Especialistas discutem desafios do socialismo na América Latina

13/04/2010 14:34

Na manhã desta terça-feira, 13, no auditório da reitoria da UFSC, foram apresentados mais trabalhos referentes ao socialismo na América latina, tema da sexta edição das Jornadas Bolivarianas, realizadas pelo Instituto de Estudos Lationo-Americanos (Iela). As apresentações trataram dos diálogos entre a América Latina e a África; Indigenismo e interculturalidade; Etnicidade, territorialidade e globalização; e o Exército Zapatista da Libertação Nacional (EZLN) no México.

Sob a coordenação de Diógenes Breda, em torno de 50 pessoas, entre estudantes, professores e especialistas, assistiram primeiramente, a partir das 9 horas, a Reinaldo João de Oliveira, Marcos Rogério dos Santos e Joel Fernandes falarem sobre as relações da América latina e a África na perspectiva do socialismo atual. A apresentação tratou mais especificamente dos problemas não resolvidos no Brasil, como a dificuldade de diálogo inter-racial e a formação de uma identidade coletiva.

“Diálogo existia com Che Guevara, importantíssimo na libertação de países da África, especialmente o Congo. Hoje eu pergunto: será que esse diálogo realmente existe?”, questionou Joel Fernandes, de Guiné Bissau, que já havia participado da apresentação do trabalho “A influência socialista no Movimento de Libertação Nacional dos países de língua oficial portuguesa”, na noite de segunda-feira.

O graduando em Direito na UFSC Guilherme Ricken deu seqüência ao evento com a leitura do trabalho “Indigenismo e interculturalidade no Constitucionalismo Bolivariano”. E como que complementando a apresentação de Ricken, tratando da influência do Estado nas nações em que as comunidades indígenas têm se manifestado, a terceira a falar foi a chilena Francisca Fernández Droguetti, com o trabalho “Etnicidad, territorialidad y globalización: los casos de Bolívia, Ecuador y México”.

Por fim, Diego dos Anjos, graduando em história da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Goiás, apresentou uma monografia sobre “Meios e fins na estratégia da EZLN”, onde sugere um possível desgaste, ao longo do tempo, do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) – grupo que visa a combater as opressões sofridas pelos povos indígenas no México. “O desgaste da EZLN será devido ao não planejamento da tomada do poder do Estado.”, disse Diego.

Ao término das conferências, que duraram, no total, cerca de uma hora, um debate entre todos os integrantes da mesa fechou a manhã desta terça. O encontro anual “Jornadas Bolivarianas” segue até quinta-feira, 15.

Por Felipe Costa / Bolsista de Jornalismo na Agecom