Especial Pesquisa: UFSC desenvolve tecnologia em madeira de florestas plantadas para construção de moradias

<bOs painéis: flexibilidade para ampliações das moradias
O projeto desenvolvido junto ao Grupo Interdisciplinar de Estudos de Madeira (GIEM), ligado ao Departamento de Engenharia Civil da UFSC, permitiu a concepção de três propostas para habitação de interesse social, aplicando princípios de coordenação modular e do sistema plataforma. A sistemática prevê uma trama estrutural composta por peças de madeira maciça, com enrijecimento dessa “ossatura” com painéis estruturais em compensado ou OSB. O grupo desenvolve pesquisas que visam à aplicação racional e responsável das madeiras, em especial de espécies de florestas plantadas, como os pinus e os eucaliptos.
Painéis
A proposta da UFSC é baseada em painéis de 120 cm × 240 cm, podendo ser usado também meio painel de 60 cm × 240 cm. São três módulos básicos que podem ser combinados: painel cego ou fechado, painel porta e painel janela. Todos atendem a critérios estipulados pela coordenação modular, metodologia que organiza as dimensões da construção por estabelecer uma medida de referência. No Brasil a norma técnica estabelece o módulo 10 centímetros. 
Levando em conta estes padrões, a tecnologia desenvolvida pela UFSC proporciona organização da construção, redução de desperdícios de materiais e, consequentemente, de custos. A aplicação dos painéis de acordo com os critérios de coordenação modular também proporciona flexibilidade à moradia, permitindo sua expansão de acordo com a necessidade das famílias. A utilização do módulo padronizado ainda permite a combinação com outros sistemas construtivos.
Controle de qualidade
“A implantação desse processo industrializado apresenta ganhos econômicos por padronizar os elementos fabricados e aumentar a produção, proporcionando simplicidade de montagem. Também promove melhor controle de qualidade”, explica a mestranda Luciana da Rosa Espíndola, que trabalha com a madeira de florestas plantadas em sua pós-graduação. 
“As três propostas de habitações demonstraram a flexibilidade que os painéis modulares permitem para alterar seus posicionamentos e compor novos espaços com rearranjos e expansões da edificação”, complementa a professora Poliana Dias de Moraes, orientadora dos estudos.
Ela lembra que um dos motivos da estagnação da indústria brasileira de construção de moradias em madeira é a baixa qualidade do produto ofertado ao consumidor. “A situação da indústria brasileira de construção de habitações em madeira está defasada. Sua infra-estrutura e seus equipamentos estão obsoletos e não acompanham o progresso tecnológico apresentado pelos países mais desenvolvidos”, descrevem orientadora e mestranda em artigos apresentados no Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído (Entac) e no Encontro Brasileiro em Madeiras e em Estruturas de Madeira (Ebramem).
Desafios
Os estudos alertam que para proporcionar a modernização do setor de construção em madeira há necessidade de revisão das técnicas, processos e sistemas construtivos oferecidos atualmente no mercado. As primeiras fases da pesquisa desenvolvida na UFSC já permitiram estudos sobre estes pontos. Nas próximas etapas será analisada a conectividade do Sistema Plataforma com os projetos elétrico e hidrosanitário. Também será avaliada sua combinação com outros sistemas construtivos e elaborado um guia com soluções de conexões. Está também previsto um estudo de viabilidade econômica, que ajudará a mensurar as vantagens de aplicação da tecnologia. 
O projeto está integrado à rede de pesquisa ´Desenvolvimento e difusão de tecnologias construtivas para a habitação de interesse social/Coordenação Modular`, apoiada no sétimo Edital do Programa Habitare.
Por Arley Reis / Jornalista da Agecom
Mais informações:
Luciana da Rosa Espíndola
Grupo Interdisciplinar de Estudos em Madeira/UFSC
(48) 3721.8540 / e-mail: luciana.esp@ig.com.br 
Poliana Dias de Moraes
Orientadora
Grupo Interdisciplinar de Estudos em Madeira/UFSC
(48) 3721.5175 / e-mail: ecv1pdm@ecv.ufsc.br 
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Uso da madeira de florestas plantadas pode ser direcionado à contenção do efeito estufa
Na construção Civil, a opção por trabalhar com a madeira de florestas plantadas leva em conta que esse é um material renovável – fator de peso em uma indústria responsável pela extração de grande parte das matérias-primas naturais do planeta. O uso de espécies como o pinus e o eucalipto (comercialmente mais comuns entre as madeiras de florestas plantadas) é também considerado ambientalmente correto porque ao invés de gerar gás carbônico, é capaz de colaborar com a retirada desse gás da atmosfera.
“Um metro cúbico de madeira estoca uma tonelada de carbono”, exemplifica o professor Carlos Alberto Szücs, coordenador do Grupo Interdisciplinar de Estudos da Madeira (GIEM), ligado ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Ele lembra que é na formação da madeira que se dá a captura do dióxido de carbono (CO2) – é o chamado seqüestro de carbono, conceito consagrado pela Conferência de Kyoto com a finalidade de conter e reverter o acúmulo de CO2 na atmosfera, para colaborar com a redução do efeito estufa.
“Sabemos, pelo conhecimento científico da formação do material madeira, que é no processo fisiológico de crescimento das árvores, no momento da fotossíntese, que se dá a captura do dióxido de carbono (CO2). Sabemos também que é na formação do tecido lenhoso que esse carbono fica seqüestrado”, explica o professor. Por esse motivo, é preciso encontrar maneiras de armazenar o carbono em longo prazo, fazendo tratamento adequado da madeira para produção de bens duráveis, como devem ser as moradias. Se a madeira apodrece ou queima, volta ao ciclo do carbono.
Com conquistas como o aprimoramento da tecnologia de Madeira Laminada Colada e estruturação de um conceituado laboratório de estudos em madeira, o professor lamenta que o uso desse material ainda seja restrito no País. Ele critica também a inexistência de incentivos fiscais às construções em madeira. “A construção em madeira de florestas plantadas deveria ser reconhecida como crédito de carbono estocado”, considera, complementando: “E deveria ser recompensado na forma de incentivos a esse sistema construtivo, pois mesmo que um dia, após ter cumprido a sua função por tempo prolongado, e de ter sido inclusive reutilizada, a madeira chegar a se decompor, e o carbono retornar à atmosfera, sabe-se que ele poderá ser capturado e seqüestrado por outra árvore, entrando em um ciclo de equilíbrio ambiental”.
Mais informações: Carlos Alberto Szücus
(48) 3721-8540 / e-mail: caszucs@gmail.com
        


 Para colaborar com a universalização de práticas sustentáveis, uma equipe multidisciplinar composta por estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) colocará em prática, este mês, o projeto a “Travessia Pacífico-Atlântico – O desafio pela sustentabilidade”. 
 O objetivo central da atividade é chamar a atenção das pessoas para refletir sobre as condições do nosso Planeta, e dessa forma, promover uma conscientização sobre a importância da mudança de hábitos para conter o curso de degradação da biosfera.  

 Duas equipes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foram selecionadas para atuação na Operação Centro Norte, do Projeto Rondon 2009. Pela primeira vez, foi escolhida uma proposta nascida no Curso de Jornalismo para ações na Região do Baixo Amazonas, no município de Monte Alegre,que anteriormente já havia recebido uma outra equipe da UFSC, da área de Engenharia Sanitária.
 Todas as ações desenhadas pela equipe de alunos implicará na produção de conteúdos em suportes midiáticos e no repasse dessas práticas aos multiplicadores selecionados (professores, agentes comunitários, agentes de saúde, alunos de segundo grau, funcionários da administração municipal).
























