A discussão sobre o novo modelo de acesso às universidades federais teve continuação no segundo dia de Conselho Pleno da Andifes, na manhã de 7 de abril. Os reitores presentes começaram a se posicionar sobre a proposta e se comprometeram a levar as informações e discussões realizadas na entidade para apreciação de suas comunidades universitárias.
O presidente da Andifes, reitor Amaro Lins (UFPE) requisitou que cada regional e o Fórum de pró-reitores de Graduação (Forgrad) indiquem seus representantes para comporem o comitê de governança que deve acompanhar o processo de estruturação do novo processo seletivo. Definido esse grupo, reitor Amaro entende que deve haver uma reunião imediata com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), para definir as atribuições do comitê e um cronograma de atividades.
A direção da Andifes também sugeriu a realização de um seminário com o objetivo de reunir experiências e discussões das universidades e contar com representações diversas interessadas no tema.
Diversidade
Os pontos levantados por diversos reitores mostraram a pluralidade de opiniões e a intensidade do debate. Os dirigentes deixaram clara a intenção de aprimorar o processo seletivo das universidades federais, premissa recorrente na Andifes. Alguns reitores levantaram preocupações como a segurança do processo seletivo e o respeito às questões regionais, que tradicionalmente são levadas em conta no atual modelo de processo seletivo.
O reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Aloísio Teixeira ressaltou que a proposta está em construção: “Várias das nossas universidades já usam o Enem e diversos sistemas de ingresso, como cotas e avaliação seriada. Essa diversidade é boa, nada foi imposto por lei. A discussão é riquíssima e não vai se encerrar aqui”. Aloísio ainda lembrou a definição dos papéis do MEC e das universidades: “O que compete ao MEC é mudar o Enem, oferecer segurança; cabe às universidades definir suas estratégias”, afirmou.
Em meio às opiniões diversas, o presidente da Andifes reitor Amaro Lins propôs a realização de outra reunião do Pleno no final do mês de abril, depois que as universidades já tiverem iniciado as discussões em seus conselhos.
Além do acesso às universidades federais, outras pautas compuseram a reunião do Conselho Pleno. Os reitores trataram de questões relativas ao orçamento dos hospitais universitários e aprovaram um convênio da Andifes com o Banco Santander, que concederá 320 bolsas de mobilidade estudantil a serem distribuídas entre estudantes da rede federal.
Fonte: Andifes – 7 de abril de 2009 – 13:57
======================
Ministro Fernando Haddad participa do pleno da Andifes e discute novo modelo de processo seletivo
A Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), realizou, no dia 6 de abril, às 9h, na sede da Associação, em Brasília, a LXXVIIIª reunião ordinária do seu Conselho Pleno. A partir das 15h, o plenário teve a participação do ministro da Educação, Fernando Haddad, da secretária de Educação Superior Maria Paula Dallari Bucci, do secretário executivo do Ministério da Educação (MEC) José Henrique Paim e do presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) Reynaldo Fernandes.
Concluídos os informes gerais da Andifes, a entidade questionou o secretário executivo do MEC Henrique Paim sobre questões relativas ao orçamento de 2008 e 2009 das Ifes. Com a chegada do ministro, a pauta passou para a proposta de mudança no processo seletivo das universidades federais. O presidente da Andifes, reitor Amaro Lins (UFPE) agradeceu a participação de Fernando Haddad e afirmou que a Andifes sente-se honrada com a possibilidade de iniciar esse debate.
Antes de iniciar a exposição sobre a proposta de unificação dos vestibulares, Fernando Haddad lembrou as recentes reformas estruturais da educação, como o processo em curso de diagnóstico da situação dos hospitais universitários, novidades em relação à gestão de pessoal e à interface entre universidades e fundações de apoio. “Estamos com uma agenda de trabalho vitoriosa, que traz conseqüências para a educação superior”, destacou o ministro.
Processo seletivo
Fernando Haddad explicou que na nova forma de seleção os candidatos farão a prova do Enem e depois o Inep disponibilizará as notas. De posse delas, o estudante aplica, online, sua pontuação para o curso e universidade desejados, sendo que o número de opções deve ser cinco. Dessa forma, o ministro acredita em uma maior mobilidade dos estudantes, e aí surge uma das preocupações dos reitores: o apoio para medidas de assistência estudantil. Fernando Haddad reconhece que a proposta implica em um “desafio maior na questão da permanência” e garante que o MEC está comprometido com isso.
Outra premissa da Andifes, atendida pelo MEC, é a participação da Associação na construção e organização do processo, com colaborações inclusive técnicas sobre as provas. A este respeito o ministro afirmou que o novo modelo de seleção precisará de um comitê de governança, que contaria com representantes das universidades. O presidente da Andifes adiantou que esses nomes podem sair da continuidade do pleno, na manhã do dia 7 de abril.
Alguns reitores lembraram a preocupação com as disparidades regionais existentes entre as universidades, temerosos de que estudantes de outros estados ficassem com a maioria das vagas, em detrimento da comunidade regional. Tanto o ministro quanto o presidente do Inep afirmaram que as provas selecionam de forma parecida, sejam os vestibulares tradicionais ou o Enem. Quanto a este ponto, o ministro acredita que as cotas sociais também contribuem para diminuir as diferenças.
A maioria dos dirigentes das universidades questionou aspectos operacionais do processo, como a segurança na aplicação das provas, opções dos cursos e instituições, os prazos para publicação dos editais e divulgação das notas. O MEC se comprometeu a enviar à Andifes, na quarta-feira, dia 8 de abril, uma nota técnica com esse tipo de esclarecimentos.
O tempo para a implantação da mudança também é preocupação recorrente entre os reitores. Como o vestibular é um processo complexo e demorado, muitos dos editais das Ifes já estão em andamento e até em fase de conclusão, para se tornarem públicos. O ministro acredita que a mudança pode ser aplicada já no processo seletivo de 2010, principalmente para as universidades que decidirem adotar o Enem como fase única de seleção. Alguns reitores ponderaram a possibilidade de fazer uma segunda fase, por exemplo. Neste caso, o ministro concorda que é mais difícil, devido ao tempo, pois o Inep teria que divulgar os resultados em tempo hábil para a continuação do processo seletivo, mas garante que é uma ideia a ser considerada.
O presidente da Andifes Amaro Lins parabenizou o ministro pela transparência nas declarações e pela preservação da autonomia das universidades, que podem aderir ou não à proposta do MEC. Fernando Haddad lembrou que o processo pode ser aprimorado a cada ano. “Não vão faltar críticas, mas é uma evolução”, afirmou o ministro. Amaro Lins considerou a reunião extremamente positiva e lembrou que as decisões de cada universidade serão tomadas nos seus conselhos superiores.
Fonte: Andifes – 7 de abril de 2009 – 06:31