada, ou buscar os porquês de se praticar sexo sem camisinha, e sim analisar como se dão as discursividades sobre o Bareback sex no Brasil”.

Paulo afirma que ainda não há consenso de quem seriam os adeptos do Bareback sex, os barebackres: “Há vários grupos que caracterizam a prática, como por exemplo os bug chaser, ou ´caçadores do erro`, que são os que desejam se infectar com o vírus HIV. Para mim, barebackers são aqueles que mantêm relações sem preservativos entre pessoas completamente desconhecidas e sem nenhum tipo de vínculo afetivo”. Mas diante de relações estáveis em que a parceira toma pílula e o companheiro não utiliza camisinha, ou entre pessoas com mais de 50 anos que iniciaram suas vidas sexuais numa época quem que o preservativo não era difundido, o autor considera que ainda cabe a pergunta: “Afinal, que é ou não barebacker?”.

O estudo aponta que a abordagem da mídia tem sido estereotipada. “Predominam os discursos bio-médicos prevencionistas, em que os meios de comunicação, de modo muitas vezes sensacionalista, cumprem o papel de trazer o tema ao grande público. Entretanto, quando o assunto é o sujeito que pratica bareback, existe uma prevalência em caracterizá-lo via discursos patologizantes, como alguém anormal, portador de distúrbios neuro/psicológico/psiquiátricos; ou criminalizadores, que acabam contribuindo para a manutenção de estigmas que há séculos acompanham os indivíduos homossexuais. Nessas discursividades, o homossexual adepto de barebacking é considerado um pré-doente, já que nesta prática, considerada de alto risco, a possibilidade de infecção pelo HIV é tida como certa, transformando seus praticantes em pessoas irresponsáveis ou criminosas, passíveis de diagnósticos, qualificações e intervenções advindas dos discursos da verdade”.

A professora Mara Coelho de Souza Lago, do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFSC, entende que a obra de Paulo como “uma pesquisa corajosa e relevante na área dos estudos de gênero e sexualidade. Como feminista preocupada com todas as formas de discriminações, considero importante ter participado da orientação de seu trabalho, na medida em que se constitui como uma contribuição acadêmica para a reflexão e complexificação de discursos sobre sujeitos e as práticas sociais”.

O autor:

Paulo Sérgio Rodrigues de Paula é mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), especialista em Sexualidade Humana pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), graduado em Psicologia (Formação de Psicólogo, Licenciatura, Bacharel) pela Universidade Estadual Paulista (UNESP); equivalência em Psicologia pela Universidade de Coimbra (UC)/Portugal (2003). Pesquisador junto ao Núcleo Modos de vida, família e relações de gênero (Margens) e do Núcleo de pesquisa em constituição do sujeito, práticas sociais, relações estéticas e processos de criação (Nupra), ambos na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Lançamentos

18 de agosto
. Bienal Internacional do livro de São Paulo. Anhembi – São Paulo/SP.

25 de agosto, às 19h. Sessão de Lançamentos do Congresso Internacional Fazendo Gênero 9, Hall do Centro de Eventos da UFSC/ Florianópolis – SC.

30 de agosto. Universidade Federal da Bahia/UFBA .Rua Barão de Geremoabo s/nº Campus de Ondina. Salvador-BA.

01 de setembro. 6º Seminário Nacional “Homens e masculinidades: práticas de intimidade e políticas públicas”. Recife Praia Hotel Av. Boa Viagem, nº 09, Recife – PE.

Mais informações com o autor: 9169-8451 ou sergiorodrhigues@gmail.com.

Alunas do projeto “Reabilitar” visitam a Rede Sarah em Brasília

02/08/2010 15:13

Alunas e professoras do projeto Reabilitar em Brasília

Alunas e professoras do projeto Reabilitar em Brasília

Em meados de julho, as professoras Albertina Bonetti e Soraia Dornelles Schoeller, coordenadoras do Projeto de Pesquisa e Extensão “Reabilitar”, juntamente com doze alunos do Curso de Graduação de Enfermagem saíram de Florianópolis, em um ônibus fretado pela UFSC, para uma visita técnica na Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação, localizada em Brasília.

O projeto de Pesquisa e Extensão Reabilitar objetiva compreender o viver de pessoas com deficiência física e a percepção dos profissionais sobre esta condição, possibilitando a construção de modelos de cuidado no âmbito hospitalar, comunitário e em grupos específicos.

No período da visita os estudantes e professoras tiveram contato com profissionais das mais diversas áreas e realizaram várias atividades: conhecimento – das instalações físicas do hospital; do Programa de Neurorreabilitação em Lesão Medular; do Programa de Reabilitação em Ortopedia e Neurocirurgia; do Programa de Reabilitação Neurológica; do Programa de Pediatria. Além disso, participaram das principais atividades desenvolvidas pelos profissionais de Enfermagem e de Educação Física.

A experiência foi valiosa no processo de contribuição dos estudos e trabalhos de investigação no desenvolvimento do Projeto de Pesquisa Reabilitar, oportunizando conhecer de perto como os profissionais da área da saúde trabalham no processo de reabilitação das pessoas com lesão medular, problemas ortopédicos e neurológicos. Também proporcionou a troca de experiências com estudiosos e investigadores de diversas áreas de conhecimento, ampliou o universo de amizades, enfim, uma experiência de vida inestimável.

Fonte: Professora Albertina Bonetti/alberbonetti@yahoo.com.br

UFSC permanece como primeira entre as federais brasileiras em ranking mundial

02/08/2010 13:17

Em sua mais recente pesquisa, divulgada no mês de julho, desta vez com avaliação de 12 mil instituições, o Ranking Mundial de Universidades na Web (Webometrics) novamente traz a UFSC como primeira universidade federal entre as instituições brasileiras (377ª posição geral). A primeira instituição brasileira no ranking mundial é a USP (122ª colocação) e a segunda colocada é a Unicamp (239º lugar).

As três primeiras colocadas são a Harvard University, o Massachusetts Institute of Technology e a Stanford University, todas instituições norte-americanas (que marcam posição no ranking até a 21ª colocação). A primeira universidade europeia no levantamento é Cambridge, localizada na Inglaterra.

A pesquisa traz classificações por país e a top brasileira é a Universidade de São Paulo, seguida pela Universidade Estadual de Campinas e Universidade Federal de Santa Catarina. Entre as Top 200 no Ranking Latino-Americano, a Universidade Federal de Santa Catarina está classificada na sexta posição. A melhor nesta análise é a Universidade Nacional Autônoma do México.

O Webometrics é uma pesquisa realizada desde 2004 pelo Cybermetrics Lab, um grupo de pesquisa pertencente ao Conselho Superior de Investigações Científicas, ligado ao Ministério da Educação da Espanha. É publicada duas vezes por ano – janeiro e julho. O instituto monta o ranking a partir da análise das publicações eletrônicas nos sites das universidades. Para os organizadores, a presença de uma instituição de ensino e pesquisa na internet é um indicativo de sua excelência e de seu comprometimento com a disseminação do saber.

“Cabe ressaltar que os classificadores ou rankings utilizam diferentes bases de dados e critérios. Por esse motivo, a importância da classificação deve ser sempre contextualizada. O fato da UFSC ocupar o terceiro lugar no Webometrics reflete a divulgação da pesquisa e das atividades de pós-graduação aqui desenvolvidas, e que têm sido, sem dúvida alguma, de excelente nível”, avalia a pró-reitora de Pesquisa e Extensão da UFSC, professora Débora Peres Menezes.

Ela lembra que, em geral, classificações desse tipo geram polêmica e, às vezes, desconforto. “Mas são um excelente mecanismo de feedback da atuação das instituições em certas áreas”, complementa. Em sua opinião, a divulgação da UFSC como terceira colocada traz diferentes benefícios. “Ajuda a atrair excelentes alunos, impulsiona a instituição a continuar a fazer pesquisa de qualidade e a formar recursos humanos com potencial diferenciado, dando sequência a um ciclo virtuoso com o qual pesquisadores e estudantes têm muito a ganhar”.

Mais informações na UFSC:

– Professora Débora Peres Menezes / Pró-Reitora de Pesquisa e Extensão / Fone: (48) 3721-9716 / E-mail: debora@reitoria.ufsc.br

Por Arley Reis / Jornalista da Agecom

Top 12.000 Universities

10 primeiras colocadas:

1 – Harvard University

2 – Massachusetts Institute of Technology

3 – Stanford University

4 – University of California Berkeley

5 – Cornell University

6 – University of Michigan

7 – University of Minnesota

8 – University of Washington

9 – University of Wisconsin Madison

10 – University of Texas Austin

Dados Webometrics:

Ranking de universidades do Brasil, julho 2010

10 primeiras colocadas:

122 – Universidade de São Paulo

239 – Universidade Estadual de Campinas

377 – Universidade Federal de Santa Catarina

386 – Universidade Federal do Rio de Janeiro

470 – Universidade Federal de Minas Gerais

544 – Universidade Federal do Rio Grande do Sul

545 – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

573 – Universidade Federal Fluminense

638 – Universidade Federal do Rio Grande do Norte

678 – Universidade Federal do Paraná

Top 200 no Ranking Latino-Americano

10 primeiras colocadas

70 – Universidad Nacional Autônoma de México

122 – Universidade de São Paulo

99 – Universidad de Chile

239 – Universidade Estadual de Campinas

274 – Universidad de Buenos Aires

377 – Universidade Federal de Santa Catarina

386 – Universidade Federal do Rio de Janeiro

460 – Tecnológico de Monterrey

470 – Universidade Federal de Minas Gerais

521 – Universidad Nacional de Colombia

Exposição que marca 260 anos da imigração açoriana será aberta nesta terça-feira

02/08/2010 12:15

As belezas naturais das ilhas do Pico, São Jorge, Terceira, Graciosa, Faial, São Miguel e Corvo, todas pertencentes ao Arquipélago dos Açores, estarão em exposição, a partir desta terça, 03/08, na Casa de Cultura de São José. Além das paisagens, as 17 imagens, clicadas por Joi Cletison também trazem arquitetura, festas populares e costumes tradicionais da cultura açoriana, que 2010 completa 260 anos em Santa Catarina.

Joi Cletison é diretor do Núcleo de Estudos Açorianos (NEA) da UFSC e atua como fotógrafo há mais de 25 anos. Tem dezenas de exposições realizadas no Brasil e no exterior. “Mostraremos um pouco do Arquipélago dos Açores para os muitos descendentes de açorianos que residem em Santa Catarina”, explica Joi.

A proposta da exposição é percorrer as diversas cidades do litoral do nosso Estado que foram povoadas por emigrantes açorianos e ainda mantêm os vários costumes e tradições que herdaram dos seus antepassados.

Mais Informações: (48) 3247.9096 ou (48) 3721-8605 ou joi@nea.ufsc.br

Fotografias para divulgação: http://www.nea.ufsc.br/fotos_joi_cletison_acores.zip

Serviço:

Local: Casa da Cultura de São José

Rua Gaspar Neves, 3175 – Centro histórico de São José

Abertura: 03/08//2010 às 19 horas

Período: 04 a 31 de agosto de 2010.

Promoção: Prefeitura São José e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Apoio Cultural: Governo Autônomo dos Açores

Realização: Núcleo de Estudos Açorianos e Casa da Cultura de São José

Texto de apresentação da exposição:

“A proposta desta exposição é viajar pelo Arquipélago dos Açores através da visão panorâmica e fotográfica de Joi Cletison. Usando o seu afinado e seleto olhar ele nos apresenta aspectos dos Açores e dos açorianos, desde a paisagem, o cotidiano, a arquitetura, as tradições, a brincadeira com o touro, a religiosidade, o culto ao Divino Espírito Santo, em momentos que ficam cristalizados nestas fotografias.

O Arquipélago dos Açores é composto por nove ilhas de formação vulcânica (Santa Maria, São Miguel, Terceira, Faial, Pico, São Jorge, Flores, Graciosa e Corvo) e está localizado no Atlântico Norte, a uma distância aproximada de 1.600 km do continente europeu.

Conhecendo um pouco das Ilhas Atlânticas, certamente nos reconheceremos açorianos no nosso litoral catarinense e na nossa Ilha de Santa Catarina”.

Francisco do Vale Pereira

Historiador/NEA/UFSC

Opinião: O primeiro ano do Campus da UFSC em Joinville

02/08/2010 11:52

A UFSC optou por implantar no Norte do Estado de Santa Catarina um novo campus de ensino superior, com foco na área da Engenharia da Mobilidade. Em face da logística de implantação, optou-se por iniciar as atividades no campus da Univille, com 200 alunos. Ainda em 2009 foi feito o vestibular unificado para os quatro campi da UFSC, selecionando 400 alunos para o campus de Joinville. Assim, neste ano de 2010, recebemos 200 alunos em março e mais 200 em agosto, totalizando 600 estudantes.

Além disso, contratamos oito servidores técnicos e administrativos, todos com curso superior. Fizemos dois concursos para professores, sendo selecionados 22 professores doutores entre os mais de 140 candidatos que se inscreveram nas duas seleções realizadas. Contratamos também um professor sênior, vindo do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). Hoje, temos uma força de trabalho docente de 25 professores, com formação de doutorado, sendo que a grande maioria com experiência em estágio de pós-doutorado.

Os estudantes que optam pelo Centro de Engenharia da Mobilidade têm como alternativas de diplomação o Bacharelado em Tecnologia Veicular ou de Transporte, se cumpridas as disciplinas dos três primeiros anos do curso, e formar-se Engenheiro, se completada toda a formação prevista no final de cinco.

Diante da diversidade de assuntos abordados no Centro de Engenharia da Mobilidade (CEM) e a possibilidade da formação no bacharelado e na Engenharia, o Planejamento Político Pedagógico foi organizado em três grandes ciclos. O primeiro, que corresponde aos dois primeiros anos, compreende conteúdos básicos para a formação de Engenharia.

O segundo ciclo, que corresponde ao terceiro ano, destina-se ao estudo de dois grandes eixos de formação profissional requeridas para o bacharelado nas áreas veicular e de transporte. O terceiro ciclo compreende o quarto e quinto anos e se destina à formação específica de cada uma das sete áreas de concentração da Engenharia: naval e oceânica, aeronáutica e espacial, automobilística, ferroviária e metroviária, mecatrônica, tráfego e logística e infra-estrutura de transporte.

Como dizia o professor Zeferino Vaz, primeiro Reitor da Unicamp, uma universidade se faz com três elementos básicos: cérebro, cérebro e cérebro. Pensamos que neste sentido conseguimos dar uma boa partida neste processo de implantação do campus (ou dos campi), em nível do corpo discente, docente e administrativo. Entendemos que falta ainda consolidar um espaço de trabalho dotado de condições adequadas para as atividades de ensino, pesquisa e extensão no campus de Joinville.

A UFSC tem sido intensa e incansável para superar as barreiras que se apresentaram para implantar as obras em Joinville, em face dos problemas ocorridos com o planejamento inicial do campus. Estamos numa luta conjunta com a sociedade via informações transmitidas para a imprensa, e com os órgãos municipais e estaduais para transformar em realidade o sonho de todos que querem o campus da UFSC na região Norte do Estado de Santa Catarina.

A direção do Campus da UFSC em Joinville

‘Motor elétrico, você não vive sem ele’ é destaque na TV UFSC

02/08/2010 11:21

Na quarta-feira, 4/8, às 20h, a TV UFSC estreia ‘O Médico e o Monstro’, na Sessão Cinema. Baseada no livro de R. L. Stevenson, a produção de 1931 foi dirigida por Rouben Mamoulian. Interpretando Dr. Henry Jekyll e Sr. Hyde, Fredric March ganhou o Oscar de melhor ator em 1932.

Na quinta-feira, ‘Motor elétrico, você não vive sem ele’ tem espaço no Primeiro Plano. A reportagem de Clarissa Borba vai ao ar às 20h30min, logo após o UFSC Entrevista, que às 20h traz conversas com professores, funcionários, estudantes e outros integrantes da

comunidade universitária.

Às 21h de sexta-feira a TV UFSC exibe o Justiça do Trabalho na TV, programa produzido pelo Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina. Domingo é dia de Entre Imagens inédito. O programa traz a segunda parte da entrevista com o cineasta Júlio Bressane e vai ao ar às 20h.

Quem perdeu a primeira parte do especial pode assistir às

reapresentações da semana. Grade de programação e mais informações sobre as atrações do canal 15 da NET estão em www.tv.ufsc.br.

Por Tadeu Sposito / Bolsista de Jornalismo da TV UFSC

UFSC colabora com pesquisa sobre saúde bucal no país

02/08/2010 10:41

Fotos: Saúde Bucal-Brasil 2010

Fotos: Saúde Bucal-Brasil 2010

Por meio de seu Departamento de Saúde Pública, que sedia o Centro Colaborador de Vigilância à Saúde Bucal, a UFSC coordena em Santa Catarina e Rio Grande do Sul o Saúde Bucal-Brasil 2010. O trabalho tem como objetivo a construção de uma base de dados permanente com indicadores de saúde bucal dos brasileiros.

“Exames e entrevistas são realizados em domicílios sorteados e a participação de todos é fundamental para garantir a representatividade da amostra”, explica a professora do Departamento de Saúde Pública da UFSC, Karen Glazer Peres, que coordena o estudo nos dois estados. A meta é avaliar a prevalência e a gravidade dos principais problemas bucais, fatores relacionados à situação socioeconômica, uso de serviços odontológicos e percepção de saúde.

O levantamento é realizado pelo Ministério da Saúde e conta com a participação das secretarias estaduais e municipais de saúde, entidades odontológicas, universidades e institutos de pesquisa, articulados pela Coordenação Nacional de Saúde Bucal, por intermédio do seu Comitê Técnico Assessor para Vigilância em Saúde Bucal e dos Centros Colaboradores em Vigilância em Saúde Bucal.

Trata-se de pesquisa de base nacional, com representatividade para as capitais de todos os estados e distrito federal e para as cinco regiões administrativas (Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste).

Será realizada com uma amostra de cerca de 50 mil pessoas, em 177 municípios. Em Santa Catarina são oito cidades contempladas: José do Cedro, Rio das Antas, São Joaquim, Tubarão, Laguna, Itajaí, Blumenau e Florianópolis). Com os resultados será possível acompanhar a evolução das condições de saúde bucal do brasileiro, partir de comparação com estudos dde 1980, 1990 e de 2003.

Mais informações na UFSC com Karen Glazer Peres, fone (48) 3721-9388, e-mail: karengp@ccs.ufsc.br.

Leia outras matérias de pesquisa:

– Técnica pioneira testada na UFSC “silencia” vírus da mancha branca que afeta os camarões

– Tese gera fundamentos para regulamentação do uso da bracatinga, espécie nativa da Mata Atlântica

– Tese comprova potencial do “asfalto de borracha”

– Método de controle da gordura trans desenvolvido na UFSC é premiado

– Projeto do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos valoriza derivados da abóbora

– Estudo traça perfil de jogadores brasileiros que foram para grandes times de outros países

– Tese mostra que fazendas produtoras de madeira de reflorestamento podem colaborar com recomposição da fauna e flora

– UFSC constrói centro avançado de petróleo, gás e energia no Sapiens Parque

– Estudo sobre trabalho doméstico recebe menção honrosa no Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero

– UFSC amplia estrutura laboratorial para monitoramento de ambientes aquáticos

Instituto de Engenharia Biomédica inicia capacitação no dia 5 de agosto

02/08/2010 09:53

O Instituto de Engenharia Biomédica da UFSC realiza nos dias 5, 6 e 7 de agosto, no Centro Tecnológico, o seu III Minicurso de Engenharia Biomédica na Prática. As inscrições já foram encerradas.

A capacitação abordará os tópicos captura e processamento de biossinais; sistemas especialistas para a área da saúde; equipamentos

médicos: funcionalidade e padrões de qualidade; redes neurais e sistemas biomédicos. Será voltada a alunos de graduação dos cursos de Engenharias e Ciências da Computação.

A Engenharia Biomédica se propõe a aprimorar processos e a minimizar problemas presentes nas Ciências da Saúde, visando à melhoria da qualidade de vida da população por meio da interligação de áreas como Engenharia, Computação, Física e Medicina.

O IEB-UFSC atua em quatro campos: Bioengenharia, Engenharia Clínica, Informática Médica e Instrumentação Biomédica. Todas serão contempladas no minicurso pelos mestrandos e doutorandos do Instituto, ligados ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica.

As aulas serão ministradas entre 8h e 12h, e das 14h às 18h, nas salas do Laboratório de Ensino em Engenharia Biomédica (LEEB), localizado no 2° andar do CTC.

Mais informações no site www.ieb.ufsc.br, minicurso2010@ieb.ufsc.br ou 3721-8750.

Florianópolis, Criciúma e Lages sediam 1º Ciclo Catarinense de Gestão e Tecnologia

02/08/2010 09:35

´A inovação como estratégia para a construção de marcas no contexto da gestão do conhecimento` é tema do 1º Ciclo Catarinense de Gestão e Tecnologia, evento que será realizado de 10 a 12 de agosto. O ciclo acontece em Florianópolis, Criciúma e Lages.

O encontro terá como palestrante o professor Roberto Panzarani, docente de ‘Processos de Inovação nas Organizações’ na Faculdade de Psicologia da Università La Sapienza, em Roma. Panzarani é especialista em Business Innovation e atualmente dedica-se ao desenvolvimento de programas de formação gerencial para o top management das principais empresas italianas.

Entre suas obras mais recentes são ´Innovazione e Business Collaboration nell`era della globalizzazione`, editora Palinsesto, Roma, 2009; ´L`innovazione a colori: una mappa per la globalizzazione`, Luiss University Press, Roma, 2008 e ´Il viaggio delle idee. Per una governance dell`innovazione`, editora Franco Angeli, Milano 2005. O último livro foi traduzido para o português com o título ´A Viagem das Idéias`, Editora Gente, 2006.

Em Florianópolis, o palestrante ministra conferência no dia 10 de agosto, a partir de 13h30min, no Auditório João Ernesto E. Castro, Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas do Centro Tecnológico da UFSC.

No dia 11 de agosto Panzarani estará em Criciúma, a partir de 19h, em local a definir, e no dia 12 a programação será realizada em Lages, também a partir de 19h, na Chácara Rochedo (BR 116 – Km 248).

O ciclo é uma realização da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento (SBGC) em parceria com a UFSC, Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento e Associação Comercial e Industrial de Lages. Tem apoio da SBT Santa Catarina.

Mais informações sobre o palestrante: Programas de Pós-Graduação: www.robertopanzarani.com

Programação:

Florianópolis: dia 10/08/2010, às 13h30min, no Auditório João Ernesto E. Castro – EPS/UFSC.

Abertura: Prof. Neri dos Santos – Chefe do Departamento de Engenharia do Conhecimento – UFSC.

Apresentação institucional da SBGC e do KM Brasil 2010 (9º Congresso Brasileiro de Gestão do Conhecimento) que irá se realizar em Gramado, RS, de 3 a 5/11/2010.

Criciúma: dia 11/08/2010, às 19h, local a definir.

Abertura: Prof. Dr. Richard Perassi – Docente do Programa de Pós-graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento – UFSC.

Posse da nova diretoria do Núcleo de Criciúma da SBGC

Lages: dia 12/08/2010, às 19h, na Chácara Rochedo (BR 116 – Km 248).

Abertura: Prof. Jerônimo Lima – Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento – SBGC.

Instalação do Núcleo da Serra Catarinense da SBGC

Comissão Organizadora:

Prof. Richard Perassi, Dr.

Prof. Neri dos Santos, Dr.

Prof. Tarcísio Vanzin.

Thiago Meneghel.

Roberto Amaral.

Especial SBPC: Antes de gastar e fazer festa, País deveria ter dividido as tarefas do Pré-Sal

30/07/2010 16:36

Mesmo reconhecendo que “este é o momento singular na história do Brasil”, Fernando Galembeck, do Instituto de Química de Campinas (Unicamp), lamentou que o País “tenha feito muita festa e gastado muito dinheiro antes que o petróleo do Pré-Sal aparecesse”. Para ele, que proferiu nesta sexta (30), na 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Natal (RN), a conferência “Prever para prover: necessidades de uma era de oportunidades”, o Brasil deveria, antes de mais nada, ter repartido as tarefas para enfrentar os desafios da exploração. ”São problemas novos, que envolvem riscos e incertezas; estamos entrando no desconhecido e não podemos contar com os ovos da galinha antes do tempo”, respondeu à provocação do ex-pró-reitor de Pesquisa da Universidades Federal de Santa Catarina (UFSC), César Zucco, encarregado de apresentar o conferencista ao público. ”Não possuímos as ferramentas mínimas para enfrentar as demandas do Pré-Sal”, alertou Zucco.

Ligado ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Inovação em Materiais e Complexos Funcionais, o professor titular da Unicamp, embora indignado com o desperdício de energia e recursos, considerou o cenário brasileiro bastante favorável. ”Com o Pré-Sal, o Brasil pode se tornar em 2015 o 6º produtor mundial de petróleo, ultrapassando a Venezuela. É uma riqueza para investir e não desperdiçar”, sublinhou. Preocupado com a sustentabilidade, que é uma condição global, Galembeck advertiu que a empreitada exige enorme investimento, não só em ciência e tecnologia, mas também na questão ambiental. “A exploração do Pré-Sal não pode deteriorar o mar nem agredir o litoral”. A tragédia do Golfo do México, assinalou, serviu para acender a luz amarela.

A “posição privilegiada do Brasil”, de acordo com o pesquisador, também está respaldada pela agricultura. “Estamos nos consolidando como um dos maiores produtores de alimentos, energia e matérias-primas de fonte renovável”. Levando em conta a abundância de biomassa, geradora do combustível verde, e a camada do Pré-Sal, Galembeck compara o Brasil a um atleta quase imbatível. “É um atacante que chuta tanto com a esquerda como com a direita”.

O pesquisador, sempre se dirigindo ao público jovem da SBPC, não deixou de chamar a atenção para as carências diante do cenário otimista. No campo da infraestrutura, listou questões relacionadas a energia, água, saneamento, estradas, portos e ferrovias. Citou igualmente os problemas de segurança física e legal, indagando: “polícia e justiça funcionam”?

Outra carência grave diagnosticada pelo conferencista refere-se ao “apagão” de gente qualificada e motivada para atender aos desafios da sociedade e do País. “A chave são vocês”, procurou estimular os jovens presentes.

Na mesma linha, criticou a falta de bons planos, programas e projetos. “Os recursos existem, até em abundância, porém as idéias não estão à altura do que a nação requer”, constatou. “Assim”, concluiu, “os belos sonhos não se tornam realidade”.

Ele afirma que, para “o país chegar lá”, precisa fazer as escolhas certas, “decidir o que queremos e o que não queremos”. Os cidadãos, por sua vez, “têm que compreender o seu ambiente, as possibilidades e as limitações”. O leigo, na sua opinião, deve ser informado para desenvolver senso crítico. Já no campo da profissionalização e da geração de recursos humanos, Galembeck torce por “profissionais criativos e inovadores, capazes de criar conhecimento”. Para formar gente com “visão global” e qualificada em várias áreas do saber, é preciso “corrigir o despreparo desigual” e “cobrar critérios de qualidade”. O conferencista observou que alguns cursos universitários se parecem como uma gincana. “Fez as provas, passou, deleta tudo”. A boa formação só é possível, salientou, através do acúmulo do conhecimento.

Dirigindo-se à comunidade universitária, revelou que a maioria dos estudantes nunca leu um único documento de patente, o que significa que “desconhece a informação científica primária”. Outro apelo é no sentido de que os ex-alunos não abandonem as universidades após a formatura. “A falta dessa tradição, sedimentada nos EUA e na Europa, faz uma tremenda falta no Brasil”, asseverou.

Ainda como recomendação aos jovens, frisou que o profissional inovador, além de cultivar os seus talentos, deve “procurar compreender contextos e não apenas repetir paradigmas”. E acrescentou: “seja um intelectual rebelde, mas um trabalhador disciplinado”.

Galembeck reconheceu, finalmente, que o momento brasileiro é singular. Mas isso, ao seu ver, não basta. “As mudanças exigem pessoas qualificadas, infraestrutura adequada e investimentos bem feitos. Enfim, além de sinergia, é necessário foco para alcançar os resultados”.

Por último, novamente respondendo à uma provocação do professor César Zucco, que é diretor de Pesquisa da Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina (Fapesc), fez ponderações sobre a futura crise de fosfato, essencial na fabricação de fertilizantes utilizados na agricultura. Galembeck estima que as reservas brasileiras se esgotem em cem anos. “Se não quisermos importar de Marrocos e China, os únicos detentores de grandes reservas, teremos que desperdiçar menos e partir imediatamente para a reciclagem”.

Encerrou a resposta com uma brincadeira de fundo sério: “alguém de vocês sabe para onde vão os dois gramas de fosfato que urinamos hoje pela manhã?” Reciclar, repetiu, é a única saída.

Por Moacir Loth/ Jornalista na Agecom

Leia mais sobre a 62ª reunião da SBPC:

– Marinha quer aproximar pesquisa das empresas e universidades

– Pesquisadores defendem investimentos maciços na geração de etanol

– Diálogo entre cultura impressa e digital responde ao desafio da formação do leitor no século XXI

– Cidades devem se preparar para revolução com Pré-Sal

– Função da música nas prisões da ditadura ultrapassa a ideológica

– Legalização do aborto é questão de saúde pública e direito individual da mulher

– Sono e sonhos melhoram aprendizagem e desempenho das pessoas

Disciplina ´Orientação e Planejamento de Carreira` tem vagas para alunos de graduação

30/07/2010 16:07

Ainda há vagas para a disciplina PSI 5910 – Temas em Psicologia – orientação e planejamento de carreira, direcionada aos formandos de qualquer curso de graduação, que tenham cumprido acima de 2.000 horas/aula. A disciplina é ofertada pelo Departamento de Psicologia e pelo Laboratório de Informação e Orientação Profissional (LIOP), com o apoio da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (PREG), através da sua Coordenadoria Geral de Estágios.

O objetivo é auxiliar o acadêmico na elaboração de seu plano de carreira e a se preparar para o mercado do trabalho, identificando valores, interesses, habilidades e prioridades individuais. A disciplina incentiva também a reflexão sobre as transformações do mundo do trabalho e as novas exigências de perfil do trabalhador. A partir das aulas o estudante é levado a planejar e preparar meios de organização e inclusão no mercado de trabalho, a debater sobre os processos de recrutamento e seleção – currículo dinâmica de grupo e entrevista, networking, a cultura e classificação das empresas. Temas como empreendedorismo, empregabilidade, direito do trabalho e previdência social também são abordados. A meta é trabalhar o planejamento de carreira como possibilidade de um projeto de realização pessoal e profissional.

A disciplina conta com conhecimentos teóricos e práticos, além de dinâmicas de grupo em sala de aula, onde a troca com outros cursos favorece a apreensão de novos conhecimentos sobre as profissões e possibilidades de atuação profissional.

Todos os conteúdos e atividades são planejados para atender aos alunos de diferentes cursos de maneira equilibrada. Estão disponíveis seis turmas, nas terças-feiras (16h20 e às 18h30), nas quartas-feiras (10h10 e às 16h20) e nas quintas-feiras (16h20 e às 18h30), com carga horária de duas horas semanais.

Os alunos interessados devem efetuar a matrícula da disciplina PSI 5910 – Temas em Psicologia: Orientação Profissional e Planejamento de Carreira no período de reajuste, do dia 29 de julho ao 02 de agosto.

Mais informações com a professora Cláudia Basso: claudiabassopsi@hotmail.com

Especial SBPC: Pesquisadores defendem investimentos maciços na geração de etanol

30/07/2010 09:49

Se não correr, o Brasil pode perder a corrida na produção de energia a partir da biomassa. Esse é o alerta político que escapou em meio a palestras essencialmente técnicas e científicas, apresentadas na sexta-feira (29/7), em Natal, na 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), na mesa-redonda ´Etanol de 2ª geração`. Sob coordenação da pesquisadora Gorete Ribeiro de Macedo, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), os palestrantes enfocaram temas específicos ao processo de produção de etanol utilizando bagaço e palha de cana-de-açúcar.

O professor Jakson de Moraes, da Escola de Engenharia de Lorena, ligada à USP, mostrou o “pré-tratamento como etapa essencial na obtenção do etanol de 2ª geração”. Elba P. S. Bon, do Instituto de Bioquímica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), enfocou as pesquisas realizadas há mais de 20 anos para melhorar os processos de fermentação para a produção do etanol sem gerar resíduos. Já Boris Juan Carlos Ugarte Stambuk, professor associado da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e membro do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, abordou “a biodiversidade de novas espécies de leveduras” capazes de acelerar a fermentação.

As pesquisas são realizadas de forma interdisciplinar, mobilizando várias instituições, inclusive do exterior. O importante, alertou Elba Bon, é que tenham continuidade. “As atividades científicas não podem ser interrompidas. Quando isso acontece, agimos contra o País”, advertiu. A favor da alternativa energética genuinamente brasileira, a pesquisadora assinalou tratar-se de “energia barata, fácil e abundante”. Correndo em raias paralelas ao Pré-Sal, Elba afirmou que “está passando da hora de o Brasil fazer a transição do petróleo para a biomassa”. Os pesquisadores defendem investimentos maciços na área. Segundo eles, a Europa e os Estados Unidos aplicarão R$ 5 bilhões até 2013. “O Brasil até hoje, somando tudo, não investiu R$ 150 milhões nesse ramo estratégico do conhecimento”, lamenta Elba.

A mesa-redonda demonstrou ainda preocupação com os riscos de multinacionais tomarem à frente do processo, embora a ciência brasileira já tenha as respostas e domine o conhecimento relacionado à biomassa.

Boris Stambuk revelou que das 165 espécies de leveduras conhecidas, apenas algumas cumprem a função de incrementar o trabalho de fermentação da glicose. Mesmo produzindo 28 bilhões de álcool combustível por ano, Stambuk informou que o Brasil perdeu a liderança mundial para os EUA. “A vantagem nossa é que a indústria brasileira aprendeu a fabricar álcool a baixo custo”, acrescentou.

Com trabalhos científicos publicados em revistas indexadas e conhecimento acumulado em várias universidades, os pesquisadores brasileiros defendem uma política mais agressiva e permanente para o aproveitamento da biomassa em prol do desenvolvimento sustentável do País. “Não basta fazer a jogada, é preciso fazer o gol”, arremata a coordenadora do Instituto de Bioquímica da UFRJ.

Por Moacir Loth / Jornalista da Agecom

Departamento Artístico Cultural oferece 11 cursos e oficinas de arte neste semestre

30/07/2010 09:26

O Departamento Artístico Cultural (DAC) da UFSC abre inscrições para cursos e oficinas de arte que serão oferecidas no segundo semestre de 2010. As inscrições deverão ser feitas na Secretaria do DAC / Igrejinha da UFSC, de 3 a 6 de agosto, ou enquanto houver vagas, no horário das 9h às 19h. Algumas atividades são oferecidas sem mensalidades, havendo apenas uma taxa semestral de R$ 50.

As novidades para este semestre são as oficinas de violão popular e erudito, há muito solicitadas pela comunidade, e a de cinema digital / documentário. Outras áreas contempladas são teatro adulto — pela Oficina Permanente de Teatro e de RPG —, e de teatro para adolescentes, figurino para cinema e teatro, canto em grupo para iniciante, pintando nossa identidade e Oficina aberta com investigação, experimentação e produção em artes visuais.

Neste semestre serão oferecidas novas linguagens artísticas, devido ao edital realizado pela UFSC, que possibilita a atuação de artistas/profissionais da comunidade como instrutores das Oficinas de Arte do DAC. Esses profissionais externos, somados aos da instituição, permitem ampliar o atendimento das solicitações, oferecendo atividades com qualidade para toda a comunidade.

Ao todo, estão abertas inscrições para 11 oficinas, algumas delas com várias turmas, em disciplinas diferentes, com 230 vagas novas. Considerando as turmas em continuação do semestre anterior, são oportunidades para cerca de 400 participantes. Número que poderá se ampliado a qualquer momento com os cursos de recreação e lazer e de educação contínua, do programa Arte na Escola – Polo UFSC, para professores das escolas da rede de ensino.

Cada oficina do DAC lida com uma forma de arte, possibilitando aos alunos uma experiência estético-pessoal ligada ao entendimento artístico. Esse objetivo colabora para criar nos alunos um senso crítico, necessário para uma melhor compreensão da sociedade.

O Departamento Artístico Cultural (DAC) faz parte da Secretaria de Cultura e Arte (SeCArte) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O setor oferece oportunidade de aprendizado com outros projetos de extensão, como o Coral da UFSC, criado há quase cinco décadas, e os recentes Madrigal e Orquestra de Câmara da UFSC. Para o coral há vagas para vozes masculinas (baixos) e para a orquestra há uma vaga para violoncelo e duas vagas para violino. Contato pelo coraldaufsc@dac.ufsc.br.

Veja a relação completa dos cursos e oficinas de arte do DAC para este semestre, com informações sobre dias e horários, no site www.dac.ufsc.br.

Serviço:

O QUÊ: DAC abre inscrições para oficinas de arte no segundo semestre de 2010.

ONDE: inscrições na secretaria do Departamento Artístico Cultural – Igrejinha da UFSC, Praça Santos Dumont, Trindade, Florianópolis

QUANDO: De 3 a 6 de agosto, das 9h às 19h, ou enquanto houver vagas.

QUANTO: Taxa semestral de R$ 50, sem mensalidade.

CONTATO: no site do DAC – www.dac.ufsc.br ou em www.dac.ufsc.br/destaques_cursos_oficinas.php ou pelos telefones (48) 3721-9348 e 3721-9447.

Fonte: [CW] – DAC: SeCArte: UFSC

Abertas inscrições para 2ª Feira do Inventor da UFSC

30/07/2010 09:16

Estão abertas até 27 de agosto as inscrições para a segunda edição da Feira do Inventor da UFSC. Poderão se inscrever inventores e pesquisadores ligados à UFSC, a outras universidades ou ainda inventores independentes, inclusive aqueles que expuseram seus inventos na 1ª Feira do Inventor.

O objetivo é disseminar ações de inovação tecnológica e reconhecer trabalhos desenvolvidos por inventores e pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina, de outras instituições e por inventores independentes.

A feira será realizada de 20 a 23 de outubro, na Praça da Cidadania, no campus da UFSC em Florianópolis, durante a nona edição Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão (Sepex). Como novidade para este ano, os pesquisadores que desenvolvem programas de computador poderão expor e demonstrar a aplicabilidade de seus softwares.

Para se inscrever na 2ª Feira do Inventor é necessário possuir

depósito de pedido de patente ou registro de programa de

computador. A inscrição deve ser feita no site www.inventores.ufsc.br. Os inscritos serão selecionados por uma comissão avaliadora, designada pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Extensão da UFSC.

Os trabalhos serão avaliados quanto a seu ineditismo, possibilidade de inserção no mercado, criatividade, clareza das informações e depósito de pedido de patente ou de registro de programas de computador. Informações sobre a premiação serão divulgadas em breve.

Mais informações: Departamento de Inovação Tecnológica (DIT/PRPE) / (48) 3721-9628 / www.dit.ufsc.br / carolina@reitoria.ufsc.br

– Veja o regulamento: www.inventores.ufsc.br/regulamento-feira-do-inventor.pdf

Acompanhe o cronograma:

Período de inscrições: 19/07/2010 a 27/08/2010

Período de seleção dos inventos: 30/08/2010 a 10/09/2010

Divulgação dos inventos selecionados: 14/09/2010

Assinatura do Termo de Responsabilidade: 15/09/2010 a 24/09/2010

Montagem dos estandes: 19/10/2010

Premiação: 23/10/2010

Encerramento e desmontagem do estande: 23/10/2010

Por Arley Reis / Jornalista da Agecom

Nona edição do Congresso Internacional Fazendo Gênero aguarda 4 mil participantes

30/07/2010 09:12

O grupo, seus eventos e publicações

O grupo, seus eventos e publicações

Acontece de 23 a 26 de agosto na UFSC o Congresso Internacional Fazendo Gênero 9. O encontro, organizado pelo Instituto de Estudos de Gênero (IEG), discute nesta edição a experiência contemporânea de permanente cruzamento de fronteiras. ´Diásporas, Diversidades, Deslocamentos` é a temática que será abordada.

Na última edição, em 2008, participaram 2.700 pessoas. Esse ano, em função do interesse de acadêmicos brasileiros e de outros países no maior encontro da América Latina da área, o número de vagas é de 4 mil.

“Além dos palestrantes de diversos países que convidamos, muitos pesquisadores, a maioria da América Latina, demonstra interesse, também encaminha seus trabalhos e propõe simpósios para o encontro”, conta Mara Coelho de Souza Lago, uma das coordenadoras do IEG.

O projeto Fazendo Gênero reúne pesquisadores de todo o mundo a cada dois anos. O primeiro desses encontros, ainda de âmbito nacional, aconteceu em 1994, organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Literatura da UFSC.

Desde então, com o objetivo de consolidar um espaço permanente de debates e de trocas interdisciplinares, o Instituto de Estudos de Gênero organiza novos eventos que resultam em publicações de anais, livros, coletâneas e números especiais de revistas acadêmicas.

O instituto

Com sede no Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH), O Instituto de Estudos de Gênero (IEG) foi criado após uma reunião de avaliação do Fazendo Gênero 6, em 2004, por pesquisadoras envolvidas com o feminismo e com estudos de gênero. O objetivo era centralizar as atividades que vinham sendo realizadas na UFSC.

Inicialmente envolvendo apenas o Centro de Comunicação e Expressão (CCE) e o Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH), hoje o IEG abrange também o Centro de Ciências da Saúde (CCS) e o Centro Sócio-Econômico (CSE). A meta é estreitar os vínculos entre trabalhos de diversas áreas acadêmicas com os movimentos sociais comprometidos com os direitos das mulheres e com a promoção da igualdade de gênero.

Atualmente coordenado pelas professoras Joana Maria Pedro, Mara Coelho de Souza Lago e Zahidé Lupinacci Muzart, o IEG tem como principais atividades a realização dos encontros Fazendo Gênero, a publicação da Revista Estudos Feministas (REF) e a manutenção do Portal de Publicações Feministas. O setor integra núcleos de pesquisa e laboratórios que atuam no campo dos estudos de gênero, buscando a consolidação dessa área de concentração no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas.

O instituto tem a meta de ser um espaço permanente de pesquisa, organizando e disponibilizando um acervo de publicações sobre gênero e teorias feministas, apoiando as atividades docentes e discentes na universidade e fora dela. A partir da geração e divulgação desse conhecimento, sua equipe procura colaborar com a instrumentalização de políticas públicas.

Saiba Mais:

Estudos de gênero na UFSC

Os trabalhos iniciaram em 1984, com a criação do Núcleo de Estudos da Mulher. A equipe se reestruturou como Núcleo Interdisciplinar de Estudos de Gênero, a partir do 1° Encontro de Estudos sobre a Mulher, em 1989, mesmo ano em que foi realizado o 3° Encontro Nacional de Mulher e Literatura – um salto qualitativo na consolidação dos estudos na universidade e que resultou no primeiro Fazendo Gênero, em 1994.

Esse campo cresceu significativamente na universidade nos últimos 20 anos, com a abertura de disciplinas em cursos de graduação e de pós-graduação, a criação de linhas de pesquisa e a implantação da área de concentração Estudos de Gênero, do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas. Como resultado, foi acumulada uma vasta produção acadêmica e estruturada a Revista de Estudos Feministas. Atualmente o IEG conta com a participação de diversos centros da UFSC e também da Udesc.

Revista Estudos Feministas

É um periódico interdisciplinar de circulação nacional e internacional que publica artigos, ensaios e resenhas. Desde 1999, um núcleo de professoras da UFSC é responsável pela edição da revista, considerada uma das principais publicações da área e indexada nos principais bancos e fontes de referência científicas internacionais. A REF está disponível em
www.scielo.com.br, no portal feminista (www.ieg.ufsc.br) e no portal de periódicos da UFSC.

Outras publicações:

No site do IEG também estão disponibilizados livros eletrônicos, teses, dissertações e volumes de outras revistas que tratam da temática de gênero: o Caderno Pagu, publicação do Núcleo de Estudos de Gênero da Universidade estadual de Campinas; o Caderno Espaço Feminino, publicação da Universidade Federal de Uberlândia; a revista Gênero, periódico semestral de circulação nacional da Universidade Federal Fluminense e a revista latino-americana da Universidade Estadual de Ponta Grossa, que publica semestralmente artigos científicos relacionados à área de geografia, gênero e sexualidades.

Gênero e Diversidade na Escola

É um projeto destinado à formação de profissionais da área de educação, abordando as temáticas de gênero, sexualidade e relações étnico-raciais. Em 2009, com apoio do Ministério da Educação e da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, o IEG organizou um curso de ensino a distância para professores de educação infantil, ensino fundamental e médio, envolvendo 10 polos no país.

Seis meses depois, uma equipe do instituto lançou o livro ´Práticas Pedagógicas e Emancipação: Gênero e Diversidade na Escola`, que traduz as ações desenvolvidas no projeto. “São tratadas questões transversais sobre diferenças que ocorrem nas escolas. O livro traz informações mais explícitas e sistematizadas, para quem tem que lidar com essas questões no cotidiano”, explica Mara Lago. Para ela, ao participar do projeto, o IEG reforçou seu papel na formação, transmissão e divulgação dos conhecimentos de ponta que produz na área de gênero no Brasil.

Núcleos e laboratório na UFSC

– Laboratório de Estudos de Gênero e História (LEGH)

– Núcleo de Pesquisa Modos de Vida, Família e Relações de Gênero (Margens)

– Núcleo de Estudos Sobre Agricultura Familiar (NAF)

– Núcleo de Antropologia Audiovisual e Estudos da Imagem Grupo de Antropologia Urbana e Maritima (Navi)

– Núcleo de Estudos e Pesquisas em Serviço Social e Relações de Gênero (Nusserge)

– Núcleo de Estudos de Modos de Subjetivação e Movimentos Contemporâneos (NUR)

– Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividade (NIGS)

Mais informações: www.ieg.ufsc.br; (48)3721-6440; estudosdegenero@gmail.com

Por Natália Izidoro / Bolsista de jornalismo na Agecom

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Inscrições para monitores do evento Fazendo Gênero vão até 25 de julho

Especial Pesquisa: método de controle da gordura trans desenvolvido na UFSC é premiado

30/07/2010 08:59

Gordura trans: OMS orienta fim do consumo

Gordura trans: OMS orienta fim do consumo

Uma pesquisa da UFSC que gerou método de controle de gordura trans na produção de refeições ficou em primeiro lugar no Concurso Alimentos, organizado pela Associação Brasileira de Empresas de Refeições Coletivas (Aberc). O estudo foi desenvolvido pela nutricionista Vanessa Hissanaga, sob orientação da professora Rossana Pacheco da Costa Proença, junto ao Núcleo de Pesquisa de Nutrição em Produção de Refeições (Nuppre), ligado ao Departamento de Nutrição da UFSC.

O método proposto pela nutricionista é resultado de sua dissertação de mestrado e foi estruturado a partir de estudo de caso em um restaurante de Florianópolis. No trabalho Vanessa identificou processos que mantêm a gordura trans nos alimentos e avaliou que o estabelecimento tinha deficiências no conhecimento da origem de alguns produtos e na conferência dos rótulos.

A partir das análises foi desenvolvida uma ferramenta organizada em sete etapas. Em cada uma delas o nutricionista preenche um formulário sobre os processos adotados na produção das refeições. Com a ajuda de um glossário de termos científicos, descobre onde o procedimento pode ser melhorado e o que pode ser feito.

Na etapa três, por exemplo, o questionário permite o acompanhamento do fluxo produtivo das refeições. São orientações para que os rótulos sejam conferidos e que os fornecedores devem, de preferência, utilizar óleo vegetal, que é mais saudável.

“Com a ascensão da alimentação fora de casa, os restaurantes acabam se tornando responsáveis pela saúde de muitas pessoas”, destaca Vanessa, ressaltando a importância da pesquisa.

Ela lembra que desde 2004 a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o fim do consumo de gordura trans, apoiada em estudos que comprovam sua relação com o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Da mesma forma, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária obrigou todas as empresas do ramo alimentar, a partir de 2006, a discriminarem nos rótulos dos produtos a quantidade da substância, o que popularizou a estampa ‘Livre de gordura trans’.

“O método que desenvolvemos atende estas recomendações e pode ser um apoio para nutricionistas que gerenciam unidades produtoras de refeições”, acredita Vanessa.

O trabalho contou com a parceria professora Jane Mara Block, do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos, do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da UFSC, além de alunas do curso de graduação em Nutrição.

Outras duas finalistas no Concurso Alimentos, organizado pela Associação Brasileira de Empresas de Refeições Coletivas (Aberc), eram também do Programa de Pós-Graduação em Nutrição.

Mais informações pelo telefone (48) 3721-9020 ou pelo site www.nuppre.ufsc.br / e-mail: vanessahissanaga@hotmail.com

Por Arley Reis / Jornalista da Agecom (com informações de Júlio Ettore Suriano / Bolsista de Jornalismo na Agecom em 2009)

Saiba mais: as gorduras e a gordura trans

– A gordura é uma classe dos lipídios, moléculas com grandes cadeias de átomos de carbono que armazenam muita energia, por isso são uma das reservas do nosso corpo. Dividem-se em dois grupos: saturadas e insaturadas. As primeiras são produzidas pelos animais e encontradas na natureza em estado sólido, como nas carnes que comemos. São conhecidas nutricionalmente por aumentarem os níveis de LDL, o “colesterol mau”, podendo causar o entupimento de veias e artérias. Já as insaturadas são líquidas e produzidas pelos vegetais, como o óleo de soja e o azeite. Estas, em geral, aumentam o “colesterol bom”, o HDL.

– Quimicamente, a diferença entre as duas é a seguinte: na gordura saturada, todos os átomos realizam o mesmo tipo de ligação (simples), o que deixa a molécula mais estável e, por isso, acabam gerando uma estrutura coesa e sólida. Na insaturada, alguns átomos têm ligações duplas, o que aumenta a instabilidade e dificulta o agrupamento, resultando em líquidos.

– No início do século passado, a indústria alimentar tentou descobrir uma substância mais saudável e barata que a gordura animal (saturada), para a fabricação de massas, pães e outros. A solução foi aparentemente simples: forçar o rompimento das ligações duplas da gordura vegetal (insaturada), gerando um sólido. Como fazer isso? Adicionando átomos de hidrogênio para se ligarem aos carbonos com duplas ligações, transformando-as em duas simples, em um processo chamado de hidrogenação. Nasceu aí a gordura vegetal hidrogenada.

– A nova gordura, além de ser considerada menos danosa ao organismo, conferia aos alimentos mais tempo de conservação e melhor consistência. Além disso, criou a margarina, que pode ser espalhada em um pedaço de pão logo após ser retirada da geladeira, ao contrário da manteiga, que endurece a baixas temperaturas. Aos poucos, a gordura hidrogenada substituiu a animal.

– A partir da década de 80, ganharam força as evidências de que a gordura hidrogenada poderia ser ainda menos saudável que a gordura saturada. O motivo: na hidrogenação industrial, nem todas as ligações duplas são eliminadas e as restantes formam um ângulo muito pequeno, o que em Química se reconhece pelo prefixo “Trans” – daí o nome “gordura trans”. O resultado é uma molécula extremamente difícil de ser digerida, portanto com grandes possibilidades de se acumular. Descobriu-se então que a gordura trans, além de aumentar o LDL, como a gordura saturada, ainda diminui o HDL, colocando-a na lista de substâncias nocivas ao organismo.

Fonte: NUPPRE

Visite:

– Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): www.anvisa.gov.br

– Tabela de composição química dos alimentos: www.unifesp.br/dis/servicos/nutri

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– Estudo sobre trabalho doméstico recebe menção honrosa no Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero

– UFSC amplia estrutura laboratorial para monitoramento de ambientes aquáticos

Mudanças climáticas e botânica brasileira são temas de workshop

30/07/2010 08:48

O Departamento de Botânica e o Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal da UFSC sediam nos próximos dias 12 e 13 de agosto o workshop Mudanças Climáticas e a Botânica no Brasil. O evento acontece no auditório Luiz Teixeira, no Centro Tecnológico, e as inscrições podem ser feitas através do e-mail wsmudancasclimaticas@ccb.ufsc.br.

As discussões, que irão reunir pesquisadores de várias instituições brasileiras, terão como eixo central os impactos ecológicos das mudanças globais, com um enfoque mais específico sobre a vegetação e outros componentes da base dos ecossistemas. O papel das universidades, em especial das pós-graduações, na formação de recursos humanos aptos a trabalhar com essa problemática também estará em pauta.

Mais informações: www.wsmudancasclimaticas.ccb.ufsc.br/index.html, 3721-4769 e leororig@gmail.com.

Coordenação: Paulo Antunes Horta Junior (UFSC)

Comissão organizadora: Alessandra Fonseca (UFSC) / Ana Claudia Rodrigues (UFSC) / Leonardo Rorig (UFSC) /

Margareth Copertino (FURG) / Natalia Hanazaki (UFSC) / Sonia Maria Barreto Pereira (UFRPE)

Palestrantes confirmados:

Fabio Scarano (UFRJ)

Carlos Martinez (USP)

Gilvan Sampaio (INPE)

Eurico Cabral de Oliveira (USP)

Margareth Copertino (FURG)

Especial SBPC: Marinha quer aproximar pesquisa das empresas e universidades

29/07/2010 16:49

Considerando a riqueza e o valor político-estratégico dos recursos do mar, o contra-almirante Marcos José de Carvalho Ferreira defendeu nesta sexta-feira (29/7,) na 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Natal (RN), um maior envolvimento e comprometimento do setor produtivo nesta área.

Além de investimentos em pesquisa, o coordenador da Comissão Interministerial de Recursos do Mar (CIRM) propôs a aproximação das universidades, das empresas e do Governo com as atividades científicas desenvolvidas pelos centros de pesquisa da Marinha. “As empresas preferem manter os pés na terra ao invés de ir para o mar, que não é para amadores, oferece riscos, mas que precisam ser enfrentados”, advertiu na conferência “Estudos estratégicos para os recursos do mar”, que atraiu principalmente gente ligada à própria Marinha.

O conferencista apresentou uma síntese das várias atividades científicas e dos dez programas realizados no âmbito da comissão que coordena. Com essa estratégia, pretendeu aproveitar a SBPC para difundir e popularizar a ciência, a tecnologia e a inovação desenvolvidas pela Marinha Brasileira em parceria com universidades, institutos e empresas. “Precisamos divulgar mais e melhor a nossa atuação científica”, reconheceu.

O contra-almirante reivindicou investimentos à altura da importância estratégica do mar. “A Comissão Interministerial não possui orçamento próprio e faltam navios de pesquisa e satélites”, revelou. Ele queixou-se também da excessiva descentralização que “dificulta um contato mais próximo com os pesquisadores das universidades“. No entanto, deixou claro que a carência de “ferramentas adequadas” para os desafios lançados não têm impedido avanços reais na pesquisa marinha. Ele reconhece que o anúncio do ministro da Ciência e Tecnologia (MCT), Sérgio Machado Rezende, durante a SBPC; de novos editais para contemplar a criação de dois Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia para o Mar favorecerá a integração das pesquisas com as universidades. Negligenciado nas primeiras chamadas públicas do MCT, o mar contará com R$ 30 milhões para a viabilização de dois INCTs, um abarcando o Norte e Nordeste e o outro cobrindo o Sul e o Sudeste. Ao mesmo tempo em que busca intensificar as parcerias nacionais, inclusive junto ao empresariado, a Marinha aspira ampliar a cooperação internacional, especialmente com o Japão, país que detém liderança nas pesquisas marítimas.

Ao fazer a defesa estratégica da prioridade política do mar, o conferencista lembrou que 80% da população brasileira vivem a menos de 200 quilômetros do litoral, produzindo 78% da receita da União e consumindo 85% da energia elétrica. A extensão litorânea é de 7.491 quilômetros e a massa líquida oceânica soma o equivalente a 50% do território nacional. O contra-almirante observou que, gradativamente, a sociedade brasileira está acordando para essa realidade. “A própria imprensa tirou as aspas do conceito de Amazônia Azul”, comemorou, acrescentando que a biodiversidade do mar brasileiro é superior a da Amazônia. Ainda ao falar dos investimentos nas pesquisas, referiu-se à camada do pré-sal e argumentou que 90% da produção nacional de petróleo são extraídos do mar. “E isso é feito com extrema competência e total segurança, graças aos investimentos que a Petrobrás faz em pesquisa”, ressaltou.

Na opinião do contra-almirante Marcos José de Carvalho Ferreira, a exploração do petróleo do Pré-Sal ensejará um “grande salto no desenvolvimento econômico e social do país”. As reservas, informou, encontram-se todas localizadas dentro das 200 milhas continentais. Significa que a sua exploração está assegurada pela Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar.

A mesma convenção, explicou, garante o direito “pleno e soberano” de explorar os recursos naturais do leito e subsolos marinhos, numa extensão da costa para dentro do oceano de 650 quilômetros. A Amazônia Azul responde por 42% do território brasileiro, o que representa 13 milhões de km².

O coordenador da Comissão Interministerial de Recursos do Mar aproveitou para divulgar, além do Pré-Sal, a descoberta de jazidas minerais e uma biodiversidade que poderá contribuir para o tratamento de doenças como o câncer e a AIDS. Caso houver interesse, desde que tomadas todas as precauções ambientais, as empresas brasileiras, por exemplo, poderão extrair do mar ouro, diamante, ferro, cobalto, cobre, prata e zinco. De acordo com as pesquisas da Marinha, as algas calcárias poderão ser utilizadas na agricultura, na produção de cosméticos, na suplementação alimentar, no implante ósseo e na nutrição animal.

O levantamento e a avaliação do potencial biotecnológico da biodiversidade marinha são condenados pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), em articulação com as universidades. O seu objetivo, salienta o conferencista, é tornar viável o “aproveitamento sustentável dos organismos marinhos”, incluindo-se aí o “potencial farmacológico e medicinal”.

Outra área estratégica de atuação da Marinha é o monitoramento oceanográfico e climatológico. Entre as suas funções, destacou a previsão metereológica e o monitoramento de fenômenos climáticos externos. Uma das metas é aumentar a capacidade de prevenir secas e inundações.

Para acompanhar as demandas científicas e tecnológicas, o conferencista manifestou a necessidade da consolidação e expansão dos grupos de pesquisa e pós-graduação em Ciências do Mar. “A formação de recursos humanos é uma prioridade da Marinha”, enfatizou, informando que atualmente funcionam no país 40 cursos de graduação e 30 de pós-graduação ligados à questão do mar. As parcerias mobilizam universidades, institutos, órgãos governamentais e empresas. É essa relação que a Comissão Interministerial sonha azeitar para tirar os pés do chão para definitivamente ganhar o alto mar.

Por Moacir Loth/Jornalista na Agecom

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Especial SBPC: Diálogo entre cultura impressa e digital responde ao desafio da formação do leitor no século XXI

29/07/2010 15:52

Professores de ensino fundamental e médio vivem em todo mundo talvez o maior desafio da sua história: formar leitores em uma sociedade que sofreu a mudança drástica da cultura impressa para a digital e do paradigma de leitura para o de navegação. Como a escola pode formar leitores nessa contemporaneidade, quando impera uma cultura à qual os professores aderem como emigrantes, enquanto os alunos são os nativos? E como fazer desse leitor.com recém-inventado, esse adolescente zapper que ziguezagueia como um pássaro, um autor intérprete crítico e produtor de sentidos? E ainda: como potencializar as possibilidades de interatividade e multilinearidade da internet em favor da apreensão de saberes complexo em uma sociedade lan house, onde reina o sensorial, o efêmero e a superficialidade dos chats e jogos virtuais?

A busca de respostas a esse desafio reuniu três educadoras em torno da conferência A formação do leitor no século XXI, realizada na tarde de quarta-feira (28), terceiro dia da 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Pesquisa e Ciência, no campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). As pesquisadoras Maria Zaíra Turchi, da Universidade Federal de Goiás (UFG) e Marly Amarilha, da UFRN apresentaram reflexões e saídas para esse impasse, tão urgente e emergente a ponto de constituir grupos de estudos e uma linha de pesquisa dentro da SBPC. Alice Aurea Penteado, professora da Universidade Estadual de Maringá (UEM), complementou a discussão apresentando os critérios de compra de livros dentro do Edital de Convocação para o Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE 2011), que primam pela oferta de uma linguagem atraente para os jovens. O diálogo relacional entre gerações e linguagens diferentes, a postura do professor-aprendiz e a convicção de que nenhuma forma de leitura é superior à outra são posições compactuadas pelos palestrantes como ponto de partida para o enfrentamento da questão contemporânea da leitura.

O professor precisa suspender o preconceito contra a cultura digital e imergir no universo dos adolescentes para criar possibilidades de formação do gosto pela leitura, como Maria Zaíra propôs ao abrir sua palestra Do livro à rede: mudança da leitura ou dos leitores? Mas também não deve se sentir inferiorizado diante das novas tecnologias e nem se acuar como se não tivesse, com sua experiência letrada e impressa, mais contribuição a dar para a formação desse leitor zappeante, conforme alertou Marly Amarilha ao falar sobre A multimodalidade na formação do leitor contemporâneo. É justamente na tangência entre as duas culturas – digital e impressa – que reside a riqueza do momento contemporâneo e é nessa troca que se abrem novas possibilidades de ensino, como pode se abstrair do debate.

Valendo-se do conceito de hipermodernidade do filósofo Gilles Lipovetsky, Zaíra lembrou que a internet é a configuração simbólica mais poderosa da hipermodernidade, caracterizada pela hiperprofusão de imagens. Na hipermoderinidade, as esferas da vida humana vivem uma escalada ilimitada em busca da velocidade e da visibilidade. Como nunca antes, a sociedade de consumo se constitui pelo signo do excesso e da exacerbação da mercadoria, marcas e serviços. Os comportamentos e os adolescentes estão imersos nessa engrenagem que coloca a própria escola em crise, uma vez que as mídias são muito mais eficazes do que ela na multiplicação dos gestos, dos comportamentos, dos valores e das linguagens, lembra a estudiosa.

Nessa sociedade de explosão de linguagens, o papel da escola é muito mais complexo, porque não se trata apenas de ensinar a ler na concepção clássica, mas “ler além da linguagem verbal, a visual, a auditiva, olfativa, gustativa, bem como os gestos, as cores, a moda, o comportamento”. Citando Décio Pignatari, no capítulo “Você sabe ler objetos?”, do livro Semiótica e Literatura, enfatiza a necessidade de a escola perceber-se no tempo em que a explosão de informações seguiu-se a explosão de linguagens, na televisão, no cinema, no trânsito, na arquitetura, na publicidade, na informática, na literatura, nos códigos, enfim, da Babel cotidiana. “Consumir é comunicar-se. Não há dúvida de que a inserção do jovem no contexto histórico depende não apenas da sua capacidade de leitores de palavras, mas da sua destreza enquanto leitores de múltiplas linguagens”.

Na cena presente, a compreensão de uma gramática das imagens como estratégia de leitura é tão importante quanto a alfabetização para ler o código escrito. Navegar no espaço virtual exige dos leitores formados em outra cultura, em outro ritual, uma nova compreensão e uma nova atitude, defende. “Talvez nós professores estejamos precisando de um explicador”, diz ela, referindo-se metaforicamente à bela passagem de A linguagem secreta do cinema. Nessa obra, Jean-Claude Carrière conta que, no início do século XX, era comum nos cinemas, bem ao lado da tela, a presença de um funcionário para explicar ao público o que estava acontecendo no filme. A figura do explicador só desaparece em 1920, quando bem ou mal o público já estava alfabetizado na linguagem cinematográfica.

A formação do leitor contemporâneo deve considerar a sua participação cotidiana nas novas mídias digitais, marcada pela interatividade, acrescenta a conferencista. Ao unir, de modo seqüencial, fragmentos de informações de naturezas heterogêneas, o leitor experimenta na sua interação com o potencial dialógico da hipermídia um tipo de comunicação multilinear em que está livre para estabelecer sozinho a ordem textual ou para se perder na desordem das partes. “O navegador coloca em ação habilidades de leitura distintas daquelas empregadas pelo leitor de um texto ou livro impresso”. Esse leitor imersivo atua como editor ao escolher o que ler. Nesse ponto, a professora da UFRN, Marly, complementa que, tão importante quanto ensinar a ler é ensinar a ter critérios de escolha de fontes de leitura no mundo virtual.

Zaíra propõe ainda que a escola conheça as possibilidades das novas formas de leitura interativa, sobretudo a dos blogs de escritores, que permitem a interatividade na construção da narrativa. Segundo sua pesquisa sobre a participação de adolescentes em blogs de autor, essa escrita é marcada pela brevidade dos textos, escritos em linguagem coloquial, com a grafia correta, mas sem o uso constante do internetês, como fazem os leitores de outros blogs. O prazer reside no uso das possibilidades interativas, na liberdade do comentário, da interferência imediata no texto, alterando a sequência, as conexões entre os personagens ou mesmo reescrevendo as histórias, como em um jogo textual. A popularização do escritor nos blogs, com sua presença na tela ou nas conferências virtuais, é capaz de alterar o padrão de consumo intelectual e interferir nas escolhas de livros dos leitores, acredita.

Citando a pesquisadora argentina Beatriz Sarlo, defende que a escola beneficie-se do que seus alunos aprendem em outros lugares e aproveite as habilidades hipertextuais de leitura. Mas isso “até certo ponto”, como diz Sarlo. É que, segundo a autora, essas habilidades, caracterizadas pela rapidez e o imediatismo, pela emoção do jogo, mas também pela brevidade e pelo desinteresse no pormenor ou nas entrelinhas, não fornecem capacidades suficientes para a aquisição de outros, tais como precisão verbal, interpretação e produção de argumentações escritas. “Ou seja, são insuficientes para transformar um adolescente em leitor e produtor de textos”.

É aí que entra o professor emigrante como colaborador do nativo, na nomenclatura proposta por Marly, aprendendo e ensinando com sua herança do universo impresso, não mais como um tiranossauro autoritário remanescente de eras passadas, mas como o elo de ligação do mundo da escrita com o mundo presente. Esse professor, que em um futuro próximo talvez nem receba mais esse nome, ao mesmo tempo estrangeiro e habitante dessa plataforma de bits e vídeo-games, ocupa o entrelugar privilegiado para fazer o corte na adesão eufórica e acrítica às novas tecnologias e mostrar que a própria escrita engendrou a internet não como um artefato alienígena ou futurista, mas como um invento tecnológico e cultural capaz de ajudar a construir sujeitos históricos mais livres.

Por Raquel Wandelli, jornalista Secarte/UFSC/SC

Pesquisadora do Nupill/UFSC

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Programação dos 50 anos da Universidade é assunto na TV UFSC

29/07/2010 09:58

O “UFSC Entrevista” desta semana recebe a servidora do Departamento de Cultura e Eventos da UFSC, Cléia Silveira Ramos, que está à frente das organizações dos eventos que comemoram os 50 anos da Universidade Federal de Santa Catarina.

No programa, Cléia fala sobre esse grande grupo que, desde 2009, planeja as comemorações do cinquentenário da UFSC. Ela explica, por exemplo, como surgiu a ideia de formar uma comissão organizadora dos eventos, por quem ela é formada, quais os principais eventos que marcaram e que ainda farão parte dessa programação, como acompanhar, se informar e participar das homenagens.

O “UFSC Entrevista” vai ao ar nesta quinta-feira, 29/07, às 19h30min, no canal 15 da NET. Mais informações pelo telefone (48) 3952-1942, site www.tv.ufsc.br. Novidades e programação também pelo twitter.com/tv_ufsc.

Fonte: Tadeu Sposito – TV UFSC

“Paredes Pintadas”, documentário sobre mulheres guerrilheiras, estreia na TV UFSC

29/07/2010 09:58

Nesta quinta-feira, às 20h30, a TV UFSC exibe ‘Paredes Pintadas’, documentário que traz a história de quatro guerrilheiras brasileiras que lutaram contra o regime militar vigente no país. Mais de 40 anos depois, Dulce, Sonia, Renata e Damaris contam suas lembranças dos dias em que se uniram à Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) na luta contra o governo das Forças Armadas. (Assista ao trailer no youtube).

Em seus depoimentos, elas lembram da constante tensão dos dias em que viviam escondidas, na ilegalidade, utilizando nomes falsos e sem poder voltar para casa. Contam das ações e planos contra o governo, das torturas e ameaças sofridas na prisão e do exílio após a derrota do movimento.

O vídeo, produzido pelo jornalista Pedro Santos, é atração no Primeiro Plano, programa de reportagens e documentários feitos por alunos do curso de Jornalismo da universidade.

Pedro fala um pouco sobre a produção de Paredes Pintadas e sobre os motivos que o levaram à escolha do tema e dos personagens de seu Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado no primeiro semestre deste ano.

Como se deu a escolha do tema?

Em 2008, eu tive a oportunidade de fazer um intercâmbio para a cidade de Córdoba, na Argentina. Ali, tive oportunidade de conhecer e cobrir diversas organizações de Direitos Humanos, como as Abuelas de Plaza de Mayo, as Madres, a organização H.I.J.O.S., Familiares de Desaparecidos y Detenidos por Razones Políticas, entre outras. Comecei a tomar contato com uma série de movimentos para a preservação da memória. Cobri, para a revista eletrônica Ponto-e-Vírgula (www.revistapontoevirgula.com), o julgamento de um ex-comandante do Exército na época da ditadura argentina (1976-83), Benjamín Menendez. Enfim, fui tomando conhecimento das histórias da época e de toda a mobilização dos jovens de hoje para não esquecer tudo o que aconteceu naquele período. Então comecei a me perguntar: e no Brasil? Quando voltei, estava decidido a fazer um trabalho que trouxesse à tona certas histórias, detalhes, versões, pessoas que viveram aquele período da ditadura no Brasil. A partir disso, optei por retratar mulheres, guerrilheiras, que se engajaram para combater algo pelo qual elas achavam que valia a pena lutar.

Por que a escolha do suporte vídeo?

Sempre quis trabalhar com documentário e essa era uma área que eu tinha explorado pouco no decorrer das disciplinas do curso de Jornalismo da UFSC. Era um desafio tratar o tema que eu escolhi a partir de imagens. Acho que esse é um documentário de palavras. De como a memória se dá, com o passar dos anos e a partir fatos traumáticos, como ela se reconstroi pelo tempo e como ela é expressada na hora em que a pessoa fala, se lembra, olha, respira, os gestos… Me interessava fazer com que as pessoas tivessem, de algum modo, principalmente os jovens que não viveram naquela época, uma experiência audiovisual sobre uma história de quatro mulheres que lutaram contra um regime autoritário. Daí a opção de integrar a fala delas, as palavras, com imagens de arquivo, uso de imagens mais subjetivas, que evocassem passagem, tempo, exílio, memórias passadas, mas nunca perdidas, além do escuro, da tela preta, dos sons agudos… Tudo para compor uma experiência para o espectador a partir da história pessoal daquelas mulheres.

Por que falar do regime militar pelo olhar dessas quatro mulheres?

Basicamente porque as mulheres nos anos 60 viviam um auge de emancipação, de liberação de pensamento, revolução sexual, modo de pensar diferente de como pensavam as mulheres de gerações passadas. Tudo isso em uma sociedade machista, muito mais machista do que é hoje. Elas lutaram muito para conquistar os direitos que elas possuem hoje. E me chamou a atenção a forma como aquelas mulheres, as mulheres que eu entrevistei, lutaram como outros militantes da luta armada, mas ainda mais pelo fato de serem mulheres, de desafiarem um pensamento corrente na sociedade da época, enfim. Era como ser mulher, o simples fato de ser do sexo feminino, já fizesse com que tivessem que nascer lutando, pelo direito de pensar, de viver, de acreditar. E isso as fez, aparentemente, mais fortes do que muitos homens que também lutaram em organizações de luta armada. Vários dos que eu entrevistei chamaram a atenção para o fato de que muitas mulheres eram mais fortes do que eles, principalmente no campo emocional e psicológico. Mas isso, essa escolha, só foi possível para mim porque, na minha vida, eu sempre tive figuras femininas muito marcantes, mulheres lutadoras, dispostas a lutar pelo que acreditam. Particularmente minha mãe, minha irmã e minha namorada, que são as mulheres para quem eu dediquei o documentário. Como você as achou? Como entrou em contato com elas? Quando você começa a pesquisar muito um tema – e comigo a parte da pesquisa foi bem extensa e cansativa – nomes começam a surgir e você vai conhecendo muitas histórias. Depois disso, o trabalho é de garimpar e escolher. Cheguei nos nomes a partir de pesquisas para o documentário. Selecionei as quatro mulheres que participavam da mesma organização, a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e que se conheciam entre si. Aí, com a ajuda de pessoas mais experientes no tema, como amigos jornalistas, uma professora da História, Mariana Joffily, entre outros, consegui os telefones e contatos pela internet.

Quais foram as maiores dificuldades enfrentadas por você durante a realização do trabalho?

Alguns eventos imprevistos quase comprometeram o resultado final. A começar pelas chuvas do final do ano, quando já estavam marcadas as primeiras filmagens na cidade de Cunha, interior de São Paulo. As chuvas destruíram a cidade, a estrada foi bloqueada e minha entrevistada, a Dulce, não pôde nos receber para a gravação. Tive que esperar alguns meses para voltar. Depois, alguns dos entrevistados mudavam muito a agenda de filmagem, por conta de imprevistos e outros afazeres. No Rio de Janeiro, viajávamos eu e Caroline Santos (fotografia) quando ocorreu aquela chuva que destruiu parte da cidade. Chegamos em Niterói e estava tudo alagado, intransitável, não tinha nem como sair da rodoviária. A única opção era pegar o ônibus de volta. Enfim, alguns outros imprevistos fizeram com que a produção tivesse que se refazer a todo momento. E isso foi interessante porque em qualquer produção independente você está sempre sujeito a essas mudanças bruscas, que te fazem ter que repensar e retrabalhar todo o cronograma, o orçamento, etc. Foi uma grande lição de como produzir projetos.

O que você mais gostou no documentário?

É muito difícil falar do próprio trabalho. Se eu tivesse que escolher, eu diria que o mais bacana foi a trilha sonora. Eu estava sem música, já muito preocupado em encontrar uma voz, uma música, alguma melodia que fosse. Foi aí que entrei em contato com Leonardo Netto, assessor de Marisa Monte. Foi bem por acaso, eu escrevi pra ele e ele respondeu. Fui bem cara de pau e perguntei se a Marisa topava gravar uma música para a trilha sonora. Daí ele respondeu que ela estava afastada de atividades profissionais, mas que cederia uma ou outra canção dela para usarmos no documentário. Passei a madrugada escutando a discografia da Marisa Monte até chegar na música “Pelo Tempo que Durar”, que era a ideal para a cena do exílio, quando as entrevistadas falam das mudanças, das novas perspectivas, de novas descobertas. Em alguns dias veio um contrato da EMI, gravadora do Rio de Janeiro, e acertamos que eles cederiam os direitos da canção para ser usada no documentário. Foi muito legal!

A TV UFSC é sintonizada no canal 15 da NET. Mais informações pelo telefone (48) 3952-1942, site www.tv.ufsc.br. Novidades e programação também pelo twitter.com/tv_ufsc.

Fonte: Tadeu Sposito(tadeusposito@gmail.com) – TV UFSC.

Departamento de Jornalismo perde o professor Sérgio Mattos

29/07/2010 08:59

Foto: Site Projeto Rondon

Foto: Site Projeto Rondon

Com pesar o Departamento de Jornalismo da UFSC comunica o falecimento do professor Sérgio Ferreira de Mattos, às 23h45min desta quarta-feira, 28/7. O velório foi realizado na manhã desta quinta-feira, no Cemitério do Itacorubi. Em seguida o corpo foi levado a Porto Alegre.

Sérgio Mattos era professor do Curso de Jornalismo da UFSC desde 1982, onde lecionava a disciplina obrigatória Telejornalismo I, além das optativas Telejornalismo II, Grande Reportagem em Vídeo e Medições de Audiências.

Exercia a supervisão de estágios não obrigatórios de alunos de jornalismo. Foi bolsista da Organização dos Estados Americanos (OEA) em 1978, no Ciespal, em Quito-Equador, onde fez especialização em Jornalismo Científico e Educativo.

É mestre em Ciências da Comunicação pela USP e fazia o doutorado em Comunicação Audiovisual e Publicidade pela Universidade Autônoma de Barcelona, na Espanha. Foi Chefe do Departamento de Jornalismo e Diretor do Centro de Comunicação e Expressão da UFSC.

Começou suas atividades como jornalista na Rádio da UFRGS e na TV Gaúcha, em 1973 e 1974, atuando ainda nas TVs Difusora e Educativa, na Rádio Guaíba, e como free lancer na Bloch Editores, sempre em Porto Alegre.

Em 2009, ao lado do professor Clovis Geyer Pereira, também do Departamento de Jornalismo, coordenou a participação de equipe da UFSC no Projeto Rondon, Operação Centro Norte. As ações foram executadas na Região do Baixo Amazonas, no município de Monte Alegre.

Clipe do ´Reggae da Tainha` será lançado nesta quinta-feira, em Florianópolis

28/07/2010 20:30

Acontece nesta quinta-feira, 29/7, o lançamento do videoclipe da música ´Sereia Manezinha´, o ´Reggae da Tainha`, trabalho que conta com o cantor Valdir Agostinho, música de Júlio César Cruz e direção do cineasta Zeca Pires. O evento acontece na Fundação Café, da Fundação Cultural Badesc, no Centro de Florianópolis, às 19 horas.

No evento de lançamento, o público poderá assistir ao making off da produção, ao videoclipe e a um show com o cantor Valdir Agostinho, que se apresentará com outros músicos convidados, integrantes do cenário cultural local. Na ocasião, o diretor do videoclipe também lança o DVD Curtas de Zeca Pires, que contém cinco dos seus curtas-metragens. O público ainda poderá saborear um coquetel com frutos do mar. O evento faz parte das comemorações dos 50 Anos da UFSC.

A produção do videoclipe é mais uma saudável parceria entre o Hospital Universitário (HU) e o Departamento Artístico Cultural (DAC) da UFSC. Parceria anterior entre os setores resultou na realização da exposição de artes visuais Doadores de Órgãos. Agora a união traz a música e o cinema, um trabalho que vem sendo impulsionado pelo recém-criado Núcleo de Documentários do DAC/SeCArte/UFSC, coordenado por Zeca Pires, que atualmente está trabalhando na finalização do seu filme ´A Antropóloga`.

A letra da música ´Sereia Manezinha´, o ´Reggae da Tainha` traduz a cultura ilhoa falando dos peixes, pescadores e as mulheres da Ilha.

O médico do HU Júlio César Cruz compôs a letra, em 2007, inspirada nas lindas mulheres, nos peixes do litoral da Ilha de Santa Catarina e nos pescadores tradicionais da Barra da Lagoa, a mais conhecida colônia de pescadores da capital catarinense.

Feita em trocadilhos bem amarrados, usando mais de 20 nomes de peixes, ´Sereia Manezinha` ficou guardada durante um ano até o artista multimídia Valdir Agostinho ter acesso à composição. Extasiado, o artista da Barra da Lagoa “pirou”, segundo palavras do próprio artista, e, a partir daí, o trabalho foi consolidado, passando do papel para uma composição trabalhada em estúdio. O subtítulo ´Sereia Manezinha` virou ´Reggae da tainha`, sugestão de Gazu, vocalista da banda Dazaranha, produtor e arranjador da música.

A voz de Agostinho confere um toque ilhéu ao trabalho, cuja letra, divertida e inteligente, agrada desde os pescadores da Barra aos blogueiros especialistas em cultura, arte e música. A essa altura, entra em cena outro ilustre Mané, Zeca Pires, o cineasta fã de Valdir que, com sua intuição, traduziu a música em imagens no clipe ´Reggae da Tainha`.

A melodia é de Gazu e Luiz Maia. Também fazem parte da gravação Gazu, Érico Verícimo, os músicos Ulysses Dutra (guitarra e backing vocal), Luiz Maia (baixo e engenharia de som) e Guilherme Ledoux (bateria), os três da banda Coletivo Operante. Lou Hamad (direção de arte), a atriz Simone Moraes – no papel da sereia -, e alunos do curso de Cinema da UFSC. Nos extras, além do making of, fotos still do fotografo inglês Paul Mansfileld. Cenário e figurino levam assinatura do próprio Valdir, que usou como matéria prima lixo recolhido na Lagoa da Conceição. As gravações aconteceram em local que também tem tudo a ver com o artista: a Costa da Lagoa.

Os artistas

Júlio César Cruz – Natural de Curitibanos e radicado em Florianópolis há 29 anos, o médico de 46 anos cresceu ouvindo MPB e os clássicos do rock nacional, principalmente em sua juventude, na década de 1980, época de ouro do estilo. A letra veio ao acaso, inspirada em seu pai, pescador amador de Itajaí. O médico começou a colocar as ideias no papel, acrescentado aos poucos os detalhes que resultaram nesta verdadeira homenagem ao ilhéu e seus costumes.

Valdir Agostinho – Músico, artista plástico e apresentador de TV. Nascido na Barra da Lagoa, é um típico “manezinho” de Florianópolis e uma das personalidades bastante atuantes na cidade. Valdir é um artista multimídia. Reciclador, o menestrel da Barra se exprime de várias maneiras ao fazer arte, todas com sua personalidade exuberante e carismática, trazendo a temática da preservação do meio-ambiente e da cultura popular sem negar a modernidade. Como artista plástico é conhecido por suas pandorgas (pipas/papagaios) que carregam os temas da cultura mané não apenas pelos céus de Florianópolis como também para galerias de arte pelo mundo afora. É ganhador “hors concours” nos concursos de Carnaval com fantasias feitas de sucata. A reciclagem de lixo é o tema importante da sua obra e também de algumas de suas canções.

José Henrique Nunes Pires – Cineasta catarinense que vem construindo e conquistando lugar de destaque na historia da produção cinematográfica de Santa Catarina. Diretor de 10 filmes, entre documentários, curtas e longas-metragens, o Zeca Pires é natural de Florianópolis. Possuí formação acadêmica nos cursos de Jornalismo (UFSC), Administração (ESAG), mestrado no Curso de História e doutorando em Engenharia de Produção, ambos pela UFSC, na área de mídia e conhecimento, com a temática Cinema Digital. Atualmente é diretor do Departamento Artístico Cultural (DAC) da Secretaria de Cultura e Arte da UFSC. Zeca Pires foi um dos fundadores da Cinemateca Catarinense/ABDSC e um dos criadores do Curso de Cinema e Vídeo da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul). A maioria de seus trabalhos tem um forte vínculo com a cultura popular do Estado, como a co-direção, juntamente com Norberto Depizzolatti, no curta-metragem Manhã (1989) e no documentário Farra do Boi (1991). Veja outros trabalhos do cineasta em http://pt.wikipedia.org/wiki/Zeca_Pires.

SERVIÇO:

O QUÊ: Lançamento do videoclipe ´Sereia Manezinha`, o ´Reggae da Tainha` com show de Valdir Agostinho e músicos convidados.

QUANDO: Dia 29/7, quinta-feira, às 19 horas

ONDE: Fundação Café, da Fundação Cultural Badesc, no Centro de Florianópolis. Rua Visconde de Ouro Preto, 216. Fone (48) 3224-8846, e-mail fundacaocultural@badesc.gov.br

QUANTO: Gratuito e aberto ao púbico

VISITE: www.fundacaocultural.badesc.gov.br e www.dac.ufsc.br

Fonte: [CW] DAC-SeCArte-UFSC, com material dos produtores.

Especial SBPC: Cidades devem se preparar para revolução com Pré-Sal

28/07/2010 16:22

Depois de historiar os processos de ocupação, urbanização e de modernização de capitais como Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Porto Alegre, Vitória e São Paulo, que têm em comum a intervenção radical do colonizador no meio ambiente (desmontes de morros, aterros, destruição de mangues etc), a pesquisadora Maria Cristina Leme, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, foi incisiva ao anunciar uma revolução na vida das cidades e das populações litorâneas a partir da exploração das potencialidades das camadas do Pré-Sal. Maria Cristina proferiu nesta quarta, 28/07, a conferência ´Cidades brasileiras: interação com o mar`, realizada dentro da programação da 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que acontece no campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em Natal.

A arquiteta, que foi apresentada ao público pelo professor Elson Manoel Pereira, do Departamento de Geociências da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi coordenadora de uma rede brasileira de pesquisa sobre a formação do urbanismo, que resultou no livro Urbanismo no Brasil 1895-1965. A conferência é uma iniciativa da Associação Nacional de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (Anpur) com vistas a “contribuir na reflexão sobre o passado, a herança, e as possibilidades, o futuro, que o espaço localizado próximo ao mar, o litoral, pode oferecer ao conhecimento científico e tecnológico brasileiro”.

Secretário executivo da Anpur, Elson Manoel Pereira substituiu na mesa a presidente da entidade, Leila Christina Dias (UFSC), ausente por problemas de saúde. A Anpur, que já foi presidida por Maria Cristina Leme, fez um reconhecimento público à decisão da SBPC em eleger o mar como centro das suas atenções. “A escolha do tema é adequada e oportuna; olhar o mar não significa ficar de costas para o Brasil, como dizia a canção de Milton Nascimento; olhar o mar hoje no Brasil significa olhar o Brasil em sua integridade. É preciso reconhecer o mar como continuidade do território brasileiro e campo de possibilidades para o desenvolvimento”.

Doutora em Arquitetura e Urbanismo, a conferencista Maria Cristina Leme lembrou que as cidades brasileiras sempre foram mediadas pelos conflitos com o mar. Citou que a construção dos portos foi determinante na formação e modificação dos espaços urbanos. “A relação entre porto e cidade definiu praticamente a modernização das cidades a partir do século XX”, exemplificou.

A intervenção do homem, segundo ela, levou em conta fatores econômicos, sociais e políticos que desprezaram qualquer preocupação com a preservação do meio ambiente. Nesse sentido, a derrubada de morros, os aterros e a destruição dos mangues foram comuns nos processos de urbanização.

A pesquisadora observou que as ações do homem se deram de forma bastante radical. Avançou-se sobre o mar numa espécie de experimentação, isto é, sem amparo de conhecimentos científicos e sem levar em consideração os riscos embutidos nessa operação. Os aterros, informou Maria Cristina, têm servido para o desenvolvimento de novas formas de se exercer a arquitetura, o urbanismo e o paisagismo. Ela também constatou a desvalorização gradativa dos centros históricos urbanos. “A centralidade das cidades vai se deslocando com a perda do poder político e econômico”. Os desafios comuns, sublinhou, passam pela renovação e revitalização desses espaços, privilegiando, sobretudo, opções para o entretenimento e a cultura. O mesmo fenômeno ela nota nas zonas portuárias.

Embora fugisse um pouco da temática proposta pela conferência, a pesquisadora colocou lenha na polêmica do Pré-Sal, prevendo uma revolução urbana decorrente da exploração das suas potencialidades. “O volume de dinheiro é impressionante e os impactos e conflitos serão inevitáveis”, alertou. Além dos impactos econômicos e sociais, Maria Cristina prevê reflexos sérios na pesca e nas reservas ecológicas. Afora a briga na partilha dos royalties, os conflitos passam pela infraestrutura urbana e pela adequação dos portos e rodovias à nova realidade. Ou seja, as polêmicas e desafios transitam, como no passado, pelos conflitos e identidades que banham os doces e salgados mares brasileiros.

Considerando ser um tema estratégico e caro para o momento vivido pelo país, a Anpur, que é uma entidade científica e reúne hoje 53 programas universitários de pós-graduação, não se limitou à Conferência. Promoveu também na SBPC uma mesa redonda sobre as formas de apropriação do território com a urbanização do litoral. Coordenada por Elson Manoel Pereira, secretário executivo da entidade, contou com a participação de Norma Lacerda, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Paulo Pereira de Gusmão, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e de Rodrigo Valente Serra, da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Elson destacou a importância de uma visão global, de conjunto, no cenário que se vislumbra no horizonte das cidades. “Vimos em muitos períodos da história do Brasil uma irrigação das riquezas do continente para os portos do litoral; usando a mesma metáfora, poderíamos dizer que com as descobertas no Pré-sal veremos uma irrigação das riquezas do mar para o continente”, previu.

Por Moacir Loth/ Jornalista na Agecom

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Mais de 300 monitores preparados pelo Núcleo de Estudos da Terceira Idade atuam em projetos sociais

28/07/2010 14:04

Maria Cecília e Acélio: valorização da cidadania

Maria Cecília e Acélio: valorização da cidadania

A partir de agosto, uma nova turma começa a frequentar o Curso de Formação de Monitores da Ação Gerontológica, que qualifica pessoas idosas para atuarem como voluntários nas comunidades da Grande Florianópolis. Desde 1991, mais de 800 alunos (em 35 turmas) se formaram e, destes, cerca de 40% não usaram somente para si os conhecimentos adquiridos, trabalhando em creches, asilos e em projetos sociais mantidos pelo Estado e pelas prefeituras. “Assim, eles mediam o seu processo de envelhecimento, crescem e superam os preconceitos que ainda atingem os idosos”, diz a supervisora do curso, Maria Cecília Godtsfreidt. Cerca de 40 pessoas são formadas a cada semestre.

O curso, com duração de seis semestres, é oferecido pelo Núcleo de Estudos da Terceira Idade (Neti), que funciona desde 1982 na Universidade Federal de Santa Catarina. As inscrições foram abertas segunda-feira e podem ser feitas até o dia 6 de agosto no próprio núcleo. As aulas serão às segundas e quartas-feiras, das 14h às 16h, em salas do Centro Sócio-econômico (CSE). No dia 10 de agosto, haverá a aula inaugural e uma exposição de trabalhos dos gestores na Reitoria da UFSC.

O conteúdo é ministrado por professores de diferentes centros de ensino da universidade e investe forte nas áreas de humanas (como psicologia, sociologia e antropologia), de saúde e de políticas públicas. Os alunos entram contando com idade entre 55 e 65 anos, na maior parte dos casos, e ao saírem estão aptos a trabalhar como voluntários, aplicando também o que conheceram sobre os fundamentos da gerontologia.

Com isso, aprendem uma nova forma de enxergar a vida, entendem a sua própria condição, valorizam a bagagem que acumularam e se habilitam a suprir carências de pessoal em creches, hospitais e clínicas geriátricas. “Mais de 120 instituições recebem essas pessoas”, conta Maria Cecília, que é assistente social e também dá aulas no curso de gestores.

Direitos e autonomia

A coordenadora faz questão de ressaltar que os idosos aprendem ali a conhecer seus direitos, tornam-se mais autônomos, valorizam a cidadania e o próprio processo de envelhecimento. “São nossos parceiros e se comprometem com as nossas causas”, afirma. A Associação de Amigos do Hospital Universitário (AAHU) é um dos beneficiários desse trabalho, porque depende desses voluntários para continuar desenvolvendo seus projetos.

Ela calcula que mais de 40 mil pessoas já foram alcançadas pelos projetos com os quais se envolveram os gestores formados pelo curso do Neti. Hoje, existem 135 grupos de convivência em Florianópolis, muitos deles contando com egressos do núcleo, a partir de parceria deste com a Secretaria de Desenvolvimento Social da prefeitura. “Estamos tirando as pessoas de casa e integrando-as à Universidade, onde há muitas atividades culturais e científicas que são muito úteis para elas”, ressalta Cecília.

Experiências ricas

Acélio Richetti, formado no curso de gestores no primeiro semestre de 2009, é hoje um voluntário no Núcleo de Estudos da Terceira Idade. Ele é mais um dos que ajudam em eventos dos quais o Neti participa, como a Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFSC (Sepex), encontros e seminários. Há poucos dias, assumiu a função de resgatar o Varal Literário, que o núcleo realizava para promover a integração e estimular o lado literário de seus alunos.

Richetti trabalhou durante 10 anos com atividades físicas junto a idosos na Lagoa da Conceição e também no Instituto Estadual de Educação, envolvendo estudantes, pais e professores em ações que mostravam a importância de respeitar os idosos e reconhecer a importância que tiveram na construção do país. “Aqui, nos sentimos revigorados e aprendemos a encarar o envelhecimento como mais uma etapa da vida”, diz ele.

Outra voluntária muito identificada com o Neti é Alba Mazzola, que se formou em 1999 e não parou mais de atuar em projetos sociais. Ela lembra que a primeira experiência foi chocante, porque o trabalho foi feito numa creche próxima à Penitenciária Estadual, no bairro Agronômica. Ali, ela tomou contato com uma realidade dura, marcada por carências de todos os tipos. “As crianças queriam levar para casa, para dividir com os irmãos, o que dávamos a elas para comer”, conta.

Outra experiência que a marcou foi ter sido discriminada por ser idosa, na mesma escola. “O que essas velhas estão fazendo aqui?”, ouviu de uma professora. Depois, quando percebeu os resultados, a mesma pessoa a convidou para fazer trabalho semelhante com seus alunos. Dona Alba relutou, mas acabou aceitando, por causa das crianças. Depois, ela passou a dar palestras para idosos e adolescentes sobre drogas, gravidez precoce e outros assuntos em vários municípios do Estado.

Hoje, ela dá aulas de bordado para senhoras na Escola de Aprendizes de Marinheiros, no bairro Estreito. Integrante da associação de artesãos da UFSC, está ligada ao Neti desde 1995. E só tem elogios ao curso de monitores e ao núcleo. “Os professores são fora de série”, afirma. “Moro sozinha, e o Neti me ajuda a ocupar o tempo”.

Mais informações podem ser obtidas no Núcleo de Estudos da Terceira Idade (Neti), pelos fones 3721-9445 e 3721-9909.

Por Paulo Clóvis Schmitz / Jornalista da Agecom

Fotos: Paulo Noronha / Agecom