Intervenção alimentar durante tratamento do câncer de mama pode diminuir o retorno da doença

16/10/2012 08:06

A mestranda Cecília Cesa, integrante do Grupo de Estudos em Nutrição e Estresse Oxidativo (GENEO) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) sugeriu uma alimentação saudável para mulheres com câncer de mama e concluiu que a mudança de hábito alimentar durante o tratamento manteve o peso corporal e contribuiu para manter as defesas antioxidantes do organismo através dos alimentos. Conforme orientação do documento “Alimentos, Nutrição, Atividade Física e Prevenção de Câncer: uma perspectiva global”, ao longo de um ano, as pacientes foram estimuladas a consumir no mínimo 400 gramas por dia de frutas, legumes e verduras e reduzir o consumo de carnes vermelhas ou processadas para no máximo 500 gramas por semana. Pesquisas apontam que mulheres em tratamento para o câncer de mama alteram seu consumo alimentar e estão suscetíveis a ganho de peso e aumento de oxidantes no organismo, fatores que, em excesso, podem contribuir para o retorno da doença.

As pacientes também foram convidadas a participar de uma aula de culinária e duas palestras para reforçar os objetivos da pesquisa. Quando não podiam comparecer aos encontros presenciais recebiam os materiais em sua residência, assim como orientações por 12 meses, via correspondência, em forma de folders ilustrados, sobre variados temas ligados à alimentação, atividade física, psicologia e cuidados no tratamento do câncer de mama. Além disso, a cada 15 dias os pesquisadores telefonavam às pacientes para acompanhar os efeitos da intervenção alimentar.

Após um ano, os resultados demonstraram que o grupo que recebeu a intervenção nutricional, chamado Grupo Intervenção, aumentou em 50% o consumo de frutas, legumes e verduras e reduziu em 60% o de carnes vermelhas ou processadas em relação ao Grupo Comparação que não recebeu o acompanhamento nutricional. O antioxidante glutationa reduzida, produzido pelo corpo humano, aumentou em 30% no Grupo de Intervenção. Com relação ao peso corporal, o Grupo Intervenção não alterou o peso, enquanto o Grupo Comparação ganhou peso de forma significativa.

A pesquisa  foi sob orientação da professora Patricia Faria Di Pietro, do Programa de Pós-Graduação em Nutrição (PPGN) da UFSC.

O câncer de mama é classificado como a causa mais frequente de morte por câncer em mulheres no mundo e também no Brasil, onde é o segundo câncer mais incidente na população feminina – atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Apesar de ser considerado um câncer de relativo bom prognóstico, as taxas de mortalidade continuam elevadas no Brasil. A mortalidade média após cinco anos em países em desenvolvimento, como o Brasil, fica em torno de 40%.

Mais informações com Cecília Cesa: cissacesa@gmail.com.

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