Abre nesta terça-feira, dia 02, às 20 horas, na Galeria de Arte da UFSC, a exposição `ATALHO 2 – (a)mostra coletiva de arte contemporânea`, das artistas Ale Delprá, Crica Gadotti, Fê Luz e Lela Martorano. Nesta exposição produtos usuais, objetos de consumo cotidiano, como bolsas, imãs de geladeira, chaveiros, jogo da memória e marcadores de livro foram transformados em suporte para os trabalhos
plásticos das artistas, com muita criatividade e liberdade de criação. A intenção da mostra é também possibilitar a discussão de temas como o valor de uma obra, a arte como mercadoria, e o consumo da arte.
A mostra vem por meio deste atalho propagar a arte no cotidiano das pessoas. Propagar, também, idéias, reflexões, conteúdos, inseridos, materializados em simples objetos de consumo.
Esta exposição traz obras de quatro artistas, cujos trabalhos enfocam diferentes poéticas e linguagens. Lela Martorano, Crica Gadotti, Fê Luz e Ale Delprá estão unidas neste projeto com o objetivo de tornar o
“produto” arte acessível a um maior número de “consumidores”. Acessível tanto para o artista que “vende” sua idéia e sua obra, quanto para o público que não está acostumado a “consumir” arte.
Segunda as autoras, “Consumir arte no sentido conceitual e poético, pois são poucas as pessoas que têm acesso e que freqüentam espaços de arte em Florianópolis e, também, no sentido de aquisição de um trabalho artístico, que se torna mais acessível pela sua reprodução nestes objetos cotidianos. Além disso, suscitam a discussão de temas como o valor da obra de arte e arte como mercadoria.”
Para isso, as artistas propõe uma interação com o público participante da (a)mostra, convidando-o a responder a seguinte pergunta: O que te vale mais? E porquê? Optando por verbos relacionados aos próprios objetos expostos: portar, guardar, lembrar, marcar, atrair.
As artistas, todas bacharéis do Curso de Artes Plásticas da UDESC, já trabalharam juntas em outras mostras, tais como a Mostra Coletiva de Arte CONSTRUÇÃO HUMANA, realizada em 1999, que teve patrocínio da Brasil Telecom. Realizaram juntas, em 2002, no Espaço Lindolf Bell, no CIC, a primeira edição da (a) mostra Atalho. Continuando suas criações coletivas, retornam em ATALHO 2, com primeira exibição no Espaço Cultural Fernando Beck, no BADESC, de 08 a 31 de outubro e agora, poderá ser conferida com nova montagem na galeria da UFSC, a
partir de 02 de dezembro.
O projeto Atalho 2 pretende, com seu caráter itinerante, atingir outros locais e, também, outras cidades dentro e fora do Estado. Está aprovado pela Lei de Incentivo à Cultura Federal e conta com possíveis
patrocinadores para a realização total do projeto itinerante, que inclui oficinas de arte para os funcionários das empresas patrocinadoras e a doação de uma porcentagem da venda dos objetos para alguma Instituição de Caridade.
Para as autoras, estes são alguns significados de ATALHO: caminho fora da estrada principal pelo qual se encurtam distâncias. E também ATALHAR significa: abrir uma passagem ou vereda.
LELA MARTORANO: Nesta (a)mostra, Lela Martorano trabalhou com fragmentos da série fotográfica “aberturas buracos e fechaduras”. Essas imagens trabalham com a idéia de “aberturas”, entrada de
lugares, cidades sem tempo… são passagens, olhos, frestas, aberturas para outros horizontes, “meios de transporte”. Local de passagem entre dois estados, entre dois mundos, entre conhecido e desconhecido, entre passado e presente. Podem ser entradas ou saídas. Podem ampliar ou reter a visão. As imagens estão à disposição do olhar, as portas e janelas servem para conduzi-lo à outro lugar…
FÊ LUZ: Atuante em diversas linguagens dentro das artes plásticas (poesia, vídeo, intervenção, entre outras), propõe relações entre arte, espaço urbano e cotidiano. Com o segundo prêmio em poesia (2001 e 2002) pelo edital de Letras da FCC (Fundação Catarinense de
Cultura), vem trabalhando com a questão da palavra nas práticas exercidas. Para a coletiva ATALHO, questiona direcionamentos e orientações impostas pelo sistema urbano de sinalizações. Placas, sinais e palavras caminham juntas na organização espacial de uma cidade. Poeticamente essa relação pretende ser refletida com a inserção de imagens em produtos de consumo; neste caso o CHAVEIRO.
O chaveiro abriga as chaves, que por sinal abriga espaços pessoais. Na identificação deste objeto com o usuário, a imagem é colocada como
espaço pessoal aberto à reflexões sobre um cotidiano imposto.
CRICA GADOTTI: Trabalhando com a poética da memória, apresenta partes de obras inéditas, que compõe a série “Antigüidades Ambígüas”. Nesta série, utiliza imagens de objetos antigos, que fazem parte de sua memória e história, seja direta ou indiretamente e, com os quais, mantém uma relação afetiva. Sapatilhas e pés de criança, selos e escritos do avô, fotografias amareladas pela “ação” do tempo… objetos particulares guardados e que agora são re-descobertos e re-inseridos no espaço-tempo. Imagens de múltiplos sentidos que ultrapassam as ambigüidades do antigo e do novo, do temporal e do atemporal.
ALE DELPRÁ: Questiona o proceder da existência humana em diferentes linhas temporais. Para isso, utiliza desde a imagem da primeira forma de escrita, a cuneiforme, passando por outras formas de escrita mais
recentes, com as quais envia uma mensagem de reflexão para as pessoas, até uma das últimas descobertas cientificas, o quarks, o menor elemento que compõe o átomo.
Esta exposição na Galeria de Arte da UFSC é uma realização do DAC – Departamento Artístico Cultural da UFSC, ligado à Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da UFSC. Visite o site www.dac.ufsc.br
SERVIÇO
O QUE? ATALHO 2 – (A)Mostra Coletiva de Arte Contemporânea
QUEM? Ale Delprá, Crica Gadotti, Fê Luz e Lela Martorano
QUANDO: De 03 a 30 dezembro, de 2ª a 6ª das 10 às 18h30. Abertura dia 02, terça-feira, às 20 horas
ONDE: Galeria de Arte da UFSC – prédio do Centro de Convivência
QUANTO? Gratuito, aberto à comunidade.
CONTATO: Galeria: (48) 331-9683