Estabelecimentos produtores de alimentos de Restinga Seca recebem orientações de rondonistas
O professor de Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Santa Catarina, José Miguel Müller, e as alunas Iara Cruz e Naiara Pagnan, participaram do Projeto Rondon entre os dias 13 e 24 de julho. A ação do Projeto foi em Restinga Seca, cidade próxima a Santa Maria (RS). O foco do trabalho da engenharia foi orientar sobre o manejo seguro de alimentos.

Fábrica de pirulitos recebe equipe do Rondon
Durante as visitas, o grupo observou como é a dinâmica do trabalho em cada estabelecimento e deu orientações sobre cuidados que deveriam ser tomados para garantir a qualidade e higiene dos produtos produzidos. A equipe não se ateve apenas à maneira como os alimentos são manipulados, mas também observou as instalações, equipamentos e utensílios. Além disso, foram dadas orientações para a elaboração do manual de boas práticas de manipulação nos locais que ainda não o possuía.
Muitos problemas encontrados durante as visitas são de difícil resolução. É o caso dos locais que precisam reestruturar parte de seu o ambiente físico. Mas algumas ações mais simples já estão sendo postas em prática por alguns estabelecimentos. O gerente do supermercado Cotrisul, Antônio Gonçalves, conta que depois da visita do grupo, conseguiu dois freezers verticais para o supermercado, para substituir freezers horizontais, nos quais é mais difícil de organizar e visualizar os produtos. Além disso, foi feita uma limpeza geral no estabelecimento no último domingo.
Além do trabalho de campo, foram ministrados dois treinamentos sobre noções de técnicas de manejo de alimentos – um para as merendeiras das escolas visitadas e outro para os demais estabelecimentos. Dentre os conteúdos ministrados, destacam-se: quais são os principais contaminantes de alimentos e como evitá-los, como fazer a higiene correta de equipamentos e utensílios e como conservar adequadamente os alimentos.

Cruz e Pagnan orientam dona de padaria
Somando aprendizados
O trabalho como um todo agregou muito à experiência profissional das meninas. “Eu nunca tinha colocado em prática tantos aspectos do meu curso ao mesmo tempo”, explica Cruz. “E a gente pôde perceber que no decorrer da ação nosso conhecimento foi crescendo”, completa Pagnan.
O aprendizado que tiveram, porém, foi além da vivência acadêmica.“Eu sempre quis causar um impacto social, mas nunca achei uma maneira de fazer isso, ainda mais alinhando meus conhecimentos acadêmicos. Com o projeto Rondon eu tive uma real experiência de cidadã. O contato com a população trouxe um grande aprendizado pessoal”, explica Pagnan.
“Para mim foi muito importante conhecer mais sobre o Brasil. Hoje me sinto muito mais orgulhosa do meu país. Minha primeira idéia sobre o Projeto era a de participar de um trabalho voluntário durante as férias para ter um impacto em Restinga Seca. Quando comecei a colocar em prática senti que foi o contrário, eu fui a mais ajudada, a que teve mais aprendizado no Rondon. A sociedade me impactou, e isso foi a chave do Projeto”, expõe Cruz.
A experiência também foi interessante para o professor. “O que é surpreendente é que encontramos pessoas simples com muita sabedoria em Restinga Seca. Pessoas que, em sua simplicidade, têm um conhecimento muito grande em experiência de vida, e é muito gratificante trabalhar com elas, que estão de coração aberto”, comenta.
Juntas, as 16 pessoas que participaram da operação realizaram diversas palestras e oficinas de capacitação nas áreas da saúde, educação, alimentos, direito e finanças. Fizeram, também, intervenções em escolas públicas e visitas de orientação sobre fluxo de caixa e manejo seguro de alimentos a diversos estabelecimentos. O trabalho da equipe foi acompanhado o tempo todo pelo Sargento Rodrigo Meirelles, representante do Ministério da Defesa na operação.
Além deles, outras 14 pessoas estiveram trabalhando em Restinga Seca através do Projeto Rondon entre os dias 13 e 24 de julho. O objetivo do Rondon, que é gerido pelo Ministério da Defesa em parceria com o MEC, é oportunizar aos estudantes universitários o conhecimento das diferentes realidades que coexistem em nosso país, enquanto ajudam no desenvolvimento de comunidades.
Por Lígia Lunardi/ Aluna do curso de Jornalismo e participante do Projeto Rondon
Fotos: Equipe do Projeto Rondon