Pesquisadores divulgam dados sobre vitimização e sentimento de insegurança na UFSC
Os pesquisadores Gabriela Cardoso, Felipe Monteiro e Denis Berté, do Núcleo Interdisciplinar de Políticas Públicas (NIPP) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), revelaram os resultados de pesquisa sobre vitimização e sentimento de insegurança em alunos da universidade, durante o “Seminário Internacional Pesquisas de Vitimização e Sentimento de Insegurança”. A palestra ocorreu na tarde desta sexta, 18 de maio, no auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) e foi coordenada pelo sociólogo Riccardo Valente, da Universidade de Barcelona.
Com dados coletados de 377 alunos da UFSC no segundo semestre de 2016, por meio de um formulário on-line com mais de 100 perguntas, a apresentação do trabalho foi dividida em duas etapas: Felipe Monteiro levantou números quanto à pesquisa quantitativa, seguido de Gabriela Cardoso, que apresentou informações da pesquisa qualitativa. Após a divulgação, houve espaço para debate.
Riccardo Valente, Gabriela Cardoso e Felipe Monteiro. Fotos: Henrique Almeira /Agecom/UFSC
Os dados quantitativos estavam divididos em respostas à perguntas subjetivas e objetivas. Nas subjetivas, foi constatado que 57% dos estudantes sentiram um aumento na violência na cidade nos últimos anos. Sobre o campus, 84% dos entrevistados disseram se sentir inseguros ao andar à noite pelas áreas da universidade, temendo principalmente assaltos e roubos. Outro dado de destaque também apontou que, de uma escala de 1 a 10, sobre o quanto a insegurança interfere na qualidade de vida dos entrevistados, 49% responderam com números entre 6 e 8. Nas perguntas objetivas, 96% de quem revelou já ter sofrido algum tipo de violência disse não ter prestado queixa à polícia. Por fim, outro dado alarmante mostrou que os casos de agressões físicas e verbais ocorrem 159% com mais frequência em estudantes que não são heterossexuais.
Os dados qualitativos apontaram as maiores queixas dos universitários, com destaque para a reclamação de falta de iluminação em diversas áreas do campus, como estacionamento e pontos de ônibus. Entre as exigências, foi solicitado mais presença de seguranças no período noturno, bem como mais treinamento aos profissionais do setor.
Alan Christian /estagiário de Jornalismo da Agecom/UFSC
