Dia do Servidor Público: homenagem a Paulo Márcio Ávila, 46 anos na Imprensa Universitária

27/10/2016 14:59

Todo dia ele chega no prédio da Imprensa Universitária (IU) de manhã, às 6h30. Mantém uma rotina de 46 anos e lembra-se, sem hesitar, da data que começou a trabalhar na Universidade: 15 de junho de 1970. Ele é Paulo Márcio Ávila, que exerce o seu ofício não por obrigação, mas por carinho.

Paulo é empossado diretor da Imprensa Universitária pelo reitor Luiz Carlos Cancellier. Foto: IU

Paulo é empossado diretor da Imprensa Universitária pelo reitor Luiz Carlos Cancellier. Foto: IU

Um dos órgãos mais antigos da UFSC, a Imprensa, ou a Gráfica, como é conhecida por muitos, confunde-se com a história de Paulo e da própria instituição. A necessidade de um setor gráfico já existia desde 1962, quando a Universidade foi fundada na rua Bocaiúva, região central de Florianópolis, onde hoje é a Brigada de Infantaria Motorizada do Exército.

Já na gestão do primeiro reitor da UFSC, João David Ferreira Lima, concluiu-se, em 24 de janeiro de 1965, a obra de 330 metros quadrados para abrigar os serviços de tipografia, impressão e encadernação, bem como a edição de livros didáticos, técnicos e científicos, teses, trabalhos de pesquisa, além de boletins informativos e publicações de divulgação.

Sempre envolvido com a parte operacional, Paulo adquiriu conhecimentos técnicos, mas nunca deixou de lado a história do setor. Ainda se lembra de Teodoro Rogério Vahl, que foi diretor da IU quando o prédio da Reitoria era no Centro.

Tinha a escolha de se aposentar há 11 anos, mas por vontade própria permaneceu no trabalho. E terá, nesses últimos anos, um novo desafio, o de dirigir um lugar em que está há quase meio século, um lugar que conhece tão bem como a si mesmo.

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Com 51 anos, a Imprensa Universitária é um dos órgãos mais antigos da UFSC. Foto: IU

“A imprensa é um setor industrial dentro da UFSC, existe uma linha de produção. Só da Editora estamos com dez livros, que faremos desde a pré-impressão ao acabamento”, explica, e faz planos para um futuro próximo quando pretende deixar sua assinatura, pois sonha em adquirir um maquinário que faça de uma única vez as quatro cores, para otimizar as impressões.

Antes de falar de sua trajetória, Paulo, como de costume, estava no parque gráfico, em um serviço em uma máquina offset. É onde gosta de estar e às vezes é chamado para assinar um documento, passar uma informação, atender alguém, momentos que se dedica à parte administrativa. Esse é o seu jeito, que também se destaca, segundo os colegas de trabalho, pela simplicidade e humildade.

Paulo, que ocupa o cargo de montador cinematográfico, já foi linotipista e montador de filme. A direção não fazia parte dos seus planos. A equipe o indicou não só pela competência técnica, mas pela capacidade de estar na produção e na gestão, a forma como trata as pessoas, que conduz as decisões, que delega e descentraliza as atividades.

Ele acredita que entrar na era digital é o caminho e que conheceu o melhor dos dois mundos, já que trabalhou em um período de forma artesanal. “Hoje já começamos a receber serviços por rede”, complementa. Porém, quando se trata em qualidade, a Imprensa é uma das poucas gráficas que ainda costura o livro, o que torna o material muito mais resistente e duradouro.

Uma curiosidade: a máquina mais antiga da gráfica possui 44 anos. Todos os equipamentos, inclusive a Linotipo, ainda são usadas e não dão manutenção alguma.

Rosiani Bion de Almeida/Agecom/UFSC

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