ESPECIAL PESQUISA: Trabalho sobre Avaliação de Impacto do Ciclo de Vida é premiado na Suíça

18/09/2007 17:56

A premição pelo Programa Ambiental da ONU

A premição pelo Programa Ambiental da ONU

Ao comprar um pacote de batatas fritas, basta um olhar mais atento para que o consumidor saiba as informações nutricionais do produto. Calorias, gorduras e afins serão consumidas com as devidas advertências – não há como reclamar de falta de aviso. Mas e se essa pessoa não estiver interessada em saber apenas as conseqüências que a batata frita lhe causará individualmente, e sim os impactos ambientais causados por essa pequena gulodice? Bem, para isso a empresa teria que fornecer, na embalagem, os dados resultantes da Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) do produto. Um processo um pouco mais complexo.

A inserção de uma tabela de impactos ambientais em produtos utilizados cotidianamente ainda está um pouco longe de se tornar realidade. Os estudos de Avaliação de Impacto do Ciclo de Vida (AICV), que poderiam responder a esse tipo de questão, ainda precisam ser melhor desenvolvidos e adaptados às mais diversas realidades sócio-econômicas e ambientais.

Um grande passo nessa direção foi dado na UFSC e já começa a apresentar resultados. Danielle Maia de Souza, pesquisadora do CNPq, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental e integrante do Grupo de Pesquisa em ACV da universidade, recebeu duas premiações durante a 3rd International Conference on Life Cycle Management (LCM2007), que aconteceu de 27 a 29 de agosto, em Zurique, na Suíça.

As metodologias utilizadas para medir os impactos ambientais avaliam a produção industrial desde a extração de matéria-prima até sua disposição final. “A ferramenta com a qual trabalho avalia o que obtenho com a transformação da matéria-prima e a utilização de recursos energéticos – além dos resíduos e emissões geradas – em termos de impacto ambiental do tipo: aquecimento global, desgaste do solo, depredação da camada de ozônio, entre outros”, explica Danielle.

O projeto premiado, desenvolvido no último ano, relaciona-se ao tema do doutorado da estudante, orientado pelo professor Sebastião Roberto Soares, e consiste na proposição de um método de AICV específico para o território brasileiro, considerando as particularidades ambientais do país. Para isso, Danielle buscou, na análise e crítica dos métodos existentes, identificar quais elementos podem ser utilizados na construção de uma ferramenta nacional.

O objetivo principal do trabalho é, a princípio, o lançamento de uma estrutura inicial para um método de AICV brasileiro e, futuramente – junto a outras pesquisas na área, já em desenvolvimento em diferentes centros de pesquisa universitários – obter a aplicação direta do método.

O trabalho de Danielle, que teve o apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), foi premiado como um dos três melhores entre aqueles desenvolvidos no último ano, possibilitando dois anos de licença de um software para estudos em ACV. Além disso, uma das duas apresentações orais expostas pela estudante foi ainda escolhida pelos conferencistas como a melhor entre os palestrantes de países emergentes, recebendo um prêmio de € 4 mil para financiamento de pesquisa e participação em outros encontros. O prêmio contemplou os melhores projetos em ACV de instituições de Ensino Superior e pesquisa realizados por países em desenvolvimento.

Mais informações:

Danielle Maia de Souza – danimaiasouza@gmx.net – 48 3721-7754

www.ciclodevida.ufsc.br

Saiba Mais

Leia entrevista com a estudante: http://www.universiabrasil.net/materia/imprimir.jsp?id=14373

Divulgação do prêmio:

http://www.un.org/apps/news/story.asp?NewsID=23619&Cr=unep&Cr1

Por Daniel Ludwich / Bolsista de Jornalismo na Agecom