Um verdadeiro trabalho de equipe. Assim podem ser qualificadas as
pesquisas desenvolvidas desde 1998 pelo Núcleo de Desenvolvimento
Integrado de Produtos (Nedip) e pelo Laboratório de Moluscos Marinhos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em parceria com a EPAGRI. O objetivo é melhorar as condições de trabalho dos maricultores e aumentar a produção de moluscos marinhos no estado, que já chega a 90% do total nacional.
Um dos resultados dessas pesquisas está em fase de ajustes: um protótipo capaz de propiciar o aumento na quantidade e na qualidade dos mexilhões, além de garantir um menor esforço aos trabalhadores da área. Atualmente, os processos de cultivo dos animais são feitos artesanalmente, o que gera uma baixa produtividade e péssimas condições de trabalho para os maricultores.
Com o sistema projetado pelos engenheiros e fabricada pelo SENAI, oito etapas do cultivo de mexilhões foram mecanizadas: o encordoamento, a retirada da corda, a extração de mexilhões das cordas, a desgranação, a limpeza, a seleção, a limpeza refinada e a descarnação. Pelo projeto, doze módulos podem ser combinados para desempenharem cada uma das oito fases do cultivo. “A máquina modular visa a variedade e pode ser modificada de acordo com a necessidade do maricultor”, explica um dos pesquisadores do NeDIP, professor Fernando Forcellini.
Todo o trabalho levou em conta a opinião dos maricultores. Entrevistas, visitas, análise do perfil e das condições de trabalho foram essenciais para a elaboração do produto final. “O que queremos é atender a demanda da sociedade”, salienta o professor. “Aqui nós não ficamos fechados no Laboratório”, garante o mestrando em Engenharia Mecânica, Aldrwin Farias Hamad, que faz constantes visitas a localidade de Sambaqui, em Florianópolis, para conversar com os maricultores.
Outra das pesquisas desenvolvidas pelo LMM/NeDIP tem o objetivo de melhorar as condições de manejo e retirada das ostras do mar. Aualmente esse processo é manual, o que faz com que os trabalhadores cheguem a levantar cerca de 3,3 toneladas de produtos por ano. “Só existem dois barcos apropriados em todo o estado, e eles têm um preço fora da realidade do maricultor”, comenta Aldrwin.
Esse trabalho pesado pode render aos trabalhadores uma série de
problemas, como artrite, perda de produtividade e o risco de sofrerem
acidentes graves, já que a etapa é desenvolvida em embarcações de lazer ou de pesca artesanal. O sistema que deve reduzir esses problemas estará projetado entre dezembro deste ano e março de 2005.
O estudante de Mestrado em Engenharia Mecânica, Fábio Evangelista
Santana, também desenvolve pesquisa na área. A intenção é obter um novo método de lavação das lanternas, objetos que sustentam as ostras no mar. Hoje, essa operação é feita na orla marítima, por meio da lavação com água doce pressurizada. As lanternas devem ser lavadas pois acumulam sujeiras, o que interfere na produção e faz com que o material final sofra depreciação. Quando feita periodicamente, a lavagem diminui as incrustações e o mau cheiro, melhora as condições de trabalho, aumenta a produtividade e reduz a sujeira da praia. O projeto também deve ser concluído entre dezembro de 2004 e março de 2005.
Etapas de cultivo de mexilhões
Encordoamento: as sementes dos animais são postas em uma corda, que ficará submersa para que eles cresçam e engordem.
Retirada da corda: as cordas são retiradas do mar e transportadas para a extração dos mexilhões
Extração dos mexilhões: os animais são retirados da corda. Nessa etapa há risco de perda de produtos, já que os mexilhões ficam muito aglutinados e podem se quebrar.
Desgranação: separação dos mexilhões . Em Santa Catrina é feita manualmente, mas na Espanha já é mecanizada.
Limpeza: retirada de sujeira dos moluscos
Seleção: os melhores produtos são escolhidos para consumo
Limpeza Refinada: processo que confere um melhor aspecto ao produto
Descarnação: quando a carne dos mexilhões é retirada das conchas
Informações:
FALE com o professor Fernando Forcellini, com Fábio Evangelista Santana e com Aldrwin Farias Hamad pelo telefone (48) 331-9719 ou pelos e-mails forcellini@emc.ufsc.br
CONVERSE também com o professor Jaime Fernando Ferreira do Laboratório
de Moluscos Marinhos do Centro de Ciências Agrárias (CCA), que está em
parceria com o NeDIP, pelos telefones´(48) 3319358 ou 3319653
VISITE o site www.nedip.ufsc.br
Fonte: Núcleo de Comunicação do Centro Tecnológico