UFSC na mídia: ‘The New York Times’ destaca estudo sobre enchentes no Rio Grande do Sul
Um grupo de pesquisadores do Brasil, Reino Unido, Estados Unidos e Holanda publicou na segunda-feira, 3 de junho, um relatório que aponta a associação entre as mudanças climáticas e as falhas de infraestrutura como causadoras das enchentes ocorridas no Rio Grande do Sul no último mês. A professora Regina Rodrigues, do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi uma das autoras da colaboração internacional produzida pelo World Weather Attribuition.
A análise foi tema de reportagem veiculada pelo jornal estadunidense The New York Times, intitulada Estudo revela que inundações mortais no Brasil foram agravadas pelas mudanças climáticas (em inglês: Deadly floods in Brazil were worsened by climate change, study finds). O texto destaca o número de mortos e o deslocamento de mais de meio milhão de pessoas de suas casas devido às inundações.
O estado brasileiro registrou em apenas duas semanas um volume de chuvas equivalente a três meses nessa época do ano. “À medida que o planeta esquenta, as áreas de alta pressão atmosférica que geralmente se formam sobre a costa atlântica da América do Sul estão ficando maiores e mais duradouras. Isso empurra mais água, na forma de vapor, em direção ao sul do Brasil, onde pode cair como chuva”, traz a reportagem.
Os cientistas afirmam que esses eventos, considerados raros antes das grandes emissões de gases de efeito estufa, deverão se tornar mais frequentes. “Embora enchentes significativas tenham ocorrido no estado do Rio Grande do Sul no passado, elas estão se tornando cada vez mais fortes e generalizadas”, declara a professora Regina.
Para conduzir a análise, os pesquisadores consultaram registros históricos de chuva no Rio Grande do Sul. Eles usaram modelos climáticos para estimar como a probabilidade desses eventos evoluiu com o tempo e concluíram que as enchentes vivenciadas este ano no sul do Brasil são aproximadamente duas vezes mais prováveis de acontecer em decorrência do aquecimento global induzido pelo homem.
O estudo aponta ainda outro fator por trás do fenômeno: o El Niño, o padrão climático cíclico no Pacífico. O El Niño tende a causar grandes áreas de alta pressão atmosférica sobre a parte central do Brasil. Esses sistemas de pressão empurram o ar mais úmido dos trópicos para o sul, levando a fortes chuvas no sul do Brasil, Uruguai e norte da Argentina.
> Acesse a reportagem completa no The New York Times (em inglês)