
Fotos: Rogeria D’El Rei Martins
Tendo passado doze dos seus doze anos no campus da UFSC, mas mais que isso: tornando-se famoso pelo natural instinto de liderança e pela participação em diversos eventos, o cão Catatau foi homenageado na quarta, 07/10, no Projeto 12h30, com a inauguração de um pequeno monumento instalado no jardim do CCE, o mesmo onde se localiza a Pira da Resistência e onde descansa o cachorrinho.
Símbolo de companheirismo, resistência e luta, o cão, além dos diversos nomes pelos quais era chamado, chegou a receber a alcunha de Che Catatau, e ficou imortalizado também através de fotos e paineis feitos por Leonardo Nogueira, estudante de pós graduação da Universidade.
O monumento, que foi confeccionado com o dinheiro arrecadado através da venda de broches e adesivos, da doação de alunos e professores e do apoio das ongs Organização Bem Animal (OBA!) e Instituto É o Bicho! possui placa medindo 50 X 40cm onde a imagem do cãozinho foi esculpida. A obra é uma criação do artista plástico Adlei Pereira, o Gringo, que quando soube quem retrataria, lembrou ter escutado histórias do cachorro contadas por seus filhos, alunos da UFSC.
“Com esta homenagem queremos acirrar as campanhas contra o abandono e o controle populacional no campus, além de chamar a atenção para o bem-estar dos cães que residem aqui”, explica Rogeria D’El Rei Martins, funcionária da Universidade.
A preocupação de Rogeria não é infundada: a cada ano são abandonados milhares de cães e gatos em todo o mundo e a UFSC também acaba servindo de “depósito de animais indesejados” por donos irresponsáveis. Apesar de práticas de maus tratos e abandono estarem enquadrados na Lei Federal de Crimes Ambientais nº 9.605/98, a infração ainda é muito comum.
Uma das formas de se evitar o abandono é estimular a posse responsável, prática que as ongs de proteção animal difundem com ênfase. O animal não deve ser visto como mercadoria, que se adquire e depois se descarta de acordo com a conveniência. “Vou me mudar para um apartamento e não temos lugar para ele”, “Esse cachorro faz muita bagunça, não aguento mais”, “Ele não late quando aparece alguém no portão” são algumas das desculpas de pessoas que desejam se desfazer do animal que antes parecia tão lindinho e querido. O que essas ongs fazem, então, é conversar com possíveis adotantes, instigando os pretendentes a se questionarem: tenho tempo de cuidar de um animal? Todos da casa concordam em tê-lo? Quem cuidará dele quando viajar? Se me mudar, o levarei comigo, assim como faria com um membro da família?
Outra maneira de impedir o abandono é cortando o mal pela raiz: esterilizando os animais. A medida, que parece radical, tem sua razão de ser: de acordo com a OBA!, uma única cadela pode gerar, em cinco anos, cerca de 500 descendentes diretos e indiretos. E será que todos conseguem um bom lar? Mesmo os animais que vivem em casas cercadas acabam dando um jeito de pular o muro quando avistam uma fêmea no cio. Há casos de fêmeas que copulam com machos de rua mesmo através das grades de suas casas. Por isso, para os protetores de animais, a regra é simples: todos devem ser castrados. E a esterilização, ao contrário do que diz o senso comum, não traz malefícios para o animal, muito pelo contrário. Ele não engorda, se for corretamente alimentado, e nem se torna apático.
A luta por propiciar condições satisfatórias de vida aos animais abandonados está longe de chegar ao fim. O monumento em homenagem ao Catatau é uma forma de lembrar, sempre, que todos os seres merecem viver com dignidade.
Por Cláudia Reis/ Jornalista na Agecom
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Por quê privar o animal de desfrutar sua vida sexual?
Não podemos privar do que não existe. Os animais não vivem a sexualidade como os humanos. Para um animal o sexo é apenas o processo físico da reprodução. Se comer e beber são a garantia da sua sobrevivência individual, o sexo é a garantia da sobrevivência da sua espécie. Para o homem o sexo é uma finalidade em si mesma, para o animal é apenas a concepção de outros indivíduos.
A prova é que a fêmea só aceita ser montada quando está no cio, ou seja, quando seu corpo apresenta uma exigência hormonal. Fora deste período, rejeita o macho de forma agressiva, evidenciando que para ela não existe uma situação de prazer relacionada com o sexo, e sim uma situação de necessidade hormonal. Do mesmo modo, o macho só procura uma fêmea quando recebe a informação química de uma fêmea no cio.
Tenho pena de operar meu animal!
Você pode gostar muito do seu animal, mas não deve humanizá-lo. Quando o veterinário sugere a castração para um macho, o proprietário masculino tende a “proteger-se” como se fosse sugerida para ele mesmo. É uma reação normal e lógica, mas a decisão de esterilizar um animal é para o seu bem.
Uma fêmea deve ter pelo menos uma ninhada?
Não. Esta idéia é falsa. A reprodução é um processo hormonal e químico. Uma vez que as fêmeas estão castradas não tem nenhuma necessidade de reproduzir-se e também não terão mais gravidez psicológica. A chamada da maternidade nas fêmeas desaparece por completo juntamente com os problemas com ela relacionados.
Temos o direito de privar os animais do que lhes foi dado pela natureza?
Depende. Ante o direito natural de a fêmea reproduzir está o direito da ninhada inteira de não ser atirada no rio com três dias de vida dentro de um saco plástico, por exemplo, ou de não ser triturada dentro de um caminhão de lixo.
O ser humano foi dotado pela natureza para reproduzir-se, mas exerce sobre si mesmo o direito de fazê-lo ou não, mediante o uso abundante de contraceptivos. Hoje em dia, com a possibilidade de evitar a gravidez, nenhuma mulher tem tantos filhos quantos anos férteis (um por ano) e nenhum homem o exige. A natureza ditou as mesmas leis para todos.
Mas meu cachorro é de raça pura!
Um a cada quatro animais que são encontrados no abandono são de raça. E há algo ainda mais cruel que afeta aos de “raça pura”; necessitam mais cuidados veterinários. Quando o dono não está mais disposto a pagar por eles, quando não são diretamente abandonados, passam pela etapa da “doação” a pessoas humildes, geralmente serviçais da família, sem nenhuma condição de mantê-los dignamente e daí, para chegar ao abandono como qualquer vira-latas só falta o passo final.
Dos animais de raça, 90% não nascem em criadores legais, e sim em criadores de fundo de quintal (ilegais), sem acompanhamento veterinário ou condições adequadas de higiene, não sobrevivendo aos primeiros meses de vida ou arrastando problemas crônicos de saúde. A criação caseira anunciada nos jornais, internet, e outros, conduz a morte milhares de animais todos os anos.
Queria muito ter filhotes em casa!
Um bebê animal é um ser frágil e desprotegido que inspira muita compaixão (ainda que exista quem os atire no rio em um saco). Se você quiser viver em casa esta experiência sublime e ensinar aos seus filhos o respeito pela vida alheia não é necessário que sua cadela ou gata tenha uma ninhada.
Telefone a qualquer ong e acolha a uma fêmea prestes a dar a luz ou já com sua ninhada. Você poderá cuidá-la e a seus filhotes até que possam entrar em adoção. Será uma experiência duplamente gratificante: a da nova vida e a da generosidade para com os animais abandonados.
Queria muito ter um filho do meu cachorro/gato!
Esqueça. Nenhum filho do seu animal vai ser sua cópia. È preferível que quando ele já tenha deixado esta vida, você pense nele como um ser insubstituível e único. Tome o tempo que for necessário antes de compartilhar sua vida com outro animal, que também será especial e único para você.
Fonte: www.pmf.sc.gov.br/bemestaranimal
O que é a esterilização?
A esterilização é uma cirurgia de rotina que consiste na remoção completa e indolor dos órgãos com funções exclusivamente reprodutoras.Nas fêmeas, acontece a retirada do útero e dos ovários, não ocorrendo mais o cio. Nos machos, é feita a retirada dos testículos, deixando-se a bolsa escrotal vazia.
A cirurgia de esterilização é dolorosa?
A cirurgia é realizada sob anestesia geral por um veterinário. O animal não sente nada durante o procedimento. A maioria regressa à sua atividade normal entre 24 e 72 horas. São fornecidos analgésicos para o período pós-operatório.
A cirurgia de esterilização é perigosa?
A esterilização é realizada sob anestesia geral,que é um procedimento que sempre envolve algum risco para qualquer animal. No entanto, a esterilização já é uma cirurgia de rotina, portanto é segura sempre que realizada por um bom veterinário.
Esterilizar não sai caro?
Os preços podem variar, dependendo do veterinário ou do por te do animal. A cirurgia na fêmea é um pouco mais cara, por ser um procedimento mais delicado.
Lembre-se: se comparado aos gastos de repetidas idas ao veterinário para tratar de ferimentos por brigas ou atropelamento por vaguear pelas ruas, ou despesas com doenças adquiridas na baixa de imunidade ocasionada no cio, ou ainda com os custos de uma ninhada indesejada que vai precisar de cuidados e alimentação, o investimento em esterilização é MÍNIMO. Mesmo a repetição da medicação anticoncepcional, a longo prazo, se torna mais caro do que a esterilização.
Será que o meu animal não é muito velho para ser esterilizado?
A menos que o seu animal tenha problemas de saúde, a esterilização é segura e um procedimento de rotina. No entanto, o veterinário deverá examiná-lo antes da cirurgia para determinar se existe algum problema de saúde. Os animais maduros também tiram proveito dos benefícios da esterilização.
Fonte: www.eobicho.org