O ESAI oferece dois grandes grupos de intercâmbio discente ou estudantil, no qual os alunos passam de um a dois semestres no exterior, tempo, aliás, regulamentado pelo Conselho Universitário. O famoso “paitrocínio”, e aquele no qual o estudante trabalha, arranja o dinheiro e cai na vida (no bom sentido), indo como aluno da UFSC para diferentes universidades que possuem acordo com a Universidade Federal, e que não são poucas. “Temos acordo com cerca de 200 universidades de vários países”, diz o professor Nivaldo Cabral Kuhnen, diretor do ESAI. De 2004 até agora foram assinados 62 convênios.
Existem hoje 200 alunos estrangeiros na UFSC. Só em 2006 foram recebidos 65 estudantes e enviados 48, isso considerando o movimento de paralisação no período.
Como funciona? “O aluno entra no nosso site e solicita um formulário, que ele preenche com os pré-requisitos. As condições são 50 por cento do curso e bom IAA. (Índice Acadêmico). Ele não pode estar cheio de reprovação para ir ao exterior. Esse aluno, querendo ou não, está representando a universidade federal, é a imagem dela lá fora”, enfatiza o professor Nivaldo Kuhnen.
O caminho é de mão dupla, explica Kuhnen. “Nossos alunos saem daqui e vão para uma universidade inglesa, por exemplo, e vem um aluno de lá estudar aqui. Devemos aí ter uma média anual de 200 a 250 alunos estrangeiros. Desde japoneses, finlandeses, africanos, americanos, franceses, mexicanos e portugueses, obviamente o maior percentual”.
Obviamente porque a UFSC está intensificando muito o convênio com Portugal. “Temos 60 ou 80 alunos estudando aqui de várias universidades, de Lisboa ao Porto. E mandamos quase o mesmo número para lá”.
A UFSC mantém, também, acordos que permitem a dupla titulação. No acordo de dupla titulação o estudante de graduação ou pós-graduação realiza em torno de 50% dos seus estudos em cada uma das instituições. O estudante no final de seus estudos recebe dois diplomas: um da UFSC e um da universidade de origem.
Kuhnen lembra que a Europa, via Programa Erasmus, também de intercâmbio, movimenta hoje não um ou dois mil, mas dezenas de milhares de estudantes por semestre. “Talvez para incentivar a globalização ou reforçar os laços da comunidade européia. O fato é que eles investem de forma maciça”.
E para o aluno não chegar lá fora só de “mala e cuia”, foi instituída a disciplina Intercâmbio, com zero horas e zero créditos, o que configura o vínculo com a UFSC e conta tempo de integralização do curso. “Ele vai lá, faz algumas disciplinas, retorna, revalida aqui essas disciplinas e inclui no seu currículo. Damos muita ênfase à parte acadêmica, até porque se não fizéssemos isso viraríamos um escritório de turismo, o que nós não somos. O aluno tem que ir, tem que render e tem que voltar”, arremata Kuhnen.
Mas como nem tudo são flores, onde é que está o estrangulamento disso? “No financiamento, infelizmente. Quem é que viaja aqui nesses 50 ou 80? Os que têm mais recursos, não só por mérito, mas porque podem pagar. O custo depende, evidentemente, do país. No caso da Europa, considerando passagem, estadia e moradia, de dez a 20 mil reais. “A intenção é ampliar o intercâmbio com financiamento de tal forma que os que não possuem recursos possam participar”, adianta Kuhnen.
Existe, é claro, o intercâmbio financiado para a graduação, com recursos da Capes, DAAD e Brafitec, de forma mais intensiva com Estados Unidos Alemanha e França. O aluno recebe passagem, estadia e alimentação, mas o processo de escolha é seletivo, meritocrático.
Aqui, abaixo da Linha do Equador, a capacidade de adaptação ao projeto europeu de intercâmbio pode ser percebido no Programa Escala, com intercâmbio de professores, alunos e grupos de pesquisa conjuntos e desenvolvido em conjunto com a Associação das Universidades do Grupo Montevideo, com universidades chilenas, argentinas, uruguaias e oito brasileiras. “Queremos dar ênfase às redes, mais do que instituições de forma individual, e diversificar intercâmbio em todas as áreas”.
Na categoria de programas novos podem ser incluídos, entre outros, os convênios de cooperação multilateral de universidades brasileiras com a Universidade de Quebec – UQAM, convênios entre o Conselho de Reitores das Universidade Brasileiras – CRUB – e o seu equivalente português, o CRUP, interação AUGM – Andifes e CRUP, Programa Alban (Bolsas de Formação de Alto Nível da União Européia para a América Latina). Desse último, por sinal, o reitor Lúcio Botelho faz parte do Comitê Diretivo na condição de conselheiro, representando a AUGM.
Acesse o site do ESAI www.ufsc.br/esai e saiba quais os países e universidades que têm acordos e convênios com a UFSC. No site também estão disponíveis as informações sobre bolsas de estudos, eventos e uma lista dos tradutores juramentados de Santa Catarina.
Contatos com o professor Nivaldo nos fones (48) 3331-8225, 3331-8220 e nivaldo@enq.ufsc.br
Por Artêmio Reinaldo de Souza/jornalista da Agecom