
Marcos Laffin, José Fritch e Edson Andrino
Ao participar da solenidade de assinatura de convênio entre a UFSC e a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca do Governo Federal, o ministro José Fritch afirmou que o setor pesqueiro busca o conhecimento acumulado nas universidades de Santa Catarina. Segundo ele, muitos prefeitos do litoral catarinense entenderam a importância do setor de cultivo de frutos do mar cultivados nas baías. Essa busca de tecnologia no estado, afirmou, é resultado das pesquisas realizadas em instituições como UFSC e Univali.
O secretário ressaltou que o convênio assinado vai levar Santa Catarina a um desafio ainda maior, que é a produção de mexilhões e vieiras em águas profundas. O projeto deverá ser executado em um ano para depois se avaliar os resultados. Fritch destacou a participação do deputado federal Edson Andrino de Oliveira, que tem sido o principal parlamentar catarinense a se preocupar com o setor da aqüicultura e da pesca, procurando apresentar projetos e emendas orçamentárias, além encontrar outras formas de conseguir recursos para a área.
O professor Marcos Laffin, Pró-reitor de Ensino de Graduação e reitor em exercício assim se manifestou na assinatura do convênio:
“E com satisfação que a UFSC recebe o Sr Ministro José Fritch para assinatura de convênio e pontuar algumas relações entre universidade e o Governo Federal. A assinatura do convênio expressa um caminho percorrido entre o ensino, a pesquisa e a extensão que o processo qualificado desta universidade pública vem consolidando em sua trajetória de 45 anos, conjugada com algumas ações de políticas públicas por parte do Ministério da Educação. É sempre importante destacar que a UFSC situa-se como a 4ª universidade pública brasileira em qualidade de ensino, e é a 11ª em produção científica da América Latina.

Professor Carlos Poli - fotos de Jones Bastos/ Agecom
Essa condição de destaque deve-se a qualificação do corpo docente, à proposição de política institucional interna, e sobretudo aos desafios de corresponder às demandas sociais. Projetos como este que pretendem dar respostas às questões de trabalho e renda, a fixação das pessoas em locais e processos produtivos e a busca da qualidade de vida, são compromissos sociais da universidade pública, que tem como maior desafio, sobretudo, uma participação social comprometida e emancipatória.
Assim, a despeito das intervenções pelo poder público, no sistema nacional de ensino, a universidade pública garante sua continuidade, pela legitimidade que produz mediante suas ações. Nestas considerações, a UFSC, e neste momento o CCA, pela proposição de pesquisas para a implantação de tecnologias para o cultivo de mexilhões, pretende não apenas responder as possibilidades de benefícios aos produtores, mas também preocupar-se com a qualidade da água e dos impactos ambientais que os processos tecnológicas e científicos produzem ao mesmo tempo em que congratula-se com as ações da Secretaria de Pesca em suas políticas de fomento e ações públicas de participação social.Esperamos neste gesto a continuidade e a ampliação das relações para o benefício da condição humana, ainda não qualificada.”
Além do ministro e do Reitor em exercício, compareceram à solenidade o professor Carlos Fernando Miguez, diretor executivo da Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (FAPEU) e o deputado federal Edson Andrino (PMDB-SC), responsável pela liberação dos recursos. O responsável pelo projeto na universidade é o professor Carlos Rogério Poli, do Centro de Ciências Agrárias da UFSC, que também esteve presente na solenidade.
O objeto do convênio:
Os recursos, no valor de R$300.000,00 serão utilizados na pesquisa de formas de cultivo de mexilhões e vieiras em altas profundidades. De acordo com o relatório “Plataforma do agronegócio da malacocultura (mexilhões e vieiras)”, produzido em 2001, esses cultivos enfrentam dificuldades para crescer no litoral catarinense. Entre elas, a falta de área nos parques aqüícolas demarcadas em águas rasas, mais suscetíveis ao aparecimento de bactérias e vírus que podem contaminar toda a produção. Como conseqüência destas deficiências, a produção catarinense de mexilhões caiu após alcançar o pico de 11.364 toneladas em 2000. Atualmente o estado produz cerca de 8.650 toneladas.
A pesquisa e implantação da tecnologia de cultivo de mexilhões em águas profundas pode trazer muitos benefícios aos produtores. Entre eles, a localização dos cultivos em áreas de melhor qualidade da água, menor impacto visual (já que os mexilhões ficam em alto mar) e a possibilidade de aumento da produtividade.