No ano em que completa 25 anos de atividades, a Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (EdUFSC) não poderia estar ausente na maior festa do livro da América Latina.Única do Estado com estande próprio, a editora participa da 19ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, 9 a 19 de março, pela primeira vez no Parque Anhembi, na capital paulista. O evento, promovido pela Câmara Brasileira do Livro e organizado pela Francal Feiras, contará com a presença de 320 expositores que ocuparão 57 mil metros quadrados do pavilhão. O destaque é o estande coletivo da Associação Brasileira de Editoras Universtárias (Abeu), que será inaugurado no dia 10, com 736 metros quadrados e 115 editoras. Com o objetivo de estimular o debate e promover a leitura, a entidade lançará durante a Bienal o primeiro número da versão eletrônica da Verbo – Revista do Livro Universitário.
A Editora da UFSC fez uma seleção dos mais de mil títulos que publicou ao longo da sua história. Serão disponibilizados 226 títulos e mais de 1.500 exemplares, a maioria deles lançamentos ou editados recentemente. Um dos pontos altos será o lançamento da Série Ethica, que já conta com quatro títulos: Ética e participação, de Leo Kissler; Razão e consenso em Habermas – A teoria discursiva da verdade, da moral, do direito e da biotecnologia, de Delamar José Volpato Dutra; Valor intrínseco – Metaética, ética normativa e ética prática em G.E.Moore, de Darlei Dall’Agnol; e Kant – Liberdade e natureza, organizado por Maria de Lourdes Borges e José Heck e que acaba de sair da gráfica.
Uma novíssima coleção será apresentada em São Paulo: Literatura em Zero e Um, dirigida à produção hipertextual. O primeiro volume é Caminhos Cruzados – Informática e Literatura, organizado por Alckmar Luiz dos Santos e Adair de Aguiar Neitzel.
Serão oferecidas obras das Séries Geral, Didática, Enfermagem e Nutrição. Além dos Cadernos de Cultural Popular e da Série Ética, Política e Violência, a editora comercializará os principais títulos das Coleções Rebento, Ipsis Litteris, Paideuma, Memória Literária de Santa Catarina e Tra(du)zir. Após implementar no Campus, em Florianópolis, uma banca da revista universitária brasileira, a EdUFSC reservará um espaço privilegiado na Bienal para os 13 periódicos que publica.
Aberta também a autores externos e socializando ao mesmo tempo a
produção científica, tecnológica e cultural da Universidade, a EdUFSC é uma das raras editoras universitárias que promove a literatura. Logo, paralelamente aos livros didáticos, técnicos e científicos, divulgará na bienal a poesia, o conto, a crônica, o ensaio e o romance.
Só em 2005 foram lançados mais de 50 títulos, todos selecionados para a bienal. Em 2006 a meta deverá ser superada, segundo adianta o diretor Alcides Buss, que também responde atualmente pela direção de Comunicação da Associação Brasileira das Editoras Universitárias (Abeu). Entre as novidades, lista Oposições filosóficas – A epistemologia e suas polêmicas (Série Geral), de Luiz Henrique de Araújo Dutra; Garfando com facas malditas – A quarta gota de adoçante (Coleção Ipsis Litteris), de Luiz Henrique Queriquelli; a terceira edição de Ética e linguagem – Uma introdução ao tractatus de Wittgenstein, de Darlei Dall’Agnol (co-edição com a Editora Unisinos); e o resgate, em quarta edição, do romance O guarda-roupa alemão, de Lausimar Laus (obra escolhida para o próximo vestibular da UFSC).
Na esteira dos 25 anos de Lavoura Arcaica, a EdUFSC e a Edusp chamam atenção de Desamores – A destruição do idílio familiar na ficção contemporânea, de Maria Salete Daros de Souza, que estabelece um diálogo entre Raduan Nassar e Lobo Antunes, autor de Esplendor de Portugal. Outra obra de relevância nacional é Cartas de Octávio Brandão – Memória, organizado por J.R. Guedes de Oliveira, elogiado e recomendado, em carta, pelo presidente do Congresso, Aldo Rebello.
No campo da literatura igualmente merecem ênfase os livros Quixote Catarinense – Onde se conta sobre a trajetória e algumas batalhas do poeta Lindolf Bell, de autoria de Helen Francine, e que recupera a história do líder do Movimento Catequese Poética; e Mulheres Rosianas – Percursos pelo Grande Sertão: Veredas, de Adair Aguiar Neitzel. A pesquisa coincide, por exemplo, com as comemorações dos 50 anos da obra de Guimarães Rosa, que será lembrada com o lançamento de uma edição especial na bienal.
Um lançamento oportuno será TV Digital Interativa – Conceitos, desafios e perspectivas para o Brasil, de Carlos Montez e Valdecir Becker, que lança luzes em torno da polêmica sobre qual modelo de TV a ser adotado pelo País. Permeando ciência e comunicação, ganham atualidade as reflexões de Vânia Mattozo e C.Celso de Brasil Camargo no livro Energia, ambiente e mídia: qual é questão?
Primeiro livro publicado no Brasil desde 1994 sobre o tema, a EdUFSC alerta sobre a importância dos 21 artigos reunidos em Câncer Ginecológico – Diagnóstico e tratamento, organizado pelo médico e pesquisador Luiz Alberto Silveira. Ainda no campo da Saúde, saiu a quarta edição de Cuidados com os medicamentos (co-edição EdUFSC e UFRGS), organizado por Eloir Paulo Schenkel, Sotero Serrate Mengue e Pedro Ros Petrovick.
Premiado pelo Instituto Histórico e Geográfico de SC, chega à Bienal uma nova edição de Memórias de uma (outra) guerra – Cotidiano e medo durante a Segunda Guerra em Santa Catarina, que denuncia a perseguição da ditadura Vargas aos descendentes de imigrantes alemães e italianos.
De autoria da pesquisadora Marlene de Fáveri, junta os selos da EdUFSC e da Univali Editora. Em parceria com a Movimento, de Porto Alegre, a Editora da UFSC empreende um resgate histórico sobre a Guerra do Contestado com o relançamento de Império Caboclo, romance de Donaldo Schüler, que recentemente traduziu Finnegans Wake, de James Joyce, e a Ilíada, de Romero.
Também de caráter histórico, tem lançamento na Bienal o romance A rosa verde, de Carlos Henrique Schroeder (EdUFSC e Editora Unerj), romance que trata da Ação Integralista. Já Sílvio de Souza Gomes soma-se aos lançamentos com o livro Um trabalhador na revolução latino-americana, detalhando a sua militância política no Brasil, Uruguai, Chile e Panamá.
O livro-álbum São Francisco do Sul – Muito além da viagem de Goneville, organizado pelos professores Sílvio Coelho dos Santos, Aneliese Nacke e Maria José Reis, não ganhou o cobiçado Jabuti, mas foi premiado com um elogio pessoal e intransferível do antropólogo Claude Lévi-Strauss, que o classificou como obra “fantástica” que o “tocou vivamente”. Essa é uma das obras que será exibida com orgulho no estande tomado pelas editoras
universitárias.
Na Bienal Internacional do Livro de São Paulo a EdUFSC inaugura uma aposta num novo produto editorial: além do CD-Rom multimídia sobre as fortalezas históricas, lançará Bromélias de Santa Catarina, das biólogas Márcia Patrícia Hoeltgebaum e Maike Hering de Queiroz, e disponibilizará em seu catálogo o CD 20 anos de Pólo Tecnológico da Grande Florianópolis – 1895-2005, organizado pelo jornalista Mário de Oliveira Xavier.
Numa advertência nacional sobre a ameaça de destruição de um dos
recantos naturais mais belos do mundo, vale realçar, finalmente, o
lançamento na Bienal do livro Florianópolis do outro lado do espelho,
organizado pela arquiteta Margareth de Castro Afeche Pimenta.
Mais informações e entrevistas com o diretor da EdUFSC, Alcides Buss,pelos fones: (48) 3331-9605 e 3331-9408 e (48) 9972-3045
Fonte: Editora da UFSC