UFSC terá diplomas digitais para alunos de graduação em 2020
As formaturas de graduação de 2020 da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) já terão diplomas digitais. O Ministério da Educação (MEC) anunciou na terça-feira, 10 de dezembro, que universidades e instituições de ensino superior já podem utilizar essa nova modalidade de emissão de diplomas de graduação. O professor Jean Martina, que supervisionou o projeto-piloto do MEC na UFSC, informou que a Universidade tem todas as condições para emitir os diplomas, mas dependia da regulação. “Estamos trabalhando para que nas formaturas 2020.1 seja entregue aos formandos o diploma digital”, explica o pró-reitor de Graduação da UFSC, Alexandre Marino Costa.
O novo formato deve estar disponível para 8,3 milhões de estudantes brasileiros que estão em fase de graduação e que serão beneficiados pela primeira fase de implantação do diploma digital. O projeto-piloto foi realizado na UFSC e conseguiu reduzir o tempo de emissão de um diploma devidamente autenticado e assinado digitalmente pelo ministério para 15 dias – prazo 84% menor que os 90 dias estipulados pela maioria das instituições de ensino superior do Brasil.
Os custos para a emissão do diploma digital também são positivos. A medida deve economizar R$ 48 milhões ao ano para as instituições que emitem o papel. Jean Martina, que supervisionou o projeto-piloto na UFSC, explicou que os custos logísticos serão reduzidos drasticamente. “O preço de emissão de um diploma digital físico é de R$ 390,26. A versão digital custará pouco mais de R$ 85. O principal ganho é que vamos desmaterializar o papel e criar uma versão eletrônica, que estará disponível em qualquer celular”.
Garantia
A versão digital dos diplomas também será uma garantia de autenticidade, pois qualquer pessoa poderá consultar a base de registros digitais disponibilizada pelo MEC, que validará as informações consultadas pelos aplicativos de celular ou pela internet. “O diploma [digital] visa garantir simplificação. O processo [de validação do diploma] é muito moroso. O processo mais simples pode demorar até 120 dias, e muitas vezes os prazos não são sequer respeitados. Temos que garantir a desburocratização e, acima de tudo, garantir segurança para combater diplomas irregulares e falsos”, disse o secretário de Educação Superior, Arnaldo Barbosa Júnior.
De acordo com Barbosa Júnior, a medida visa reduzir os custos de emissão do certificado e agilizar a empregabilidade de jovens graduados. “Quando a pessoa se forma no nível superior, o nível de empregabilidade se torna muito elevado. Isso é fruto das oportunidades que estamos criando, é mais um serviço de transformação digital. E vamos corrigir um erro histórico: ficamos muito distantes dos alunos. Mas, cada vez mais, queremos nos aproximar e construir um novo mundo. Um mundo de educação de qualidade”, disse o secretário.
Adaptação
As instituições terão dois anos – até dezembro de 2021 – para fazer a transição completa para o modelo de diploma digital. Isso significa que o aluno deverá ter acesso a uma versão normatizada e padronizada do diploma, que poderá ser acessada a qualquer momento por meio do site ou de aplicativos de celular. A medida não afetará o estilo visual dos diplomas. A validação será por meio de um código QR no verso dos documentos.
Ex-alunos que concluíram o ensino superior antes da medida também poderão solicitar a versão digital do diploma. Esta, entretanto, seguirá as regras de emissão da 2ª via do documento, com o pagamento das taxas preestabelecidas pelas instituições.
Pós-graduação
Segundo o secretário Barbosa Júnior, por enquanto a nova tecnologia não será aplicada para cursos de pós-graduação, mestrados e doutorados. Jean Martina foi abordado por representantes da CAPES interessados em estender o sistema de diploma digital para esses cursos. Para que isso ocorra, é necessária uma regulamentação do governo federal.
Com informações da Agência Brasil