Abre nesta terça-feira, dia 3 de outubro, às 17h, na Galeria de Arte da UFSC a exposição individual “RE-SINAL-IZ-AÇÃO”, com placas e “intervenção social”, do artista plástico, de São Paulo, Camille Kachani, que estará presente na abertura da mostra para o “Encontro com o Artista, momento em que falará de sua trajetória e do processo criativo de suas obras, num bate papo para artistas, professores, estudantes e público interessado em geral.
A Galeria de Arte da UFSC funciona no edifício do Centro de Convivência, no campus universitário. A exposição poderá ser vista de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h30min, até o dia 27 outubro. Contato: (48) 3331-9683 e pelo e-mail galeriadearte@dac.ufsc.br. Atividade gratuita, aberta à comunidade.
A exposição apresenta 20 diferentes placas feitas em PS (polímero sintético) e pintadas no sistema de plotter digital. Além da Galeria, as placas deverão ser montadas ao redor de árvores, postes, presas em objetos ou montadas nas paredes externas e internas da Galeria. Segundo o artista, “a montagem das placas se estende da rua em que está situado o espaço expositivo até o interior do mesmo, criando um sistema duplo de diálogo com o observador: a obra leva aquele que veio ao espaço expositivo de volta para a rua, e o passante que vê as placas na rua é levado para dentro do espaço expositivo”.
Sobre RE/SINAL/IZ/AÇÃO – Uma intervenção social, segundo o artista
O projeto consiste na colocação de placas de sinalização no espaço expositivo e ruas adjacentes. Estas placas trazem mensagens utilizando-se de símbolos e ícones contemporâneos. O trabalho visa instigar uma reflexão sobre a individualidade na sociedade contemporânea, ao gerar questionamentos sobre o que é imposto e o que é realmente uma escolha pessoal.
A intervenção
Vários procedimentos são utilizados na realização do trabalho, porém em minha opinião ele é principalmente uma intervenção social. Porque não intervenção ambiental, ou urbana? Simplesmente porque o objetivo não é apenas a transformação do ambiente urbano, mas principalmente a transformação do indivíduo, mais precisamente aquele que reside na metrópole.
O propósito do trabalho é iniciar um processo de questionamentos no observador. Este processo é deflagrado pela surpresa inicial que este tem quando confrontado com a permissão ou proibição – ambas inusitadas – de conceitos contemporâneos e familiares a qualquer cidadão. Por exemplo: uma placa que proíbe o consumo de cafezinho, e mais à frente, outra que permite o consumo de Coca Cola. Ou uma placa que proíbe a existência de árvores na área, enquanto outra sinaliza a permissão do uso de armas de fogo.
Afinal, o que se pode e o que não se pode fazer? Existe uma escolha em nossa ações mais cotidianas?
A cultura de massas tem um papel fundamental na formação e processo da normatização do comportamento social urbano. Ela acaba determinando em grande parte o que é permitido e proibido. Moda, modismos, televisão, mídia escrita, cinema – ferramentas de grandes corporações, todo um sistema complexo e entrelaçado dita o comportamento das pessoas, definindo o que se pode e não se pode fazer ou consumir. No projeto, várias placas mostram símbolos e ícones locais proibidos e universais sendo permitidos, sugerindo o fim dos valores autóctones. A existência de uma cultura nacional é posta em questão, frente a uma cultura única, globalizada e onipresente.
A possibilidade de escolha pessoal também é questionada. Na sociedade contemporânea, um comportamento-padrão estabeleceu-se em quase todos os níveis e situações da vida. Ou seja, o pleno exercício da individualidade tornou-se incompatível com o bom-senso coletivo, que consiste numa espécie de manual de conduta mutante orwelliana.
O objetivo final do projeto é instigar o observador a tecer opiniões sobre as suas próprias necessidades, conscientizando-o sobre seu próprio processo de escolhas (ou falta de escolhas).
SOBRE O ARTISTA:
Camille Kachani é brasileiro, trabalha e reside em São Paulo. Cursou Economia e História na PUC/SP. Iniciou seus estudos artísticos aos 13 anos de idade na EPA/SP, onde se formou em Desenho, Pintura e Fotografia. Sua formação inclui ainda cursos de Escultura, Vídeo e História da Arte.
Desde 1999, tem realizado exposições individuais em galerias e museus em cidades de vários estados brasileiros, como Galeria do Atrium, São Paulo-SP (1999), MARP – Museu de Arte de Ribeirão Preto-SP (2003), Museu de Arte Contemporânea de Curitiba-PR (2004), Espaço FURNAS Cultural, no Rio de Janeiro-RJ, Galeria Murilo Castro, em Belo Horizonte-MG, e Instituto de Arte Contemporânea, na Universidade Federal de Pernambuco, em Recife, essas três em 2005, e neste ano, no espaço da FUNARTE na cidade de São Paulo.
Com participação em várias exposições coletivas, o artista possui um currículo com presença em salões e bienais de muitos estados do Brasil e de outros países, como nos Estados Unidos, em 2001, quando expôs na NOHO Gallery, Soho, em New Yorke, e em 2004, com exposição no MoLAA – Museum of Latin American Art, em Los Angeles, California; em Cuba, no VII Salón de Arte Digital de Habana; e na França, neste ano de 2006, na XIV Biennale Internationale de L’image, na cidade de Nancy. Suas exposições coletivas no Brasil, 9° Salão de Arte Contemporânea de S. Bernardo do Campo, SP e 59° Salão Paranaense, MAC/Curitiba-PR, ambas em 2002; MAC/C – Edital 2003, Museu de Arte Contemporânea de Campinas-SP; I Salão Aberto – Paralelo à XXVI Bienal Internacional de São Paulo–SP e VII Bienal do Recôncavo, São Félix- BA, ambas em 2004; no ano passado, 7º Salão Elke Hering, Museu de Arte de Blumenau-SC e EIA 2005 (Experiência Imersiva Ambiental), intervenção urbana, São Paulo-SP; e neste ano de 2006, participou das exposições PROJETO PARI, ocupação da Biblioteca do Pari por 30 artistas, SP; “FAKE”, Galeria 90 Arte Contemporânea, RJ; “Água Corrente”, Centro Cultural São Paulo, SP; “OBLIQUE”, Galeria da Aliança Françesa, SP; e no XIV Universidarte – Galeria Especial, como artista convidado, no Rio de Janeiro.
O artista recebeu o Prêmio Governador Mário Covas, Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, em 2001; o Prêmio Aquisição no 9° Salão de Arte Contemporânea de São Bernardo do Campo-SP, em 2002; e o Prêmio Aquisição no 31° Salão de Arte Contemporânea de Santo André-SP, em 2003. Suas obras fazem parte do acervo de diversos centros culturais e museus no Brasil e no exterior, como Museu de Arte de Santo André-SP (Casa do Olhar); Instituto de Arte Contemporânea, Universidade Federal de Pernamburco, Recife ; MAC/PR – Museu de Arte Contemporânea do Paraná, Curitiba; MAM/RJ – Coleção Gilberto Chateaubriand, Rio de Janeiro ; Centro de Arte Contemporáneo Wilfredo Lam, Havana, Cuba; e MoLAA – Museum of Latin-American Art, Los Angeles, nos Estados Unidos.
A Galeria de Arte da UFSC faz parte do DAC – Departamento Artístico Cultural / Pró-Reitoria de Cultura e Extensão / Universidade Federal de Santa Catarina.
SERVIÇO:
O QUÊ: Exposição “RE-SINAL-IZ-AÇÃO”, com placas e “intervenção social”, do artista plástico Camille Kachani.
QUANDO: Abertura com o “Encontro com o Artista”, dia 3 de outubro, terça-feira, às 17h .
VISITAÇÃO: De 4 a 27 de outubro, de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h30min.
ONDE: Galeria de Arte da UFSC, prédio do Centro de Convivência.
QUANTO: Gratuito, aberto ao público.
CONTATO: Galeria: (48) 3331-9683 e galeriadearte@dac.ufsc.br – www.dac.ufsc.br
CONTATO: Com o artista: www.camillekachani.com.br e camillek@terra.com.br
Fonte: [CW] DAC-PRCE-UFSC, com material do artista.