Lucio Gregori debate mobilidade urbana na UFSC

02/07/2010 17:40

Na próxima segunda e terça (05 e 06/07) o Programa de Educação Tutorial de Geografia da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) promove o I Seminário de Geografia Urbana e o II Seminário Interuniversitário do Plano Diretor Participativo “Mobilidade e qualidade de vida”.

Durante toda a segunda haverá mesas redondas no auditório da Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina. Pela manhã o debate reunirá os professores de arquitetura da UFSC Lino Peres e Arnoldo Debatin, além de Victor Khaled, do Movimento Passe Livre de Florianópolis.

Outro que estará nas discussões é o engenheiro Lucio Gregori, que foi secretário de Transportes entre 1990 e 1992, durante a gestão de Luiza Erundina (então no PT) na prefeitura de São Paulo. Na capital paulista, ele foi o idealizador da municipalização dos transportes coletivos por ônibus e da tarifa zero.

No período da tarde participarão da mesa-redonda Jacqueline Virti (Serviço Nacional Aprendizagem do Transporte), Hélio Carvalho (Fórum da Cidade) e Carlos Roberto Vieira (arquiteto do Etufsc, da UFSC).

Na terça haverá minicursos, que ocorrerão das 8h às 12h na Faculdade de Educação (Faed) da Udesc, no Itacorubi. Marcelo Pommar e Carolina Cruz, ambos do Movimento Passe Livre de Florianópolis, ministrarão o curso ´A Luta Pelo Direito à Cidade e a Tarifa Zero`, enquanto Jacqueline Virti vai comandar o curso ´Participação popular no processo de qualificação do transporte público` e Lucio Gregori ´Transportes urbanos: uma questão política`.

Outras informações pelo blog: seminariomobilidadeurbana.wordpress.com ou com a professora Vera Lucia Nehls Dias: (48)3321-8538 ou 9915-7218.

Fonte: Ricardo Medeiros/ Jornalista

Após Pensamento do Século XXI, Cozarinsky apresenta ´Apontamentos para uma biografia imaginada`

02/07/2010 17:14

Depois de palestrar sobre o ´Elogio da Contaminação`, dentro do Ciclo O Pensamento do Século XXI, o cineasta, dramaturgo, romancista, contista e ensaísta argentino radicado na França Edgardo Cozarinsky apresenta, encerrando a Mostra Cozarinsky, `Apontamentos para uma biografia imaginada´, filme de sua autoria. A exibição acontece no auditório do Centro de Comunicação e Expressão (CCE) da UFSC, às 18h30 desta sexta (02), e será seguida de debate com o multiartista.

A Mostra Cozarinsky é uma promoção do Curso de Cinema, e foram exibidos, desde o dia 30, algumas das mais representativas obras do cineasta, como ´A guerra de um homem só` ou ´Boulevares do crepúsculo`.

Em crítica ao primeiro desses filmes, que narra a ocupação de Paris sob os alemães, mas que é uma poderosa reflexão sobre o poder e a história, Pascal Bonitzer considera que “Cozarinsky inverteu – genialmente, não hesito em dizê-lo – o princípio do documentário: aqui são as imagens que constituem o comentário da voz. […] Daí resulta paradoxalmente que este filme expressamente baseado em mentiras (pelo menos em dois tipos de mentira: aquelas, triviais, da propaganda, e as mais sutis, da literatura) surja como a descrição mais verdadeira, mais rica e a mais cativante da época da Ocupação.”

Sua estética tem a importância de criar cinema no paradoxo contemporâneo de fazer a arte do novo e do arquivo. O cinema de Cozarinsky revela a imagem no sentido do movimento e da memória, do presente e da história. Sobre essa estética o professor Raul Antelo, consultor da mostra e interlocutor de Cozarinsky na conferência escreve:

– Na semana passada, estiveram reunidos em Serpa, no Alentejo, um grupo de cineastas experimentais para pensarem a questão da imagem-arquivo. Tratava-se, segundo os organizadores, de um tema encontrado, um ready-made, para problematizar o filme-compilação ou filme-de-montagem, que atravessa a história do cinema, a partir das vanguardas dos anos vinte. Um século de imagens narrado a partir de imagens anteriores, dando ênfase à teoria da ´imagem em movimento´. O desafio era, portanto, tomar a imagem-arquivo, em parte como uma imagem ´de arquivo´, mas também como uma imagem nova, uma releitura da História que, realizando-se, anula, ao mesmo tempo, o próprio objetivo histórico, como no cinema de Yervant Gianikian e Angela Ricci-Lucchi ou no de Edgardo Cozarinsky, cineastas que tendem uma ponte que vai de Jean-Luc Godard a Harmut Bitomsky. Todos esses artistas, presentes em Serpa, têm um ponto em comum: o arquivo é o lugar do qual eles partem, como antes deles, e na arte, Warburg ou Richter.

Por Raquel Wandelli/jornalista na Secarte

Professores da UFSC lançam livros sobre planejamento estratégico

02/07/2010 11:42

Está marcado para o dia 5, segunda-feira, a partir das 18h30, na livraria Livros & Livros, no Centro de Cultura e Eventos da UFSC, o coquetel de lançamento do livro “Estratégias em diferentes contextos empresariais: Fundamentos, modelos e perspectivas” (editora Atlas), de Manuel Portugal Ferreira, Maurício Fernandes Pereira, Fernando Antônio Ribeiro Serra e Gilberto de Oliveira Moritz.

No mesmo evento, Maurício Fernandes Pereira lança “Planejamento estratégico: Teorias, modelos e processos”, também da editora Atlas. No primeiro, os autores explicam como atuar melhor estrategicamente frente às movimentações dos concorrentes, dos clientes no mercado e dos agentes reguladores para conseguir um melhor desempenho das organizações.

Cada capítulo começa com uma introdução conceitual seguida dos artigos acadêmicos, com exemplos e aplicações práticas. O planejamento estratégico traz a experiência prática para o desenvolvimento do processo de planejamento em organizações reais e estabelece o propósito de direção que a organização deverá seguir para aproveitar as oportunidades e evitar os riscos.

Mais informações pelo telefone (48) 3222-1244.

Dança e atividades físicas mobilizam idosos no campus

02/07/2010 11:34

Uma atividade diferente animou, na manhã desta sexta-feira (02/07), a área próxima ao Lago da UFSC, no campus da Trindade. Cerca de 30 idosos, sob a coordenação da professora Marize Amorim Lopes, participaram de exercícios aeróbicos e de dança, com o apoio de alunos do Centro de Desportos da Universidade. Uma senhora de 94 anos, Adelina Nascimento, foi homenageada com um “Parabéns pra você” e uma salva de palmas por ser a mais antiga participante do Programa de Atividades Físicas do CDS, criado há 25 anos.

Marize Lopes desenvolve o programa desde 1985 e informa que este trabalho tem melhorado a qualidade e a expectativa de vida dos idosos. “A evasão é baixa e as pessoas vêm tanto dos bairros próximos à UFSC quanto do continente, dos municípios de São José e Palhoça”, diz ela. Ao todo, o grupo envolve 650 pessoas e conta com a participação de acadêmicos de Educação Física, que ajudam as turmas de ginástica, hidroginástica, natação, vôlei e jogos coletivos. O programa também mantém um grupo folclórico que atua há 21 anos na Grande Florianópolis.

Homenageada em 2009 com o Troféu Amigo da UFSC, Marize Lopes está fazendo o seu doutorado em cima da importância das atividades físicas para pessoas da terceira idade. Ela também programou para o dia 20 de julho um evento em que vai tentar trazer de volta pessoas que já passaram pelo programa. “Elas precisam se redescobrir como seres cidadãos e participantes”, afirma.

Só no grupo de dança há cinco pessoas com mais de 80 anos, e é raro, segundo Marize, os participantes apresentarem problemas sérios de saúde, graças ao empenho com que se dedicam às atividades físicas. “Eles são assíduos, afetivos e demonstram carinho e respeito uns pelos outros”, conta. Neste trabalho, ela tem a parceria das professoras Tânia Rosane Benedetti e Vera Lúcia Torres.

Atividades culturais – De acordo com Cléia Silveira Ramos, do Departamento de Cultura e Eventos, a iniciativa faz parte das comemorações dos 50 anos da UFSC e será realizada até dezembro, na primeira sexta-feira de cada mês – a exceção será agosto, quando a atividade será na segunda sexta-feira, por causa do calendário letivo. “Aqui, o trabalho pode ser visto por mais gente”, afirma. Ela destaca que o Programa de Atividades Físicas do CDS beneficia tanto ex-funcionários da instituição quanto pessoas de fora que têm interesse em se manter ativas e socialmente integradas.

A intenção é aproveitar o cinquentenário da instituição para realizar, no mesmo local, eventos culturais, fazendo o melhor uso possível de um espaço privilegiado dentro do campus. A ideia é programar as atividades a partir das 11h30, quando muitos alunos, docentes e servidores técnico-administrativos estão se dirigindo ao Restaurante Universitário, que fica ali perto.

Por Paulo Clóvis Schmitz / Jornalista na Agecom

Paradigma Cinearte abre programação de julho com cinco curtas catarinenses

02/07/2010 10:38

O recém-lançado espaço de cinema de Florianópolis Paradigma Cinearte exibe em sua programação de abertura cinco curtas do diretor catarinense Zeca Pires, seguidos de bate-papo com o cineasta. A primeira sessão aconteceu na quinta-feira, dia 1 de julho, e uma próxima será realizada na quinta-feira, dia 8 de julho, às 20h.

Curtas de Zeca Pires aborda temas bem característicos do Estado, como as histórias da Festa do Divino, a farra do boi e a Ilha da Magia. “A iniciativa dos idealizadores do Paradigma Cinearte é muito importante, principalmente pela estrutura diferenciada dos outros locais de entretenimento que oferecem a mesma proposta”, ressalta o cineasta.

Zeca Pires é um reconhecido diretor catarinense, com curtas produzidos

desde a década de 1990. É professor de cinema e diretor do

Departamento Artístico Cultural (DAC), ligado à Secretaria de Cultura e Arte (SeCArte) da UFSC. Está finalizando o primeiro longa, com o título A Antropóloga, em grande parte filmado na Costa da Lagoa. O filme será lançado no segundo semestre de 2010.

Saiba mais sobre os curtas:

Perto do Mar: Episódio dos curtas catarinenses, produzido pela TVi e exibido para todo o Estado de Santa Catarina pela RBS-TV. Baseado no conto O Velho da Praia Vermelha, do escritor catarinense Salomão Ribas Jr.

Ilha: Mariana recebe uma carta do pai que não a vê há 22 anos. Ele está muito debilitado e tem um último pedido para a filha.

Caminhos do Divino: Um documentário sobre a festa mais popular do litoral catarinense, que mescla depoimentos sobre a importância

cultural do culto ao Divino Espírito Santo, contando a história e as

origens da tradição.

Farra do Boi, o Documentário: Filme sobre a polêmica em torno da farra do boi, que acontece em feriados como a Páscoa e o Natal, em Santa Catarina, e que consiste na perseguição e morte de um boi pelos

participantes. Trata das origens da festa na Ilha dos Açores e da

repressão iniciada nos anos 80, mostrando opiniões contrárias e

favoráveis. São exibidas imagens da perseguição ao boi, mas não há

cenas de tortura ou morte. Depoimentos de pescadores, historiadores,

jornalistas, da psicóloga Nise da Silveira e da atriz Lucélia Santos.

Manhã: Filmado no interior do Estado, narra o cotidiano de um leiteiro cujas tarefas são violentas e equivocadamente interrompidas.

Sobre o Paradigma Cinearte:

O Paradigma Cinearte surgiu como uma alternativa ao circuito das produções hollywoodianas exibidas nas salas de cinemas tradicionais de Florianópolis e conta com o apoio da Paradigma, empresa de softwares e informática. O espaço fica no Corporate Park, na SC 401.

Semanalmente são exibidas duas sessões em uma sala equipada com tecnologia de última geração com capacidade para 120 pessoas. Com o objetivo de oferecer mais comodidade aos visitantes, o Paradigma Cinearte disponibiliza reserva de ingressos através de seu site, que podem ser retirados até 15 minutos antes de cada sessão.

Mais informações e a programação completa no site www.paradigmacinearte.com.br

Serviço:

O QUÊ?: Cinco curtas catarinenses de Zeca Pires abrem programação de julho do Paradigma Cinearte

QUANDO: Dias 1º e 8 de julho de 2010, às 20 horas.

ONDE: Paradigma Cinearte, Rodovia José Carlos Daux (SC 401) n° 8600 sala 2 bloco 8 Centro Empresarial Corporate Park, Santo Antônio de Lisboa, Florianópolis-SC

QUANTO: Inteira: R$ 12,00 e meio R$ 6,00

CONTATO: Contato Paradigma Cinearte: (48) 3239-7777ou www.paradigmacinearte.com.br – Contato Zeca Pires: (48) 3721-9348 e 9971-7951 ou pelo e-mail zecapires@dac.ufsc.br

CONTATO: Assessoria: Fábrica de Comunicação – www.fabricacom.com.br –

(48) 3027-6000

Fonte: [CW] DAC/ SeCArte / UFSC, com material fornecido pela assessoria do evento.

Leia também entrevista do cineasta Zeca Pires para a Agecom

Abertas inscrições para festival de música da Grande Florianópolis

02/07/2010 09:36

Este é o ano da música na Universidade Federal de Santa Catarina. Depois do UFSCtok, organizado pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), a Secretaria de Cultura e Arte (SeCArte) lança o Festival de Música da UFSC.

As inscrições estão abertas até o dia 12 de julho, das 14h às 18h, na SeCArte, que fica no prédio da Editora, 2º andar. Dentre os concorrentes, serão selecionadas 20 composições para participar da 1ª Mostra Musical em comemoração aos 50 anos da Universidade, que deverá ocorrer nos dias 28 e 29 de agosto, na Praça da Cidadania, em frente ao prédio da Reitoria. As composições vencedoras terão sua música gravada em CD e DVD alusivos à comemoração dos 50 anos da UFSC.

Poderão participar estudantes universitários, professores e técnico-administrativos dos campi de Florianópolis, Curitibanos, Joinville e Araranguá, bem como compositores, músicos, intérpretes e comunidade em geral da Grande Florianópolis, desde que satisfaçam as condições previstas no regulamento. Dos selecionados, dez vão se apresentar no primeiro dia e os outros dez no segundo.

O festival tem como objetivo promover a integração e troca de experiências entre músicos e comunidade cultural e difundir a música como um dos meios essenciais de expressão cultural. “Queremos incentivar o surgimento de novos valores e propiciar a afirmação de nomes já reconhecidos no cenário musical da Grande Florianópolis”, afirma a secretária de Cultura e Arte Maria de Lourdes Borges.

Cada proponente poderá inscrever até três músicas de composição própria, sem nenhuma restrição de estilo, das quais uma será selecionada para ser apresentada no palco do festival, que será montado em lona pela organização dos 50 anos da UFSC. Para a inscrição é preciso preencher o formulário que se encontra disponível no site www.secarte.ufsc.br; um CD contendo a gravação de até três composições, incluindo letra e partitura, além do rider técnico de som. Deve ser feita pessoalmente ou encaminhada para o endereço: Secretaria de Cultura e Arte da UFSC, Campus Universitário Reitor João David Ferreira Lima, Prédio da Editora Universitária, 2° andar, Florianópolis, SC, CEP: 88040970. E-mail para contato: festivaldemusica@reitoria.ufsc.br.

No site da SeCArte serão divulgados os nomes dos eleitos pela comissão de seleção, presidida por Marco Valente, músico e coordenador do Projeto 12:30, do Departamento Artístico Cultural da UFSC.

Por Raquel Wandelli / Jornalista na SeCArte

Departamento de Projetos de Extensão recebe propostas para seminário da Região Sul

02/07/2010 09:24

O Departamento de Projetos de Extensão da UFSC está recebendo propostas de ações de extensão a serem apresentadas no 28° Seminário de Extensão Universitária da Região Sul (SEURS). O evento será realizado de 8 a 10 de setembro, na Udesc, em Florianópolis.

De acordo com as regras do seminário, serão selecionados, por universidade participante, até 10 oficinas, 10 pôsteres estendidos (apresentação oral) ou pôsteres convencionais (apresentação em banner) e cinco vídeos-relatos de ações realizadas ou em desenvolvimento.

As propostas devem ser encaminhadas ao DPE/UFSC por meio de

memorando de uma página contendo:

1) Título da ação;

2) Nome do coordenador;

3) Número de registro no SIRAEx;

3) Tipo de apresentação

( ) Oficina

( ) Pôster estendido

( ) Pôster convencional

( ) Vídeo-relato

4) Resumo (500 caracteres);

5) Público-alvo.

Dependendo do número de propostas encaminhadas, poderá haver uma seleção de projetos por comissões designadas nas Unidades de Ensino.

Fonte: Departamento de Projetos de Extensão / (48) 3721-8305 ou dpe@prpe.ufsc.br

Nona edição do Congresso Internacional Fazendo Gênero aguarda 4 mil participantes

02/07/2010 09:07

O grupo, seus eventos e publicações

O grupo, seus eventos e publicações

Acontece de 23 a 26 de agosto na UFSC o Congresso Internacional Fazendo Gênero 9. O encontro, organizado pelo Instituto de Estudos de Gênero (IEG), discute nesta edição a experiência contemporânea de permanente cruzamento de fronteiras. ´Diásporas, Diversidades, Deslocamentos` é a temática que será abordada.

Na última edição, em 2008, participaram 2.700 pessoas. Esse ano, em função do interesse de acadêmicos brasileiros e de outros países no maior encontro da América Latina da área, o número de vagas é de 4 mil.

“Além dos palestrantes de diversos países que convidamos, muitos pesquisadores, a maioria da América Latina, demonstra interesse, também encaminha seus trabalhos e propõe simpósios para o encontro”, conta Mara Coelho de Souza Lago, uma das coordenadoras do IEG.

O projeto Fazendo Gênero reúne pesquisadores de todo o mundo a cada dois anos. O primeiro desses encontros, ainda de âmbito nacional, aconteceu em 1994, organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Literatura da UFSC.

Desde então, com o objetivo de consolidar um espaço permanente de debates e de trocas interdisciplinares, o Instituto de Estudos de Gênero organiza novos eventos que resultam em publicações de anais, livros, coletâneas e números especiais de revistas acadêmicas.

O instituto

Com sede no Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH), O Instituto de Estudos de Gênero (IEG) foi criado após uma reunião de avaliação do Fazendo Gênero 6, em 2004, por pesquisadoras envolvidas com o feminismo e com estudos de gênero. O objetivo era centralizar as atividades que vinham sendo realizadas na UFSC.

Inicialmente envolvendo apenas o Centro de Comunicação e Expressão (CCE) e o Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH), hoje o IEG abrange também o Centro de Ciências da Saúde (CCS) e o Centro Sócio-Econômico (CSE). A meta é estreitar os vínculos entre trabalhos de diversas áreas acadêmicas com os movimentos sociais comprometidos com os direitos das mulheres e com a promoção da igualdade de gênero.

Atualmente coordenado pelas professoras Joana Maria Pedro, Mara Coelho de Souza Lago e Zahidé Lupinacci Muzart, o IEG tem como principais atividades a realização dos encontros Fazendo Gênero, a publicação da Revista Estudos Feministas (REF) e a manutenção do Portal de Publicações Feministas. O setor integra núcleos de pesquisa e laboratórios que atuam no campo dos estudos de gênero, buscando a consolidação dessa área de concentração no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas.

O instituto tem a meta de ser um espaço permanente de pesquisa, organizando e disponibilizando um acervo de publicações sobre gênero e teorias feministas, apoiando as atividades docentes e discentes na universidade e fora dela. A partir da geração e divulgação desse conhecimento, sua equipe procura colaborar com a instrumentalização de políticas públicas.

Saiba Mais:

Estudos de gênero na UFSC

Os trabalhos iniciaram em 1984, com a criação do Núcleo de Estudos da Mulher. A equipe se reestruturou como Núcleo Interdisciplinar de Estudos de Gênero, a partir do 1° Encontro de Estudos sobre a Mulher, em 1989, mesmo ano em que foi realizado o 3° Encontro Nacional de Mulher e Literatura – um salto qualitativo na consolidação dos estudos na universidade e que resultou no primeiro Fazendo Gênero, em 1994.

Esse campo cresceu significativamente na universidade nos últimos 20 anos, com a abertura de disciplinas em cursos de graduação e de pós-graduação, a criação de linhas de pesquisa e a implantação da área de concentração Estudos de Gênero, do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas. Como resultado, foi acumulada uma vasta produção acadêmica e estruturada a Revista de Estudos Feministas. Atualmente o IEG conta com a participação de diversos centros da UFSC e também da Udesc.

Revista Estudos Feministas

É um periódico interdisciplinar de circulação nacional e internacional que publica artigos, ensaios e resenhas. Desde 1999, um núcleo de professoras da UFSC é responsável pela edição da revista, considerada uma das principais publicações da área e indexada nos principais bancos e fontes de referência científicas internacionais. A REF está disponível em
www.scielo.com.br, no portal feminista (www.ieg.ufsc.br) e no portal de periódicos da UFSC.

Outras publicações:

No site do IEG também estão disponibilizados livros eletrônicos, teses, dissertações e volumes de outras revistas que tratam da temática de gênero: o Caderno Pagu, publicação do Núcleo de Estudos de Gênero da Universidade estadual de Campinas; o Caderno Espaço Feminino, publicação da Universidade Federal de Uberlândia; a revista Gênero, periódico semestral de circulação nacional da Universidade Federal Fluminense e a revista latino-americana da Universidade Estadual de Ponta Grossa, que publica semestralmente artigos científicos relacionados à área de geografia, gênero e sexualidades.

Gênero e Diversidade na Escola

É um projeto destinado à formação de profissionais da área de educação, abordando as temáticas de gênero, sexualidade e relações étnico-raciais. Em 2009, com apoio do Ministério da Educação e da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, o IEG organizou um curso de ensino a distância para professores de educação infantil, ensino fundamental e médio, envolvendo 10 polos no país.

Seis meses depois, uma equipe do instituto lançou o livro ´Práticas Pedagógicas e Emancipação: Gênero e Diversidade na Escola`, que traduz as ações desenvolvidas no projeto. “São tratadas questões transversais sobre diferenças que ocorrem nas escolas. O livro traz informações mais explícitas e sistematizadas, para quem tem que lidar com essas questões no cotidiano”, explica Mara Lago. Para ela, ao participar do projeto, o IEG reforçou seu papel na formação, transmissão e divulgação dos conhecimentos de ponta que produz na área de gênero no Brasil.

Núcleos e laboratório na UFSC

– Laboratório de Estudos de Gênero e História (LEGH)

– Núcleo de Pesquisa Modos de Vida, Família e Relações de Gênero (Margens)

– Núcleo de Estudos Sobre Agricultura Familiar (NAF)

– Núcleo de Antropologia Audiovisual e Estudos da Imagem Grupo de Antropologia Urbana e Maritima (Navi)

– Núcleo de Estudos e Pesquisas em Serviço Social e Relações de Gênero (Nusserge)

– Núcleo de Estudos de Modos de Subjetivação e Movimentos Contemporâneos (NUR)

– Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividade (NIGS)

Mais informações: www.ieg.ufsc.br; (48)3721-6440; estudosdegenero@gmail.com

Por Natália Izidoro / Bolsista de jornalismo na Agecom

Especial Pesquisa: universidade desenvolve estudo sobre conservação da araucária e uso sustentável do pinhão

02/07/2010 08:48

Meta é colaborar com uso e conservação da espécie

Meta é colaborar com uso e conservação da espécie

Árvore típica da região Sul, a araucária está ameaçada de extinção. Mas sua semente, o pinhão, além de ser uma fonte de renda para diversos agricultores, tem forte significado cultural e valor na alimentação. O projeto ´Fundamentos para a conservação da araucária e uso sustentável do pinhão`, coordenado pelo professor Maurício Sedrez dos Reis, do Núcleo de Pesquisas em Florestas Tropicais da UFSC, tem como objetivo gerar conhecimentos para aproveitar esse potencial. A pesquisa tem apoio financeiro da Fapesc e integra as ações do Programa Biodiversidade do Estado de Santa Catarina.

O trabalho será desenvolvido por pesquisadores da UFSC, Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Floresta Nacional de Três Barras (Instituto Chico Mendes de Biodiversidade). No projeto a equipe destaca que o uso do pinhão tem favorecido a conservação da araucária e contribui também com a manutenção da Floresta Ombrófila Mista, vegetação em que esse tipo de árvore é predominante.

Ecologia da araucária

O estudo leva em conta a necessidade de manutenção dos processos ecológicos da araucária e da Floresta Ombrófila Mista, assim como possibilidades de que os agricultores familiares usem a vegetação nativa na geração de trabalho e renda.

Serão sete ações de pesquisa. As atividades incluem trabalhos envolvendo demografia (como a espécie se distribui), fenologia (estudos sobre a araucária e suas relações com o ambiente) e diversidade genética, entre outros. De acordo com a equipe, as análises sobre estrutura populacional, crescimento, regeneração natural, mortalidade, biologia reprodutiva, organização da diversidade genética e fluxo gênico, interações com a fauna, evidências de domesticação, entre outros, são fundamentais para compreensão da ecologia da araucária nos ambientes de ocorrência atual em Santa Catarina.

O projeto permitirá também análises sobre a cadeia produtiva e impactos da extração de pinhões sobre a fauna e sobre a regeneração da espécie – aspecto ainda desconhecido e fundamental para estabelecimento de critérios para uma orientação sustentável no processo de coleta, visando à manutenção da biodiversidade.

“A coleta reduz as sementes que seriam utilizadas pela fauna como alimento e causa problemas na regeneração das populações naturais da araucária, pois compromete a probabilidade de surgirem novas plantas”, lembra o professor Maurício Sedrez dos Reis. Segundo ele, são praticamente inexistentes estudos que buscam estabelecer o percentual de pinhões que deveria ser extraído da floresta sem que a dinâmica de regeneração seja afetada.

A pesquisa ainda contempla análises sobre produtividade do pinhão em diferentes populações de araucária; uso e exploração histórica e atual; sistemas de manejo adotados por agricultores familiares e caracterização da cadeia produtiva em Santa Catarina.

A expectativa é estabelecer políticas públicas associadas à conservação e uso da araucária, gerando orientações para uso sustentável do pinhão, manejo da paisagem, regulamentações sobre época e intensidade de coleta e ações de fomento de uma cadeia produtiva sustentável.

“Diante do cenário de paisagem em que se encontra a araucária, com remanescentes florestais distribuídos de forma extremamente fragmentada, são fundamentais informações sobre a espécie, para que sejam delineados planos que garantam a continuidade de suas populações”, alerta o coordenador.

Mais informações: Núcleo de Pesquisas em Florestas Tropicais / (48) 3721-5322 / msedrez@gmail.com

Por Fernanda Burigo / Bolsista de Jornalismo na Agecom

Saiba Mais:

A araucária

O pinheiro-do-paraná (Araucária angustifólia) é a única espécie do gênero araucária encontrada no Brasil. Esta árvore é símbolo do estado do Paraná e das cidades de Curitiba e Araucária. A distribuição se concentra nos estados do Sul do Brasil, mas também ocorre em regiões mais altas do Sudeste, com exceção do Espírito Santo, e em pequenas manchas na Argentina e no Paraguai.

É a espécie que prevalecia na Floresta Ombrófila Mista e possui grande importância ecológica. Seus pinhões servem de alimento para pequenos animais no inverno, época do ano com escassez de frutos e néctares.

Reservas esgotadas

Historicamente a araucária foi alvo de exploração predatória devido ao seu valor madeireiro. A Floresta Ombrófila Mista, formação típica da espécie, que representava aproximadamente 30% da cobertura florestal de Santa Catarina no século XIX, também foi reduzida e fragmentada por conta da expansão da fronteira agrícola e pecuária no século XX. Essa destruição ocorreu em todo Sul do Brasil. Atualmente, os remanescentes florestais de araucária representam apenas 1 a 4% da sua área de ocorrência inicial.

Produto madeireiro

A exploração da araucária, concentrada entre o início do século XX e a década de 1970, teve impactos expressivos na economia brasileira. Por um longo período foram exportadas madeiras serradas e laminadas para vários países. Esta ação intensificou-se a partir de 1934, tendo seu auge nas décadas de 50 a 70, e fez com que as reservas fossem praticamente esgotadas em São Paulo. Estima-se que entre 1958 e 1987 foram exportados mais de 15 milhões de m³ de madeira, fazendo com que a araucária fosse o produto madeireiro mais importante do Brasil até a década de 70.

Ameaça de extinção

Como consequência dessa exploração, associada à destruição parcial do ambiente em que se desenvolve a araucária, a espécie está ameaçada, segundo Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção. É classificada como vulnerável na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas de Extinção do Estado do Paraná e como criticamente ameaçada pela Lista Vermelha de Plantas Ameaçadas da International Union for Conservation of Nature (IUCN).

Pinhão

O uso do pinhão como fonte de alimento é uma característica cultural forte. Essa semente é aproveitada desde os povos indígenas que habitavam as áreas de ocorrência da araucária. O pinhão é também uma importante fonte de renda para agricultores familiares. Muitos proprietários rurais mantêm e manejam populações de araucária em suas propriedades não apenas pelo significado cultural e valor alimentício, mas também pela possibilidade de geração de renda.

Dados do IBGE indicam que foram retiradas, no ano de 2007, na região Sul do Brasil, 4.615 toneladas de pinhão, que rendem preço médio de R$ 1,13 o quilo. O maior volume de comercialização ocorre nos meses de junho e julho, já que o pinhão é componente essencial em festas do Sul do país e juninas.

Fonte: Projeto ´Fundamentos para a conservação da araucária e uso sustentável do pinhão`:

Saiba Mais:

Objetivos Gerais:

– Fundamentar ações para uso sustentável do pinhão em remanescentes florestais com Araucária angustifólia em Santa Catarina.

– Estudar estratégias e modelos de conservação e domesticação para Araucária angustifólia em Santa Catarina

Objetivos específicos:

– Caracterizar a estrutura populacional de Araucária angustifólia em Santa Catarina

– Avaliar a regeneração natural e crescimento do diâmetro dos indivíduos em populações da espécie

– Avaliar o padrão espacial de Araucária angustifólia

– Avaliar aspectos da fenologia reprodutiva em populações da espécie

– Avaliar a produtividade de pinhões em populações de araucária em duas regiões de Santa Catarina

– Caracterizar a diversidade e estrutura genética em populações da espécie em Santa Catarina

– Caracterizar a estrutura genética interna (escala fina) da espécie

– Caracterizar o fluxo gênico histórico e contemporâneo em populações da espécie

– Estudar ocorrência local de variedades / tipos (variação intra-específica), e suas variações morfológicas, em populações de Araucária angustifólia

– Analisar o conhecimento a respeito de variações de manejo e unidades de paisagem relacionadas aos tipos

– Inferir sobre os graus distintos de domesticação da espécie e as

características que têm sido modificadas por ações humanas

– Avaliar o impacto da extração de pinhões sobre a fauna

– Identificar e analisar os canais de comercializações e a cadeia produtiva do pinhão em Santa Catarina

Leia outras matérias de pesquisa:

– Tese gera fundamentos para regulamentação do uso da bracatinga, espécie nativa da Mata Atlântica

– Tese comprova potencial do “asfalto de borracha”

– Método de controle da gordura trans desenvolvido na UFSC é premiado

– Projeto do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos valoriza derivados da abóbora

– Estudo traça perfil de jogadores brasileiros que foram para grandes times de outros países

– Tese mostra que fazendas produtoras de madeira de reflorestamento podem colaborar com recomposição da fauna e flora

– UFSC constrói centro avançado de petróleo, gás e energia no Sapiens Parque

– Estudo sobre trabalho doméstico recebe menção honrosa no Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero

– UFSC amplia estrutura laboratorial para monitoramento de ambientes aquáticos

Por que rotular a revisão da Lei de Direitos Autorais no Brasil?

01/07/2010 18:46

Por Marcos Wachowicz

O Brasil vivencia um amplo processo de revisão da lei autoral, que agora se encontra aberto à sociedade com a consulta pública que o Governo Federal do texto base para a alteração da Lei de Direito Autoral (Lei nº 9.610/98), elaborado por uma pluralidade de especialistas por solicitação do Ministério da Cultura.

A consulta pública é, sem dúvida, uma oportunidade ímpar para a discussão democrática e o aprimoramento sobre qual tutela jurídica seria a mais adequada aos direitos autorais em face das novas tecnologias, do acesso à cultura e das novas formas de criação.

Por que rotular? E qual a necessidade de se criar estereótipos?

O processo de revisão da lei necessita de mecanismos que promovam informação e possibilitem o entendimento para formulação de conceitos novos, que enfrentem a complexidade do uso das novas tecnologias, que permitam o desenvolvimento das potencialidades do ser humano na sociedade da informação.

Com certeza, o primeiro passo não pode ser o exercício de se rotular ou criar estereótipos.

O editorial do jornal O Globo do último domingo, sob o título “Os perigos na alteração da lei autoral”, linearmente rotula a proposta de mudança como sendo notabilizada por um pensamento dirigista e intervencionista polarizado pelo Ministério da Cultura para mal informados, e que, portanto, tem de ser examinada e debatida com a atenção e profundidade necessárias.

A princípio há que se ter claro que, a oportunidade de revisar a legislação autoral não pode ser afastada sob o manto do medo e dos perigos de se almejar a modernização do sistema legal.

Igualmente a oportunidade de revisar a lei autoral brasileira por meio de uma análise profunda não deve se pautar em pensamentos reducionistas, que buscam antes de tudo rotular ideologicamente a proposta para desqualificá-la, ou o que é pior ainda, que a iniciativa de revisão já amplamente discutida e aguardada pela sociedade brasileira nos últimos anos seja tratada como mais uma questão político-partidária dentro de um ano eleitoral.

Com efeito, tudo isto torna difícil uma atenção e uma informação adequada sobre as questões realmente importantes e centrais da proposta de revisão.

O movimento para a revisão da lei brasileira não é fato isolado no cenário internacional.

Brasil e Alemanha inauguraram no dia 14 de junho, oficialmente, o debate sobre revisão das respectivas leis de Direitos Autorais.

No Brasil, o Governo Federal colocou em consulta pública o texto base da reforma da lei autoral e, na Alemanha, a Ministra da Justiça Sabine Leutheusser-Schnarrenberger, pronunciou na Academia de Ciências de Brandenburg, em Berlim, um discurso notável sobre a necessidade de reforma do Direito de Autor alemão.

No entendimento da Ministra da Justiça alemã a principal questão é a necessária adaptação da lei à realidade da Internet; nesse sentido é que está sendo elaborado naquele país o 3º pacote legislativo nesta matéria, a partir da transposição da Diretriz sobre os Aspectos do Direito de Autor e Direitos Conexos na Sociedade da Informação.

Os debates na Alemanha se assemelham em muito aos que estão sendo desenvolvidos e travados no Brasil. A questão crucial na Alemanha é como proteger a propriedade intelectual como um pré-requisito para a diversidade cultural, a criatividade e o desempenho acadêmico. Ficou patente que não se pode na Sociedade da Informação linearmente transferir os instrumentos jurídicos concebidos a mundo analógico para o mundo digital.

É fato que os opositores da revisão da lei fundamentam sua argumentação nos perigos de que, com a digitalização, todos os conteúdos protegidos por direitos autorais se multiplicarão massivamente na internet de forma absolutamente descontrolada. Porém, não se pode negar que a digitalização dos conteúdos intelectuais (estejam ou não protegidos pelo Direito Autoral) e sua difusão pela Internet criam um enorme potencial social de acesso ao conhecimento, à educação, ao intercambio cultural.

A oportunidade de revisar a legislação autoral não pode ser tolhida apenas sob o temor do risco de digitalização.

O que estamos vendo na internet é o surgimento de novas formas de uso criativo de obras intelectuais dentro das redes sociais e das comunidades virtuais.

É preciso ficar claro que a Internet aproxima o autor com o seu público sem a necessidade de intermediários.

A tecnologia da informação possibilita um constante dialogo entre autores/criadores com seus leitores. Torna-se cada vez mais comum, o estabelecimento de um contato direto com autor, no sentido de se solicitar deste que venha liberar o uso parcial de um texto ou a cópia de uma foto.

O direito de autor não pode ser considerado um estado de exceção para fundamentar posições extremas, como aquelas contidas nas inúmeras campanhas antipirataria nas quais se pretende introduzir o medo em pessoas comuns, com a indução do entendimento de que estariam se transformando em falsificadores, piratas e criminosos, pelo simples fato de utilizar os recursos tecnológicos disponíveis em seus computadores, celulares, Ipods, câmeras de vídeo. Tudo na esperança de dissuadir todos os usuários da internet, numa visão apocalíptica de que, se não agirem desta maneira, estaremos todos acabando com o direito autoral e com o desenvolvimento.

A bem da verdade, o ato de rotular ou estereotipar, antes de analisar e informar, sempre evocam visões distorcidas da realidade e apocalípticas de um futuro que, se tornam instrumentos poderosos para manter modelos de negócios ultrapassados, com o intuito de colocar toda uma sociedade sob uma pressão, e assim, torná-la refém, sob o manto da ignorância e da desinformação, como sendo toda ela potencialmente criminosa por atos de pirataria. Tudo para impedir que as pessoas experimentem novas formas de criar, de usar e de transformar criativamente músicas e imagens.

O Direito Autoral e o desenvolvimento

O direito autoral na sociedade da informação deve ser sim um instrumento de desenvolvimento que venha ampliar políticas públicas de difusão da cultura, promovendo a educação e o conhecimento.

A dimensão pública do direito autoral tem papel preponderante quando se aborda a questão de políticas públicas para a preservação cultural e promoção da diversidade cultural do povo brasileiro.

Isto porque a preservação do patrimônio cultural do país passa necessariamente pela criação e manutenção de políticas públicas que fomentem a diversidade cultural, e o direito de autor deve servir como um instrumento legal de sustentação destas políticas.

Se pensar de maneira inversa, ou seja, de que o bem intelectual é um produto das indústrias criativas que será posteriormente consumido pelas massas, pela sociedade, estaremos reduzindo a obra intelectual a mero bem de consumo. Ora, o bem intelectual não é um bem de consumo, tal qual um eletrodoméstico, porque ele tem valores e significados culturais que extrapolam uma relação privada de consumo, que é justamente aquilo que faz com que o direito de autor não seja banalizado. Vale dizer: a expressão artística e cultural que tem de estar presente na obra.

A preservação da diversidade cultural é de fundamental importância, e com uma legislação inadequada, poder-se-á correr o risco de retirar do povo o direito de criar a sua própria cultura, bem como negar à sociedade a condição básica de acesso a essa cultura. Pode-se mesmo chegar ao ponto de suprimir-se a existência de uma cultura de massa advinda da base popular, dos próprios indivíduos que integram esta massa como criadores de seus próprios bens culturais.

O Estado tem um papel importantíssimo de proporcionar o surgimento destes espaços culturais de criação, e também de proporcionar a recuperação do espaço público de discussão e tratamento do bem intelectual que cada vez mais se torna privatizado. Além de traçar políticas públicas que sejam portadoras de principio democráticos, de inclusão política, tecnológica e cultural do cidadão.

Assim a proposta de Revisão da Lei de Direitos Autorais pretende promover o equilíbrio entre interesses público e privado, harmonizando as limitações da lei brasileira com a realidade social, econômica e cultural do país, sem descumprir com os compromissos internacionais do Brasil. E, dotar o artigo 46 de clareza para facilitar o seu entendimento pela sociedade.

Marcos Wachowicz

Professor de Direito da UFSC

Centro de Ciências Jurídicas

Florianópolis/SC – Brasil

CEP. 88.036.970

fone:(55)48-3721-9292

www.cpgd.ufsc.br

www.direitoautoral.ufsc.br

Artista total Cozarinsky fala hoje na UFSC sobre contaminação na arte

01/07/2010 12:40

O público de Florianópolis tem a oportunidade de ouvir hoje, quinta-feira, às 18h30min, pela primeira vez em Santa Catarina, o multiartista e pensador argentino radicado na França Edgardo Cozarinsky. Cineasta, ator, romancista, contista, dramaturgo e ensaísta, o premiado Cozarinsky vai expor sua estética inovadora na conferência “Elogio da Contaminação”, dentro do Ciclo O Pensamento no século XXI, promovido pela Secretaria de Cultura e Arte em parceria com a Pró-Reitoria de Pós-Graduação da UFSC. A conferência ocorre no Bosque da Ilha, no segundo andar do Centro de Cultura e Eventos da UFSC.

Durante a Mostra Cozarinsky, promovida pelo Curso de Cinema no auditório do Centro de Comunicação e Expressão da UFSC a título de ilustração à conferência, estão sendo exibidos desde o dia 30 algumas das mais representativas obras do cineasta, como A guerra de um homem só ou Boulevares do crepúsculo. O próprio Cozarinsky participa do encerramento da mostra na sexta-feira, dia 2, às 18h30min, no mesmo auditório, com a projeção de Apontamentos para uma biografia imaginada, seu filme de2010. Ao final, os espectadores terão a oportunidade de conversar com este sofisticado criador, dublê de cineasta experimental e de escritor.

Em crítica ao primeiro desses filmes, que narra a ocupação de Paris sob os alemães, mas que é uma poderosa reflexão sobre o poder e a história, Pascal Bonitzer considera que “Cozarinsky inverteu – genialmente, não hesito em dizê-lo – o princípio do documentário: aqui são as imagens que constituem o comentário da voz. […] Daí resulta paradoxalmente que este filme expressamente baseado em mentiras (pelo menos em dois tipos de mentira: aquelas, triviais, da propaganda, e as mais sutis da literatura) surja como a descrição mais verdadeira, mais rica e a mais cativante da época da Ocupação.”

A promoção é iniciativa da Secretaria de Cultura e Arte juntamente à Pro-Reitoria de Pós-Graduação da UFSC, como parte do ciclo Pensamento do século XXI.

Sua estética tem a importância de criar cinema no paradoxo contemporâneo de fazer a arte do novo e do arquivo. O cinema de Cozarinsky revela a imagem no sentido do movimento e da memória, do presente e da história. Sobre essa estética o professor Raul Antelo, consultor da mostra e interlocutor de Cozarinsky na conferência de hoje escreve:

– Na semana passada, estiveram reunidos em Serpa, no Alentejo, um grupo de cineastas experimentais para pensarem a questão da imagem-arquivo. Tratava-se, segundo os organizadores, de um tema encontrado, um ready-made, para problematizar o filme-compilação ou filme-de-montagem, que atravessa a história do cinema, a partir das vanguardas dos anos vinte. Um século de imagens narrado a partir de imagens anteriores, dando ênfase à teoria da ´imagem em movimento´. O desafio era, portanto, tomar a imagem-arquivo, em parte como uma imagem ´de arquivo´, mas também como uma imagem nova, uma releitura da História que, realizando-se, anula, ao mesmo tempo, o próprio objetivo histórico, como no cinema de Yervant Gianikian e Angela Ricci-Lucchi ou no de Edgardo Cozarinsky, cineastas que tendem uma ponte que vai de Jean-Luc Godard a Harmut Bitomsky. Todos esses artistas, presentes em Serpa têm um ponto em comum: o arquivo é o lugar do qual eles partem, como antes deles, e na arte, Warburg ou Richter.

Data:

1° de julho, quinta, às 18h30, no auditório do Bosque da Ilha, do Centro de Cultura e Eventos, conferência Elogio da contaminação com Edgardo Cozarinsky.

2 de julho, sexta, às 18h30 – Filme: Apuntes para una biografía imaginada (2010), com a presença de seu autor, Edgardo Cozarinsky.

Por Raquel Wandelli/jornalista na Secarte

Copa do Mundo ajuda no trabalho da Clínica de Odontopediatria da UFSC

01/07/2010 11:08

Em clima de Copa do Mundo, a clínica de Odontopediatria da UFSC decorou seu espaço e na terça-feira (29/6) atendeu as crianças com bandeiras do Brasil e enfeites verdes e amarelos. Todo o semestre, em uma das aulas desta disciplina da 8ª fase do Curso de Odontologia, o ambiente é enfeitado. No segundo semestre, em geral essa dinâmica acontece na semana do dia das crianças.

Os atendimentos são gratuitos e ocorrem nas terças e quartas-feiras, de 13h30min a 17h. São feitas, em média, 90 consultas por dia – sempre agendadas – mas também há o setor de urgência. Na clínica os tratamentos variam entre profilaxia, extração de dentes, tratamento de canal e até cirurgias. As consultas são feitas em duplas e orientadas por seis professores e uma psicóloga. “Ter uma psicóloga aqui é o nosso diferencial”, afirma a professora Joeci de Oliveira.

“Até essa fase os alunos nunca tiveram contato com crianças e não sabem como começar. Há crianças hiperativas, outras estão com medo. Ás vezes, os próprios alunos têm mais que elas”, explica a psicóloga Rosa Maria Areal. Para acabar com o medo dos pacientes, a psicóloga orienta os alunos e ensina técnicas de relaxamento, como brincadeiras, técnicas de respiração, como contar histórias e um trabalho com um álbum de fotos que ajuda as crianças a entenderem melhor o que é cada tratamento.

“A consciência corporal é muito importante. Muitas crianças não sabem o que têm na boca. Nós usamos espelhos e luz para que elas conheçam e tenham mais noção desta parte do corpo, e consequentemente percam o medo”, afirma Areal. Também são utilizadas técnicas de remoção de hábitos – parar de chupar o dedo, chupeta e o uso da mamadeira.

O trabalho com crianças pode ser bastante complicado. Em alguns casos, além do medo da criança, há a insegurança da mãe. “Uma criança fácil é como um adulto. É a criança difícil que ensina a gente de verdade. Sem essa experiência aqui, você não conseguiria atender lá fora”, afirma a estudante Ângela Giacomin.

O estudante Milton Cougo acredita que para trabalhar com odontopediatria é preciso realmente gostar. A situação clínica e emocional é muito difícil, em sua opinião. “Houve um caso em que a criança não parava de gritar e não foi possível realizar o tratamento de canal”, lembra.

Larissa Valente, uma das pacientes da terça-feira passada (29/6), foi extrair o dente. A pequena paciente já foi atendida pela clínica pelo menos cinco vezes. “Eu estou sempre calma, mas hoje fiquei nervosa para tirar o dente. Eles me contaram uma história e a anestesia nem doeu”, contou Larissa. Sua mãe, Elaine Cristina Valente, que tem mais duas filhas, se sente beneficiada pelo serviço. Os alunos também aprovam a experiência: “É muito gratificante chegar ao final do semestre e ver todo o aprendizado e superação”, diz Cougo.

Mais informações pelo telefone (48) 3721-9532.

Por Fernanda Burigo / Bolsista de Jornalismo na Agecom

Fotos: Maria Luiza Gil