Reportagens da UFSC conquistam primeiro lugar no prêmio de jornalismo científico da Fapesc

15/12/2022 12:15

Da esquerda para a direita, o jornalista Maykon Oliveira, o diretor da Agecom, Ricardo Torres, e os estagiários e estudantes de Jornalismo Matheus Alves, Leticia Schlemper e Carolina Monteiro celebram a premiação. Foto: Camila Collato/Agecom/UFSC

Reportagens produzidas pela Agência de Comunicação (Agecom) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) venceram duas categorias do 2° Prêmio de Jornalismo em Ciência, Tecnologia e Inovação, da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc). Na categoria Acadêmico, os estagiários da Agecom Carolina Monteiro, Leticia Schlemper e Matheus Alves ocuparam a primeira colocação com a reportagem Biodiversidade catarinense: É possível equilibrar a utilização dos recursos naturais e a preservação da natureza? Já na categoria Institucional, o jornalista Maykon Oliveira foi o primeiro colocado com a reportagem Tainha de laboratório: UFSC é pioneira na reprodução de espécie em cativeiroOs resultados foram divulgados nesta quinta-feira, 15 de dezembro, a partir das 10h, de forma remota, por meio do Instagram da Fapesc.

O prêmio tem abrangência estadual e é dividido em seis categorias – Texto, Foto, Vídeo, Áudio, Acadêmico e Institucional – e tem como objetivo reconhecer as contribuições dos profissionais de comunicação de Santa Catarina que produzem materiais jornalísticos sobre ciência, tecnologia e inovação. O primeiro, segundo e terceiro colocados em cada uma das categorias receberão certificados, troféus e premiação financeira. Foram aceitas reportagens jornalísticas publicadas em jornais, revistas e portais de notícias com circulação em Santa Catarina, independentemente da periodicidade.

Na primeira edição do prêmio, em 2021, Luana Consoli, estagiária da Agecom, foi finalista na categoria Internet e vencedora na região da Grande Florianópolis pela reportagem-perfil Inclusão, diversidade e inovação: conheça o Física Preta e sua idealizadora, pesquisadora da UFSC. 

Categoria Acadêmica 

A matéria Biodiversidade catarinense: É possível equilibrar a utilização dos recursos naturais e a preservação da natureza? foi elaborada em três semanas de muita pesquisa, apuração, entrevistas e escrita. Em clima de festa, a equipe comemorou a vitória ao saber dos vencedores, na quinta-feira pela manhã.  Além dos estagiários de jornalismo da Agecom, o projeto contou também com a participação de toda equipe, desde a ideia da pauta até a diagramação e design da reportagem. A coordenação ficou a cargo de Ricardo Torres, diretor da Agecom. O texto é de Carolina Monteiro, Letícia Schlemper e Matheus Alves. A revisão foi feita por Luís Carlos Ferrari. A identidade visual é de Henrique Almeida e Miguel A. Siqueira. Os vídeos foram produzidos por Rafaella Whitaker e a fotografia por João Eduardo Cardoso Pinheiro, Matheus Alves e Rafaella Whitaker.

A reportagem trata da biodiversidade, ou diversidade biológica, que está relacionada às riquezas naturais. No estado de Santa Catarina,  ela está ameaçada pela destruição de habitats, sobre exploração dos recursos naturais, invasão por espécies exóticas, além das mudanças no clima. Em meio a um cenário de perda de biodiversidade e serviços ecossistêmicos, formas de preservação e mitigação de danos aos ecossistemas tornaram-se uma necessidade. Animais, plantas, fungos e microrganismos fornecem alimentos, medicamentos e subsídios indispensáveis para a sobrevivência da humanidade.

Diante desse cenário, as pesquisas científicas têm papel crucial. O Programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração (PELD) – Biodiversidade de Santa Catarina liderado por pesquisadores da UFSC faz parte de uma rede nacional de pesquisas e é apoiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc). E foi a partir desta pesquisa que surgiu a ideia de realizar um grande reportagem de divulgação científica contando mais detalhes sobre a pesquisa.

Categoria Institucional 

A reportagem Tainha de laboratório: UFSC é pioneira na reprodução de espécie em cativeiro tem como tema uma pesquisa pioneira desenvolvida pela UFSC, primeira instituição do mundo a conseguir reproduzir todo o ciclo de vida da espécie Mugil liza em cativeiro. O projeto teve início em 2014, quando 14 exemplares adultos selvagens (quatro fêmeas e dez machos) foram capturados em Laguna, no Sul do estado, e transportados para o Laboratório de Piscicultura Marinha (Lapmar), instalado na Estação de Maricultura Professor Elpídio Beltrame (EMEB), na Barra da Lagoa, em Florianópolis. Somente no fim de 2019, alguns meses antes da pandemia, a experiência foi consumada com exemplares da primeira geração nascida em cativeiro, chamada F1.

Além de imagens em alta resolução que mostram todas as fases microscópicas de desenvolvimento do peixe, a reportagem resgatou a história do Lapmar e as suas primeiras pesquisas. Detalhou a estrutura e funcionamento do setor, os princiais estudos em andamento e as parcerias com entidades privadas e outras instituições públicas na pesquisa científica. O texto ainda explicou como ocorre a safra da tainha e sua importância para cultura e gastronomia açorianas. Abordou, por fim, o aspecto comercial e a subexploração deste nicho de mercado, demonstrando o potencial da pesquisa conduzida pela UFSC.

Segundo o autor da matéria, o jornalista Maykon Oliveira, foram cerca de quatro semanas para a preparação do conteúdo, sendo duas semanas para produção e entrevistas e outras duas para redação, edição e finalização. Ao todo, foram nove fontes entrevistadas para a reportagem, entre supervisores, professores, pesquisadores, estudantes, historiadores e parceiros do Laboratório.

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