Covid-19 mudou o ensino de idiomas dos Cursos Extracurriculares de Línguas Estrangeiras da UFSC

23/02/2021 17:53

A pandemia de Covid-19 no ano de 2020, com a consequente necessidade de isolamento social, mudou rotinas, alterou processos, exigiu adaptações à nova realidade. O projeto de oferta de Cursos Extracurriculares de Línguas Estrangeiras (Cele) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foi interrompido em março, mas em junho do ano passado já estava de volta – e com uma grande novidade, talvez a maior em seus 30 anos de existência: aulas a distância. O que era apenas presencial, virou remoto e de forma definitiva. E em 2021, quando o novo coronavírus permitir, os dois sistemas serão oferecidos à comunidade: on-line e com presença física.

“A pandemia da Covid nos possibilitou o ingresso a uma nova forma de ensinar um idioma de línguas estrangeiras nos cursos extracurriculares através do formato on-line. Esse formato, no primeiro momento, demandou um enorme trabalho para colocar em prática o curso a distância num período de três semanas. Foi um grande desafio que foi superado com a colaboração dos docentes do Departamento de Língua e Literatura Estrangeiras (DLLE)”, recorda o professor Gilles Jean Abes, coordenador-geral do projeto, que é realizado pelo DLLE e não tem fins lucrativos. “Paga-se um preço justo e o dinheiro é revertido em bolsas para estudantes, pesquisa e formação de professores”, explica o professor, que conta com a colaboração da professora Adriana Kuerten Dellagnelo na coordenação pedagógica e dos docentes coordenadores do ensino de cada uma das línguas ofertadas, bem como dos servidores técnicos e bolsistas, no andamento do projeto. “A Adriana é coordenadora pedagógica do Extra on-line e trabalhou na criação dessa nova modalidade”, observa Gilles Abbes.

A Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (Fapeu) faz a gestão administrativa e financeira. “A Fapeu tem um papel importante no gerenciamento dos recursos arrecadados e na realização dos pagamentos aos alunos-professores. Com o crescimento do projeto, o suporte administrativo aprimorado, prestado pela Fapeu, oferece tranquilidade e transparência já que gerencia a arrecadação das matrículas e todos os pagamentos, ficando sob a responsabilidade do coordenador do projeto e do DLLE unicamente a parte pedagógica”, relata o professor Gilles.

1970

Os Cursos Extracurriculares de Línguas Estrangeiras surgiram em 1970 como resultado do esforço e da iniciativa dos professores do Departamento de Língua e Literatura Estrangeiras da UFSC, que, ao iniciarem o projeto de implementação da pós-graduação em Letras-Inglês, tiveram a ideia de criar um curso de idiomas com dois principais propósitos: oferecer à comunidade cursos de línguas estrangeiras de bom nível a um preço módico e oportunizar bolsas aos alunos da pós-graduação do curso de mestrado em Língua Inglesa. “De lá para cá, foi se desenvolvendo e ampliando a oferta de outros idiomas”, diz o atual coordenador do projeto.

Ao longo de cinco décadas, mais de 52 mil pessoas foram atendidas. A cada semestre geralmente são em torno de 3 mil alunos, e aproximadamente 200 alunos bolsistas. A coordenação administrativa e pedagógica é feita por 25 professores da UFSC. O corpo docente é constituído por alunos de programas de pós-graduação em Inglês (PPGI), em Linguística (PGL), em Literatura (PGLit) e em Estudos da Tradução (PGET) da UFSC. Hoje são oferecidos os cursos de alemão, espanhol, francês, inglês, italiano, japonês e português para estrangeiros nas modalidades presenciais e on-line. No presencial ainda há oferta da língua chinesa; e no remoto, o inglês para leitura. Os cursos a distância começaram em junho deste ano. “A modalidade on-line foi pensada para estreitar as relações em tempos de distanciamento social, com a proposta de um movimento de ensino e aprendizagem a distância. O aliado que surge para essa aproximação é a tecnologia, sem a qual estaríamos todos ainda mais isolados”, observa o professor Gilles. “Com a internet, qualquer pessoa, de qualquer lugar, poderia então ter aulas de línguas estrangeiras com a mesma qualidade da modalidade presencial, gerenciando seu acesso ao conteúdo e às atividades em função de sua disponibilidade, tendo mais liberdade para estudar”, acrescenta.

Mais procurados

Os cursos mais procurados no projeto são os de inglês, especialmente, e de francês, mas nos últimos anos têm crescido o interesse pelos idiomas japonês e chinês, constata o coordenador-geral dos cursos. Os cursos têm duração de um semestre com aulas duas vezes por semana.

Ao final, o aluno ganha um certificado como participante de um projeto de extensão com carga horária de 60 horas-aulas. Os cursos são abertos à comunidade, e os valores da matrícula variam conforme o perfil do aluno, inclusive com possiblidade de isenção.

A pandemia veio para mudar os cursos extracurriculares de línguas estrangeiras. E dominar um idioma estrangeiro também pode mudar sua vida. Mais informações sobre os cursos (datas, valores etc.) podem ser acessados no site www.cursosextra.com

 

Esta reportagem integra a 12ª edição da Revista da Fapeu.

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