Avanços no combate à Aids aumentam a qualidade de vida dos portadores do HIV
A propagação diminuiu, mas a UFSC continua desenvolvendo pesquisas que ajudam a inibir o contágio e a combater os efeitos da Aids. Um exemplo são os trabalhos realizados no Laboratório de Imunologia Aplicada, ligado ao Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia do Centro de Ciências Biológicas. Este 1º de dezembro, por iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), marca a passagem do Dia Mundial de Luta contra a Aids.
Uma vacina contra o HIV tem sido testada em camundongos e os estudos verificam a resposta imune na mucosa vaginal, pois cerca de 85% das novas infecções acontecem através de contato sexual. Acredita-se que uma resposta imune contra o HIV no local de entrada do vírus poderia ser bastante importante para conferir proteção.
Outra pesquisa da UFSC trabalha com o levantamento da qualidade de vida de pessoas portadoras do HIV/Aids. O estudo foi desenvolvido em Florianópolis, São José, Itajaí e Balneário Camboriú, cidades com altos índices de infecção. Segundo a professora Betina H. Schlindwein Meirelles, do Departamento de Enfermagem, os entrevistados “eram pessoas abertas, que gostavam de falar, pois viam nas pesquisas uma perspectiva de melhora para sua própria realidade”.
A professora conta que a forma como esses pacientes encaram a vida após o diagnóstico é um fator que vem mudando à medida que os remédios evoluem, e a AIDS é cada vez mais desmistificada. Mesmo tendo algumas limitações físicas em função da doença, os pacientes avaliam sua qualidade de vida como positiva e satisfatória. Embora seja incurável, a doença lhes trouxe um sentimento de cuidado consigo para poderem viver bem.
O estudo mostrou também que o período mais complicado é logo depois que o paciente recebe o diagnóstico, pois junto vêm os conflitos com os outros e consigo mesmo. Outro fator que pode ser atribuído à elevação da qualidade de vida desses pacientes é o intenso combate à Aids, que vem sendo feito pelos serviços públicos de saúde. “Esse aumento é resultado de uma série de fatores, bem como de serviços mais estruturados. As pessoas se sentem bem atendidas e acolhidas”, conta a professora.
A decisão de transformar o 1º de dezembro no Dia Mundial de Luta Contra a Aids foi tomada na Assembléia Mundial de Saúde, em outubro de 1987, com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU). A data serve para reforçar a solidariedade, a tolerância, a compaixão e a compreensão com as pessoas infectadas pelo HIV/Aids. No Brasil, a data passou a ser adotada a partir de 1988.