O Departamento Artístico Cultural da UFSC (DAC), em comemoração dos 30 anos do Teatro da UFSC, organizou uma programação especial, com vários espetáculos da cidade para este ano. São 13 peças que se apresentarão no palco do teatro até dezembro. A atração do mês de novembro será a peça teatral ´As três irmãs` da Traço Cia. De Teatro. O espetáculo acontece na sexta, no sábado e domingo (6, 7 e 8/11), às 20h, e é gratuito e aberto à comunidade. A abertura da temporada aconteceu em maio.
´As três irmãs` já foi apresentado em 18 cidades catarinenses, através do circuito Em Cena do Sesc(SC) e e outras oito cidades de Santa Catarina por meio do projeto Circulando do Ceart/Udesc.
Os ingressos são gratuitos e quem quiser garantir o seu poderá retirá-lo com antecedência no DAC/Teatro da UFSC, nas vésperas do espetáculo, quinta e sexta-feira, das 14h às 18h. Por se tratar de espetáculo gratuito, os ingressos garantirão o acesso ao teatro até às 20h. Após esse horário, os eventuais lugares vagos serão liberados para o público excedente.
A programação comemorativa completa, além de textos sobre os espetáculos e breves textos históricos sobre o Teatro da UFSC podem ser acessados na página www.dac.ufsc.br..
Sobre a peça:
O espetáculo, fruto da pesquisa de mestrado desenvolvida pela diretora, Marianne Consentino, em Prática Teatral pela ECA/USP e montada em parceria com a Traço Cia. de Teatro, é uma livre adaptação da peça “As três irmãs”, de Anton Tchékhov.
Escrito em 1900, o texto de Tchékhov discorre sobre o desejo das irmãs Olga, Maria e Irina em retornarem à terra natal, Moscou, de onde saíram com o pai, um general militar, há onze anos. Toda a ação se passa na casa das irmãs, localizada em uma cidade provinciana.
Mais importante que o plano dos acontecimentos, porém, é a ligação que o autor estabelece entre o cotidiano da vida humana e a eternidade. Tchékhov confronta a todo o momento o plano da vida material com o da vida espiritual, a fim de revelar que a existência que não é iluminada pela busca da verdade e da beleza não tem sentido.
Assim, na peça de Tchékhov, o conflito que se estabelece não é entre as personagens, mas entre dois diferentes tipos de vida: o das três irmãs, que buscam a verdade e a beleza e o do restante das personagens, que representam um tipo de viver vulgar e trivial, no qual rege somente o bom senso material.
É através da natureza das irmãs que encontramos um elo com o clown, a linguagem teatral que é a base técnica para o desenvolvimento da montagem. Assim como elas, o clown representa um outro modo de vida, pautado na liberdade e na poesia.
Em “As Três Irmãs”, entretanto, o que se vê não são três clowns em cena, mas três atrizes que buscam o estado de clown: um estado de afetividade, de poesia e de exposição das fragilidades. Neste caminho recorrem às deformações físicas típicas dos bufões que, assim como o nariz vermelho dos clowns, representam a somatização das deformações humanas interiores, das dores da humanidade.
No processo de montagem ´Moscou` ganhou o nome de ´Winston`, o que foi mantido no espetáculo, pois não trabalharam com as referências culturais e geográficas da Rússia.
O intuito é evidenciar as particularidades de cada irmã, sua maneira própria de ser e de se relacionar com o mundo, promovendo, enfim, o encontro entre estas figuras tão peculiares e as pessoas do público.
Sobre o grupo:
A Traço Cia de Teatro foi criada em agosto de 2001. Está vinculada à Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), instituição que acolhe e apoia o grupo.
Nesse tempo montou ´Último Dia Hoje”, um espetáculo de sombras, com dramaturgia de Valmor Betrame e Marianne Consentino, direção de Valmor Beltrame. Concebeu, posteriormente, o espetáculo ´Fulaninha e Dona Coisa` (de Noemi Marinho, adaptação André Silveira), direção Marianne Consentino, que participou de vários eventos entre
eles, o X Festival Nacional de Teatro Isnard Azevedo, onde recebeu o prêmio da categoria ´Atriz de Rua` para Débora de Mattos e o prêmio de melhor trilha sonora para Neno Miranda.
O segundo espetáculo na categoria de rua concebido pelo grupo foi ´O Chamado da Nota` (adaptação do Rei da Vela de Oswald de Andrade), direção de Débora de Matos, que trabalha a comédia farsesca através do teatro de rua. Em 2005 concebeu oespetáculo ´Mulher de Corpo em Cheiro` (de Toni Edson), direção Greice Miotello e Paula Bittencourt, que participou de vários eventos entre eles o XIII Festival Nacional de Teatro Isnard Azevedo, da mostra cultural da Eletrosul e Celesc e do Festival de Teatro de Curitiba/2007.
O Grupo participou dos Projetos de ´Dramaturgia`, ´Poesia ao Pé da Lua` e ´História ao pé da Rua` do SESC Santa Catarina, e realizou também outras performances tais como: Conversa no Chafariz (Karl Vallentin); Auto da Estrela Guia (produzido pela produtora Aprika), todos concebidos na linguagem do Teatro de Rua.
Atualmente está com os espetáculos ´As três irmãs`, e ´Fulaninha e Dona Coisa`. Com ´As três irmãs`, participou de alguns eventos como o Festival de Teatro de Curitiba de 2007, na mostra Fringe – quando foi apontado pela Folha de S.Paulo como um dos cinco melhores dentre 180 espetáculos – ; o 9º Festival de Teatro Estudantil do Agreste (Feteag) e o 6º Festival de Teatro do Estudante de Pernambuco (Festep), em Caruaru, como grupo convidado.
Já ´Fulaninha e Dona Coisa`, de Noemi Marinho, participou II Mostra de Teatro de Rua da Grande Florianópolis, realizado pelo grupo Teatro em Trâmite, aprovado pelo projeto da Funarte e patrocinado pela Petrobrás.
O grupo ainda foi selecionado, através das duas peças, para o 22° Festival Internacional de Teatro Universitário de Blumenau, em 2008, e com ´As três irmãs` ganhou os prêmios de Melhor Atriz para Paula Bittencourt, Melhor Direção para Marianne Consentino e Melhor Espetáculo.
No ano de 2009, o grupo foi convidado para apresentar seus dois espetáculos no Janela Indiscreta – Plataforma internacional de criação universitária – Festival de Performance e Artes da Terra – Escrita na Paisagem, em Évora, Portugal. Além disso, foi selecionado para 14º Festival de Teatro da Federação Catarinense de Teatro (Fecate), para o Festival Nacional de Campo Limpo/SP (Festcal) e para o XXXIII Festival Nacional de Pindamonhangaba/SP, no qual recebeu os prêmios de Melhor pesquisa, Prêmio especial do Júri, para os músicos, e as indicações de melhor atriz para Débora de Matos e Paula Bittencourt e melhor direção para Marianne Consentino. Também em 2009 foi convidado para a II Mostra Sesc de Teatro de Pelotas e para a 8ª edição do Goiânia em Cena – Festival internacional de Artes Cênicas.
Ficha Técnica:
Adaptação e Direção: Marianne Consentino
Elenco: Débora de Matos, Greice Miotello e Paula Bittencourt
Músicos: Cassiano Vedana, Gabriel Junqueira Cabral e Ive Luna
Concepção Musical: Cassiano Vedana, Gabriel Junqueira Cabral, Mariella
Murgia e Neno Miranda
Figurino e Cenografia: o grupo
Iluminação: Ivo Godois
Operador de Iluminação: Egon Seidler
Produção: Harmônica Arte e Entretenimento
Orientação de Pesquisa: Prof.Dr. Armando Sérgio da Silva e Prof. Dr.
Valmor Nini Beltrame
Sobre o Teatro da UFSC
O Teatro da UFSC é um edifício que faz parte do conjunto histórico da atual Igrejinha da UFSC, que pertencia à Paróquia da Santíssima Trindade, localizada no bairro da Trindade, em Florianópolis. A data de fundação da paróquia é de 1853. O conjunto de edifícios foi adquirido pela UFSC em meados da década de 1970 e compreende a Igrejinha, o Teatro (antigo Salão Paroquial) e a Casa do Divino (edifício destinado ao culto do Espírito Santo por ocasião da festa).
Com a reforma dos edifícios, em 1978 a UFSC destinou a Igrejinha ao Coral da UFSC e outras atividades musicais, e, em maio de 1979, numa ação conjunta da Universidade e do Grupo Pesquisa Teatro Novo da UFSC junto ao Instituto Nacional de Artes Cênicas, foi inaugurado o Teatro da UFSC. A Casa do Divino foi reformada para abrigar as salas para cursos e oficinas de Artes Plásticas e outras atividades
Segundo Carmen Fossari, diretora de teatro no Departamento Artístico Cultural da UFSC, “nestes 30 anos, o fato de ser um espaço quase franciscano não impediu de ter sido, e ser, um celeiro de novos artistas, e de ter uma contribuição indelével ao fazer teatral em Florianópolis, de uma forma mais moderna e despojada”.
Segundo Zeca Pires, diretor do Departamento Artístico Cultural da UFSC, “Esta é uma programação com grupos catarinenses a quem a UFSC sempre trabalhou oferecendo um espaço digno para apresentarem seus espetáculos”.
O Teatro da UFSC faz parte do Departamento Artístico Cultural, vinculado à Secretaria de Cultura e Arte da Universidade Federal de Santa Catarina.
Serviço:
O QUÊ: Espetáculo teatral ´As três irmãs`
QUANDO: Sexta, sábado e domingo, 6,7 e 8/11, às 20h.
ONDE: Teatro da UFSC, Praça Santos Dumont, Trindade, Florianópolis-SC.
QUANTO: Entrada gratuita e aberto à comunidade.
CONTATO: DAC / Teatro da UFSC (48) 3721-9348 e 3721-9447 www.dac.ufsc.br
Fonte: Sendy Cristina da Luz, Acadêmica de Jornalismo – Departamento
Artístico Cultural – DAC: SECARTE: UFSC, com material institucional e
fornecido pelo grupo.