UFSC e MCTI apresentam equipamentos para fabricar alimentos em pó

15/12/2022 08:47

Unidade demonstrativa foi inaugurada no Campus Trindade, em Florianópolis. Foto: MCTI/Divulgação

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) inaugurou nesta quarta-feira, 14 de dezembro, a unidade demonstrativa do projeto Cadeias Produtivas do Açaí e Cupuaçu: Fábrica Sustentável de Alimentos em Pó em Pequena Escala. A planta está instalada no Laboratório de Propriedades Físicas dos Alimentos da Universidade Federal de Santa Catarina (PROFI/UFSC), no Campus Universitário Trindade, em Florianópolis. A unidade demonstrativa será utilizada para aperfeiçoamento do maquinário que irá beneficiar famílias de pequenos produtores de açaí e cupuaçu na região amazônica.

O MCTI investiu R$ 2,2 milhões na nova tecnologia que pretende ser uma solução para melhorar o aproveitamento de produtos das cadeias produtivas da bioeconomia. A ideia é que, com os novos equipamentos, as comunidades possam ter acesso a novos mercados e agreguem valor ao produto. A unidade demonstrativa na UFSC será utilizada para aperfeiçoamento do maquinário, desenvolvimento de protocolos e realização de capacitações das unidades de processamento, cujas obras têm previsão de se encerrar até o fim deste ano.

O processamento para obtenção de polpa em pó possibilita o desenvolvimento de novos produtos alimentares, cosméticos e farmacológicos, e apoia o desenvolvimento sustentável das comunidades produtoras e extrativistas da região amazônica – que devem receber as primeiras unidades de processamento.

“Esses equipamentos são mais um resultado da produção científica e tecnológica da UFSC que beneficiará famílias produtoras brasileiras, contribuindo para o desenvolvimento social que é um dos objetivos de nossa instituição”, comenta o reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza.

As máquinas utilizam energias renováveis, como fotovoltaica, solar e bioenergia, e parte dos resíduos do processamento, como o caroço do açaí, como fonte energética. Inicialmente, serão implementadas duas unidades de processamento na região amazônica. Uma está localizada em Portel, na Ilha do Marajó (PA), e será utilizada pela Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas da Comunidade de Santo Ezequiel Moreno (ATAA). A segunda unidade está localizada em Tabatinga (AM), que atenderá a Associação de Mulheres da Etnia Tikuna de Belém dos Solimões (Associação MAPANA).

Projeto poderá ser replicado em outras regiões, diz MCTI

“A bioeconomia é uma frente promissora e importante para o Brasil. Esse desidratador vai agregar valor ao açaí e ao cupuaçu, que são a principal fonte de renda de muitas comunidades da Amazônia. Esse projeto piloto poderá ser replicado para todas as regiões do país”, afirma o secretário de Pesquisa e Formação Científica do MCTI, Marcelo Morales.

A máquina, tecnicamente chamada de desidratador de polpa na forma de películas, é alimentada com a polpa da fruta que passa por esteira e recebe calor, que pode chegar a 90 °C. Assim, a água presente na polpa evapora. Em 30 minutos, o produto final desse processo é uma fina lâmina ou flocos, que apresentam apenas 3% de umidade. Isso reduz o volume ocupado pelo produto, facilitando o transporte, sem eliminar nutrientes da fruta.

A máquina foi projetada para processar 300 kg de polpa por dia, considerando um turno de oito horas de trabalho. Para se ter um comparativo, se essa mesma quantidade de açaí passasse pelo processo de liofilização, o tempo seria de até 18 horas.

Com informações do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

Tags: MCTIPolpa de frutatecnologiaUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina