REUNIÃO ANUAL DA SBPC: laboratórios da UFSC buscam melhorias na produção de corantes naturais

19/07/2006 15:37

A ingestão de balas, sorvetes, gelatinas, refrigerantes e sucos artificiais pode estar ligada ao aparecimento de alergias, à indisposição gástrica, vômitos e até à hipertensão em crianças. A substituição de corantes sintéticos por corantes naturais na fabricação dessas e de outras sobremesas e bebidas evitaria esses problemas. Entretanto, as vantagens comerciais dos corantes sintéticos ainda é maior, o que faz com que o melhoramento na produção de corantes naturais seja foco de estudos.

Pelo menos dois grupos de pesquisa desenvolvem trabalhos nesse campo na UFSC. Eles fazem parte do Laboratório de Bioquímica (Engebio) e do Laboratório de Controle de Processos (LCP) do Departamento de Engenharia Química do Centro Tecnológico (CTC).

O primeiro trabalha com a produção de corantes naturais a partir da fermentação de matéria-prima (pode ser farelo de arroz ou glicose, por exemplo) feita por microorganismos, como o fungo Monascus ruber. Um dos principais desafios da pesquisa é fazer com que o fungo comece a fermentar a matéria-prima em menos de 12 horas, tempo que ele leva normalmente para iniciar o processo que dá origem a um corante de cor avermelhada usado na fabricação de “catchups”.

Já o Laboratório de Controle de Processos extrai do repolho roxo um corante vermelho púrpura, que também serve para aplicações na indústria alimentícia. Isso é feito através de um processo físico-químico com a utilização de solventes. O LCP também pesquisa novas formas de purificação desses corantes.

Por conterem metais pesados que têm efeito cumulativo no organismo humano, como titânio e cobalto, corantes químicos e sintéticos são substâncias densas e tóxicas, obtidas a partir de derivados do petróleo e do carvão mineral – processo que emite poluentes maléficos ao meio ambiente. O motivo pelo qual continuam a ser usados é o seu baixo custo quando comparado aos corantes naturais, sua melhor capacidade de fixação nos alimentos e maior estabilidade a luz e ao calor, além de cores mais intensas que deixam os alimentos mais atrativos para o consumo.

O que diz a legislação brasileira

No Brasil, quem produz alimentos que contenham corantes sintéticos são obrigados a alertar o consumidor, no rótulo das embalagens, sobre a condição sintética do corante utilizado nos alimentos. O país tomou essa medida a partir de recomendações da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO, na sigla em inglês para Food and Agriculture Organization)

Diversos tipos de corantes sintéticos foram proibidos como o amarelo sólido, que era empregado em gelatinas, o laranja GGN, usado em pós para sorvetes, o vermelho sólido, para recheios e revestimentos de biscoitos, o azul de alizarina, corante em óleos emulsionados e gelatinas, e o escarlate GN, com uso em recheios de confeitarias.

Oito tipos ainda são permitidos no país e empregados em diversos alimentos como geléias, caramelos, gomas de mascar, frutas em caldas e iogurtes. Além disso, são utilizados em licores, refrescos e refrigerantes. São eles: os amarelos crepúsculo e tratarzina, o azul brilhante, o amaranto, os vermelhos eritrosina, ponceau (4R) e 40, e a indigotina. Outros cinco sintéticos idênticos aos naturais também são tolerados.

Informações: 3331 9554 / LCP e 3331 9842 / Engebio.

Por Talita Garcia / bolsista de Jornalismo da Agecom.

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: realidade dos idosos na sociedade atual também estará em foco

19/07/2006 09:05

Boom demográfico, progressão tecnológica, desenvolvimento industrial, revolução conceitual e moral. A dinâmica urbana re-configura os indicadores e grupos sociais, e essa nova configuração abrange inclusive aqueles que acompanharam seu desenvolvimento – os idosos. Registra-se no Brasil um grande crescimento na expectativa de vida – de 33,7 anos em 1900 para 71,6 em 2004, segundo dados do IBGE. Em termos gerais, isso significa um considerável aumento da população idosa no país. A velhice deixa de ser raridade no cotidiano das cidades, desmistificando a concepção paternalista do “ancião”, sábio e sensato. Questiona-se: quais as implicações dessa nova realidade na vida dos idosos e em suas relações sociais?

Para discutir a respeito dessa e de outras questões, será realizado na 58ª Reunião Anual da SBPC o encontro “Envelhecimento Populacional e Organização da Sociedade Civil”, nesta quarta-feira, a partir de 14h, na sala Azaléia, no segundo andar do Centro de Cultura e Eventos. O coordenador é o professor Theophilos Rifiotis, do Departamento de Antropologia da UFSC. Além de Rifiotis, participam pesquisadores da UFSC, Unicamp, Udesc, do Núcleo de Estudos da Terceira Idade (NETI/UFSC) e da Sociedade Brasileira de Gerontologia.

Rifiotis explica o encontro como “uma atividade de reflexão visando contribuir para a orientação de políticas públicas, das instituições governamentais e de sociedades científicas sobre o envelhecimento no Brasil”, e fará sua colocação com base no artigo “O Idoso e a Sociedade Moderna: Desafios da Gerontologia”, de sua autoria.

As questões de Rifiotis

Na opinião do antropólogo, o saber científico sobre a gerontologia se defronta hoje com uma série de dilemas éticos e teóricos. Um deles é o desafio ético da minoridade, em que a problemática reside em um conceito reducionista em relação ao idoso, visto como vítima, excluído, objeto de assistência. Tal concepção é comum no meio urbano, e ainda que possua caráter solidário e intenção positiva, acaba por atribuir minoridade ao velho, infantilizando-o.

Outro dilema é o desafio teórico-ideológico, no qual com o crescimento da qualidade de vida das populações a figura do velho torna-se cada vez mais comum no meio urbano, e o país “envelhece” seus indicadores sociais. Este é um processo que se consolidou principalmente em países europeus, que possuem altos padrões de vida. No Brasil, essa transformação começa também a trazer um novo significado para o envelhecimento.

De acordo com Rifiotis, hoje é predominante a cultura co-figurativa, na qual os filhos e pais aprendem com seus respectivos pares, e a pós-figurativa, em que os filhos também ensinam a seus pais. Com isso, o modelo alicerçado primordialmente pela figura do pai instrutor deixa de ser tendência. O referencial paternalista do mais velho, espécie de “ícone disciplinar”, perde sua força à medida que o número de idosos aumenta.

Tais fatores vêm ocasionando a derrocada do estereótipo “ancião”, relacionado à figura de um patriarca, e criam novos parâmetros. “Cabe aos estudiosos do envelhecimento o desafio de reformular a mensagem da gerontologia, adaptando-a a essa nova realidade”, avalia o professor.

O NETI e a mobilização nacional

A discussão acerca dos novos rumos da gerontologia é cada vez mais freqüente e disseminada. Além do Estatuto e da Delegacia do Idoso, também foi criada a Conferência Nacional do Idoso, que teve sua primeira edição este ano. Saúde, previdência, educação, cultura e lazer foram os eixos temáticos principais. “Está sendo elaborado um relatório, que deve ser finalizado em dois meses. Houve uma boa manifestação de Santa Catarina”, conta Maria Cecília Godtsfriedt, presidente da Associação Nacional de Gerontologia no estado e professora do Núcleo de Estudos da Terceira Idade (NETI), da UFSC. Maria Cecília, que foi à conferência, também participa do encontro a ser realizado na reunião da SBPC.

Para o NETI, a oportunidade de integrar a discussão gerontológica no maior evento científico da América Latina é de grande importância. O Núcleo é pioneiro na incorporação dos idosos à universidade, através de cursos de capacitação e atividades voltadas para a gerontologia. “Serão apresentados três trabalhos do NETI no encontro. O objetivo é a elaboração de um documento, que será encaminhado para algum ministério, provavelmente o de Direitos Humanos”, revela Maria Cecília.

Por Gustavo Bonfiglioli / Bolsista de Jornalismo na Agecom / UFSC

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: encontro vai debater sustentabilidade na construção

19/07/2006 08:52

Não é possível um desenvolvimento sustentável no Brasil sem que a construção civil sofra transformações profundas. No segmento habitacional são necessárias 5 milhões de novas habitações para a população de baixa renda, mas é inaceitável que estas novas habitações sejam produzidas a partir dos velhos paradigmas insustentáveis.

Estas e outras idéias serão levantadas para debate pelo professor Vanderley John, da Escola Politécnica da USP, no simpósio “O desenvolvimento sustentável e a construção habitacional”, integrado à programação da Reunião Anual SBPC, que acontece de 16 a 21 de julho, no campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O encontro sobre sustentabilidade na construção será realizado na sexta-feira, 21/7, a partir de 14h, no auditório do Centro Tecnológico, numa promoção da Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído (ANTAC). Vai contar também com a participação do professor Roberto Lamberts, do Departamento de Engenharia Civil da UFSC, e da professora Angela M. Gabriella Rossi, da Escola Politécnica da UFRJ.

Desafios

Coordenador geral da Conferência Latino-Americana de Construção Sustentável, Vanderley John lembra que a construção civil tem importante papel social, pois é responsável pela produção da infra-estrutura coletiva do país e pela geração de cerca de 15% dos empregos nacionais. Mas seus desafios são significativos, pois boa parte dos operários da construção encontram-se na faixa da pobreza e possuem pouca educação formal.

“A construção sustentável impõe inovação tecnológica, formação de recursos humanos, mudanças de cultura e práticas gerenciais, alterações na legislação e normalização, além de exigir alterações na forma de relacionamento entre os diversos integrantes da cadeia da construção. Não é possível, portanto, um desenvolvimento sustentável sem que a construção civil sofra transformações profundas”, alerta o professor.

Visão sistêmica

Coordenadora do Laboratório de Assentamentos Humanos Sustentáveis, ligado à Escola Politécnica da UFRJ, a professora Angela M. Gabriella Rossi, ressalta que do ponto de vista urbano, habitação é um sistema, que precisa estar integrado às redes de infra-estrutura de saneamento básico, aos serviços de saúde, de educação e de comércio, à oferta de trabalho, esporte e de lazer, e à rede viária. “Pelo fato da vida cotidiana girar em torno da habitação, é que a busca pela cidade sustentável depende, em boa parte, do bom funcionamento de cada um desses sistemas e da integração entre os mesmos”, defende a professora.

Ela lembra que em países periféricos e semiperiféricos, como o Brasil, o crescimento urbano acelerado tem provocado, historicamente, uma série de pressões de ordem social, econômica e ambiental. Na maioria desses países, a taxa de crescimento econômico não acompanhou a de urbanização, criando assim uma população em sua maioria com renda insuficiente para pagar pelos serviços e elevando os custos operacionais da cidade. Ao mesmo tempo, os governos locais não conseguem responder rapidamente a essa demanda, o que faz com que a população encontre suas próprias soluções, geralmente ilegais, gerando áreas precárias e superpopulosas.

“O Brasil hoje sofre intensamente as conseqüências da ocupação desordenada de seu território que apresentou nos últimos 50 anos uma das maiores taxas de urbanização do mundo”, lamenta a professora. “A busca pela sustentabilidade urbana não é tarefa fácil para o Brasil. Além de exigir respostas no setor construtivo e no setor econômico e social, o tema envolve atores públicos e privados, que devem interagir através de parcerias bem reguladas”, avalia.

Eficiência energética pode ajduar

Com inúmeros trabalhos nas áreas de eficiência energética, avaliação do desempenho térmico de casas populares, conforto ambiental e princípios bioclimáticos aplicados à construção, o professor da UFSC, Roberto Lamberts, vai mostrar no simpósio como estes campos podem colaborar com a busca da sustentabilidade na construção. Coordenador do Laboratório de Eficiência Energética em Edificações, ligado ao Departamento de Engenharia Civil da UFSC, o professor já integrou projetos para elaboração das normas brasileiras na área de Conforto Ambiental e participa do projeto Casa Eficiente, desenvolvimento numa parceria da UFSC com a Eletrosul e Eletrobrás/ Procel. A casa modelo é uma vitrine de tecnologias de ponta na área de eficiência energética e conforto ambiental, além de ambiente para a demonstração e desenvolvimento de atividades de ensino e pesquisa.

Saiba mais sobre a Reunião Anual e temas relacionados à sustentabilidade:

Agricultura sustentável

Na mesa-redonda “C&T para uma nova agricultura sustentável” , que vai contar com a presença do professor Miguel Pedro Guerra (UFSC), e de Sílvio Crestana (Embrapa), serão discutidos os caminhos da ciência e tecnologia na agricultura, com foco na sustentabilidade. O debate, na quarta 19/7, às 10h, no auditório do Centro de Comunicação e Expressão, vai destacar o fato de que o Brasil é detentor da maior biodiversidade do planeta e os avanços da fronteira agrícola estão ameaçando os ecossistemas remanescentes. Por outro lado, são inegáveis os avanços que a agricultura brasileira experimentou nos últimos 30 anos, consolidando um dos mais importantes sistemas de produção da agricultura tropical no planeta.

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: Banda Aerocirco, filme Ponte Hercílio Luz, música na Igrejinha, nesta quarta

19/07/2006 08:45

MÚSICA AO MEIO DIA:

O Projeto 12:30 na Concha Acústica da UFSC recebe a banda Aerocirco, com seu rock alternativo cantado em português. O baixista Jason Judson, último a entrar no grupo, após a saída do antigo baixista e tecladista, levou para as cordas os arranjos que eram feitos pelo teclado nos dois primeiros cds da banda. Da formação original, Henrique Monteiro cuida da bateria e Hudson Cabala da guitarra, dividindo a função com Fábio Della, que é também vocalista. A apresentação começa às 12h30min, como em toda semana do período letivo, ao ar livre, na Concha Acústica em frente ao CCE.

CINEMA

Curtas Catarinenses: PONTE HERCÍLIO LUZ – Patrimônio da Humanidade, no auditório do Centro de Convivência da UFSC às 12h30min.

Documentário que mostra a história deste que é símbolo de Santa Catarina – inaugurado em 1926 – desde a sua construção (1922) até os dias de hoje (interditado por razões de segurança) e como este monumento está incorporado ao real e ao imaginário catarinense. Documentário produzido em 1996, com o apoio da UFSC, com 30 minutos de duração, em 35mm, colorido. Produção de Jair dos Santos, Direção e Roteiro de Zeca Pires, profissionais de cinema do Departamento Artístico Cultural da UFSC.

OUTROS OLHARES:

Conversas relacionadas com a exposição de desenhos e esculturas de Franklin Cascaes, na Galeria de Arte da UFSC. A conversa desta quarta-feira, dia 19, às 16 horas, será com Henrique Luiz Pereira Oliveira, que é professor de História da Arte no Departamento de História da UFSC, doutor em Historia Social, desenvolve pesquisas sobre produção de audiovisuais de apoio pedagógico e coordena o Laboratório de Pesquisa em Imagem e Som.

A exposição poderá ser visitada até dia 4 de agosto, de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h30min. A Galeria de Arte da UFSC funciona no edifício do Centro de Convivência, no campus universitário. Contato: (48) 3331-9683 e pelo e-mail galeriadearte@dac.ufsc.br.

TEATRO

“Fragmentos com máscaras” com Marquinho e Veruskua, no auditório do Centro de Convivência da UFSC às 18h30min.

DANÇA:

Apresentação do Grupo de Dança Folclórica da Terceira Idade da UFSC, às 18h30min, na Concha Acústica da UFSC.

MÚSICA ÀS 18h30min:

Recital do Conservatório Musical de Florianópolis, no auditório da Igrejinha da UFSC, com apresentação do Grupo Vocal Bocca Chiusa – cantando MPB, Quarteto de Cordas, Canto Popular e Erudito, e Piano Solo.

TEATRO:

Don Pablo Entre Vogais, sobre a vida e obra de Pablo Neruda, com o Grupo Pesquisa Teatro Novo, da UFSC, sob a direção de Carmen Fossari. No Teatro da UFSC às 20h30min, até dia 21.

“Don Pablo entre vogais” apresenta um texto de metateatro, com autoria e direção de Carmen Fossari, profissional de teatro no Departamento Artístico Cultural da UFSC, versando sobre a vida e obra de Pablo Neruda, poeta chileno, ganhador de Prêmio Nobel de Literatura. A peça é uma montagem cuja linguagem se reveste da busca da cena ritualística, como requer a linguagem da poesia.

O texto bilíngüe (português e espanhol) mescla o verso de Neruda com a prosa que verseja sua vida e, mesmo considerando serem tratados temas conflitantes como o golpe do general Pinochet em Salvador Alende, no Palácio de La Moneda no Chile dos anos 70, ou mesmo o cotidiano popular das classes trabalhadoras,há em cada momento da peça na formulação da imagem e da cena teatral a busca do lúdico permeando todo o espetáculo.

SERVIÇO:

O QUÊ: Apresentações Artísticas na 58ª SBPC para o dia 19/7

ONDE: Campus da UFSC

QUANDO: Durante a 58ª SBPC na UFSC

QUANTO: Gratuito e aberto à comunidade.

A programação completa para todos os dias está no site www.sbpc.ufsc.br

Fonte: [CW] DAC-PRCE-UFSC www.dac.ufsc.br

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: Reforma Universitária suscita debate caloroso

19/07/2006 08:44

O projeto de reforma universitária, em sua atual formulação, não corresponde aos anseios de uma melhora substancial e concreta do ensino superior. Este foi o consenso a que chegaram os integrantes da mesa-redonda “reforma universitária”, realizada no auditório da reitoria da UFSC, dentro da programação da 58ª SBPC.

O professor Álvaro Prata, do Departamento de Engenharia Mecânica da UFSC, resumiu a afirmativa, sentenciando que o projeto “focaliza o complemento e deixou o necessário”. Apoiando-se em dados do Inpe e da Capes, ele cobrou mudanças que promovam maior inserção social e tecnológica, fomento e sustentabilidade, uniformidade regional e flexibilização das universidades, entre outros. De acordo com as estatísticas, apenas 10% da população entre 18 e 24 anos está matriculada em instituições de ensino superior (IES); 50% das instituições está concentrada no sudeste; apenas 224 das 2013 IES é pública e, em alguns cursos, o índice de concluintes fica perto de 20%.

A professora Eunice Durham, da USP, se disse contrária à proposta e – ressaltando a precária situação social brasileira e a dificuldade de acesso ao ensino superior, também perceptíveis nos dados do Inpe – bateu na tecla da diversificação do ensino superior. Para tal, o investimento deveria ser direcionado a cursos técnicos e outros modelos, capazes de se adequar melhor a demanda da sociedade.

Paulo Speller, reitor da UFMT e presidente da Andifes, disse que o conteúdo da última versão do projeto, que agora vai tramitar na câmara, “suprimiu elementos que caracterizariam uma verdadeira reforma universitária”. Ele ressaltou a importância de um amplo diálogo com a sociedade e as universidades sobre a reforma e o que ela representa para as IES. Speller conclui que agora é preciso confiar no congresso para um desfecho produtivo da reforma. O reitor defendeu,ainda, um projeto de financiamento a longo prazo, capaz de sustentar a ampliação do ensino publico superior realizada pelo atual governo. Se isso não for feito “o formato atual não atendera as necessidades em três ou quatro anos”. O financiamento das IES públicas gerou um debate acalorado após a exposição inicial dos debatedores. Diante do questionamento do público, Álvaro Prata destacou projetos e pesquisas universitárias que geram um retorno para a sociedade e, indiretamente, para o ensino superior.

Não se chegou, porém, a um consenso sobre a sustentabilidade do modelo de universidade pública que vigora no Brasil. Dentre os pontos positivos da reforma, o reitor Speller citou a regulamentação das instituições privadas, a subvinculação dos recursos e a reserva de 75% dos gastos com educação para o ensino superior.

O debate sobre o tema polêmico contou com grande público que lotou o auditório da Reitoria nesta terça-feira.

Redação Agecom

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: encontro está sendo transmitido em tempo real

18/07/2006 21:04

A 58ª. Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que está sendo realizada no campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, tem transmissão em tempo real. Qualquer pessoa pode acompanhar em seu computador as mais importantes conferências, mesas-redondas e simpósios do evento.

Para ter acesso basta entrar no site www.sbpc.ufsc.br.

A reunião deste ano tem como tema “SBPC&T – Semeando Interdisciplinaridade”, lembrando a constante relação entre as ciências, como a forma mais adequada para sua aplicação na vida real. Enquanto nas edições anteriores a programação estava mais voltada para a ciência, desta vez está dividida entre temas ligados à tecnologia e à ciência.

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: UFSC mostra estudos para conservação de espécies nativas

18/07/2006 20:50

Pesquisadores e alunos do Laboratório de Fisiologia do Desenvolvimento e Genética Vegetal (LFDGV) estão apresentando seus trabalhos na ExpoT&C – a exposição de tecnologia e ciência da 58ª SBPC. Fundado em 1985, o laboratório é vinculado ao Departamento de Fitotecnia do Centro de Ciências Agrárias (CCA) e abrange as áreas de biologia celular, biologia e genética molecular. Atualmente suas atividades vão da cultura de tecidos e micropropagação de plantas ao sequenciamento genético.

A Araucária angustifólia, popularmente conhecida como ‘pinheiro do Paraná’, é uma das plantas que merece atenção especial. Devido ao corte indiscriminado – hoje resta menos de 2% da cobertura inicial das coníferas, que se estendia por 80mil quilômetros quadrados no Paraná e em Santa Catarina – é de grande importância que se encontrem maneiras de conservar e recompor as florestas de pinheiro.

O laboratório coleta embriões de cones imaturos de Araucária angustifólia na mata nativa. Em seguida induz a formação de calos em meio de cultura. Os calos são agrupamentos desordenados de células que, por serem indiferenciadas, podem desenvolver qualquer tecido, dependendo dos fatores e estímulos aos quais são submetidos. As pesquisas devem conduzir a um estágio em que, a partir desses calos, seja possível chegar a uma planta adulta, possibilitando assim, o reflorestamento. Atualmente o laboratório concentra suas pesquisas nesta proposta, buscando criar um protocolo (conjunto de processos laboratoriais) eficaz.

Hoje, a principal utilidade está relacionada à conservação. Os calos podem ser conservados em sua forma natural, o que implica na sua reprodução (réplica) assistida constantemente, ou serem criopreservados.

A criopreservação, realizada com nitrogênio liquido em temperaturas baixíssimas, por volta de –160C°, é uma solução para guardar amostras de material celular por um longo período. Todavia, uma série de procedimentos deve ser realizada para desidratar as células e adequá-las ao procedimento. O conjunto de procedimentos se inscreve no protocolo de conservação, desenvolvido pelo laboratório durante os últimos anos.

Devido à ameaça da extinção, a composição e conservação do material genético funcionam como uma espécie de ‘reserva genética’. No futuro, poderá ser necessário recorrer a esses bancos para o reflorestar o pinheiro do Paraná. Além da conífera, o laboratório estuda uma série de outras plantas nativas, como Euterpe edulis (palmito), Acca sellowiana (goiaba serrana), e bromélias. Espécies exóticas de frutíferas, como a Malus domestica (maçã) e a Prunos domestica (ameixa) também são estudadas. O stand do LFDGV fica no Ginásio1 do Centro de Desportos.

Informações: 3331-5336

Por Manfred Mattos / Bolsista de jornalismo na Agecom

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: especialista considera que paradas GLBTS não contribuem para a diminuição do preconceito

18/07/2006 20:26

Sala lotada. Carteiras coladas umas nas outras, sem espaços para passagem. O miniauditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFSC estava assim quando começou o simpósio sobre homossexualidades no Brasil contemporâneo, nesta terça-feira (18/7). O evento, que atraiu um público muito maior do que o esperado, foi ministrado por Miriam Grossi, professora do Departamento de Antropologia da UFSC e presidente da Associação Brasileira de Antropologia (ABA), e também por Peter Fry, um dos maiores especialistas mundiais no assunto e vice-presidente da ABA.

Peter Fry falou sobre sua trajetória de estudos relativos à questão homossexual. Conta que participou, em 1974, do primeiro grupo de trabalho sobre homossexualidade, organizado pela Associação de Antropologia dos Estados Unidos. O especialista também fez considerações sobre o preconceito. Ele afirmou que a discriminação contra homossexualidade se distingue de outras discriminações porque começa pela própria família. Além disso, diferentemente do racismo, o preconceito contra gays é muito direto.

O vice-presidente da ABA alertou ainda para a ilusão que muitas pessoas têm de que as paradas GLBTS promovem a libertação dos homossexuais. Ele caracteriza tais manifestações como movimentos de massa (a última parada de São Paulo contou com cerca de dois milhões de participantes), mas que não contribuem para a diminuição do preconceito. O especialista compara as paradas da diversidade com o movimento feminista que, de acordo com ele, foi menor, porém, muito mais eficaz.

Miriam Grossi fez comparações da situação dos homossexuais no Brasil e na França. Ela observou que, apesar de não ser muito visível, existem famílias de pais e mães GLT em todos os lugares do Brasil. Segundo a professora, a luta dos homossexuais no Brasil é pelo fim do preconceito, enquanto na França os gays querem conquistar o direito de ter filhos.

Miriam Grossi também falou sobre famílias homossexuais com filhos no Brasil. Uma das opções é a adoção de crianças. As outras mais comuns no país são a reprodução in vitro e a reprodução caseira, como por exemplo, no caso de um casal de lésbicas, utilizar o esperma de um amigo ou de um irmão da parceira. A professora afirma ainda que quando gays e lésbicas brasileiros têm filhos, passam a ser vistos como “alguém de bem”. “Isso limpa a sua homossexualidade, eles deixam de ser discriminados até pela família”, explica Miriam Grossi.

Por Ingrid Cristina dos Santos / bolsista em Jornalismo da Agecom

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: Pesquisa mostra uso funerário dos sambaquis

18/07/2006 20:08

Os primeiros registros de comunidades pré-históricas de que se tem notícia no Brasil ocorrem no litoral. São os sambaquis, formações elevadas compostas de conchas, ossos, restos de fogueiras e artefatos – alguns com 35 metros de altura, mas que podiam ser bem maiores. Até os anos 90, os arqueólogos acreditavam que os sambaquis eram constituídos de restos deixados por habitantes nômades do litoral. As pesquisas mais recentes, apresentadas na 58a. Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em Florianópolis, mostram que os sambaquis eram, na realidade, áreas funerárias de comunidades numerosas dotadas de arquitetura própria, que constituíam marcos paisagísticos.

O arqueólogo Ricardo de Blasis, da Universidade de São Paulo, estuda há mais de dez anos os sambaquis da região de Laguna em Santa Catarina e constatou que naquela região havia comunidades que se sucederam durante pelo menos 6 mil anos. “Por volta de 2 a 3 mil atrás, essas comunidades eram muito grandes e – somadas – podiam abrigar milhares de pessoas”, afirmou. “Portanto, não eram nômades, mas sedentárias e tinham um certo grau de complexidade, pois construíram espaços com funções específicas e possuíam uma dieta à base de peixe.Além disso, possuíam artefatos para processamento de sementes e objetos específicos para pesca, além de esculturas representando aves e peixes.”

As comunidades que construíram os sambaquis tiveram o seu auge há 3 mil anos, mas existiram muito antes disso, afirma Maria Dulce Gaspar, arqueóloga da UFRJ que também participou da conferência. Há registros isolados de sambaquis na região do Vale do Ribeira de 9 mil anos (o mais antigo). Além disso, há vestígios da existência de sambaquis em todo o litoral, inclusive no Pará e Maranhão. No entanto, eles são mais estudados no Sul e Sudeste, principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina.

Segundo os estudos mais recentes, a topografia do litoral brasileiro mudou nos últimos milhares de anos. As pesquisas mostram que na região de Laguna, onde os sambaquis são maiores e mais numerosos, eles foram construídos nas margens das lagoas e acompanharam o recuo do mar. “Ainda há muito para se descobrir sobre os sambaquis”, afirmou de Blasis. “Não sabemos, por exemplo, o significado dos pequenos sambaquis, que parecem ter uma finalidade bastante diferente dos grandes. Não temos também registros de onde moravam essas comunidades primitivas, uma vez que não encontramos vestígios de suas casas. São mistérios que somente novas pesquisas vão poder elucidar.”

Assessoria de Imprensa da SBPC

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: associações de países do Mercosul fazem declaração conjunta

18/07/2006 18:28

A Associação Argentina para o Progresso da Ciência (AAPC), a Asociação Civil Ciência Hoy, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Sociedade Uruguaia para o Progresso da Ciência (SUPCYT), reunidas no campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), durante a 58a Reunião Anual da SBPC, divulgaram a Declaração de Florianópolis em que propõe um programa de ação imediato com os seguintes pontos:

1. Criar uma comissão permanente de coordenação de atividades e programas conjuntos, integrada por delegados especialmente designados pelas entidades;

2. Fazer o máximo de esforço para a realização da 4a. Reunião “Ciência, Tecnologia e Sociedade”, em Montevidéu, em junho de 2007, com a ativa participação das mais representativas sociedades científicas dos demais países sul-americanos;

3. Trabalhar no sentido de atrair a participação sistemática nas atividades de representantes dos Governos e Parlamentos, Universidades e Centros de pesquisa e dos empresários de nossos países;

4. Prestar pleno apoio às iniciativas dos Governos e das organizações sociais de nossos países para aumentar a eficiência e os investimentos nos programas nacionais e regionais de desenvolvimento;

5. Ativar as diligências destinadas a promover a mais rápida implementação do acordo alcançado na Reunião de Buenos Aires, em junho passado, que criou um programa de fomento à pesquisa entre a Secretaria de Ciência e Tecnologia da Argentina e o Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil, envolvendo a aplicação de US$ 2 milhões, já aprovada pelos dois governos;

6. Planejar desde já e propor a nossos Governos a implementação de dois programas especiais de fomento, um para a criação de Escolas de Informação nas áreas já tratadas em nossos encontros e outro para a realização de Intercâmbios de Curta Duração para atualização, treinamento e prospecção;

7. Solicitar a nossos governos que promovam o levantamento de todo o acervo de iniciativas e ações de cooperação científica e acadêmica vigentes entre nossos países, bem como a identificação de oportunidades a serem divulgadas imediatamente, em um portal conjunto, para cuja construção estaremos prontos a colaborar;

8. Informar amplamente de nossas atividades e programas através dos meios de comunicação de nossos países, e em especial por meio do “Jornal da Ciência” (eletrônico e impresso), da SBPC, que já atinge grande número de instituições científicas, pesquisadores e professores em nossos países.

Assessoria de Imprensa da SBPC

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: estudo da UFSC indica possível relação entre alimentação e câncer de mama

18/07/2006 18:01

Um estudo do Programa de Pós-Graduação em Nutrição da UFSC fornece mais um motivo para que as mulheres tenham um cuidado especial quando o assunto é alimentação. Ao lado das complicações mais conhecidas, como a obesidade e problemas cardiovasculares, a ingestão exagerada de banha de porco e carne bovina com gordura potencializa o câncer de mama. Sabendo-se que esse é o tipo de câncer mais freqüente nas mulheres e que 35% dos casos podem estar relacionados com uma má alimentação, pode- se ter uma idéia da importância de estudos nesta área.

O trabalho foi exposto na Sessão de Pôsteres da 58ª Reunião Anual da SBPC, nesta terça-feira. Coordenado pela professora Patrícia Di Pietro, teve como objetivo investigar a relação entre a ingestão de alimentos pregressos e o câncer de mama em mulheres atendidas no ambulatório de nutrição, de um Hospital Público em Joinville SC. Entre os meses de junho e novembro de 2003 foram selecionadas 66 pacientes, das quais 33 recém-diagnosticadas com a doença e 33 no grupo de controle (sem câncer). Após preencherem um Questionário de Freqüência Alimentar (QFA) – uma ferramenta usada para esse tipo de estudo, relativo aos hábitos alimentares dos quatro últimos anos -, no qual indicaram com que freqüência ingeriam certos alimentos, pôde-se chegar a uma conclusão sobre a relação alimentação x câncer.

Os resultados indicam uma propensão ao câncer entre as pessoas que ingerem, com freqüência os alimentos gordurosos já citados. Quem, por sua vez, consome habitualmente maçã, melancia e tomate, está mais protegido. Os responsáveis pelo estudo alertam que os resultados devem ser encarados com cuidado, já que o tempo de coleta de dados foi curto. Ainda assim, é um alerta e incentivo para o cuidado com a alimentação.

Mais informações: 3331-5316 ou 3331-5317 (curso de Nutrição)

Por Manfred Matos/ bolsista de jornalismo da Agecom

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: coletiva de Niède Guidon nesta quarta

18/07/2006 17:42

O Parque Nacional da Serra da Capivara, no município de São Raimundo Nonato (PI), considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco enfrenta grave crise financeira e corre o risco de fechar. Com isso, estão ameaçados os mais de 700 sítios arqueológicos deixados por povos primitivos naquele local, nos quais destacam-se pinturas rupestres milenares. Há agum tempo, a arqueóloga Niède Guidon, que preside a Fundham (Fundação Museu do Homem Americano), co-administradora do parque, chama a atenção para a falta de apoio do Ibama na manutenção da área. Ela vai falar sobre o tema em conferência na quarta-feira (19) às 12h, na 58ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), no campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis. Está marcada também uma entrevista coletiva para quarta-feira (19), às 10h30.

Niède Guidon e sua equipe são responsáveis pelas pesquisas realizadas na região na Serra da Capivara que, pela sua importância, foi transformado em parque nacional em 1979. Mas o parque tem enfrentado desde aquela época ameaças de desmatamento, da caça e da depredação das pinturas rupestres. Em 1991, o governo federal estabeleceu um acordo com a França, prevendo a proteção da área e a execução de um plano capaz de tornar os atrativos da Pré-história um motor para desenvolver a região, gerando emprego e renda. Dessa maneira, a Fundham conseguiu arrecadar dinheiro suficiente para criar a infra-estrutura do parque, mas não tem como bancar a sua manutenção que depende do Ibama como outros parques nacionais.

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: conferência aborda potencial terapêutico da maconha

18/07/2006 17:40

Maconha, droga perigosa ou importante remédio? Esta é a questão fundamental apresentada na conferência Maconha: Medicamento esquecido que renasce pela ciência, que será apresentada pelo professor da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) Elisaldo Carlini, personalidade no estudo sobre drogas psicotrópicas. O evento, que integra a 58ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), vai ocorrer nesta quarta, 19/7, das 10h às 11h45min, no auditório principal do Centro de Cultura e Eventos.

Professor do Centro Brasileiro de Informações Sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) da UNIFESP e mestre em Psicofarmacologia pela Universidade de Yale – EUA, Carlini revela que muito foi estudado acerca dos efeitos do THC (delta 9-tetrahidrocanabinol), princípio ativo da maconha, nos últimos 30 anos. Desta forma foram descobertos alguns dos seus usos terapêuticos comprovados, como na redução das náuseas e vômitos causados pela quimioterapia, no aumento do apetite em pacientes com AIDS e no tratamento de pacientes com esclerose múltipla, atuando como eficiente analgésico. Além disso, a Canabis sativa, nome científico da maconha, já se revelou também um importante aliado no tratamento de pacientes que sofrem com convulsões.

Entre os efeitos nocivos, o professor destaca a diminuição da capacidade de medir intervalos de tempo e perceber diferenças de espaço, assim como das capacidades de atenção, memória e raciocínio. Assim como também pode causar reações desagradáveis, tais quais a dificuldade para conectar idéias, ataques de pânico, alterações na percepção e experiências alucinatórias. Os seus efeitos físicos e psicológicos em longo prazo, no entanto, não são conhecidos, visto que não existem estudos sobre o seu uso prolongado.

Segundo Carlini, poucas drogas tiveram tanto problema em serem aceitas como remédio. Apesar de não constituir risco à saúde pública e ser raro o seu uso abusivo, preconceitos, superstições, opiniões passionais e ideológicas têm levado a Canabis a altos e baixos na opinião pública. Nos últimos anos, no entanto, muitos avanços foram feitos e, ao menos parcialmente, o THC já é reconhecido como um medicamento valioso e a maconha não é mais considerada uma perigosa droga causadora de vício.

Por Daniel Ludwich / Bolsista de Jornalismo na Agecom

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: UFSC mostra processo que pode substituir gases poluentes nos sistemas de refrigeração

18/07/2006 11:59

Uma forma de amenizar as conseqüências da emissão de gases poluentes para a atmosfera, como os HFCs (hidrogênio, flúor, carbono), por equipamentos como geladeiras e ar-condicionados, seria a troca desses gases por gás carbônico (CO2) em seus sistemas de refrigeração. Tecnologia para isso já existe. Foi desenvolvida pelo Projeto CO2, do Laboratório de Pesquisa em Refrigeração e Termofísica (POLO), do Departamento de Engenharia Mecânica da UFSC, em parceria com a Empresa Brasileira de Compressores – Embraco.

Quando um sistema de refrigeração sofre vazamentos, ocorre a liberação de HFCs – um melhoramento dos CFCs – para o meio ambiente. Em suspensão no ar, esses gases (juntamente com gás carbônico, óxidos de azoto e metano) formam uma barreira natural aos raios infravermelhos refletidos pela Terra, provocando uma maior retenção de calor na atmosfera, o que tem elevado a temperatura média do planeta nos últimos anos.

Essa camada de gases é responsável pelo chamado “efeito estufa”, imprescindível à existência da maioria das formas de vida na Terra, por fazer desta uma verdadeira “estufa”, sem a qual os dias seriam muito quentes e as noites muito frias (o que impossibilitaria a sobrevivência de diversas espécies animais e vegetais). Entretanto, o aumento desenfreado desse fenômeno, em razão da utilização de tecnologias que emitem gases poluentes, têm sido responsável por desastres naturais como secas e inundações.

Embora também provoque o aumento do efeito estufa, o gás carbônico (ou dióxido de carbono) é 20 vezes menos nocivo do que os HFCs, que apesar de representarem um avanço rumo à obtenção de um gás ecologicamente correto, já que não reagem com o ozônio e portanto não agridem a camada que protege a Terra dos raios ultra-violeta (UVA e UVB), a Camada de Ozônio, continuam agravando o Efeito Estufa.

Como funciona o compressor do POLO:

O processo é semelhante ao dos compressores já existentes. A diferença do protótipo desenvolvido pelo Projeto CO2, com o tamanho de uma bola de futebol, está no seu funcionamento à base de CO2 – o gás carbônico ou dióxido de carbono.

O CO2 é comprimido no interior do compressor a uma pressão de 85atm. Essa é outra diferença em relação aos compressores fabricados hoje, que pressionam os gases a algo em torno de 10 atm.

A temperatura do gás dentro do compressor é em média de 100ºC. Quando sai do compressor, o gás carbônico entra em um condensador, ou um “trocador de calor”, que o esfria, fazendo com que passe para o estado líquido. O CO2 líquido passa por um dispositivo de expansão, ou válvula de expansão, e em seguida entra em um “evaporador”, que também consiste em um “trocador de calor” .

Esse equipamento é o responsável por “retirar” o calor do interior de uma geladeira, por exemplo, e transferi-lo ao dióxido de carbono que, ao receber esta energia, passa para o estado gasoso e retorna ao compressor, recomeçando o ciclo.

Mesmo com os benefícios que o uso de um compressor de gás carbônico pode trazer, ele ainda é comercialmente inviável. Dentre alguns motivos porque para que sua estrutura suporte uma pressão de 80 atm em seu interior, é preciso que ela seja mais espessa do que a dos compressores atuais, o que exige maior quantidade de aço em sua fabricação.

Outro empecilho tem a ver com o motor que coloca o sistema de refrigeração em atividade. Para que um motor trabalhe o suficiente a ponto de gerar uma pressão de 85 atm no interior de um compressor, ele necessita de uma quantidade maior de fios de cobre (responsáveis pela condução da corrente elétrica) em sua constituição, o que encarece o preço de produção de um motor.

Mesmo assim, com a tendência à proibição do uso de HFCs no Brasil e no mundo, os preços dos sistemas de refrigeração à gás carbônico devem se tornar, futuramente, competitivos para a comercialização

Informações: 3331 -9397 / POLO

Por Talita Garcia / bolsista de Jornalismo da Agecom

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: pesquisador da UFSC desenvolve bebida a partir do farelo de arroz orgânico

18/07/2006 10:12

Obter uma bebida saborosa, rica em vitaminas, óleos e proteínas, que poderá ser usada tanto para reduzir os efeitos negativos da menopausa quanto para aumentar a imunidade em pacientes com AIDS. Este é o objetivo do pesquisador da UFSC Gerson Luis Faccin, que apresenta os resultados da sua pesquisa com o farelo de arroz orgânico na Exposição de Tecnologia e Ciência (ExpoT&C). O evento integra a 58ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que está sendo realizada na universidade até o dia 21 de julho.

O pesquisador do Laboratório de Nutrição Experimental do Centro de Ciências da Saúde (CCS) e doutor em Ciência dos Alimentos pela UFSC, Gerson Faccin, explica que muito já foi estudado sobre as propriedades físico-químicas, funcionais e sensoriais do farelo de arroz. São, portanto, conhecidos alguns dos seus efeitos terapêuticos, como na diminuição dos efeitos negativos da menopausa, na redução do colesterol, na proteção da pele, no tratamento do câncer e no aumento da imunidade de pacientes com AIDS. As formas de ingestão deste farelo, no entanto, não têm sido atrativas aos consumidores. Desta busca por uma forma de facilitar o seu consumo, nasceu a bebida de farelo de arroz orgânico.

A bebida, que possui a consistência de um suco e uma cor que lembra o café-com-leite, ainda está em fase de testes. A Reunião Anual da SBPC será, justamente, uma oportunidade para testar a aceitação da bebida entre um público mais amplo, visto que até agora só foram feitos testes entre um pequeno grupo de estudos. Após experimentar vários sabores, Faccin decidiu produzir a bebida nos sabores morango, chocolate e café, pois estes se adaptaram melhor ao sabor natural do farelo. Destes, o pesquisador pretende excluir um e continuar o trabalho com apenas dois.

Faccin explica que o desenvolvimento da bebida foi apenas o primeiro passo e que ainda são necessários testes para verificar se as propriedades conhecidas do farelo se mantêm na bebida. Outro fator que está sendo analisado diz respeito ao prazo de validade da bebida e à sua vida de prateleira, que o pesquisador acredita ficar em torno de uma ou duas semanas, validade própria de uma bebida funcional, visto que todos os ingredientes utilizados são naturais e que não são usados estabilizantes ou conservantes.

Além dos benefícios terapêuticos, o desenvolvimento da bebida ainda poderá abrir um novo mercado para a indústria do arroz que, mesmo com todas as propriedades conhecidas do farelo, ainda destina esta parte da produção para a fabricação de ração animal.

Mais informações:

Gerson Luis Faccin – gersonlf@ccs.ufsc.br

Edna Amante – eamante@cca.ufsc.br 3331-5371

Por Daniel Ludwich / Bolsista de Jornalismo na Agecom

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: Prêmio Jovem Cientista será lançado nesta terça-feira

18/07/2006 09:34

Nesta terça-feira (18/7) será lançado na 58ª Reunião da SBPC, em Florianópolis (SC), a 23ª edição do Prêmio Jovem Cientista, a mais importante premiação científica da América Latina, voltada para graduados, estudantes do ensino superior e do ensino médio.

A cerimônia acontece às 16h30min, no auditório nº 4, Bloco Q, da Universidade Federal de Santa Catarina. Na ocasião, poderão ser conhecidas as linhas de pesquisas e todas as informações sobre o tema deste ano: Gestão Sustentável da Biodiversidade – Desafio do Milênio, além das pesquisas vencedoras da edição do ano passado, cujo tema foi Sangue – Fluido da Vida.

O Prêmio Jovem Cientista recebe inscrições até 30 de novembro em cinco categorias: Graduado, Estudante do Ensino Superior, Estudante do Ensino Médio, Mérito Institucional e Menção Honrosa. Quem faz a apresentação ao público é a coordenadora do Prêmio Jovem Cientista, Melissa Martins.

A primeira colocada na categoria Graduado do Prêmio Jovem Cientista 2005, Ana Beatriz Gorini da Veiga, formada em Ciências Biológicas pela UFRGS, pesquisou alguns componentes existentes no veneno da taturana, que podem ser utilizados tanto no tratamento da síndrome hemorrágica quanto em doenças cardiovasculares, como por exemplo, a trombose.

A vencedora na categoria Estudante do Ensino Superior, Amanda Meskauskas, conseguiu expandir in vitro, em até dez vezes, o número de células-tronco presente no cordão umbilical. A quantidade obtida seria suficiente para a realização de transplantes em qualquer indivíduo, sem a atual restrição de peso, que é de 60kg.

A primeira colocada na categoria Ensino Médio, Natália Évelin Martins, bolsista do Centro de Pesquisas René Rechou, em Belo Horizonte (MG), apresenta a pesquisa sobre a doença de Chagas. Orientada pela professora Danielle Avelar, a estudante descobriu um método mais eficaz do que o empregado comumente em laboratórios para o diagnóstico da doença.

Também na terça-feira (18 de julho), às 15h, no estande do CNPq na 58ª SBPC, o público vai conhecer o livro Sangue – Fluido da Vida. A obra apresenta o resumo das pesquisas premiadas em 2005 e será distribuída, gratuitamente, a universidades, institutos de pesquisas, empresas, governo e escolas.

O XXII Prêmio Jovem Cientista é uma Iniciativa conjunta do CNPq, Grupo Gerdau, Eletrobrás/Procel e Fundação Roberto Marinho.

Mais informações sobre o prêmio no site

http://www.jovemcientista.cnpq.br

(Neiva Mello, Assessoria em Comunicação)

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: arquivo fotográfico mostra como foi o evento

18/07/2006 09:32

A Agência de Comunicação da UFSC (Agecom)disponibilzou imagens da Reunião Anual da SBPC, que ocorre na UFSC de 16 a 21 de julho. Através do arquivo fotográfico, o visitante pode acompanhar a cobertura fotográfica das atividades relacionadas ao importante evento científico. O site é dividido em álbuns temáticos e nele já constam as primeiras imagens dos preparativos para a reunião.

O acesso ao arquivo também pode ser feito na home page do evento (www.sbpc.ufsc.br). O objetivo é criar uma memória fotográfica da reunião, devido à grande relevância do momento na história da UFSC.

Gustavo Bonfiglioli / bolsista de jornalismo da Agecom

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: Banda Samambaia Sound Club, cinema, dança e teatro nesta terça

18/07/2006 09:24

MÚSICA AO MEIO DIA:

O Projeto 12:30 na Concha Acústica da UFSC recebe a banda Samambaia Sound Club, conhecida por ser dona de um show dançante e repleto de ironia. Seu primeiro CD, que leva o nome da banda, foi lançado na última quinta-feira, no TAC (Teatro Álvaro de Carvalho) e traz 13 canções que falam de “sexo e adjacências”. O álbum, que vinha sendo preparado há um ano, foi gravado e mixado entre setembro de 2005 e fevereiro de 2006. A Samambaia Sound Club, formada por André Guesser, Daniel Gomes, Thiago Gomes, Jean Mafra e Marco Antônio, toca na Concha Acústica às 12h30.

CINEMA

Curtas Catarinenses: O Vôo Solitário, no auditório do Centro de Convivência da UFSC às 12h30.

Documentário dramatizado sobre a vida e a obra do entomólogo e naturalista alemão Fritz Plaumman, radicado em Seára-SC desde a década de 1920, e dono de uma das mais expressivas coleções de insetos do planeta. Produção de 1991, com 36 minutos de duração, em 16mm/colorido. Roteiro e direção de Éverson Faganello, com apoio operacional da UFSC.

TEATRO:

Crimes Delicados – Grupo de Teatro do CEART/UDESC, no auditório do Centro de Convivência às 18h30

MÚSICA ÀS 18H30:

Cláudia Passos e Trio Vocal Vila Lobos/MBP, no auditório da Igrejinha da UFSC.

Cláudia Passos é carioca e seu interesse por cantar começou ainda criança, quando tentava acompanhar as melodias dos LPs que suas irmãs ouviam. Tropicália, Novos Baianos, Chico Buarque, Beatles. Mais tarde, Elis Regina, uma grande influência. Mudou-se para Florianópolis, e desde 1998 vem se apresentando em diversos bares e eventos da cidade. Em 2001 formou o Trio com o pianista Luiz Gustavo Zago e o Contrabaixista acústico Mateus Costa. Com eles, vem desenvolvendo um trabalho de rearranjo e reinterpretação em um repertório diversificado, que passeia pelo samba, MPB, Bossa-Nova e Jazz.

“Dona de uma voz firme, densa e singular, seus vibratos lembram as antigas cantoras da era do rádio brasileiro e as damas do blues norte-americano. Essa característica se reflete num repertório diversificado que vai dos anos 70 até os dias de hoje, redescobrindo um pouco da história da música popular brasileira e suas influências.”

Mateus Costa, contrabaixo acústico, desde 1989, participou de bandas em Florianópolis tocando diversos estilos. Atuou em corais com o maestro Carlos Lucas Besen (Etefesc) e Rute Gebler (Udesc). Foi arranjador e regente do grupo Urubá (Madrigal e Banda). Tocou junto à Orquestra Sinfônica de Santa Catarina (OSSCA) e Quinteto de cordas da OSSCA. Integrou a Camerata Florianópolis. Participa como membro Orquestra de Câmara do IMCARTI (Itajaí), da Orquestra Municipal de Florianópolis e do grupo Cravo-da-terra.

Luiz Gustavo Zago, pianista, compositor e arranjador tem participado intensamente da cena musical local. Formado em Bacharelado em Música – Habilitação: Piano pela Udesc, começou a tocar profissionalmente em 1999. Em 2000, integrou o Leonardo Garcia Quarteto, com o guitarrista Leonardo Garcia, André Maia no contrabaixo e Rodrigo Paiva na bateria. No repertório, grandes nomes da guitarra, como Toninho Horta, Hélio Delmiro, Ricardo Silveira, Pat Metheny, George Benson, Lee Ritenour, transitando por estilos como o jazz contemporâneo, o fusion e a moderna música instrumental brasileira, como as linguagens de Hermeto Pascoal e Egberto Gismonti. Ao mesmo tempo, participou de jam sessions com o quarteto e com convidados como Guinha Ramires, Alessandro Kramer, Carlos Ribeiro, Cássio Moura e Toicinho. Participou do 1º Festival de Música do SESC como tecladista na música Bom Tempo, de Silvio Mansani e Com participações em CDs e premiação em festivais, em 2002 venceu o 3º Festival de Música do SESC com a canção Por entre os dedos, composta em parceria com Silvio Mansani. Luiz Gustavo Zago é destaque como um dos grandes instrumentistas de Santa Catarina, tocando com grandes nomes do cenário musical do Estado.

DANÇA: Grupo Folclórico Danças e Cantares Açorianos de Biguaçu, na entrada da Feira de Livros da SBPC, às 18h30

TEATRO: Don Pablo Entre Vogais, sobre a vida e obra de Pablo Neruda, com o Grupo Pesquisa Teatro Novo, da UFSC, sob a direção de Carmen Fossari. No Teatro da UFSC às 20h30, até dia 21.

“Don Pablo entre vogais” apresenta um texto de metateatro, com autoria e direção de Carmen Fossari, profissional de teatro no Departamento Artístico Cultural da UFSC, versando sobre a vida e obra de Pablo Neruda, poeta chileno, ganhador de Prêmio Nobel de Literatura. A peça é uma montagem cuja linguagem se reveste da busca da cena ritualística, como requer a linguagem da poesia.

O texto bilíngüe (português e espanhol) mescla o verso de Neruda com a prosa que verseja sua vida e, mesmo considerando serem tratados temas conflitantes como o golpe do general Pinochet em Salvador Alende, no Palácio de La Monedano Chile dos anos 70, ou mesmo o cotidiano popular das classes trabalhadoras,há em cada momento da peça na formulação da imagem e da cena teatral a buscado lúdico permeando todo o espetáculo.

SERVIÇO:

O QUÊ: Apresentações Artísticas na 58ª SBPC para o dia 18/07

ONDE: Campus da UFSC

QUANDO: Durante a 58ª SBPC na UFSC

QUANTO: Gratuito e aberto à comunidade.

PROGRAMAÇÃO COMPLETA: www.sbpc.ufsc.br

A programação completa para todos os dias está no site www.sbpc.ufsc.br

Fonte: [CW] DAC-PRCE-UFSC

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: Cinema, dança, teatro e música integram as atividades culturais

18/07/2006 03:59

MÚSICA AO MEIO DIA:

O Projeto 12:30 na Concha Acústica da UFSC recebe a banda Samambaia Sound Club, conhecida por ser dona de um show dançante e repleto de ironia. Seu primeiro CD, que leva o nome da banda, foi lançado na última quinta-feira, no TAC (Teatro Álvaro de Carvalho) e traz tem 13 canções que falam de “sexo e adjacências”. O álbum, que vinha sendo preparado a um ano, foi gravado e mixado entre setembro de 2005 e fevereiro de 2006. A Samambaia Sound Club, formada por André Guesser, Daniel Gomes, Thiago Gomes, Jean Mafra e Marco Antônio, toca na Concha Acústica às 12h30.

CINEMA – Curtas Catarinenses: O Vôo Solitário, no auditório do Centro de Convivência da UFSC às 12h30.

Documentário dramatizado sobre a vida e a obra do entomólogo e naturalista alemão Fritz Plaumman, radicado em Seára-SC desde a década de 1920, e dono de uma das mais expressivas coleções de insetos do planeta. Produção de 1991, com 36 minutos de duração, em 16mm/colorido. Roteiro e direção de Éverson Faganello, com apoio operacional da UFSC.

TEATRO: Crimes Delicados – Grupo de Teatro do CEART/UDESC, no auditório do Centro de Convivência às 18h30min

MÚSICA ÀS 18H30: Cláudia Passos e Trio Vocal Vila Lobos/MBP, no auditório da Igrejinha da UFSC.

Cláudia Passos é carioca e seu interesse por cantar começou ainda criança, quando tentava acompanhar as melodias dos LPs que suas irmãs ouviam. Tropicália, Novos Baianos, Chico Buarque, Beatles. Mais tarde, Elis Regina, uma grande influência. Mudou-se para Florianópolis, e desde 1998 vem se apresentando em diversos bares e eventos da cidade. Em 2001 formou o Trio com o pianista Luiz Gustavo Zago e o Contrabaixista acústico Mateus Costa. Com eles, vem desenvolvendo um trabalho de rearranjo e reinterpretação em um repertório diversificado, que passeia pelo samba, MPB, Bossa-Nova e Jazz.

“Dona de uma voz firme, densa e singular, seus vibratos lembram as antigas cantoras da era do rádio brasileiro e as damas do blues norte-americano. Essa característica se reflete num repertório diversificado que vai dos anos 70 até os dias de hoje, redescobrindo um pouco da história da música popular brasileira e suas influências.”

Mateus Costa, contrabaixo acústico, desde 1989, participou de bandas em Florianópolis tocando diversos estilos. Atuou em corais com o maestro Carlos Lucas Besen (Etefesc) e Rute Gebler (Udesc). Foi arranjador e regente do grupo Urubá (Madrigal e Banda). Tocou junto à Orquestra Sinfônica de Santa Catarina (OSSCA) e Quinteto de cordas da OSSCA. Integrou a Camerata Florianópolis. Participa como membro Orquestra de Câmara do IMCARTI (Itajaí), da Orquestra Municipal de Florianópolis e do grupo Cravo-da-terra.

Luiz Gustavo Zago, pianista, compositor e arranjador tem participado intensamente da cena musical local. Formado em Bacharelado em Música – Habilitação: Piano pela Udesc, começou a tocar profissionalmente em 1999. Em 2000, integrou o Leonardo Garcia Quarteto, com o guitarrista Leonardo Garcia, André Maia no contrabaixo e Rodrigo Paiva na bateria. No repertório, grandes nomes da guitarra, como Toninho Horta, Hélio Delmiro, Ricardo Silveira, Pat Metheny, George Benson, Lee Ritenour, transitando por estilos como o jazz contemporâneo, o fusion e a moderna música instrumental brasileira, como as linguagens de Hermeto Pascoal e Egberto Gismonti. Ao mesmo tempo, participou de jam sessions com o quarteto e com convidados como Guinha Ramires, Alessandro Kramer, Carlos Ribeiro, Cássio Moura e Toicinho. Participou do 1º Festival de Música do SESC como tecladista na música Bom Tempo, de Silvio Mansani e Com participações em CDs e premiação em festivais, em 2002 venceu o 3º Festival de Música do SESC com a canção Por entre os dedos, composta em parceria com Silvio Mansani. Luiz Gustavo Zago é destaque como um dos grandes instrumentistas de Santa Catarina, tocando com grandes nomes do cenário musical do Estado.

DANÇA: Grupo Folclórico Danças e Cantares Açorianos de Biguaçu, na entrada da Feira de Livros da SBPC, às 18h30

TEATRO: Don Pablo Entre Vogais, sobre a vida e obra de Pablo Neruda, com o Grupo Pesquisa Teatro Novo, da UFSC, sob a direção de Carmen Fossari. No Teatro da UFSC às 20h30, até dia 21.

“Don Pablo entre vogais” apresenta um texto de metateatro, com autoria e direção de Carmen Fossari, profissional de teatro no Departamento Artístico Cultural da UFSC, versando sobre a vida e obra de Pablo Neruda, poeta chileno, ganhador de Prêmio Nobel de Literatura. A peça é uma montagem cuja linguagem se reveste da busca da cena ritualística, como requer a linguagem da poesia.

O texto bilíngüe (português e espanhol) mescla o verso de Neruda com a prosa que verseja sua vida e, mesmo considerando serem tratados temas conflitantes como o golpe do general Pinochet em Salvador Alende, no Palácio de La Monedano Chile dos anos 70, ou mesmo o cotidiano popular das classes trabalhadoras,há em cada momento da peça na formulação da imagem e da cena teatral a buscado lúdico permeando todo o espetáculo.

SERVIÇO:

O QUÊ: Apresentações Artísticas na 58ª SBPC para o dia 18/07

ONDE: Campus da UFSC

QUANDO: Durante a 58ª SBPC na UFSC

QUANTO: Gratuito e aberto à comunidade.

PROGRAMAÇÃO COMPLETA: www.sbpc.ufsc.br

Fonte: [CW] DAC-PRCE-UFSC

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: novas espécies de ostras e vieiras poderão ajudar Santa Catarina a intensificar a maricultura

17/07/2006 19:35

Vencedor do Prêmio Finep de Inovação Tecnológica em 2005, o Laboratório de Moluscos Marinhos (LMM) da UFSC está mostrando na Reunião Anual da SBPC como colabora com a intensificação da maricultura em Santa Catarina. Responsável pela produção das sementes de ostras que fazem de Santa Catarina o principal produtor desses moluscos no país, a equipe está ampliando sua áreas de atuação e intensificando os mecanismos de transferência do conhecimento gerado na universidade aos pescadores artesanais catarinenses. Além de trabalhar com a produção de sementes de ostras e mexilhões, agora o laboratório está também fornecendo sementes da espécie Vieira para maricultores. Durante esse ano, a produção deverá ser intensificada devido ao aprimoramento das técnicas de transferência do molusco para o mar.

Um novo projeto inovador é a produção de sementes de outro tipo de molusco, a Pteria. As pesquisas ainda estão nas fases iniciais, mas as potencialidades são animadoras. Além de ser uma espécie nativa da costa brasileira, a Pteria colymbus pertence à família das Pteridae, conhecida por sua capacidade de produzir pérolas comerciais. Assim, esse tipo de molusco pode proporcionar uma enorme possibilidade de uso artesanal e ornamental.

As primeiras sementes da Pteria colymbus cultivadas no Laboratório de Moluscos Marinhos da UFSC já foram transferidas para o mar e o resultado dessa produção poderá ser verificado dentro de oito meses. Três pontos básicos permitem que os pesquisadores tenham boas expectativas. A primeira vantagem dessa espécie é que ela possui uma produção semelhante a da Vieira, que já é conhecida pela equipe do laboratório. Além disso, esse tipo de molusco costuma habitar regiões de baía, justamente o local onde está a maioria dos pescadores. Por fim, a Pteria colymbus se caracteriza por se fixar naturalmente nas estruturas da maricultura, facilitando o acesso a novas sementes.

O Laboratório de Moluscos Marinhos também está desenvolvendo um trabalho de rastreamento de sementes de ostras. Através desse programa é possível acompanhar desde a origem genética da semente até o seu destino, por produtor e por área de produção. A equipe do laboratório espera que, através desse mapeamento, possíveis perdas de qualidade possam ser verificadas e que com isso ocorra melhorias na produtividade.

O LMM e o Prêmio Finep

O Laboratório de Moluscos Marinhos (LMM) da UFSC foi o vencedor do Prêmio Finep de Inovação Tecnológica 2005, na categoria Inovação Social. O projeto apresentado pela equipe do laboratório para concorrer ao prêmio mostra que as atividades desenvolvidas pela universidade e o repasse desse conhecimento para pescadores artesanais estão na base do crescimento da maricultura no estado de Santa Catarina. Inscrito com o título “Cultivo de Moluscos: Uma Revolução Social no Litoral Catarinense”, o projeto descreve como o trabalho da universidade resultou em benefícios sociais e ambientais.

Importância social

A transferência do trabalho desenvolvido no laboratório para os pescadores possibilitou o restabelecimento das atividades marítimas tradicionais, que passavam por um período de estagnação econômica devido ao declínio da pesca artesanal. Muitos pescadores deixavam de trabalhar no mar, por causa da baixa lucratividade, para se dedicar a outras atividades. Depois da valorização da produção de moluscos, essa situação foi revertida. Atualmente até os filhos dos pescadores aprendem a atividade através de uma formação técnica e deixam de abandonar as comunidades pesqueiras. Hoje já são mais de mil maricultores, reunidos em 20 associações em todo o Estado.

Várias regiões foram beneficiadas pelo crescimento do cultivo de moluscos, como o Ribeirão da Ilha. O local se transformou no maior produtor de ostras do Brasil e, impulsionado pelos restaurantes que têm os moluscos como principal prato do cardápio, consolidou-se como um importante pólo turístico da cidade. Além disso, o desenvolvimento da maricultura beneficiou a implantação e o crescimento de novos setores da economia, como fabricantes de insumos e de equipamento para cultivo.

Importância ambiental

O meio ambiente também foi favorecido pelo aumento do cultivo da ostra, espécie que exige locais apropriados para desenvolvimento. Como a atividade deve ser desenvolvida em locais com boa qualidade de água, há uma maior conscientização por parte dos produtores, que passaram a se comprometer com a limpeza do ambiente.

Além disso, o molusco concentra material particulado presente na água e cria nichos ambientais, serve de sistema para auxiliar na remoção do excesso de matéria orgânica dos ambientes e de local para desenvolvimento de grande quantidade de fauna acompanhante (aquela que se desenvolvem junto às espécies cultivadas). Assim, é comum nos locais de cultivo voltarem os camarões, os siris e os peixes, que podem novamente fazer parte das atividades de pesca dos pescadores artesanais locais.

O projeto

No Laboratório de Moluscos Marinhos da UFSC, são desenvolvidas diversas etapas essenciais para o cultivo de ostras em Santa Catarina. Entre elas, o estoque de reprodutores, a fecundação, a indução para desova e a produção de larvas que depois se transformam nas sementes de ostras que são repassadas aos pescadores. Esse trabalho, desenvolvido pelo LMM é fundamental porque o principal tipo de ostra comercializada e consumida no estado e já difundida para vários outros locais do Brasil é a japonesa, espécie que se adaptou bem às condições do mar catarinense. Além da ostra japonesa, o LMM trabalha com três espécies nativas: a ostra de mangue, a Vieira e o mexilhão. No caso da ostra japonesa, o cultivo da semente em laboratório permite maior controle da produção, que é feita de acordo com a demanda.de moluscos por parte de produtores.

Em 1997, o LMM tinha capacidade de entregar aos produtores cerca de 400 mil sementes por mês. Hoje esse número passou para 5 milhões. Atualmente, com as tecnologias desenvolvidas, o laboratório repassa ao setor produtivo aproximadamente 40 milhões de sementes no ano, com capacidade atual de triplicar essa produção, caso haja demanda e programa a entrega às necessidades e demandas do produtor por épocas e quantidades. Além da própria equipe do LMM, o trabalho conta com a parceria da EPAGRI e desperta a participação de vários outros setores da UFSC. O trabalho associado ao cultivo de moluscos envolve profissionais de mais de 20 departamentos da universidade.

Mais informações sobre o trabalho no Laboratório de Moluscos Marinhos com o professor Jaime Ferreira, 3232 3279 e-mail: jff@cca.ufsc.br

Por Julia Fecchio / Bolsista de Jornalismo na Agecom / UFSC

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: teatro “Don Pablo entre Vogais”, música e folclore no final dessa tarde de segunda

17/07/2006 19:33

Teatro, dança, música e exposições fazem parte das atividades culturais que serão realizadas ao longo da 58ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). A programação destaca a cultura da Ilha de Santa Catarina, bem como seus artistas.

A programação completa para todos os dias está no site www.sbpc.ufsc.br

Veja algumas das atrações para o fim do dia de hoje, segunda-feira, 17:

Música às 18h30 no auditório da Igrejinha da UFSC, com Fernanda Rosa e Isaac Alves, vocal e violão, com repertório MPB.

Folclore às 18h30 – “Grupo Folclórico Alevanta Meu Boi” do bairro dos Ingleses. O folguedo do boi-de-mamão é o mais tradicional do litoral catarinense, narra a morte e ressurreição do boi. Local da apresentação: entrada da Feira de Livros da SBPC.

Teatro às 20h30 no Teatro da UFSC com a peça “Don Pablo entre vogais”, com o Grupo Pesquisa Teatro Novo da UFSC e direção de Carmen Fossari. A peça poderá ser vista até quinta-feira, dia 21, no mesmo horário e local. Gratuito e aberto à comunidade.

Sobre “Don Pablo entre vogais”

Trata-se de um texto de metateatro, com autoria e direção de Carmen Fossari, profissional de teatro no Departamento Artístico Cultural da UFSC, versando sobre a vida e obra de Pablo Neruda, poeta chileno, ganhador de Prêmio Nobel de Literatura. A peça é uma montagem cuja linguagem se reveste da busca da cena ritualística, como requer a linguagem da poesia.

O texto bilíngüe (português e espanhol) mescla o verso de Neruda com a prosa que verseja sua vida e, mesmo considerando serem tratados temas conflitantes como o golpe do general Pinochet em Salvador Alende, no Palácio de La Monedano Chile dos anos 70, ou mesmo o cotidiano popular das classes trabalhadoras,há em cada momento da peça na formulação da imagem e da cena teatral a buscado lúdico permeando todo o espetáculo.

Para contribuir na construção do lúdico, inúmeros elementos cenográficos e coreográficos, aqui vale acentuarmos que também o lúdico permeou, capitaneados por sua instigante personalidade, a vida do poeta Pablo Neruda. O espetáculo faz uso de vários recursos que sustentam a construção da cena, como: slides, máscaras, danças, tecidos artesanalmente pintados, dentre outros. Com os tecidos coloridos, por exemplo, se constrói uma cena, em que o tecido vira cenário em movimento, ou seja, um possível mar, mar do Pacífico, mar do Neruda,e pelo teatro, o mar de todos nós.

Na peça são trazidos à cena desde o amor inusitado de Neruda por objetos diversos (vidros coloridos, carrancas, postais, caracóis, globos etc…) até a sua vivência e atuação política na Espanha (contra o General Franco) e Chile.

O espetáculo acontece a partir da memória já vivida e da projeção do que viria a ser o futuro da personagem Don Pablo; na ação dramática da peça ele está com a idade de 50 anos.

A concepção cênica potencializa uma interpretação densa, porém as necessárias pinceladas do humor também são construídas em alguns momentos quando o elenco atua coletivamente como um coro. As personagens da peça se mesclam entre personagens reais e fictícias: Don Pablo, sua já viúva Matilde, uma Empregada, um Jornalista, uma Poetisa amiga e personagens que habitam a poética de Neruda se personificam como Olegário Sepúlveda um Sapateiro, Maria a Saliteira. Mas não falta um pequeno coro de Ópera Bufa, ou uma Estátua da Liberdade que insiste em reacender uma chama apagada na cena.

Esta peça estreou no dia 6 de Julho de 2004, para um público de 1.200 pessoas no Teatro “Ademir Rosa” do CIC, durante a programação da Semana Pablo Neruda. Após, foi ao Chile, em cinco apresentações para um público de 9.000 pessoas.O presidente da Sociedade dos Escritores do Chile, também poeta e dramaturgo chileno Oscar Aguilera, assistiu ao espetáculo e depois escreveu que a peça“Don Pablo, Entre Vogais”, encenada pelo Grupo Pesquisa Teatro Novo, lhe trouxe uma das mais comoventes emoções quando de sua estadia no Brasil.

Texto e Direção: Carmen Fossari

Assistente de Direção: Márcio Tessmann

Elenco:

Gringo Starr: Pablo Neruda,

Ivana Fossari: Viúva de Neruda

Sheila Sabag: Poetisa

Luigi Cutolo: Jornalista

Adriano De Brito : Ministro e Olegário Sepulveda

Charles Colzani: Garcia Lorca

Carmen Fossari: Empleada de Don Pablo

Marcelo Cipriani: Assessor do Ministro

Muriel Martins: Coro e Poesias

Rhamses: Coro

Figurino: Calu e GPTN

Cenografia: Nei Perin e GPTN

Iluminação: Operador Felipe Machado

Sonoplastia: Operador Márcio Tessmann

Professor de Tango: Nazareno Sabino

Realização e Promoção: Grupo Pesquisa Teatro Novo – Departamento Artístico Cultural – Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da UFSC.

SERVIÇO:

O QUÊ: Apresentação Teatral “Don Pablo, Entre Vogais” com Grupo Pesquisa Teatro Novo, da UFSC

ONDE: Teatro UFSC – Programação Cultural 58ª SBPC

QUANDO: Dias 17,18,19 e 20 de Julho às 20h30 horas.

QUANTO: entrada livre.

CONTATO: (48) 9971-7066

Fonte: [CW] DAC-PRCE-UFSC

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: simpósio discute uso de plantas e conservação do ambiente

17/07/2006 16:58

Uso de plantas e conservação: abordagens etnobotânicas. Este é o tema do simpósio que vai discutir o uso de plantas que podem servir ao homem e como essa relação pode ocorrer em conjunto com a conservação do meio-ambiente. O simpósio, que contará com a presença da professora Natalia Hanazaki e dos pesquisadores Cristina Baldauf e Alexandre Siminski, todos da UFSC, acontece na tarde dessa segunda-feira, 17/7, das 16h às 17h45min, na sala EEL 004, bloco A térreo do Centro Tecnológico. O evento, que está sendo organizado pela Sociedade Brasileira de Etnobiologia e Etnoecologia (SBEE), integra a 58ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), está acontecendo na UFSC até segunda-feira.

A Etnobotânica

Essa é a ciência que estuda e interpreta a história e a relação entre as plantas e os homens em uma determinada localidade. Através dela é possível conhecer as sociedades, suas culturas e até mesmo criar subsídios para a recuperação de suas histórias. Congregando vários ramos do conhecimento humano, como a história, a antropologia, a botânica e a ecologia, a Etnobotânica utiliza o conhecimento tradicional de determinadas populações locais em prol da melhoria da qualidade de vida das pessoas e da conservação do meio ambiente.

Sua importância está na valorização dos conhecimentos e das medicinas tradicionais das comunidades, na utilização dos seus estudos para a preservação da flora, na ampliação do conhecimento sobre as propriedades úteis de espécies vegetais e na aquisição de subsídios para estudos étnicos, antropológicos, botânicos e ecológicos sobre os povos envolvidos na pesquisa.

A professora do Departamento de Ecologia e Zoologia, Natalia Hanazaki, vice-presidente da SBEE e doutora em Ecologia pela Unicamp, explica que o termo Etnoecologia é, assim como Ecologia Humana, referente à relação entre os seres humanos e o ambiente. A Etnoecologia, no entanto, possui suas raízes na Antropologia, apesar de possuir influências de outras áreas e de hoje constituir-se claramente como uma área de confluência entre as ciências biológicas e as ciências humanas.

Segundo a professora, o prefixo “etno” começou a ser usado com dois significados: primeiro, para fazer referência a um grupo étnico em particular e, segundo, para se relacionar às percepções ou visões do grupo local sobre o fenômeno em questão.

Natalia afirma que a Etnoecologia pode ser usada para cobrir toda uma gama de estudos de história natural derivados de populações locais – incluindo outras áreas de estudo como a Etnobiologia, a Etnobotânica, a Etnoentomologia e a Etnozoologia – não se restringindo, no entanto, à história natural a partir de uma perspectiva antropológica. A Etnoecologia procura, portanto, fornecer um entendimento dos sistemas de conhecimento de populações locais, investigando a sua percepção, conhecimento e relação com o ambiente natural, sem ignorar os aspectos históricos e políticos que influenciaram na cultura em questão.

Ainda segundo a professora, o conhecimento tradicional das comunidades pode complementar o conhecimento científico através do fornecimento de experiências práticas derivadas da convivência destas comunidades com os seus respectivos ecossistemas.

A ecóloga finaliza afirmando que entre as maiores contribuições do desenvolvimento da Etnoecologia para as questões que envolvem as populações locais, estão: a possibilidade de uma melhor compreensão de como estas sociedades percebem, estudam e classificam o seu ambiente natural e o estabelecimento de uma ligação direta entre o conhecimento construído localmente e o conhecimento acadêmico-científico, além da possibilidade de resgatar e valorizar um conhecimento que tende a desaparecer rapidamente. Natalia ressalta que os estudos etnoecológicos – junto às suas implicações sociais, ideológicas e éticas – possibilitam aumentar a representatividade de uma parcela da sociedade, que é freqüentemente marginalizada nos processos de tomada de decisão formais, em relação aos recursos que utilizam.

Estrativismo da samambaia preta

A pesquisadora Cristina Baldauf, do Laboratório de Ecologia Humana e Etnobotânica, do Centro de Ciências Biológicas (CCB), e do Núcleo de Pesquisas em Florestas Tropicais, do Centro de Ciências Agrárias (CCA), vai falar sobre o extrativismo da samambaia-preta no Rio Grande do Sul. O trabalho, que foi tema da sua dissertação de mestrado em Biologia Vegetal, buscou subsidiar o manejo sustentável da espécie e fundamentar o processo de licenciamento da coleta deste recurso florestal.

Cristina afirma que a samambaia-preta destaca-se entre as demais devido à sua importância econômica, pois suas folhas são comercializadas mundialmente para a confecção de arranjos. Segundo a pesquisadora, é provável que mais da metade das folhas de samambaia-preta comercializadas no país seja oriunda do litoral do Rio Grande do Sul, onde a espécie ocorre de forma abundante e onde o seu extrativismo é fonte de renda de inúmeras famílias.

A coleta, que quase sempre é feita diretamente no ambiente natural da espécie, sofre restrições devido à legislação ambiental do RS, porém o seu manejo é permitido quando cumpridas algumas especificações, como o estudo sobre a produtividade da espécie explorada, sua demografia e interações com outras plantas, o impacto ambiental causado pela atividade extrativista e os procedimentos e alternativas que minimizem esse impacto.

A pesquisadora, que desenvolveu seu estudo no município de Maquiné (RS), afirma que os resultados demonstram que os sistemas de manejo estudados não afetam negativamente a estrutura demográfica e genética da espécie, sendo possível a regulamentação da coleta da samambaia-preta no RS. Cristina constatou, no entanto, um declínio das populações da espécie em ambientes com estrutura florestal em fases mais avançadas de sucessão (processo que implica na substituição progressiva de uma comunidade vegetal ou animal por outra mais apta). Ainda segundo a pesquisadora, os resultados obtidos permitem estabelecer indicadores de sustentabilidade para o licenciamento e monitoramento da atividade extrativista na região de estudo, no entanto esse licenciamento deve ser pensado de forma mais ampla e considerar a necessidade de medidas que viabilizem o manejo nas áreas de capoeira (área composta de uma vegetação nascida após a derrubada da mata virgem).

Roças em Santa Catarina

O pesquisador do Núcleo de Pesquisas em Florestas Tropicais, ligado ao Departamento de Fitotecnia do CCA, e doutorando em Recursos Genéticos Vegetais pela UFSC, Alexandre Siminski, levará ao simpósio o seu trabalho sobre o conhecimento local no sistema de cultivo em roças em Santa Catarina. Segundo o pesquisador, ainda que potencialmente nociva ao meio ambiente, a atividade agrícola pode ter uma relação direta com a conservação dos recursos naturais, pois ela depende diretamente deles para a sua continuidade.

Alexandre explica que, mais do que uma atividade puramente comercial, a agricultura também é uma atividade cultural. As práticas utilizadas pelos agricultores tradicionais, em sua relação com o meio, são decorrentes das suas experiências acumuladas na luta pela reprodução das condições de existência material e social. Esse saber tradicional, explica o pesquisador, caracteriza-se por ser heterogêneo, contraditório, difuso, dinâmico e com capacidade de renovação, em função de seu caráter prático e vivo. Ele é parte da cultura do agricultor e instrumento fundamental na elaboração de sua identidade social.

Segundo o pesquisador, a floresta fazia parte de um ciclo de cultivo de espécies anuais nas pequenas propriedades agrícolas do litoral de Santa Catarina. Neste cultivo feito através da agricultura de pousio, tradição milenar da maioria das populações indígenas que foi assimilada pelas populações remanescentes dos processos de colonização, a floresta é suprimida e o solo é ocupado com culturas anuais por alguns anos até o declínio da sua fertilidade natural, sendo deixado em pousio até que tenha condições de suportar um novo ciclo de cultivo.

Através da observação do meio em que vivem, os agricultores adaptaram as técnicas de cultivo de modo a permitir a sua continuidade. Alexandre destaca que as observações dos agricultores permitem enfatizar que o processo de sucessão e de recuperação do solo na região é muito rápido, o que permitiria dizer que a agricultura de pousio é sustentável, pois nunca haveria a necessidade da derrubada de toda área de capoeira dentro das propriedades.

Com o surgimento de novas legislações ambientais no final dos anos 80 e com o conseqüente aumento da fiscalização, Alexandre mostra as transformações no sistema produtivo e exploratório das propriedades agrícolas da região como resultado dos conflitos de interesses entre as partes envolvidas na questão. Um dos pontos de maior discórdia estaria nos parâmetros que a Resolução no 04/94 do CONAMA estabelece para definir a vegetação no estágio inicial de regeneração, única vegetação passível de supressão total, como requer a agricultura de pousio.

Segundo a observação prática dos agricultores, este estágio inicial ocorre entre cinco e sete anos após o abandono dos terrenos, período que difere em muito dos 15 a 25 anos de pousio necessários para a nova utilização da terra pelos agricultores. Essa limitação ao uso das áreas com remanescentes florestais é apontada como responsável pelo comprometimento da continuidade do sistema produtivo, uma vez que pressupõe a derrubada da vegetação em um estágio de regeneração no qual a fertilidade do solo ainda não está recuperada do desgaste provocado pelos anos de cultivo.

Segundo Alexandre, em 65% das propriedades da região estudada houve redução da área de cultivo nos últimos 15 anos. Quanto às mudanças no sistema de cultivo, o tempo de repouso foi reduzido para evitar que as áreas onde a roça é implantada ultrapassem os limites permitidos pela legislação para derrubada ou corte raso. As roças também foram transferidas para locais mais distantes e de difícil acesso com a finalidade de se “esconder da fiscalização”, assim como a quantidade de roças diminuiu consideravelmente e estas passaram a ser “menos móveis”.

O pesquisador observa que as florestas passaram de integrantes do sistema produtivo, como uma das etapas do ciclo (pousio), a um empecilho ao atendimento das necessidades dos produtores rurais. Para Alexandre, a mudança na percepção da importância das florestas é resultante da intensificação das exigências para o uso de seus recursos, e da escassez de alternativas legais para o aproveitamento de seus benefícios. Os agricultores, por sua vez, têm como estratégia não deixar as áreas de pastagem e capoeirinhas se desenvolverem, pois para eles isso significa uma redução do potencial de uso e conseqüente perda de valor da terra.

Mais informações:

Natalia Hanazaki / natalia@ccb.ufsc.br / 3331-9460

Cristina Baldauf / crisbaldauf@yahoo.com.br / 3331-5337

Alexandre Siminski / alesiminski@yahoo.com.br / 3331-5337

Fonte adicional:

http://www.aultimaarcadenoe.com/etnobotanica.htm

Por: Daniel Ludwich / bolsista de Jornalismo na Agecom

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: religião como solvente cultural é tema de conferência

17/07/2006 16:26

Catolicismo, luteranismo e umbanda, as três religiões consideradas mais tradicionais pela sociologia, vêm perdendo fôlego nos últimos anos. Ao contrário delas, o pentecostalismo tem conquistado cada vez mais fiéis, por se tratar de uma religião universal, que convoca as pessoas na construção de uma comunidade nova. Com base em pesquisas e considerações de sociólogos como Weber, o professor de Sociologia da Universidade de São Paulo (USP), Antônio Pierucci, vai apresentar estas e outras idéias na reunião da SBPC, em Florianópolis. A conferência será realizada na terça-feira (18/07), das 16h às 17h45, no auditório do Centro de Convivência da UFSC.

De acordo com Pierucci, uma transição religiosa de rompimento com a tradição vem ocorrendo desde 1940. As religiões mais procuradas, nesse processo de “destradicionalização”, são as pentecostais e neopentecostais, de raiz protestante. Para ele, essa procura representa a ruptura com um passado religioso que antes parecia bastar. Além disso, Pierucci diz que uma vantagem do protestantismo em relação às outras crenças é o fato de ser uma religião de conversão individual. “O que vale é a inscrição pessoal num meio só de crentes, e não a herança religiosa”, explica.

O professor divide as religiões, de acordo com suas funções, em religiões étnicas e religiões universais. As primeiras seriam aquelas que têm por propósito preservar determinado patrimônio étnico-cultural. Já as universais estariam abertas à conversão de qualquer indivíduo, independentemente de tribo, etnia ou nacionalidade. Do ponto de vista dessa classificação funcional, vem ocorrendo nos últimos anos um deslocamento de religião étnica para religião universal, a desvinculação da crença religiosa com a origem de um povo, segundo Pierucci. Ele afirma que os cultos afro-brasileiros em sua totalidade já se comportam bastante acentuadamente como religiões universais.

Para comprovar essa mudança, o professor cita alguns exemplos baseados em pesquisas realizadas pelo Instituto DataFolha. No conjunto das religiões afro-brasileiras, a maioria absoluta é de brancos, que representam 51,2% do total de fiéis. Essa adesão de brancos a crenças originalmente da etnia negra, como o candomblé, faz com que suas identidades “africanas” sejam “africanizadas” pela fé, identidades, como afirmou Weber, “puramente religiosas”. Outro aspecto que embasa o argumento de Pierucci é o fato de que os negros convertidos ao pentecostalismo se mostram em proporção muito maior (14,2%) do que os que se dizem adeptos das religiões dos orixás (3%).

Pierucci afirma que a religião universal de salvação individual, forma religiosa que no desenvolvimento geral da cultura tende a predominar sobre as demais, funciona como um solvente, desligando as pessoas de sua cultura-mãe, de um contexto cultural que antes lhes parecia natural. Dessa forma, faz do estranho o verdadeiro próximo, com quem constitui uma nova comunidade, formando novos laços, puramente religiosos. Portanto, “religião de conversão não tem a menor consideração”, como afirma Pierucci, com base em estudos do sociólogo Max Weber.

Por Ingrid Cristina dos Santos / Bolsista em Jornalismo da Agecom

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: arquivo fotográfico mostra como está sendo o evento

17/07/2006 16:19

A Agência de Comunicação da UFSC (Agecom) está disponibilzando imagens da Reunião Anual da SBPC, que ocorre na UFSC de 16 a 21 de julho. Através do arquivo fotográfico, o visitante pode acompanhar a cobertura fotográfica das atividades relacionadas ao importante evento científico. O site é dividido em álbuns temáticos e nele já constam as primeiras imagens dos preparativos para a reunião.

O acesso ao arquivo também pode ser feito na home page do evento (www.sbpc.ufsc.br). O objetivo é criar uma memória fotográfica da reunião, devido à grande relevância do momento na história da UFSC.

Gustavo Bonfiglioli / bolsista de jornalismo da Agecom

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: déficit de atenção e hiperatividade são temas em debate

17/07/2006 13:33

Hiperatividade, impulsividade e desatenção são características que aparecem com certa freqüência em um grande número de crianças e, na maioria das vezes, isso deve ser considerado natural dentro do desenvolvimento de cada. No entanto, muitas vezes essas características ultrapassam os limites da normalidade e devem receber maior atenção. Isso porque esses são sintomas de um distúrbio que pouca gente conhece, mas chega a atingir cerca de 5% das crianças em idade escolar, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).

O assunto foi apresentado em um livro da psiquiatra Ana Beatriz Silva, com o sugestivo nome “Mentes Inquietas”, e ajuda a entender melhor as pessoas que são injustamente rotuladas de rebeldes, enroladas, preguiçosas, desligadas ou irresponsáveis. As causas e os efeitos desse distúrbio, bem como o comportamento das pessoas afetadas pelo TDAH serão discutidos durante a 58a Reunião da SBPC. Uma mesa-redonda vai reunir os professores da UFSC, Reinaldo N. Takahashi e Flávio Vicente, e a professora da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Ester Nakamura-Palacios.

O TDAH é uma doença que de difícil diagnóstico e pode ser causado tanto por fatores genéticos como sociais. Normalmente aparece em crianças e se instala definitivamente antes dos sete anos de idade. Antigamente, acreditava-se que o transtorno diminuía durante a adolescência, chegando a desaparecer quando atingida a fase adulta, mas hoje já se sabe que isso não acontece. Cerca de 65% das crianças com TDAH atingem a idade adulta com os mesmo sintomas, e a falta de diagnóstico e tratamento corretos gera grandes prejuízos na vida profissional, social e afetiva.

Uma pessoa com TDAH tem dificuldade em assistir uma palestra, ler um livro ou fazer qualquer outra atividade sem se dispersar. Comete erros por falta de atenção aos detalhes e faz várias coisas ao mesmo tempo, deixando várias tarefas pela metade. A impulsividade domina seu comportamento, e por isso ela fala e faz o que lhe vem na cabeça sem pensar se é adequado ou não. Costuma ser compulsivo, impaciente, irritadiço e com alterações constante de humor.

Esse tipo de transtorno é caracterizado por uma falha na captação do neurotransmissor dopamina pelos neurônios. Em uma pessoa normal, a dopamina é liberada por um neurônio com o intuito de estimular outro. Após esse processo ela volta ao neurônio original, em um ciclo ininterrupto. No cérebro de quem sofre com o transtorno esse processo acontece mais rapidamente e, consequentemente, a dopamina tem pouco tempo para ativar os neurônios vizinhos.

O tratamento pode ser feito com medicamentos e também com terapias, quando os sintomas não são graves e não atrapalham tanto a rotina do paciente. O remédio mais utilizado pelos médicos para tratar o TDAH é o Metilfenidato, uma substância psicoestimulante, princípio ativo do medicamento Ritalina. Esse composto químico bloqueia a recaptação da dopamina, e com isso ela fica por mais tempo disponível entre os neurônios, aumentando suas chances de ser absorvida por algum deles e diminuindo os sintomas do transtorno.

A mesa-redonda

Um dos trabalhos que será apresentado na mesa-redonda mostra as vantagens do uso de animais espontaneamente hipertensos, os ratos SHR em particular, como modelos experimentais nos estudos sobre TDAH. Eles possuem um sistema nervoso mais simples, comportamentos de fácil interpretação e homogeneidade genética, o que beneficia o desenvolvimento de pesquisas sobre esse tipo de distúrbio. Nesse estudo foram feitas avaliações do comportamento dos animais depois de receberem diferentes tipos de tratamentos. Em um deles, os ratos SHR foram medicados com Metilfenidato e, a partir daí observou-se que, quando comparados com os ratos considerados normais, os que eram hipertensos apresentaram maior locomoção em ambientes novos e maior consumo de sacarina e álcool. No entanto não foi constatada nenhuma alteração comportamental entre esses ratos com hipertensão espontânea.

Um segundo tratamento eliminou o uso de qualquer medicamento e priorizou a utilização de diferentes tipos de ambientes durante o período de desenvolvimento do animal. Alguns foram criados dentro de ambientes considerados enriquecidos, contendo túneis, escadas e rodas, e outros cresceram em lugares onde esses objetos não foram colocados, os chamados ambientes padrões. Ao final do experimento verificou-se que desempenho dos animais melhorou significativamente pela exposição ao ambiente enriquecido. Isso permite dizer que os tratamentos feitos a base de medicamentos nem sempre são os mais confiáveis, e que abordagens não farmacológicas, como o enriquecimento ambiental, por exemplo, pode ser mais significativo que o uso de Metilfenidato.

Esse medicamento também faz parte de outro estudo que será apresentado durante a mesa-redonda. Na pesquisa em questão, buscou-se verificar as possíveis alterações em diferentes funções cognitivas de crianças e adolescentes com TDAH a partir do tratamento com metilfenidato. Antes do início do tratamento, a comparação entre o grupo formado por pessoas que possuem o distúrbio e o de indivíduos que não têm o transtorno demonstrou que o primeiro apresentava déficits nas habilidades de leitura, escrita e aritmética e comprometimento das memórias de curto e longo prazo e da operacional. O tratamento com Metilfenidato reverteu vários desses déficits funcionais, como por exemplo, o da memória operacional e da memória de curto e longo prazo. Com isso, os pesquisadores concluíram que avaliação neuropsicológica dessas funções se mostrou extremamente útil, tanto no auxílio do diagnóstico do TDAH quanto na avaliação da eficácia do medicamento farmacológico utilizado para o tratamento do distúrbio.

A mesa-redonda será realizada na terça-feira 18/7, a partir de 16h, na sala Sala EEL 004 – Bloco A térreo do Centro Tecnológico.

Por Julia Fecchio / Agecom / UFSC