Professor Mauricio Pereira assume a presidência da Feesc

Maurício: confiança
Pela primeira vez desde a sua criação, em 1966, um membro não oriundo do Centro Tecnológico (CTC) responde pela presidência da Feesc, quebrando um paradigma que o novo presidente encara como um desafio, “um novo olhar” que é facultado pelo ordenamento que passou a vigorar em 2008 em relação às fundações de apoio.
O professor Mauricio Pereira possui graduação, mestrado e doutorado na área da Administração e foi, durante vários anos, chefe do Departamento de Ciências da Administração da UFSC. Jovem, ele entrou na Universidade no final dos anos 90, como estudante, e durante 11 dos 12 anos em que foi docente ocupou cargos de chefia na instituição. “Meu papel é dar gás total a tudo o Feesc faz”, disse a ele, de maneira informal, após o ato de posse. “Não podemos complicar a vida de quem deseja fazer um bom trabalho. Tenho um perfil muito prático, e por isso vou procurar facilitar as ações da fundação”.
Após o recredenciamento da Feesc e da definição do novo regramento jurídico de todas as fundações de apoio na UFSC, a entidade passou a captar outra vez recursos junto a empresas, voltando a executar um grande número de projetos que ajudam no desenvolvimento de Santa Catarina e do país. De acordo com a professora Lúcia Helena Pacheco, que deixa o cargo, já existe a garantia de aporte de R$ 70 milhões em projetos para este ano, volume que pode aumentar no segundo semestre. “Após o retorno da bonança, só faltava uma diretoria efetiva que promovesse a volta definitiva à normalidade e possibilitasse o estabelecimento de uma visão estratégica para a fundação, o que está sendo alcançado agora”, afirmou ela.
Em seu discurso, o novo presidente da Feesc disse que tentará honrar a confiança nele depositada e manter a excelência do trabalho dos que comandaram a fundação desde sua criação, como os professores Caspar Erich Stemmer, Nelson Back, Sérgio Roberto Arruda, Antônio Diomário de Queiroz, Arno Bollmann, Ana Maria Mattos, Ariovaldo Bolzan e Júlio Szeremeta. “Vamos fazer uma ponte com o mercado, uma parceria com empresas e entidades, cumprindo a nossa função”, ressaltou.
O reitor Alvaro Toubes Prata encerrou a solenidade de posse destacando “a juventude, a ambição e o dinamismo” do novo presidente da Feesc e disse que não consegue enxergar a Universidade sem as fundações de apoio. Apesar de não haver clareza absoluta, por parte dos órgãos fiscalizadores, em relação ao papel da Feesc e suas congêneres na instituição, ele disse acreditar que é possível “construir entendimentos” e que “este é um momento extremamente importante, uma linha divisória na atuação das fundações”.
Histórico – A Fundação de Ensino e Engenharia de Santa Catarina é uma instituição sem fins lucrativos credenciada no Ministério da Educação para o apoio às atividades de ensino, pesquisa e extensão da UFSC. Atua no gerenciamento de projetos de pesquisa e inovação tecnológica, intermediando a parceria entre a universidade e entidades públicas e privadas. Além disso, desenvolve projetos próprios na área de tecnologia da informação e oferece suporte institucional a projetos de cunho social.
A Feesc foi criada por meio de uma parceria entre a Universidade Federal de Santa Catarina, as Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) e a Eletrobras. O objetivo da parceria era viabilizar a implantação do curso de Engenharia Elétrica na UFSC, formando profissionais qualificados para atender as demandas do setor produtivo catarinense. Até meados da década de 1970, a Fundação voltou-se à viabilização dos cursos de graduação e pós-graduação do Centro Tecnológico da UFSC, captando recursos para a contratação de professores e a implantação de laboratórios. Desde o princípio, contudo, a idéia de seus criadores era fazer com que a instituição servisse de ponte entre a sociedade e a UFSC, por meio do gerenciamento de projetos cooperativos a serem executados por pesquisadores da universidade e entidades públicas e privadas.
Além dos benefícios ao desenvolvimento regional, a Feesc buscou captar recursos para a expansão do Centro Tecnológico e a capacitação dos professores, o que, conseqüentemente, ampliou as competências da própria instituição. A aproximação entre a universidade e o setor produtivo começou a consolidar-se somente no início da década de 1980, quando os primeiros convênios com grandes empresas, como Embraco, Weg e Eletrosul foram firmados.
Nos anos seguintes, por meio de projetos e convênios gerenciados pela Feesc, as empresas encontraram nos laboratórios da UFSC a solução para muitos de seus problemas produtivos. Dessa forma, a Fundação tornou-se um agente importante para a geração e a transferência de conhecimento, contribuindo de forma decisiva para o desenvolvimento científico e tecnológico de Santa Catarina e do Brasil.
Por Paulo Clóvis Schmitz/jornalista na Agecom
Foto: José Antônio de Souza