REUNIÃO ANUAL DA SBPC: simpósio discute os caminhos da maricultura

21/07/2006 20:16

Como conciliar a produção artesanal com a industrialização e a tecnologia? Este foi um dos tópicos abordados no simpósio “Qual o futuro da maricultura brasileira?”, que reuniu nesta sexta-feira o pesquisador Sérgio Winckler da Costa, da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e os professores Jaime Fernando Ferreira, Elpídio Beltrame e Vinícius Ronzani Cerqueira, da UFSC. O evento integrou o último dia da 58ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.

O pesquisador do Centro de Desenvolvimento em Agricultura e Pesca da EPAGRI (Cedap) e mestre em Aqüicultura pela UFSC, Sérgio Winckler, lembrou que Santa Catarina é um dos estados com a aqüicultura mais desenvolvida do país, com destaque para a produção de ostras e mexilhões. O pesquisador, no entanto, advertiu que, para haver um crescimento contínuo e potencializado desta produção, é necessária a criação de um plano específico, junto a uma maior regularização e normatização da atividade. Dentro deste plano, deve haver a busca por novas áreas de cultivo e a regulamentação das já existentes.

Winckler destaca, também, a importância de buscar uma certificação sanitária e ambiental dos produtos através de cuidados conjuntos envolvendo as saúdes pública, ambiental e animal. Esta certificação, juntamente com a busca por novos mercados e por um maior beneficiamento para agregar valor aos produtos, seria imprescindível ao desenvolvimento da maricultura catarinense, que já desponta em novas áreas, como os cultivos de vieiras, polvos, macroalgas e peixes marinhos.

O professor do Departamento de Aqüicultura da UFSC e doutor em Oceanografia pela Université D` Aix Marseille II – França, Vinícius Cerqueira, falou sobre a piscicultura marinha no Brasil. Por possuir uma grande diversidade de peixes e diferentes demandas para cada espécie, Cerqueira lembrou que, para a piscicultura, precisamos procurar peixes com grande demanda, pouca oferta e alto valor de mercado. Segundo o pesquisador, não interessaria, por exemplo, a criação de sardinhas.

Entre os peixes estudados no sul do Brasil, Cerqueira destacou a tainha como precursora, visto que ela já é estudada desde os anos 1980. O seu preço baixo, no entanto, dificulta a criação. Outros peixes passaram a ser estudados a partir dos anos 1990, como o linguado e o peixe-rei, mas o destaque fica por conta do robalo que, além de ter um alto valor de mercado e ser conhecido por toda a costa, pode ser cultivado em diferentes ambientes e possui bom tamanho, carne de qualidade e boa taxa de crescimento.

Para o desenvolvimento de novas espécies, o professor ressaltou que clima e mercado devem sempre ser levados em conta. Como perspectivas para o futuro, Cerqueira enxerga o desenvolvimento da tecnologia para a criação de novas espécies e espera que esta tecnologia possa chegar aos pequenos produtores.

Professor do Departamento de Aqüicultura e doutor em Geografia pela UFSC, onde pesquisou Seleção de Sítios e Planejamento da Atividade de Cultivo de Camarões Marinhos com Base em Geotecnologias, Elpídio Beltrame, falou da sua experiência no estudo da carcinicultura (criação de camarões). A produção, que ainda sofre com os efeitos do vírus da mancha branca que atingiu a atividade, encontra-se em pausa por causa do inverno. Beltrame afirma, no entanto, que já existe um projeto de trabalho integrado junto às associações de produtores para tratar de alternativas para os sistemas de produção. Questões como genética, resistência e controle da enfermidade também estão merecendo pesquisas próprias e podem colaborar para a prevenção de problemas futuros.

Beltrame falou, também, da necessidade de agregar valor aos produtos por meio do seu processamento e da certificação da sua qualidade, garantindo melhor suporte e recursos para o início da produção. O cultivo de algas foi outra pesquisa que mereceu a atenção do professor. Muitos produtos biofarmacêuticos já são extraídos de bancos de algas naturais, que poderiam ter a sua produção ampliada com o auxílio da aqüicultura. Outras utilizações, como na alimentação humana, tratamento de efluentes e fabricação de biodiesel, merecem destaque. Nos laboratórios de reprodução do Departamento de Aqüicultura da UFSC já são utilizadas microalgas na alimentação dos larvários.

O supervisor do Laboratório de Moluscos Marinhos e pós-doutor em Genética Animal pela Plymouth Marine Laboratory – Inglaterra, Jaime Ferreira, comentou os problemas enfrentados pelos maricultores catarinenses, como a falta de procedimentos claros, a dificuldade do acesso ao crédito, a demora para que os processos de cultivo sejam aprovados e a falta de programas governamentais específicos. Por outro lado, os órgãos de fomento e controle também enfrentam problemas, pois desconhecem as circunstâncias locais e a multiplicidade de pequenos processos, como também falta a eles um procedimento participativo. As conseqüências, segundo o pesquisador, são a informalidade, a baixa tecnologia e o baixo investimento que, por sua vez, causam baixa produção, baixo aproveitamento e baixa qualidade.

Planos locais de desenvolvimento da maricultura, no entanto, já estão sendo desenvolvidos. Ferreira destaca a mecanização dos processos e a industrialização como formas de agregar valores aos produtos. O professor ressalta, no entanto, que deve haver um equilíbrio entre as produções artesanal e industrial, para que a maricultura possa continuar sendo feita por famílias de baixa renda e continue cumprindo a sua função social, que é a de manter os pescadores perto do mar e ajudar na organização das comunidades.

Por Daniel Ludwich/bolsista de jornalismo da Agecom

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: transmissões via internet amplificam debates

21/07/2006 20:07

Coletiva permite balanço do evento

Coletiva permite balanço do evento

A invejável estrutura de ensino a distância implementada pela UFSC, e que permitiu a realização de um “encontro virtual paralelo”, foi um dos pontos destacados na coletiva de avaliação da 58a Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O reitor da UFSC, Lúcio José Botelho, o presidente da SBPC, Ennio Candotti, e o secretário regional da sociedade, Mário Steindel, fizeram um balanço do maior encontro científico da América Latina, que em Florianópolis teve uma visitação de cerca de 15 mil pessoas por dia.

Ao mesmo tempo, no período da reunião os cinco canais de TV disponibilizados a partir do site www.sbpc.ufsc.br tiveram, de segunda a sexta-feira, mais de 22 mil acessos. Além de brasileiros de todos os estados, visitantes dos Estados Unidos da América, Portugal, Reino Unido, China, Japão, Argentina, França, Malta, Canadá deixaram sua passagem registrada. Foram, diariamente, mais de 3.500 acessos ao site. As principais mesas e debates foram também acompanhados por grupos que se reuniram nos seis pólos de ensino já implantados pela UFSC no interior de Santa Catarina.

O reitor da UFSC, Lúcio José Botelho, lembrou que as reuniões da SBPC são sempre marcos para as instituições em que são realizadas e que o encontro eleva o patamar de todas as discussões. “A ampliação do acesso aos debates via internet imprime novos desafios, exige novas responsabilidades e posturas dos participantes, já que um número muito maior de pessoas pode acompanhar suas colocações”, complementou o presidente da SBPC, Ennio Candotti. “Queremos que a reunião se torne objeto de consumo”, destacou Candotti, fazendo uma referência à importância da divulgação e amplificação do encontro.

Além das transmissões via internet, a introdução de temas relacionadas à tecnologia em boa parte da programação foi outro diferencial do encontro em Santa Catarina. O reitor da UFSC lembrou que ainda há a visão de que a tecnologia está presente e vai auxiliar a sociedade somente nas chamadas “áreas duras” (as engenharias e a física, por exemplo), mas que o processo de desenvolvimento e transferência tecnológica é essencial para que as universidades públicas prestem contas à sociedade sobre os investimentos que são feitos nestas instituições. “A introdução da tecnologia na Reunião Anual da SBPC prova que é possível abranger todas as áreas na discussão da interdisciplinaridade”, lembrou. Para o reitor a Reunião da SBPC auxilia no processo de sensibilização da população para a importância do investimento em ciência, tecnologia e inovação. “E quanto mais acesso a estas informações as pessoas tiverem mais possível será o controle social sobre os investimentos. A aproximação com a sociedade mostra a necessidade de que o conhecimento seja produzido e que ele gere tecnologia e inovação”, avaliou o reitor.

“A separação entre ciência e tecnologia hoje desmonta no ar. Não há mais essa separação e as reuniões colaboram para que esta visão seja levada ao público, especialmente aos mais jovens”, reforçou o presidente da SBPC. Ainda com relação à introdução da área tecnológica na reunião, Candotti lembrou que foi inaugurado um novo espaço para discussão e divulgação da inovação.

Ennio Candotti disse que as novidades da Reunião, como a divulgação via internet, e a presença da tecnologia, vieram para ficar. Questionado sobre a ausência de candidatos à presidência no encontro, Candotti disse que alguns mostraram interesse em estar presentes e que as portas da universidade estariam abertas, mas não compareceram. Outra nova atividade no encontro e que foi avaliada positivamente foi a realização dos encontros abertos. Nestes momentos foram debatidos temas estratégicos para o país (saúde, justiça, ambiente, violência, por exemplo) e preparados dossiês que darão suporte à elaboração de documentos para encaminhamento aos candidatos à presidência.

O reitor também deixou um agradecimento público a todas as pessoas que estiveram envolvidas com a organização e realização da Reunião Anual da SBPC na UFSC. Reforçando o agradecimento, o professor da UFSC, Mário Steindel, secretário regional da SBPC, lembrou que a engrenagem que permitiu acontecer a reunião funcionou graças ao altruísmo das pessoas envolvidas. “As pessoas trabalharam voluntariamente e são exemplos que deveriam ser cultivados neste mundo egoísta e individualista em que vivemos”, avaliou. Steindel também ressaltou que durante a Reunião, em diversos momentos, foi reforçada a necessidade de investimento em educação, mas essa é uma ação depende de um ideal e de um projeto nacional. “As pessoas precisam ter acesso à educação e ao conhecimento para que tenham capacidade de reivindicar seus direitos”, ressaltou o secretário regional da SBPC.

Para a próxima reunião, que será realizada em Belém (PA), o presidente nacional, Ennio Candotti, tem a expectativa de que as inovações introduzidas em Santa Catarina sejam mantidas e aprimoradas. Uma das idéias é permitir que as discussões integrem pesquisadores em diferentes cidade, a partir da estrutura disponibilizada pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). O tema também já está definido: “Amazônia: o desafio nacional”.

Por Arley Reis

jornalista da Agecom / UFSC

Acompanhe abaixo alguns dos números da Reunião Anual da SBPC em Florianópolis:

Inscritos na SBPC Sênior – 8.000

Inscritos na SBPC Jovem – 2.070

SBPC Cultural – 500 pessoas envolvidas (incluindo grupos)

Feira do Livro – 120 pessoas envolvidas na organização

Imprensa – 230 credenciados, sendo repórteres, fotógrafos, operadores de câmera, entre outras funções) / 54 veículos ( jornais, sites, Tvs, Agências de notícias, entre outros)

Organização – 500 pessoas (sendo 300 monitores)

ExpoT&C – 250 pessoas envolvidas ( incluindo expositores)

Visitantes do campus – 15.000/dia

———————

Evento Paralelo: Encontro Nacional dos PETs (Enapet) – 1.200 pessoas (1.000 inscritos e 200 monitores)

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Acessos site UFSC (www.ufsc.br) – 16.000/dia

Acessos ao site www.sbpc.ufsc.br, organizado pela UFSC para divulgação dal Reunião – 3.500/dia

Transmissão dos eventos via internet – 22.500 acessos, em todos os 5 canais que estão disponíveis – até sexta pela manhã, com 30 minutos de média de permanência, sendo 22.150 do Brasil

Países: EUA, Portugal, UK, China, Japão, Argentina,França, Malta, Canadá.

Acessos álbuns de fotos especial do evento, organizado pela Agecom: http://br.photos.yahoo.com/ph/sbpc58/my_photos – 2.500 (desde que foi colocado no ar)

UFSC Tv/ Tv Cultura SC– Transmitiu 50 boletins e entrevistas, ao longo da semana.

Investimento/ UFSC – em torno de 1.200 mil reais. A SBPC gastou cerca de 1 milhão de reais para pagamento de hospedagem e passagens.

Dados coletados pela Agência de Comunicação da UFSC

Por Alita Diana/jornalista coordenadora da Agecom

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: pesquisadores da UFSC desenvolvem software que pode auxiliar a reduzir perdas de energia

21/07/2006 20:04

A UFSC está desenvolvendo um software que vai beneficiar companhias elétricas e consumidores. O programa foi criado pela equipe do Laboratório de Planejamento de Sistemas de Energia Elétrica, ligado ao Departamento de Engenharia Elétrica, e está em período de testes em cidades como Joinville, Tubarão e Itajaí. Ao ser implantado, o sistema deverá reduzir os gastos das concessionárias, aumentar a vida útil das redes e diminuir a perda de energia durante a distribuição. O software foi apresentado ao público durante a Reunião da SBPC, no estande do laboratório, na ExpoT&C.

Outra vantagem para as companhias é a possível melhoria nos indicadores da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Um dos integrantes da equipe do laboratório, o professor Sérgio Mayerte, explica que a Aneel costuma fazer medições da freqüência de distribuição para verificar os períodos em que a energia é fornecida sem sofrer interrupções. Esse aspecto, segundo Mayerte, será beneficiado pela instalação do software, e por isso deve reduzir o número de multas pagas pelas concessionárias à Aneel.

A estabilidade da distribuição é um dos principais benefícios para os consumidores. Além de diminuir os riscos de quedas de energia, o software melhora também os níveis de tensão. Assim, os usuários vão receber voltagens mais constantes, o que resulta em maior durabilidade para os aparelhos eletrônicos.

O programa identifica circuitos elétricos críticos e faz análises para achar soluções. Normalmente, de acordo com Mayerte, os problemas na distribuição são causados por sobrecargas na rede energética. Ele explica que muitas vezes apenas um sistema abastece várias casas enquanto outro pode não estar ligado a nenhuma. O software localiza essas falhas no circuito e analisa qual a melhor forma de balancear essa rede para que a distribuição de energia seja feita com mais qualidade e sem perdas desnecessárias.

Durante a distribuição, normalmente ocorre uma perda de 5 ou 6% da energia e a instalação do programa pode reduzir esse número para 4%. Para Mayerte essa economia é expressiva porque chega a ser maior do que a obtida com o horário de verão, por exemplo. O software foi desenvolvido dentro do programa de pesquisa e desenvolvimento da Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina).

Por Julia Fecchio / Bolsista de Jornalismo na Agecom

REUNIÃO ANUAL DA SBPC NA UFSC: Números da 58ª reunião anual são divulgados em coletiva

21/07/2006 16:41

Os números da reunião divulgados na coletiva:

Inscritos na SBPC Sênior – 8.000

Inscritos na SBPC Jovem – 2.070

SBPC Cultural – 500 pessoas (incluindo grupos)

Feira do Livro – 120 pessoas

Imprensa – 230 credenciados , sendo repórteres, fotógrafos, operadores de câmera, entre outras funções)– 54 veículos ( jornais, sites, Tvs, Agências de notícias, entre outros)

Organização – 500 pessoas (sendo 300 monitores)

Expotec – 250 pessoas envolvidas ( incluindo expositores)

Visitantes do campus – 15.000/dia

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Evento Paralelo : Enapet (Encontro Nacional dos PETs ( Programa de Educação Tutorial) – 1.200 pessoas (1.000 inscritos e 200 monitores)

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Acessos site UFSC (www.ufsc.br) – 16.000/dia

Acessos site SBPC da UFSC (www.sbpc.ufsc.br) – 3.500/dia

Transmissão internet – 22.500 acessos, em todos os 5 canais que estão disponíveis – até sexta pela manhã, com 30 minutos de média de permanência, sendo 22.150 do Brasil

Países: Estados Unidos da América, Portugal, Reino Unido, China, Japão, Argentina,França, Malta, Canadá.

Acessos álbuns de fotos especial do evento, organizado pela Agecom: http://br.photos.yahoo.com/ph/sbpc58/my_photos – 2.500 (desde que foi colocado no ar)

UFSC Tv/ Tv Cultura SC– Transmitiu 50 boletins e entrevistas, ao longo da semana.

Investimento/ UFSC – em torno de 1.200 mil reais. A SBPC gastou cerca de 1 milhão de reais para pagamento de hospedagem e passagens.

A coletiva foi realizada na Sala de Imprensa da reunião, com o reitor Lucio Botelho, o presidente da SBPC Ennio Candotti e o secretário regional da SBPC e ,professor da UFSC, Mario Steindel. Estavam presentes 25 repórteres, além de fotógrafos e cinegrafistas.

Dados coletados pela Agência de Comunicação da UFSC.

Por Alita Diana/jornalista coordenadora da Agecom

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: pesquisadores convidam a olhar o espaço com outros olhos

21/07/2006 12:45

Olhar para o céu e enxergar além das estrelas. Este foi o caminho apontado pelos professores Abraham Chian e Carlos Alexandre Wuensche de Souza, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e Antônio Nemer Kanaan Neto, da UFSC, na Mesa-Redonda “Visão Espacial do Século 21”. O encontro, que ocorreu nesta última quinta-feira, apresentou uma troca de idéias sobre astrofísica espacial e de como podemos aprender mais sobre a nossa história e o nosso presente a partir da observação do espaço. O evento integrou a 59ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, que encerra nesta sexta-feira.

O professor da Divisão de Geofísica Espacial do INPE e pós-doutor em Física de Plasmas e Descargas Elétricas pela Universidade da Califórnia – EUA, Abraham Chian, destacou a importância da utilização do conhecimento espacial para a observação dos fenômenos climáticos e para o desenvolvimento tecnológico, ressaltando a importância da pesquisa espacial congregar várias áreas do conhecimento. Como exemplo desta interdisciplinaridade, Chian citou o estudo do clima espacial, que reúne pesquisadores das áreas de Física Solar, Física de Alta Atmosfera, Matemática, Química, Biologia e vários setores das engenharias. No futuro, a integração entre os estudos da meteorologia e do clima espacial poderá permitir que fenômenos como o Ciclone Extra Tropical Catarina sejam previstos com maior antecedência e possam ter os seus efeitos minimizados.

Antônio Kanaan, professor do Departamento de Física da UFSC e doutor em Física pela Universidade do Texas – EUA, falou da importância do estudo das Anãs Brancas para determinar a idade dos grupos mais antigos de estrelas. As Anãs Brancas são estrelas em estágio final de sua evolução espacial. Nelas, todo o hidrogênio, combustível utilizado para produzir energia, já foi transformado em hélio, e todo o hélio, por sua vez, também já foi consumido. As Anãs Brancas são, portanto, cadáveres estelares que não produzem mais energia, corpos inertes que possuem carbono e oxigênio em sua composição interna. Assim, quando você encontra a Anã Branca mais fria, você encontra a Anã Branca mais velha, que se acredita ter por volta de 12 bilhões de anos. O estudo dos estágios da vida de uma estrela pode nos ajudar a compreender melhor o Sol, que aos cinco bilhões de anos chegou à metade de sua existência. Kanaan ressalta, no entanto, que ainda falta aos pesquisadores conseguir determinar a velocidade de esfriamento destes corpos celestes.

O professor da Divisão de Astrofísica e doutor em Astrofísica pelo INPE, Carlos Alexandre Wuensche, levou à mesa de discussões os seus estudos sobre observação espacial. O professor falou da importância de se olhar para o céu como uma forma de entender melhor a vida na Terra e procurar as respostas para algumas questões fundamentais, tais como a origem do universo e se o tempo possui começo e fim. Wuensche destacou o uso de satélites e balões estratosféricos na observação espacial, visto que a atmosfera é opaca à maior parte da emissão eletromagnética existente, o que compromete as observações feitas diretamente da Terra.

Os balões estratosféricos são estruturas gigantescas, podendo medir até 324 metros (altura da Torre Eiffel), capazes de carregar até duas toneladas e meia de carga e voar a 42 quilômetros de altura. Em relação aos satélites, os balões possuem menores custos e tempo de preparação, porém apresentam uma vida útil muito menor, que pode ser de algumas horas a alguns dias, e só podem ser usados uma única vez. Os balões são lançados da base de Cachoeira Paulista, no interior de São Paulo, e, eventualmente, podem ser lançados de algum aeroporto de médio porte em outro ponto do país, dependendo do tipo de pesquisa que se pretende fazer. Foram lançados, do Brasil, cerca de 50 balões científicos nos últimos cinco anos.

Mais Informações:

Abraham Chian / achian@dge.inpe.br

Carlos Alexandre Wuenshe / alex@das.inpe.br

Antônio Kanaan / kanaan@astro.ufsc.br

Por Daniel Ludwich / Bolsista de Jornalismo na Agecom

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: simpósio aborda a vida do naturalista Fritz Muller

21/07/2006 11:39

O médico Cezar Zillig participou nesta quinta-feira do simpósio que mostrou um pouco da vida e obra de Fritz Müller, um ilustre naturalista que viveu em Santa Catarina.

Zillig contou um pouco da história de Fritz Müller e de como ele chegou no território catarinense. Natural da Alemanha, Müller vem desenvolver sua pesquisa somente aqui no Brasil, após ler “A Origem das Espécies”, de Charles Darwin. Ele aplica a teoria de Darwin em uma população de crustáceos do litoral catarinense, por ser uma população abundante e por ter uma estrutura corporal conhecida.

Com a comprovação da teoria, ele publica seus estudos no livro “Für Darwin”. O próprio Darwin toma conhecimento de seu livro e se encanta pelo fato de existir uma pessoa, na América do Sul, que acompanhou o seu trabalho. Parte de Darwin a iniciativa de corresponder-se com Müller. A partir de então os dois mantém contato até o fim da vida de Darwin. Müller também ficou conhecido por desenhar células e sistemas complexos de animais em detalhes.

O simpósio apresentou uma série de trabalhos desenvolvidos por Müller, entre os quais está o “Mimetismo Mülleriano”, que foi estudado numa população de borboletas e seu ecossistema. Nesse estudo, ele mostra que borboletas agradáveis ao paladar dos pássaros se misturam entre as não-agradáveis para se camuflarem e não serem depredadas.

Müller deixou um grande legado para a fauna e flora brasileiras. Seus trabalhos foram apresentados em toda a Europa e ganharam prestígio no meio científico. Fritz Müller vem sendo discutido na SBPC desde 1996.

Por Alessandro Menezes / Bolsista de Jornalismo na Agecom

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: burocracia ainda emperra sistemas estaduais de CT&I

21/07/2006 11:27

Na 58ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, que termina hoje(21), realizada no Campus da UFS, em Florianópolis, ficou claro que os sistemas estaduais de ciência e tecnologia estão avançando, mas continuam longe de entender às demandas e necessidades da sociedade. Faltam recursos, autonomia e articulação, mas sobram burocracia e lentidão.

O tema “Política de Inovação e os Sistemas Estaduais de Fomento à CT&I”, coordenado pelo vice-reitor da UFSC, Ariovaldo Bolzan, protagonizou caloroso debate no Centro de Cultura e Eventos, reunindo, entre outros, o diretor de Pesquisa Científica da Fapesc, Edgar Augusto Lanzer, o professor Carlos Américo Pacheco, da Unicamp, o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Ciência e Tecnologia (Consecti), Rafael Lucchesi, o presidente do Fórum dos Secretários Municipais de C&T, Florival Rodrigues de Carvalho, o presidente da Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica (ABIPTI), Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque, o presidente do Conselho Nacional das Fundações de Apoio à Pesquisa (Confap), Jorge Bounassar Filho, e Carlos Alberto Aragão de Carvalho, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). O evento foi também acompanhado pelo presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnologia do Estado de Santa Catarina (Fapesc), Vladimir Piacentini, que aplaudir a iniciativa da SBPC.

Edgar Lanzer (Fapesc) destacou que o sistema de CT&I federal está bem organizado, funcionando, na maioria das vezes, a contento. Já os Estados, lembrou, estão ainda implantando, expandindo e consolidando os seus sistemas. Portanto, opinou, “é cedo para dizer que os modelos estão fadados ao fracasso”. Os desafios, adverte Lanzer, esbarram na brutal burocracia, na falta de autonomia e na instabilidade de recursos. “Santa Catarina, por exemplo, prevê constitucionalmente 2% de orçamento para a área, o que não significa que esses recursos sejam canalizados para a Fapesc”, arrematou.

O fato é que, conforme confirmou Jorge Bounassar Filho (Confap), os Estados ainda estão muito defasados em relação à estrutura federal (CNPq, Capes, Embrapa etc). Ele entende que a preocupação em aproximar a universidade do setor produtivo deve ser levada à sociedade brasileira. “O nosso debate, dentro de uma visão interdisciplinar, contemplou a questão estratégica, passou pelo prisma político e terminou no gargalo da operacionalização”.

Carlos Pacheco (Unicamp) encampou as políticas científicas mais focadas na consolidação dos sistemas de inovação. Considerou fundamental maiores investimentos em infra-estrutura e pesquisa acadêmica. Para ele, é preciso realizar “pesquisas voltadas ao conjunto do sistema, e não visando apenas pedaços”. Alertou que o Brasil costuma navegar ondas internacionais que aparecem, “sem definir uma estratégia e uma prioridade sobre o que precisa e quer”. Contudo, reconhece os avanços no campo dos marcos regulatórios, citando como exemplo a nova Lei de Inovação. Propõe a criação de um Sistema Nacional de Parques Tecnológicos, o qual poderia vislumbrar alternativas para novos investimentos e negócios no exterior.

Rafael Lucchesi (Consecti) pronunciou-se a favor de uma política de Estado para Ciência, Tecnologia e Inovação, o que, na sua opinião, resultaria em estabilidade e fim das ingerências político-partidárias. Ele informou que o País já possui 22 fundações estaduais de apoio à pesquisa. Esse avanço representa que, segundo Lucchesi, mais de 30% dos investimentos em CT&I são feitos pelos Estados. Lucchesi acha que seria fundamental azeitar a articulação entre Governo Federal, Estados e municípios. “É preciso uma política nacional para consolidar e estabilizar as políticas científicas dos Estados”, salientou.

Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque (ABIPTI) criticou o “eterno recomeçar” a cada mudança de dirigente, seja no Governo ou na reitoria da universidade. “É urgente uma mudança cultural. Os desmontes das políticas não podem continuar”.

Florival Rodrigues de Carvalho, representando os secretários municipais, criticou o distanciamento da academia em relação ao setor produtivo. “A inovação fica restrita à Universidade. É preciso deixar de olhar o próprio umbigo. O resultado das pesquisas na Universidade acaba, infelizmente, não sendo um bem, um serviço”, lamentou. Elogiou, todavia, as medidas do Governo para mudar essa realidade e considerou bem-vinda a decisão de interiorização das universidades federais.

Representando a Finep, o professor Carlos Alberto Aragão de Carvalho apontou o caminho da interdisciplinaridade do conhecimento, a aplicação maciça em formação de recursos humanos e a diversificação dos investimentos em CT&I para mudar a realidade científica e tecnológica do País. Aragão elegeu como prioridade a ampliação das parcerias do Governo Federal com os Estados e municípios. “A desconcentração científica pode mudar o País”, acredita.

A 58ª Reunião Anual é uma promoção da SBPC e realização da UFSC e UDESC, com apoio do Governo Federal e do Governo do Estado de SC, através da Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica (Fapesc), ligada à Secretaria de Estado da Educação, Ciência e Tecnologia, entre outros patrocinadores.

Por Moacir Loth / Fapesc

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: fisioterapeuta que fez mestrado na UFSC mostra na sessão de pôsteres projeto premiado

21/07/2006 09:22

Condições precárias de trabalho na cozinha, aliadas a excesso de calor e de umidade, estão ligadas ao surgimento de doenças venosas, como as varizes, em pessoas que lidam com o preparo de alimentos. Foi o que constatou a pesquisa “O trabalho na produção de refeições coletivas e as doenças venosas de membros inferiores”, que rendeu a sua autora, Clarissa Medeiros da Luz, o primeiro lugar no Concurso Alimentos 2006, promovido pela Associação Brasileira de Empresas de Refeições Coletivas (Aberc) e será apresentado hoje na sessão de pôsteres da 58ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), das 13h às 15h45min. Seu pôster será o 261, no setor de Nutrição.

O trabalho, dissertação de mestrado de Clarissa para conclusão do Mestrado em Nutrição pela UFSC, foi desenvolvido junto ao Núcleo de Pesquisa em Produção de Refeições Coletivas da universidade. A cozinha do Hospital Universitário (HU) foi o local escolhido para a realização da pesquisa. Catorze cozinheiras do hospital foram voluntárias da pesquisa durante os meses de julho e setembro do ano passado.

De início, todas elas foram submetidas a um exame clínico, feito pelo professor Gilberto Galego, do Departamento de Clínica Cirúrgica da UFSC, para a avaliação do seu estado de saúde. O diagnóstico mostrou que das 14 mulheres, 11 possuíam doenças venosas e algumas delas sofriam também de obesidade. De acordo com Clarissa, algumas delas contaram, em entrevista, que o problema apareceu quando começaram a trabalhar na cozinha, enquanto outras disseram já possuir a doença antes disso, mas que com a realização da atividade seus quadros pioraram.

Como passam a maior parte do tempo caminhando quando estão no trabalho, foi anexado aos sapatos das mulheres um pedômetro, aparelho que calcula quantos passos a pessoa deu em determinado período de tempo e possibilita determinar a distância percorrida em um dia de trabalho. Aliada ao pedômetro, Clarissa usou a prática da volumetria, que consiste em mergulhar a parte inferior da perna em um compartimento com água antes e após a jornada diária de trabalho a fim de se calcular o aumento de volume sofrido pelas pernas de uma pessoa. Esse compartimento possui um duto lateral que escoa a água acima do seu nível para um recipiente. A diferença entre os volumes inicial e o final registrados corresponde à expansão de volume sofrida pelas pernas. “O normal seria um aumento de 1,2% a 2,4% do volume das pernas, mas a média registrada entre as voluntárias foi de 5,13% do volume inicial”, diz Clarissa.

Isso se deve, além das altas temperaturas a que estão submetidas essas pessoas – durante a pesquisa o termômetro da cozinha registrou 31°C – a jornada de trabalho de 12 horas dessas mulheres, em grande parte trabalhada de pé (ao todo 89,6% do tempo total). Nesse período, algumas vezes elas têm de andar na água, que respinga da louça que é lavada na pia, e fica empoçada no chão da cozinha. “Nessas circunstâncias, a situação de quem tem varizes tende a piorar ainda mais”, diz a professora Rossana Pacheco da Costa Proença, orientadora da dissertação de Clarrisa.

A questão às vezes é cultural: voluntárias da pesquisa disseram à Clarissa que várias das tarefas que fazem de pé, poderiam fazer sentadas, como catar grãos de feijão, mas isso daria a impressão aos outros e a elas próprias de que são “preguiçosas”. “Isso é absurdo”, diz Rossana, “estar sentado para descascar batatas, por exemplo, não altera a produtividade de ninguém”.

Como prêmio, Clarissa viajará a Paris, na França, para participar do Salão Internacional de Alimentação – Sial 2006 – que acontece de 22 a 26/10, no Parque de Exposições de Paris Nord Villepinte. A final do Concurso Alimentos aconteceu dia 19/7, durante a Feira Internacional de Alimentação – Fispal Alimentos 2006 (Fispal Food Service 2006), no Anhembi, em São Paulo.

Cozinha do HU passa por reformas

Desde o início deste ano, a cozinha do hospital da UFSC vem sendo reformada. Antes mesmo de Clarissa realizar seu estudo de caso o ano passado no HU, as mudanças nesse ambiente já estavam previstas.

Com os resultados da pesquisa, Clarissa sugeriu mudanças na estrutura física do ambiente de preparo das refeições do hospital e a substituição de alguns equipamentos utilizados nessa atividade, que colaborassem com o transporte adequado dos alimentos, o que traria melhoras às condições de trabalho dos funcionários da cozinha. Algumas de suas recomendações serão incorporadas às reformas, como sistemas mais eficientes de ventilação e de exaustão e bancadas reguláveis à altura de cada pessoa.

Além disso, ela orientou as mulheres a caminharem de cinco a dez minutos nos intervalos do trabalho, a usarem meias de média compressão e a alternarem as tarefas feitas na cozinha. A jornada de 12 horas diárias de trabalho seria outro ponto a ser revisto.

A direção do HU estima que as reformas custarão mais de R$ 1 milhão.

Segunda colocada no Concurso Alimentos também é do Mestrado em Nutrição da UFSC

A pesquisa de Manuela Jomori, também orientada pela professora Rossana Proença, foi desenvolvida em um restaurante por peso da capital. Manuela identificou seis perfis de clientes desse modelo de serviço bastante difundido no país. Para isso, ela fez uso de basicamente dois recursos: um questionário aplicado às 293 pessoas freqüentadoras do restaurante e uma fotografia do prato de cada uma dessas pessoas.

Dessa forma, Manuela classificou como “tradicionais” aqueles que procuram pelos alimentos que já conhecem, sem se preocupar com o valor nutricional daquilo que irão comer. Eles também não demonstram interesse pela variedade de outros alimentos servidos, característica que marca um outro perfil: o dos “cosmopolitas”, que preferem experimentar no restaurante por peso aquilo que não costumam comer em casa.

Há os “gourmets”, que preparam seus pratos influenciados pela aparência e sabor dos alimentos. Eles não se importam, por exemplo, com sua estética corporal nem com o valor nutricional do que comem. Levam em conta a sensação prazerosa que lhes é proporcionada ao se alimentarem com aquilo que escolheram. Esse também é caso do grupo dos “hedonistas”, com a diferença de que estes desprezam a aparência e a preparação dos alimentos, preocupam-se apenas com a sensação de prazer que o alimento pode lhes trazer. Do lado oposto a esses dois últimos perfis, encontram-se os “aplicados”, representados em sua maioria por mulheres preocupadas com a saúde, o valor nutricional e a estética corporal, em detrimento ao sabor dos alimentos. E completando os seis perfis, há quem prefira se servir de carne e deixa de lado o arroz e o feijão. A opção é justificada pelo fato de considerarem a carne, em geral, um alimento mais caro do que os outros dois, e já que o prato será pago por peso (quilo), “porque comer arroz e feijão pelo preço de carne?” – esses, Manuela chamou de “calculistas”.

Informações: 3331 9784 e 3331 5042 / Rossana Pacheco Proença; ou pelo e-mail rproenca@mbox1.ufsc.br

Sobre o Concurso Alimentos: www.aberc.com.br

Por Talita Garcia / bolsista de Jornalismo da Agecom

Saiba mais sobre as sessões de pôsteres:

Estão sendo apresentados 2450 trabalhos de pesquisa submetidos por autores brasileiros e estrangeiros e 1147 trabalhos encaminhados por 79 instituições de pesquisa para a 13ª Jornada Nacional de Iniciação Científica: atividade destinada à integração dos jovens cientistas de todo o Brasil. Ao todo foram 3597 trabalhos programados, sendo 721 pôsteres por dia. Integram ainda a sessão os trabalhos dos 10 finalistas do 49º Concurso Cientistas de Amanhã, realizado pelo IBECC/UNESCO. As apresentações acontecem sempre das 13h às 15h45, nos pavilhões montados em frente à Reitoria da UFSC.

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: reitor da UFSC e presidente da SBPC fazem balanço do encontro em Florianópolis

21/07/2006 09:12

O reitor da UFSC, Lúcio José Botelho, e o presidente da Sociedade

Brasileira para o Progresso da Ciência, Ennio Candotti, concedem nesta

sexta-feira, às 14h30min, entrevista coletiva para um balanço da 58a

Reunião Anual da SBPC. A coletiva será realizada na Sala de Imprensa

da SBPC, localizada no Centro de Cultura e Eventos.

Informações: 48 3331 5940 ou 3331 5942

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: encontro vai debater sustentabilidade na construção

21/07/2006 09:07

Não é possível um desenvolvimento sustentável no Brasil sem que a construção civil sofra transformações profundas. No segmento habitacional são necessárias 5 milhões de novas habitações para a população de baixa renda, mas é inaceitável que estas novas habitações sejam produzidas a partir dos velhos paradigmas insustentáveis.

Estas e outras idéias serão levantadas para debate pelo professor Vanderley John, da Escola Politécnica da USP, no simpósio “O desenvolvimento sustentável e a construção habitacional”, integrado à programação da Reunião Anual SBPC, que acontece de 16 a 21 de julho, no campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O encontro sobre sustentabilidade na construção será realizado na sexta-feira, 21/7, a partir de 14h, no auditório do Centro Tecnológico, numa promoção da Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído (ANTAC). Vai contar também com a participação do professor Roberto Lamberts, do Departamento de Engenharia Civil da UFSC, e da professora Angela M. Gabriella Rossi, da Escola Politécnica da UFRJ.

Desafios

Coordenador geral da Conferência Latino-Americana de Construção Sustentável, Vanderley John lembra que a construção civil tem importante papel social, pois é responsável pela produção da infra-estrutura coletiva do país e pela geração de cerca de 15% dos empregos nacionais. Mas seus desafios são significativos, pois boa parte dos operários da construção encontram-se na faixa da pobreza e possuem pouca educação formal.

“A construção sustentável impõe inovação tecnológica, formação de recursos humanos, mudanças de cultura e práticas gerenciais, alterações na legislação e normalização, além de exigir alterações na forma de relacionamento entre os diversos integrantes da cadeia da construção. Não é possível, portanto, um desenvolvimento sustentável sem que a construção civil sofra transformações profundas”, alerta o professor.

Visão sistêmica

Coordenadora do Laboratório de Assentamentos Humanos Sustentáveis, ligado à Escola Politécnica da UFRJ, a professora Angela M. Gabriella Rossi, ressalta que do ponto de vista urbano, habitação é um sistema, que precisa estar integrado às redes de infra-estrutura de saneamento básico, aos serviços de saúde, de educação e de comércio, à oferta de trabalho, esporte e de lazer, e à rede viária. “Pelo fato da vida cotidiana girar em torno da habitação, é que a busca pela cidade sustentável depende, em boa parte, do bom funcionamento de cada um desses sistemas e da integração entre os mesmos”, defende a professora.

Ela lembra que em países periféricos e semiperiféricos, como o Brasil, o crescimento urbano acelerado tem provocado, historicamente, uma série de pressões de ordem social, econômica e ambiental. Na maioria desses países, a taxa de crescimento econômico não acompanhou a de urbanização, criando assim uma população em sua maioria com renda insuficiente para pagar pelos serviços e elevando os custos operacionais da cidade. Ao mesmo tempo, os governos locais não conseguem responder rapidamente a essa demanda, o que faz com que a população encontre suas próprias soluções, geralmente ilegais, gerando áreas precárias e superpopulosas.

“O Brasil hoje sofre intensamente as conseqüências da ocupação desordenada de seu território que apresentou nos últimos 50 anos uma das maiores taxas de urbanização do mundo”, lamenta a professora. “A busca pela sustentabilidade urbana não é tarefa fácil para o Brasil. Além de exigir respostas no setor construtivo e no setor econômico e social, o tema envolve atores públicos e privados, que devem interagir através de parcerias bem reguladas”, avalia.

Eficiência energética pode ajduar

Com inúmeros trabalhos nas áreas de eficiência energética, avaliação do desempenho térmico de casas populares, conforto ambiental e princípios bioclimáticos aplicados à construção, o professor da UFSC, Roberto Lamberts, vai mostrar no simpósio como estes campos podem colaborar com a busca da sustentabilidade na construção. Coordenador do Laboratório de Eficiência Energética em Edificações, ligado ao Departamento de Engenharia Civil da UFSC, o professor já integrou projetos para elaboração das normas brasileiras na área de Conforto Ambiental e participa do projeto Casa Eficiente, desenvolvimento numa parceria da UFSC com a Eletrosul e Eletrobrás/ Procel. A casa modelo é uma vitrine de tecnologias de ponta na área de eficiência energética e conforto ambiental, além de ambiente para a demonstração e desenvolvimento de atividades de ensino e pesquisa.

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: conheça os eventos que serão transmitidos nesta sexta-feira pela internet

21/07/2006 09:02

A 58ª. Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que está sendo realizada no campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, tem transmissão em tempo real. Qualquer pessoa pode acompanhar em seu computador as mais importantes conferências, mesas-redondas e simpósios do evento.

Para ter acesso basta entrar no site www.sbpc.ufsc.br. Acompanhe abaixo os temas das transmissões das 10h, 12h, 14h e 16h.

Nesta sexta, a partir de 18h, as transmissões via internet terão uma programação especial no canal 4, com o reprise de momentos importantes da Reunião Anual. A programação também inclui entrevista com o presidente da SBPC, Ennio Candotti, conversa com Vicente dos Santos, da UFRGS, sobre o grupo que trabalhou com a questão da violência e que gerou um documento que será encaminhado aos candidatos à presidência. Uma entrevista com Ingrid Sarti, da SBPC, sobre a relação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, a política e leis também está prevista. A programação especial via internet ainda inclui a retransmissão do simpósio “O poder da imprensa e seus limites”, que contou com a presença dos jornalistas Paulo Henrique Amorim, Bob Fernandes e do advogado José Paulo Cavalcanti.

Acompanhe a programação dessa sexta:

Conferência / CANAL 4

CAPRINOS TRANSGÊNICOS: O MODELO BRASILEIRO

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC

Sexta-feira, 21/7/2006 – 10h00 às 11h45

Auditório do Centro de Comunicação e Expressão (CCE)

Conferencista: Vicente José Figueiredo de Freitas (UECE)

Conferência / CANAL 1

POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC

Sexta-feira, 21/7/2006 – 10h00 às 11h45

Auditório Laranjeira – Centro de Cultura e Eventos

Conferencista: Samuel Pinheiro Guimarães (MRE)

Conferência / CANAL 2

PRODUTOS E PROCESSOS NANOTECNOLÓGICOS: MATERIAIS

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPCSociedade Brasileira de Química – SBQ

Sexta-feira, 21/7/2006 – 10h00 às 11h45

Auditório da Reitoria

Conferencista: Fernando Galembeck (UNICAMP)

Conferência / CANAL 5

TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO APLICADAS À EDUCAÇÃO – UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC

Sexta-feira, 21/7/2006 – 10h00 às 11h45

Auditório da Biblioteca Universitária (BU)

Conferencista: Ronaldo Mota (MEC)

Simpósio

GT O MAR É INTERDISCIPLINARIDADE / CANAL 3

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC

Sexta-feira, 21/7/2006 – 10h00 às 11h45

Auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH)

Expositor e Coordenador: Maria Cordélia Machado (MCT)

Conferência Plenária

(RE)PENSANDO O FUTURO DO BRASIL / CANAL1

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPCPrêmio Fundação Conrado Wessel – Prêmio Fundação Conrado Wessel-FCW

Sexta-feira, 21/7/2006 – 12h00 às 13h00

Auditório Guarapuvu – Centro de Cultura e Eventos

Conferencista: Aziz Ab`Saber (USP)

Simpósio / CANAL 2

MICROELETRÔNICA E MICROSISTEMAS

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC

Sexta-feira, 21/7/2006 – 14h00 às 15h45

Auditório Laranjeira – Centro de Cultura e Eventos

Expositor e Coordenador: Carlos Galup-Montoro (UFSC) Expositor(es): Newton Cesário Frateschi (UNICAMP) ; Antonio Petraglia (UFRJ)

Simpósio / CANAL 3

UTILIZAÇÃO DE ROBÔS EM PROJETOS TECNOLÓGICOS

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC

Sexta-feira, 21/7/2006 – 14h00 às 15h45

Auditório Pitangueira – Centro de Cultura e Eventos

Expositor e Coordenador: Sadek C. Absi Alfaro (UnB) Expositor(es): Raul Guenther (UFSC) ; Glauco Caurin (USP)

Conferência / CANAL 5

A ANTÁRTICA E O ANO POLAR INTERNACIONAL: CIÊNCIA E COOPERAÇÃO INTERNACIONAL NA ÚLTIMA FRONTEIRA DA TERRA

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC

Sexta-feira, 21/7/2006 – 16h00 às 17h45

Sala dos Conselhos – Reitoria

Conferencista: Jefferson Cárdia Simões (UFRGS)

Conferência / CANAL 1

ASTROFÍSICA DE BURACOS NEGROS

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC

Sexta-feira, 21/7/2006 – 16h00 às 17h45

Auditório Guarapuvu – Centro de Cultura e Eventos

Conferencista: João Evangelista Steiner (USP)

Conferência / CANAL 2

SANTOS DUMONT E A INVENÇÃO DO AVIÃO

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC

Sexta-feira, 21/7/2006 – 16h00 às 17h45

Auditório da Reitoria

Conferencista: Henrique Lins de Barros (CBPF)

Simpósio / CANAL 3

GT AGENDA NACIONAL PARA C&T NO BRASIL / COMPETÊNCIAS / LEI DE INOVAÇÃO

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC

Sexta-feira, 21/7/2006 – 16h00 às 17h45

Auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH)

Expositor e Coordenador: Celso Pinto de Melo (UFPE)

REUNIÃO ANUAL DA SBPC NA UFSC: Apresentações Artísticas nesta sexta-feira

21/07/2006 08:52

DANÇA AO MEIO DIA

Apresentação de dança folclórica na Concha Acústica da UFSC, às 12h30.

Batuque e dança com o Grupo Arrasta Ilha. Os integrantes do grupo são

pesquisadores de ritmos regionais, como o Maracatu do Baque Virado e o Boi de Mamão. O Grupo surgiu em 2002, da empolgação com as atividades afro-descendente da Ilha. O Maracatu foi o caminho achado para conhecer mais das manifestações culturais do Brasil, foco das atenções dos integrantes. Os trabalhos do grupo têm se fortificado com oficinas ministradas por mestres e músicos de

Pernambuco.

CINEMA: CURTAS CATARINENSES

Alva Paixão e Roda dos Expostos, no Auditório do Centro de Convivência da UFSC às 12h30.

Alva Paixão – ficção 15 min, produção Jair dos Santos e direção Maria Emília de Azevedo (1995). Sinopse: João da Cruz e Sousa, tísico e cansado diante do amigo Nestor, remete-se a lembranças. Recordações marcadas pelo dilema entre o equilíbrio que representa o alvo e a paixão soprada da África. O flash back interrompe em contraponto ao denso desabafo do poeta. Sentindo a morte, João confia ao amigo simbolista os últimos sonetos produzidos que seriam publicados postumamente em Paris.

Roda dos Expostos – ficção 15 min, produção Jair dos Santos e direção Maria Emília de Azevedo (2001). Sinopse: Roda dos expostos ou dos enjeitados nome dado ao mecanismo adotado por instituições religiosas da Idade Média onde crianças não desejadas eram abandonadas por seus pais. O filme é uma simbologia dessa prática, abordando o abandono e a exposição humana como condição cíclica e inevitável. Gira em torno do personagem central Hector, condenado pelo seu alter ego a repetir infinitamente nomes femininos que representam as mães que abandonaram seus filhos.

Os dois filmes foram produzidos com apoio da UFSC.

DANÇA / TEATRO

“Frágil”, dança/teatro, com o Grupo Octu’s, do CEART/UDESC, na Tenda do DCE, ao lado do Centro de Convivência da UFSC, às 17h30min.

ENCERRAMENTO: Música e Dança

“O Corpo na Música, a Música no Corpo” – Espetáculo conjunto do Coral da UFSC e Grupo Vidança do CDS/UFSC com regência de Mirian Moritz e coordenação de dança de Maria do Carmo e Luciana Fiamoncini. Local: Auditório da Reitoria da UFSC, às 18h, no encerramento da programação cultural da SBPC.

“O Corpo na Música, a Música no Corpo”, constitui um projeto de extensão que aproxima os trabalhos desenvolvidos com o coral da UFSC e o grupo Vidança, integrando o canto coral e a dança, promovendo diálogos dessas duas linguagens artísticas. Este projeto, aberto à comunidade, iniciou em março de 2006, e tem como regente e coordenadora Miriam Moritz e coordenação de dança Maria do Carmo Saraiva e Luciana Fiamoncini.

No repertório apresentado nesta sexta-feira, destaca-se “Odara” e “Jóia” de Caetano Veloso, “Fé cega, faca amolada” de Milton Nascimento e Beto Guedes e “Um canto de afoxé para o Bloco do Ilê“ de Caetano Veloso e Moreno Veloso. “O corpo na música, a música no corpo” conta com a participação dos integrantes do Coral da UFSC e das bailarinas do grupo Vidança (Laura Cascaes, Lisiane Farias, Vera Pardo, Verônica Bergero e Luciana Fiamoncini).

O Coral da UFSC tem mais 40 anos de história: sua fundação é de 1963. Atualmente o coral possui cerca de 50 componentes e é formado por alunos, professores e funcionários da UFSC, bem como por pessoas da comunidade externa. Desde maio de 2004, conta com a regência de Miriam Moritz, pós-graduada em Musicoterapia, que vem implantando novas propostas de trabalho.

O grupo Vidança integra projeto de extensão oferecido no Centro de Desportos da UFSC, desde 1989. As atividades são planejadas e organizadas por todo o grupo. O objetivo é desenvolver a consciência corporal, a criatividade e a imaginação dos participantes através da dança e da improvisação. As coreografias são divulgadas em espetáculos e em eventos culturais na comunidade.

TEATRO

Por questões técnicas, não haverá a sessão de “Dom Pablo entre vogais” agendada para o Teatro da UFSC às 20h30.

Fonte: [CW] DAC-PRCE-UFSC www.dac.ufsc.br

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: Coral da UFSC e o Grupo Vidança nesta sexta-feira

20/07/2006 19:45

Nesta sexta-feira, dia 21 , ás 18h, no auditório da reitoria, o Coral da UFSC e o Grupo Vidança também da UFSC, farão espetáculo conjunto no encerramento da programação cultural da SBPC.

“O Corpo na Música, a Música no Corpo”, constitui um projeto de extensão que aproxima os trabalhos desenvolvidos com o coral da UFSC e o grupo Vidança, integrando o canto coral e a dança promovendo diálogos dessas duas linguagens artísticas. Este projeto, aberto à comunidade, iniciou em março de 2006, e tem como regente e coordenadora Miriam Moritz e coordenação de dança Maria do Carmo Saraiva e Luciana Fiamoncini.

No repertório apresentado nesta sexta-feira, destaca-se “Odara” e “Jóia” de Caetano Veloso, “Fé cega, faca amolada” de Milton Nascimento e Beto Guedes e “Um canto de afoxé para o Bloco do Ilê“ de Caetano Veloso e Moreno Veloso. “O corpo na música, a música no corpo” conta com a participação dos integrantes do Coral da UFSC e das bailarinas do grupo Vidança (Laura Cascaes, Lisiane Farias, Vera Pardo, Verônica Bergero e Luciana Fiamoncini).

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: simpósio discutiu o papel da agricultura familiar no Brasil

20/07/2006 18:34

Há alguns anos estamos acostumados a ouvir que a agricultura é um dos carros-chefes da economia brasileira, que equilibra a balança econômica e que cresce, sustentada pelas virtudes do agronegócio. Por trás destas afirmativas, porém, esconde-se outro cenário, que diz respeito muito mais à realidade social do que aos números absolutos. Praticada em 4,1 milhões de estabelecimentos rurais, a agricultura familiar é responsável por 10% do PIB (Produto Interno Bruto), levando em conta toda sua cadeia produtiva. Entretanto, ao compararmos essa atividade com o agronegócio, veremos logo que os dois campos não se desenvolvem da mesma maneira. Enquanto o agronegócio prospera calcado em políticas públicas, a agricultura familiar patina, não sendo atendida suficientemente pelo crédito governamental e tampouco dispondo de uma agenda política que a sustente.

O tema foi discutido por Sérgio Schneider (UFRGS), Fábio Luiz Búrgio (Consultor do Ministério do Desenvolvimento Agrário) e Lauro Mattei (UFSC), na manhã desta quinta-feira (22/7), durante a 58ª Reunião da SBPC. Expondo estatísticas a respeito da produção agrícola e principalmente das particularidades da agricultura familiar, os pesquisadores chamaram atenção para a necessidade de políticas públicas apropriadas para o setor. O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), por exemplo, financia apenas 27% das famílias rurais. As diferenças regionais também são contundentes: o Sul fica com 40% dos recursos. Fabio Búrgio ressaltou o desafio de “incluir mais o segmento menos capitalizado”. Centrado sobretudo na produção de mercadorias consumidas a baixo custo pela sociedade, a categoria não trabalha com os lucros extensivos do chamado ‘agribusiness’.

Indispensável ao país, a agricultura familiar é responsável pelo abastecimento de produtos do dia-a-dia, como o feijão. Possibilitar sua permanência e expansão no campo é vital, já que 85% dos estabelecimentos agropecuários são deste tipo. O êxodo rural e conseqüente favelização urbana nas décadas de 70 e 80, decorrentes da “revolução verde”, são um alerta neste sentido.

Por outro lado, os expositores reconheceram a significativa importância econômica do agronegócio. A ele pode, em grande parte, ser creditado o montante de 38.6% do PIB gerado no campo. O avanço da mecanização e a abertura de novas fronteiras agrícolas pelo setor aumentaram constantemente a produção brasileira. Isso foi possível graças ao apoio do estado, cujo plano de desenvolvimento agrário se baseou neste modelo. No entendimento de Lauro Mattei essa política unidirecional foi responsável pela heterogeneidade negativa hoje presente no meio rural.

Sérgio Schneider também alertou para a questão ambiental. Citou a monocultura – “carro-chefe do agronegócio” – como um fator preocupante, principalmente o estabelecimento das plantações de soja no cerrado e sua expansão na Amazônia. Como alternativa Schneider citou a existência de 106 milhões de hectares, atualmente usados na pecuária extensiva, e que podem ser ocupados pelas plantações, poupando a mata nativa.

Por Manfred Mattos / Bolsista de Jornalismo na Agecom

Bolsas nos Cursos de Língua Estrangeira para estudantes de graduação da UFSC

20/07/2006 12:00

A Coordenadoria de Serviço Social da Pró- Reitoria de Assuntos Estudantis recebe as solicitações de 20 a 31 de julho.

As solicitações deverão ser realizadas por meio de Pedido formal, comprovantes de matrícula e histórico escolar atualizados.

Para realizar a solicitação o estudante deverá ter seu Cadastro Sócio- Econômico aprovado antecipadamente, na Coordenadoria de Serviço Social.

Último dia para retirada do cadastro sócio-econômico: 25/7/06

Último dia para devolução do cadastro sócio-econômico e da

documentação comprobatória: 27/7

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: mesa-redonda defende a importância de ler os autores clássicos

20/07/2006 10:51

Buscar nos antigos uma forma de compreender melhor a contemporaneidade. Este foi um dos temas abordados na mesa-redonda “Por que ler os clássicos? Traduzindo e adaptando autores gregos e latinos”, que reuniu, nesta terça-feira, os professores da UFSC Luís Felipe Bellintani Ribeiro e Arlene Reis, do Departamento de Filosofia, e Zilma Gesser Nunes, do Departamento de Língua e Literatura Vernáculas. O encontro integrou a 58ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorre até esta sexta no campus da universidade.

A professora do Departamento de Filosofia da UFSC e doutora em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Arlene Reis, falou do seu trabalho de tradução dos dois primeiros volumes da Física de Aristóteles. Arlene conta que foi muito questionada sobre o porquê de traduzir obras cujos conceitos estão superados. Para a professora de História da Filosofia, no entanto, isto é como perguntar a um professor de matemática o porquê de ele estudar equações e teoremas.

Arlene afirma que a Física, ainda que não seja um texto belo e tenha várias lacunas que levam a certas ambigüidades e incompreensões, é um dos pilares da História da Ciência Física Contemporânea e, o mais importante, é uma obra que nos apresenta o vínculo entre três afluentes do conhecimento: a busca sobre a natureza, a Ontologia (parte da Filosofia que trata do ser enquanto ser e do ser concebido como tendo uma natureza comum que é inerente a todos e a cada um dos seres) e a Metafísica (segundo Aristóteles, é o estudo do ser enquanto ser e especulação em torno dos primeiros princípios e das causas primeiras do ser). Voltar ao texto de Aristóteles é, para a professora, uma forma de pensarmos mais amplamente sobre estes temas e entender os passos da Metafísica no Ocidente.

Zilma Gesser Nunes, professora do Departamento de Língua e Literatura Vernáculas e doutora em Literatura pela UFSC, falou do seu projeto de adaptação da literatura latina para o público infantil. Por meio de livros ilustrados, histórias em quadrinhos, textos para teatro, músicas e confecção de cenários e maquetes, a professora, que trabalhou em conjunto com o professor de Língua e Literatura Latinas José Ernesto de Vargas e diversos alunos da graduação em Letras, levou o conhecimento clássico para dentro das escolas. Zilma afirma que o projeto, experimentado tanto em escolas públicas quanto particulares, apresentou excelentes resultados, seja para os alunos de graduação, que como adaptadores passaram a se tornar autores, seja para as crianças, que tiveram a oportunidade de aprender mais e entrar em contato com uma cultura que não lhes era familiar. Apesar dos resultados obtidos e de haver grande interesse em sua continuidade, o projeto agora está restrito à confecção de materiais didáticos. A falta de um suporte financeiro tem impedido que o projeto volte às escolas.

O professor do Departamento de Filosofia e pós-doutor em Filosofia pela Universidade de Paris IV – França, Luís Felipe Bellintani Ribeiro, afirma que a importância de ler os clássicos gregos e latinos está relacionada, antes de tudo, ao fato de que o “hoje” é apenas o último momento do caminho histórico aberto por eles. Buscar entender os clássicos, portanto, é aprender mais sobre nós mesmos. O professor ressalta ainda que, mesmo que o “ontem” e o “hoje” pertençam à mesma linha histórica, são momentos diferentes e é preciso justamente que compreendamos o diferente para que duvidemos das obviedades dos nossos padrões estabelecidos e possamos continuar a história. Por fim, Luís Felipe destaca que precisamos estudar os antigos porque, simplesmente, foram eles que nos ensinaram a perguntar: por quê?

Por Daniel Ludwich / Bolsista de Jornalismo na Agecom

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: pesquisadora fala sobre perda de funções visuais em pacientes com doenças como diabetes

20/07/2006 09:35

Visão de cores e diabetes. Este é o tema da conferência que será apresentada pela psicóloga do Instituto de Psicologia da USP e doutora em Psicofísica Visual Humana pela Universidade de Columbia – Nova York/EUA, Dora Fix Ventura. Vice-presidente da SBPC, a psicóloga coordena uma equipe de psicólogos, biólogos, ortopedistas, oftalmologistas e arquitetos que estudam a visão de cores. O trabalha é dividido em duas linhas de pesquisa: uma que estuda o funcionamento das células da retina dos animais e outra que analisa as funções visuais em seres humanos. O evento, que integra a 58° Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), acontece nesta quinta, no Auditório Laranjeira do Centro de Cultura e Eventos, a partir de 16h.

A psicóloga, que realiza estudos relacionados à medida de funções visuais em pacientes com diferentes doenças que têm efeitos na visão, apresentará a sua metodologia de trabalho e os resultados obtidos na busca por novos instrumentos de avaliação que permitam um diagnóstico precoce. Entre as doenças pesquisadas, o Diabetes tem sido um dos principais tópicos. Segundo a pesquisadora, as perdas visuais, além de afetarem a capacidade de executar comportamentos básicos para a sobrevivência, podem ser reveladoras de outras perdas funcionais como memória, atenção e coordenação motora.

Dora explica que o grande desenvolvimento do estudo do sistema visual reflete a explosão científica e tecnológica da informática, das neurociências comportamentais e da biologia molecular. Hoje, a avaliação visual pode ser feita através de métodos não invasivos, possibilitados pelos avanços computacionais recentes. Para compreender os mecanismos responsáveis pelas perdas, no entanto, ainda são necessários estudos em modelos animais nos quais é possível acesso direto à retina ou aos centros superiores. Assim, com a utilização de métodos comportamentais e eletrofisiológicos não invasivos, aliados ao uso de modelos animais, é possível investigar as repercussões causadas por patologias neurodegenerativas no sistema visual humano.

Saiba mais

O diabetes é uma doença provocada por uma deficiência no pâncreas, que ocasiona o aumento de açúcar no sangue e pode afetar várias partes do organismo. A visão pode ser afetada de várias maneiras, ocasionando descolamento da retina, formação de catarata e hemorragias de fundo de olho. Quando os níveis de açúcar no sangue são bem controlados, através de regimes alimentares e medicação apropriada, estas doenças podem até mesmo ser evitadas.

Por Daniel Ludwich / Bolsista de Jornalismo na Agecom

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: aborto é assunto de conferência nesta quinta-feira

20/07/2006 09:11

Uma comissão para análise da atual legislação que proíbe o aborto no Brasil foi instalada pela Secretaria Especial de Política para Mulheres em abril de 2005. Thomaz Gollop, professor da USP, que participou dessa comissão como representante da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), falará sobre a interrupção voluntária da gravidez na 58ª Reunião Anual da SBPC. O simpósio “Direitos sexuais e rerodutivos: a questão do aborto” será realizado nesta quinta-feira (20/7), das 10h às 11h45min, pelos expositores Lia Zanotta Machado (UnB), Maria José Fontelas Rosado Nunes (PUC-SP) e Thomaz Gollop (USP).

Atualmente a legislação brasileira só permite que o aborto seja feito quando não há outro meio de salvar a vida da gestante ou quando a gravidez decorre de estupro. Um projeto de lei foi apresentado pela comissão, que funcionou de 1º de abril a 1º de agosto do ano passado, e propôs a legalização do aborto. De acordo com o projeto, a interrupção voluntária da gravidez poderia ser feita em um período de até 12 semanas de gestação; em até 20 semanas de gestação, no caso de gravidez resultante de estupro; e em casos de grave risco à vida da gestante ou de má formação fetal que comprometa a vida ou ocasione doença grave e incurável.

Gollop lembra que existe um enorme preconceito contra o aborto. Ele diz que são realizadas mais de um milhão de interrupções clandestinas de gestação no país por ano. Isso custa cerca de 30 milhões de reais ao Sistema Único de Saúde, em conseqüência das complicações dos abortos, representando a quarta causa de mortalidade materna. “Fala-se em preservação da vida, mas deixa-se de observar que o abortamento clandestino afeta duramente, em suas conseqüências, as mulheres de classes sociais mais desfavorecidas”, afirma o professor.

Outro aspecto do aborto ressaltado por Gollop é o tratamento diferenciado da anencefalia em relação a outras malformações fetais graves. Ele lembra que uma liminar que permitia a interrupção da gravidez em casos de anencefalia foi concedida pelo então ministro Marco Aurélio Mello no dia 1º de junho de 2004, e durou até 20 de outubro do mesmo ano, quando foi cassada. O professor afirma que o Brasil é o único país em que a anencefalia recebe um destaque singular. Ele cita o exemplo da agenesia renal bilateral, doença igualmente grave e incompatível com a vida, mas que não é visível a olho nu, diferentemente da anencefalia que impressiona pela deformidade que provoca.

Maria José Nunes afirma que é comum a aceitação da maternidade de forma positiva, enquanto que a escolha pela interrupção do processo gestacional é vista negativamente. “Proponho uma aproximação do aborto e da maternidade, pensados como resultado de decisão e escolha, tão livre quanto possível”, diz. Ela defende a criação de legislações e políticas públicas que permitam o exercício da sexualidade e das funções reprodutivas, como forma de respeito aos direitos de cidadania.

Gollop complementa explicando que a reformulação da lei relativa ao aborto precisa ser discutida pela sociedade civil e esta necessita de muita informação, organização e articulação políticas. Entretanto, para o professor, a questão do aborto não deve ser resolvida com um plebiscito. “Antes de tudo, ter filhos ou não tê-los é relacionado ao direito individual; trata-se de uma questão de responsabilidade, afeto e projeto de vida. Não é uma questão de maioria”.

Por Ingrid Cristina dos Santos / Bolsista em Jornalismo da Agecom

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: música do Cravo da Terra, encontro de corais, filmes Desterro e Naturezas Mortas, dança e teatro

20/07/2006 09:00

MÚSICA AO MEIO DIA:

O Projeto 12:30 Acústico, no Teatro da UFSC, apresenta o grupo musical Cravo da Terra. Iniciado em 2000, o grupo tem na pesquisa da música tradicional do sul, sudeste e nordeste do Brasil a base de suas composições e de seus arranjos. Seus cinco integrantes, Ive Luna, Marcelo Mello, Mateus Costa, Rodrigo Paiva e Otávio Rosa, utilizam instrumentos de sopro, corda e percussão. Em busca da simplicidade e da singeleza, convidam o público para uma viagem pela música brasileira. O primeiro CD, intitulado Cravo da Terra, foi lançado em 2005. O show começa ao meio dia e meia.

DANÇA AO MEIO DIA

Grupo Mixtura de Bombinhas – Danças Folclóricas Açorianas, na Concha Acústica da UFSC, às 12h30.

CINEMA

Curtas Catarinenses: Desterro e Naturezas Mortas, no auditório do Centro de Convivência da UFSC às 12h30.

Desterro – Ficção 15’ 35mm/cor, 1992. Roteiro e Direção: Eduardo Paredes. Sinopse: Brasil – 1894. Sufocada a Revolução Federalista no Sul do País, o presidente Floriano Peixoto desencadeia violenta repressão contra os vencidos. Na antiga Desterro, capital do Estado, a população vive aterrorizada ante os fuzilamentos sumários na fortaleza da Anhatomirim e às inseguranças das delações.

Naturezas Mortas – Documentário ficcional – 15’ 35mm/cor, 1995. Direção: Penna Filho. Sinopse: Trajetória de um trabalhador no subsolo de uma mina na região carbonífera no Sul de Santa Catarina. Além da degradação física, o envelhecimento precoce e a pneumoconiose – doença incurável adquirida através da exposição ao pó de carvão –, apresenta a degradação ambiental provocada pela mineração.

As duas produções foram realizadas com o apoio da UFSC.

TEATRO

Apresentação de “Brincando de bonecos”, com Marcelo de Souza, no auditório do Centro de Convivência da UFSC às 18h30.

FOLCLORE

Apresentação do “Grupo Folclórico Boi de Mamão do Itacorubi”. O folguedo do Boi de Mamão é o mais tradicional do litoral catarinense, narra a morte e ressurreição do boi. Local: próximo do pavilhão cultural, às 18h30.

MÚSICA ÀS 18:30 HORAS:

Encontro de Corais de Florianópolis, no auditório da Igrejinha da UFSC, às 18h30.

Fazem parte deste concerto o Coral da UFSC, Coral do CEFETSC e Coral do Hospital Florianópolis, com um repertório variado, que valoriza o folclore e a Música Popular Brasileira.

Sobre os corais:

A Associação Coral Hospital Florianópolis, fundada em 1996, tem como principal objetivo abrilhantar as festividades do hospital e cantar para os pacientes internados. Em 2004 o coral associou-se a Liga Cultural Artística Alto Uruguay, uma liga de corais que reúne corais do sul do país em diversas localidades. O atual regente, Fernando Tadeu De Carli, é natural de Joaçaba-SC. Além de aulas de regência com Carlos Besen, fez cursos com Marcos Leite, Pablo Trindade e é aluno do Curso de Licenciatura em Música da UDESC. É preparador vocal e assistente de regência do coro Polyfonia Khoros junto à maestrina Mércia Mafra Ferreira, além de atuar como tenor solista junto aos grupos e Orquestras mais expressivos do Estado.

O coral do CEFETSC – Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina foi criado pelo maestro Carlos Besen e completa 30 anos em março de 2008. Atualmente, é regido hoje pelos professores Tânia Meyer e Irineu Melo, que ainda coordenam outros grupos artísticos da escola. O trabalho do coral se constitui em mais uma referência cultural do CEFETSC, juntamente com a Orquestra, a Big Band e o Grupo de Teatro Boca de Siri. Conta com alunos da própria instituição e da comunidade. No seu repertório, contempla músicas de vários períodos e estilos como Clássicas, Folclóricas e populares.

O Coral da UFSC tem mais 40 anos de história, desde 1963, e já passaram pelo grupo mais de 2500 cantores, entre brasileiros e estrangeiros. Atualmente o coral possui cerca de 50 componentes e é formado por alunos, professores e funcionários da UFSC, bem como por pessoas da comunidade externa. Em sua trajetória o Coral da UFSC gravou vários discos LPs e alguns CDs; encenou uma ópera e diversos oratórios; gravou especiais para TV; apresentou-se em inúmeras cidades brasileiras e cidades de vários países durante a sua “tournèe” pela Europa. Desde maio de 2004, conta com a regência de Miriam Moritz formada em 1987, que já regeu vários concertos em congressos, recitais e encontros de corais, atuou em diversos países da Europa, e é pós-graduada em Musicoterapia. Com novas propostas de trabalho, ano passado o coral produziu o espetáculo Vozes no Choro, e atualmente desenvolve o projeto “A música no corpo, O corpo na música”, em conjunto com o Grupo Vidança, da UFSC.

TEATRO:

Don Pablo Entre Vogais, sobre a vida e obra de Pablo Neruda, com o Grupo Pesquisa Teatro Novo, da UFSC, sob a direção de Carmen Fossari. No Teatro da UFSC às 20h30.

“Don Pablo entre vogais” apresenta um texto de metateatro, com autoria e direção de Carmen Fossari, profissional de teatro no Departamento Artístico Cultural da UFSC, versando sobre a vida e obra de Pablo Neruda, poeta chileno, ganhador de Prêmio Nobel de Literatura. A peça é uma montagem cuja linguagem se reveste da busca da cena ritualística, como requer a linguagem da poesia.

O texto bilíngüe (português e espanhol) mescla o verso de Neruda com a prosa que verseja sua vida e, mesmo considerando serem tratados temas conflitantes como o golpe do general Pinochet em Salvador Alende, no Palácio de La Monedano Chile dos anos 70, ou mesmo o cotidiano popular das classes trabalhadoras,há em cada momento da peça na formulação da imagem e da cena teatral a buscado lúdico permeando todo o espetáculo.

SERVIÇO:

O QUÊ: Apresentações Artísticas na 58ª SBPC para o dia 20/07

ONDE: Campus da UFSC

QUANDO: Durante a 58ª SBPC na UFSC

QUANTO: Gratuito e aberto à comunidade.

A programação completa para todos os dias está no site www.sbpc.ufsc.br

Fonte: [CW] DAC-PRCE-UFSC www.dac.ufsc.br

UFSC sedia eventos sobre estudos Celtas e Germânicos

19/07/2006 20:14

´Europa e as culturas celta e germânica´ será o tema do I Simpósio Internacional e do II Simpósio Nacional de Estudos Celtas e Germânicos (II Sniecg), que acontecem de 25 a 28 de julho no campus da UFSC. Os eventos, promovidos pelo Grupo de Estudos Celtas e Germânicos Brathair e organizado pelo Departamento de Filosofia/CFH, discutirão, entre outros assuntos, as práticas religiosas, políticas, jurídicas e literárias das sociedades celtas e germânicas, bem como suas implicações na cultura ocidental. As inscrições para participação nos minicursos, mesas-redondas e conferências podem ser feitas na Fapeu (Fundação de Amparo a Pesquisa e Extensão Universitária) até 25/7.

Os eventos na UFSC serão precedidos pela “Semana do Cinema de Temática Celta e Germânica”, que será realizada de 21 a 24/7, na sala multimídia do Centro Integrado de Cultura (CIC). Serão exibidas produções norte-americanas e européias, num total de seis filmes, entre eles “Vikings, os conquistadores” (EUA, 1958), “Excalibur, a espada era a lei” (EUA/UK, 1981) e “O poeta do Armagedon” (UK, 1992).

No dia 25, às 18h, os reitores da UFSC e da Udesc (Universidade Estadual de Santa Catarina) iniciam as atividades no auditório da reitoria da UFSC. Na seqüência, às 18h30min, acontece a primeira conferência: “Práticas religiosas germânicas à luz da literatura: natureza, asgard e o céu”. O encontro na reitoria termina às 20h, com a apresentação de músicas celtas.

Dia 26, segundo dia da programação, iniciam as atividades dos oito minicursos: Literatura germânica medieval, O ciclo do rei Artur, Fundamentos da história e da cultura dos vikings, Fundamentos da história e da cultura dos celtas, Os itálicos discutem o império: Dante e Marsílio de Pádua, Visões do feminino na idade média a luz da cinematografia, Isidoro de Sevilha: a síntese do cristianismo e da cultura clássica no reino hispano-visigodo de Toledo e Desvendando o Beowulf: o desafio da tradução de testos antigos.

Até 28/7, sexta-feira, os minicursos acontecerão sempre das 8h às 9h, no Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH), seguidos de conferências, mesas-redondas e apresentação de trabalhos no CFH, no auditório da reitoria e no Centro de Convivência. O evento termina às 17h30min, com o “Mastro da Primavera: Festa Celta e Germânica”, na Praça da Cidadania (em frente a reitoria).

O valor da taxa de inscrição varia de acordo com a categoria profissional e os minicursos custam R$ 10,00 para todas as categorias. Os preços, as formas de pagamento e os temas propostos pelo Brathair para submissão de trabalhos podem ser consultados no site www.brathair.com, no link “II Sniecg”

Mais informações: celtasegermanos@cfh.ufsc.br ou em : 3331 8208 – Secretaria do II Sniecg.

Por Talita Garcia / bolsista de Jornalismo da Agecom.

Os Bárbaros estão chegando: mostra de filmes e instalação temática

19/07/2006 20:11

As exibições (em formato DVD) acontecerão na Sala Multimeios do Museu da Imagem e do Som/CIC e no Museu Victor Meirelles. As atividades fazem parte do I Simpósio Internacional e II Nacional de Estudos Celtas e Germânicos. Na medida em que boa parte das pessoas tem contato com essas culturas por meio do cinema, literatura e música, as duas iniciativas pretendem promover o debate sobre estes temas.

Acompanhe o cronograma:

21/7 – SEXTA-FEIRA

18h Sala multimeios do Museu da Imagem e do Som (CIC)

Erik, o Viking (Erik the viking, 1989, 106 min.,Terry Jones, UK/Suécia).

Apresentação e comentário: Professora Fátima Sebastiana Lisboa (UFSC)

22/7 – SÁBADO

18h Sala multimeios do Museu da Imagem e do Som (CIC)

Vikings os conquistadores (Vikings, 1958, 116 min., Richard Fleischer, USA)

Apresentação e comentário: Tonny O´Sullivan (Film and TV. Studies, Dublin City University)

23/07 – DOMINGO

15h Sala multimeios do Museu da Imagem e do Som (CIC) Sessão dedicada ao público infanto-juvenil

O Mistério da Ilha (The Secret of Roan Inish, 1994, 103 min., John Sayles, USA)

Apresentação e comentário: Professora Mônica Fantin (UDESC)

18h Sala multimeios do Museu da Imagem e do Som (CIC)

Excalibur, a espada era a lei (Excalibur, 1981, 140 min., John Boorman, USA/UK)

Apresentação e comentário: Professora Daniele Gallindo e Souza (UFRJ)

24/07 – SEGUNDA-FEIRA

15h Sala multimeios do Museu Victor Meirelles

Lancelot of the Lake (Lancelot du Lac, 1974, 85 min., Robert Bresson, França/Itália)

Apresentação e comentário: Professora Maria Cecília de Miranda N. Coelho (COGEAE/PUCSP)

18h Sala multimeios do Museu da Imagem e do Som (CIC)

O Poeta do Armagedon (Hedd Wyn 1992, 103 min., Paul Tuner, UK)

Apresentação e comentário: Professora Ana Donnard (UFMG)

2. Instalação Temática

Estará aberta de 21 a 23 de julho, no horário das 14h às 21h, na Galeria de Exposições Temporárias no Museu da Imagem e do Som /CIC (hall do MIS) e no espaço interno das salas do MIS. Na instalação destacam-se: linha de tempo com apresentação cronológica de diversos momentos de emergência das culturas celtas e germânicas na história; representações sobre a indumentária celta, exposta em desenho e versão digital, e ambientação sonora, com exposição de algumas características musicais celtas e germânicas.

Organização

Mostra de Filmes: Professora Maria Cecília de Miranda N. Coelho (COGEAE/PUC-SP)

Instalação Temática: Professora Mara Rúbia Sant´Anna (Departamento de Moda / CEART / UDESC)e Professora Márcia Ramos de Oliveira (Departamento de História/ FAED/UDESC) Graduandos: Alan Carlos Ghedini (Curso de História / FAED / UDESC), Camila Martins (Curso de Moda / CEART/UDESC), Rafael Boeing (Curso de História / FAED / UDESC), Roberta Maria Camargo (Curso de Moda / CEART/UDESC)

Coordenador Geral do Simpósio: Professor João Eduardo B. Lupi (Departamento de Filosofia/UFSC)

Entrada franca. Informações sobre o simpósio: http://www.brathair.com/II%20SNIECG/, e-mailceltasegermanos@cfh.ufsc.br ou pelo telefone 48 3331 8208, Secretaria do II Sniecg.

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REUNIÃO ANUAL DA SBPC: Nota pede reforma de conceituação e dos procedimentos de controle dos trabalhos de pesquisa

19/07/2006 19:58

Nota da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) direcionada ao Ministério do Meio Ambiente pede reforma profunda de conceituação e dos procedimentos de controle dos trabalhos de pesquisa em ambientes naturais

A entidade reclama de novo episódio de intimidação de pesquisadores por agentes do Ibama e da Receita Federal

Eis a íntegra da nota, enviada à ministra Marina Silva nesta terça-feira:

“Senhora ministra,

Expressamos a V. Exa. os mais enérgicos protestos pela patética e agressiva ação de agentes do Ibama que, conjuntamente com um agente da Receita Federal que se negou a se identificar, em nome de normas e decretos de questionável legitimidade, intimidaram e solicitaram da pesquisadora Cristina Senna, do Museu Goeldi, documento autorizando a coleta de amostra de solo que ela havia recolhido na área do entorno de Porto de Trombetas, Pará.

Os documentos exigidos de competência do IPHAN e do DNPM encontram-se depositados na Coordenação de Ciências da Terra e Ecologia do Museu Goeldi, e não se exige o seu porte em pesquisa de campo de natureza geoarqueológica. Estas pesquisas vêm sendo realizadas há mais de 15 anos.

Não podendo apresentar os documentos solicitados, os mencionados agentes lavraram a notificação intimidatória anexa.

Solicitamos a V. Exa. rigorosa apuração desta nova agressão de agentes subordinados a seu Ministério a pesquisadores e, principalmente, uma reforma profunda de conceituação e dos procedimentos de controle e acompanhamento dos trabalhos de pesquisa em ambientes naturais, unidades de conservação e áreas indígenas.

Colocamo-nos a seu dispor para sugerir novas normas que permitam incentivar pesquisas científicas nas referidas áreas e contribuir assim para a conservação dos ecossistemas naturais.

Indignados, mas seguros que V. Exa. saberá avaliar o significado desta nova agressão, subscrevemo-nos,

Atenciosamente,

Ennio Candotti

Presidente”

Nota da Assessoria de Imprensa da SBPC: Não tivemos acesso à notificação citada na carta.

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: conheça os eventos que serão transmitidos nesta quinta-feira pela internet

19/07/2006 19:44

A 58ª. Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que está sendo realizada no campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, tem transmissão em tempo real. Qualquer pessoa pode acompanhar em seu computador as mais importantes conferências, mesas-redondas e simpósios do evento.

Para ter acesso basta entrar no site www.sbpc.ufsc.br.

Nesta quinta:

Conferência / CANAL 1

AERODINÂMICA E FUTEBOL

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC

Quinta-feira, 20/7/2006 – 10h00 às 11h45

Auditório Laranjeira – Centro de Cultura e Eventos

Conferencista: Carlos Eduardo Magalhães Aguiar (UFRJ)

Conferência / CANAL 5

LOGÍSTICA E NOVA CONFIGURAÇÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC

Quinta-feira, 20/7/2006 – 10h00 às 11h45

Auditório Pitangueira – Centro de Cultura e Eventos

Conferencista: Bertha Becker (UFRJ)

Conferência

VENENOS – VIDA E MORTE / CANAL 4

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC

Quinta-feira, 20/7/2006 – 10h00 às 11h45

Auditório do Centro de Comunicação e Expressão (CCE)

Conferencista: Denise Vilarinho Tambourgi (Butantan)

Simpósio

DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS: A QUESTÃO DO ABORTO / CANAL 2

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC

Quinta-feira, 20/7/2006 – 10h00 às 11h45

Auditório da Reitoria

Expositor e Coordenador: Lia Zanotta Machado (UnB) Expositor(es): Maria Jose Fontelas Rosado Nunes (PUCSP) ; Thomaz R. Gollop (USP)

Simpósio

GT COP8 – BIODIVERSIDADE: A MEGACIÊNCIA EM FOCO / CANAL 3

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC

Quinta-feira, 20/7/2006 – 10h00 às 11h45

Auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH)

Expositor e Coordenador: Peter Mann de Toledo (INPE)

Conferência Plenária

NANOTECNOLOGIAS: CONCEITOS, REALIZAÇÕES E DESAFIOS / CANAL 1

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC

Quinta-feira, 20/7/2006 – 12h00 às 13h00

Auditório Guarapuvu – Centro de Cultura e Eventos

Conferencista: Oswaldo Luiz Alves (UNICAMP)

Simpósio

AÇOS ESPECIAIS / CANAL 3

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC

Quinta-feira, 20/7/2006 – 14h00 às 15h45

Auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH)

Expositor e Coordenador: Walter Weingaertner (UFSC) Expositor(es): Maria Teresa Paulino Aguiar (UFMG) ; Lirio Schaeffer (UFRGS)

Simpósio

ESCOAMENTOS COMPLEXOS NA ENGENHARIA E NATUREZA CANAL 1

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC

Quinta-feira, 20/7/2006 – 14h00 às 15h45

Auditório Laranjeira – Centro de Cultura e Eventos

Expositor e Coordenador: Átila Pantaleão da Silva Freire (UFRJ) Expositor(es): Paulo César Philippi (UFSC) ; Francisco Ricardo da Cunha (UnB)

Simpósio

NANOELETRÔNICA E TECNOLOGIA DE DISPLAYS / CANAL 2

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC

Quinta-feira, 20/7/2006 – 14h00 às 15h45

Auditório da Reitoria

Expositor e Coordenador: Adalberto Fazzio (USP) Expositor(es): Alaide Pellegrini Mammana (MCT)

Conferência

ANALGÉSICOS PERIFÉRICOS: UM NOVO MECANISMO / CANAL 2

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC

Quinta-feira, 20/7/2006 – 16h00 às 17h45

Auditório da Reitoria

Conferencista: Sérgio Henrique Ferreira (USP)

Conferência

GREGORY BATESON: ANTROPÓLOGO E NATURALISTA / CANAL 5

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC

Quinta-feira, 20/7/2006 – 16h00 às 17h45

Auditório Pitangueira – Centro de Cultura e Eventos

Conferencista: Otávio Velho (UFRJ)

Conferência

ILHA DA MAGIA: TERRA DOS CASOS RAROS / CANAL 3

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC

Quinta-feira, 20/7/2006 – 16h00 às 17h45

Sala dos Conselhos – Reitoria

Conferencista: Gelci José Coelho (UFSC)

Conferência

VISÃO DE CORES E DIABETES / CANAL 1

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPCSociedade Brasileira de Psicologia – SBP

Quinta-feira, 20/7/2006 – 16h00 às 17h45

Auditório Laranjeira – Centro de Cultura e Eventos

Conferencista: Dora Fix Ventura (USP)

Ciência e Competitividade em debate na Expot&C

19/07/2006 17:25

Será realizada nesta quinta(20), das 17h às 17h30min, a palestra “O papel da Pesquisa e Desenvolvimento pré-competitiva na competitividade do setor aeronáutico”, na ExpoT&C, mostra de realizações em ciência, tecnologia e inovação desenvolvidas por universidades, institutos de pesquisa, órgãos governamentais e empresas que ocorre na 58ª. Reunião Anual da SBPC.

A palestra será ministrada pelo cientista-chefe da Embraer, Hugo Resende, vice-presidente da Anpei (Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras). A Embraer é hoje a quarta maior fabricante de aeronaves comerciais do mundo. Com mais de 3.600 aviões produzidos, voa em 58 países e possui 16.500 funcionários (85% no Brasil).

Informações: Débora 9608-2199

Por Martha San Juan/assessoria de imprensa da SBPC

REUNIÃO ANUAL DA SBPC: nanotecnologia será um dos temas em destaque na quinta-feira

19/07/2006 16:29

A obtenção de novas substâncias e novos materiais através do uso da nanotecnologia é o tema principal de um dos eventos da Reunião da SBPC durante a quinta-feira, penúltimo dia do encontro. O professor Oswaldo Luiz Alves, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) vem até a UFSC para comandar uma Conferência Plenária e falar sobre esse assunto que recentemente está na boca de grande parte da comunidade científica.

O interesse pela nanotecnologia é explicado por sua enorme aplicabilidade em diversas áreas, como a medicina e a farmacologia. Alguns nanomateriais já são usados na fabricação de cosméticos, tintas, tecidos e revestimentos, por exemplo. Essa tecnologia é utilizada para oferecer maior resistência aos materiais, pois está ligada a manipulações em escalas pequenas, de um bilionésimo do metro aproximadamente. Isso dá aos átomos que formam o material grande tolerância à temperatura, condutividade elétrica e reatividade, entre outras interferências naturais.

Os experimentos que utilizam a nanotecnologia ainda estão dando seus primeiros passos, mas suas potencialidades já estão comprovadas. Essas oportunidades bem como os desafios dos estudos sobre essa tecnologia também serão abordados por Alves durante a conferência.

O professor Oswaldo Luiz Alves é doutor em ciências pela Unicamp e realizou pós-doutorado na França. O interesse de pesquisa do professor inclui compostos lamelares, sistemas químicos integrados, nanocompósitos, nanopartículas metálicas e desenvolvimento de nanoecomateriais. Publicou mais de 160 trabalhos incluindo pesquisas e revisões. Alves pertence a várias sociedades científicas, dentre elas a Sociedade Brasileira de Química, da qual foi presidente entre os anos de 1998 e 2000.

A conferência “Nanotecnologias: conceitos, realizações e desafios” acontece na quinta-feira, dia 20, das 12h às 13h, no Auditório Guarapuvu, no Centro de Cultura e Eventos.

Por Julia Fecchio / Bolsista de Jornalismo na Agecom