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Jardim fica no Campus de Florianópolis, próximo ao Centro de Ciências Jurídicas (CCJ). Foto: Mateus Mendonça/Agecom/UFSC

A Administração Central da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a direção do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ) inauguraram na sexta-feira, 15 de dezembro, o Jardim Cancellier, um espaço próximo ao centro de ensino onde o ex-reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo, que morreu em 2017, passou a maior parte de sua vida acadêmica. O jardim fica localizado entre o Centro Socioeconômico (CSE) e o CCJ, no Campus de Florianópolis, no bairro Trindade. 

A cerimônia de inauguração, dirigida pela professora Eliane Debus, secretária de Cultura, Arte e Esportes da UFSC, teve início às 14h. O reitor Irineu Manoel de Souza, em nome da Universidade, prestou homenagem e agradeceu a todos os envolvidos na criação do jardim. Durante seu discurso, Irineu reforçou que a prisão de Cancellier foi um ato arbitrário, uma ação violenta que ficará marcada na história da Universidade. “Temos certeza que a Universidade e a família de Cancellier terão a sua imagem restabelecida. Cau presente!”.

O professor de direito José Isaac Pilati, ex-diretor do CCJ, também homenageou Cancellier. Pilati destacou durante seu discurso que o jardim não representa vingança ou interesse político. Ele lembrou a simplicidade e os valores de Cancellier e ressaltou que ele não buscava riqueza ou ostentação. 

Pilati encerrou sua fala fazendo dois pedidos: o primeiro foi direcionado a todos que passarem pela UFSC, que o espaço não seja contaminado por sentimentos conflitantes. Em seguida, pediu que como parte da programação do centenário do curso de Direito da UFSC, que ocorre em 2032: “faça-se o traslado dos restos mortais de Cancellier para o jardim, como forma de revogar a proibição de sua presença na Universidade”. Representando a família, Acioli Olivo Cancellier, irmão de Cancellier, afirmou: “essa praça será o símbolo da universidade tolerante, diversa e inclusiva.” 

Cancellier morreu em 2017. Foto: Mateus Mendonça/Agecom/UFSC

Após inauguração do jardim, duas obras de artes restauradas foram entregues à comunidade

Em seguida, a cerimônia contou com a apresentação de duas esculturas restauradas no campus – atividade que fez parte das comemorações pelo aniversário de 63 anos da UFSC. A primeira escultura, a obra O Guardião, fica nos jardins da Biblioteca Central da UFSC, da artista Elke Hering. Produzida em 1988, a escultura representa uma figura humana sentada com um grande quadrado vazado no centro, ligada à ideia de um plano transcendente, sobre-humano e traz no seu nome a referência de um ser superior em distintas tradições místicas. 

No descerramento da obra, esteve presente a neta de Elke, Luiza Hering Bell de Otero, representando a família. “É um privilégio para mim que as obras dela estejam aqui na UFSC e espero que os alunos também sintam esse privilégio. Possuem um valor histórico enorme para as artes plásticas catarinenses”, destacou Luiza.

Novos letreiros do Centro de Cultura e Eventos. Foto: Salvador Gomes/Agecom/UFSC

A segunda obra restaurada foi Dama das Águas, do artista Caio Borges, localizada junto ao Laguinho da UFSC. Segundo o autor, a obra representa uma figura “meio anjo, meio mulher, insinuando uma certa sensualidade.” O reitor Irineu destacou que a restauração das obras é importante pois “a Universidade é um espaço de produção de ciência e de arte”.

Como parte da programação do aniversário de 63 anos da Universidade, outra homenagem ao professor Cancellier foi prestada. O Centro de Cultura e Eventos da UFSC, que leva o nome do ex-reitor desde o final de 2017, recebeu também nesta semana, novos letreiros, com o nome de Cancellier.