Rádio Ponto UFSC transmite nesta quarta programa ´Profissão Jornalista`
Jornalistas e estudantes de jornalismo a favor da obrigatoriedade do diploma vão comemorar de forma diferente o dia 7 de abril neste ano.
Em resposta à decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em junho de 2009, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o GT Coordenação Nacional da Campanha pelo Diploma programaram uma semana de para marcar o Dia do Jornalista e reivindicar a exigência do diploma para exercer a profissão. A intenção é que se façam atividades como debates, palestras e atos públicos tanto em órgãos públicos como em cursos e centros acadêmicos de Jornalismo.
No curso de Jornalismo da UFSC estudantes da segunda fase estão colaborando com a Semana Nacional em Defesa da Regulamentação Profissional. Eles produziram na disciplina de Radiojornalismo I o programa ´Profissão Jornalista`, que apresenta o passado e o presente da carreira no Brasil. A iniciativa surgiu da professora Valci Zuculoto, que também é diretora de Educação da Fenaj. A professora definiu os assuntos que seriam tratados no programa especial e que resultaram em três blocos: a história do jornalismo no Brasil, o que é ser jornalista e a realidade atual da profissão.
Além de enquete com outros estudantes da graduação, os alunos entrevistaram o presidente da Fenaj, Sérgio Murillo de Andrade, o presidente do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina, Rubens Lunge e o professor Eduardo Meditsch. Os três entrevistados são contra a decisão do STF sobre a não obrigatoriedade do diploma para exercer a profissão. O resultado do especial já pôde ser escutado hoje, pela Rádio Ponto UFSC, às 10h, 12h, 14h, 15h, e ainda terá edições transmitidas às 18h e 20h, através do site da Rádio ou pela 106.1 FM em todo o campus da Universidade. O site também disponibiliza o download do programa.
Rádio Ponto UFSC
A transmissão do especial ´Profissão Jornalista`, na Rádio Ponto UFSC, dá início a uma nova etapa em sua grade de horários. Além de programas realizados para disciplinas de radiojornalismo, a grade da rádio conta com programação ao vivo feita por estudantes voluntários da graduação. Para este ano, estão planejadas mais entradas ao vivo, como o programa Grande Jornada Esportiva, que transmite os jogos da Liga dos Campeões da Europa e a cobertura itinerante da Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFSC (Sepex). “Pretendemos transmitir a Copa do Mundo e três programas semanais, além daqueles que já estão na grade da rádio”, conta a bolsista Yasmine Holanda Fiorini.
Atualmente, cinco pessoas trabalham na rádio, que foi criada em 1999 e desde então é frequentada principalmente por alunos que cursam o primeiro ano da graduação. Luciana Paula Bonetti cursa a disciplina Radiojornalismo I e considera positiva a prática na disciplina. “Temos uma estrutura muito boa, que deveria ser mais utilizada, principalmente para a realização de jornalismo diário”.
Decisão do STF e a opinião dos alunos
No dia 17 de junho de 2009 o Plenário do Supremo Tribunal Federal decidiu que é inconstitucional a exigência do diploma de jornalismo para exercer a profissão. Para o ministro Gilmar Mendes, relator do Recurso Extraordinário que discutiu a questão, “o jornalismo e a liberdade de expressão são atividades que estão imbricadas por sua própria natureza e não podem ser pensados e tratados de forma separada”. Assim como ele, mais sete ministros votaram contra a exigência do diploma de jornalista.
Patrícia Krüger era caloura do Curso de Jornalismo da UFSC quando a decisão foi tomada. “Ano passado tínhamos mais discussão sobre o assunto. Neste semestre, não se comenta mais sobre a queda do diploma em sala de aula”. A mesma opinião é compartilhada por Berenice dos Santos, que está na quinta fase. “A decisão não teve grande repercussão no curso de Jornalismo, tanto entre alunos quanto entre professores”. Berenice não está preocupada com a falta de emprego no mercado de trabalho e acredita que só a prática não é o suficiente. “Temos uma boa formação com o curso. Quem não possui o diploma não vai ter uma visão crítica do que está produzindo”.
Por Claudia Mebs Nunes/ Bolsista de Jornalismo na Agecom
Fotos: Carolina Dantas/ Bolsista de Jornalismo na Agecom