Tese resulta em calorímetro para determinar influência de janelas no conforto das construções
Em regiões de clima quente como o Brasil, o ganho de calor solar através das aberturas é um dos principais responsáveis pelo aumento da temperatura no interior da edificação. A preocupação com a eficiência energética e o impacto no uso de energia que as janelas e aberturas causam levou o engenheiro Deivis Luis Marinoski a projetar e construir em sua tese um calorímetro. Esse equipamento é usado para determinar o Fator Solar de vidros e janelas em condições reais de utilização.
O Fator Solar é usado quando os procedimentos matemáticos não descrevem de maneira satisfatória o fenômeno da passagem da radiação pela abertura, como no caso de vidros associados a proteções solares ou novos produtos. É um índice adotado internacionalmente, como parâmetro de comparação entre estruturas de fechamento. Tem um valor que varia de 0 a 1 e representa a fração da energia solar que é transmitida diretamente, mais a parcela absorvida pela janela e posteriormente reemitida para o interior da construção.
A pesquisa que resultou na construção do equipamento é uma das vencedoras do prêmio Capes de Teses 2011. O estudo foi desenvolvido por Marinoski, no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil (PPGEC) da UFSC, com orientação do professor Roberto Lamberts e coorientação de Saulo Güths. O projeto gerenciado pela Fundação de Ensino e Engenharia de Santa Catarina (Feesc) teve financiamento do CNPq, Capes e Furnas Centrais Elétricas S.A., uma subsidiária da Eletrobras vinculada ao Ministério de Minas e Energia.
Escolhas mais adequadas
Como componentes com menores valores de Fator Solar reduzem o ganho de calor, os resultados do trabalho podem ser utilizados para avaliar as aberturas e aumentar a eficiência energética das edificações, orientando escolhas mais adequadas.
Em sua tese o engenheiro destaca que no Brasil, de uma maneira geral, a preocupação com o impacto no consumo de energia que as aberturas causam ainda é incipiente. As normas voltadas para o setor são, em sua maioria, relacionadas a aspectos construtivos das janelas. Praticamente inexistem normas nacionais relacionadas à eficiência energética de janelas.
No entanto, em 2007 o Ministério de Minas e Energia, por meio da Eletrobrás/Procel, diniciou um processo de regulamentação, voluntária, para etiquetagem de níveis de eficiência energética. “Dentro desta regulamentação, o conhecimento das propriedades das janelas e seus componentes passa a ser essencial para a avaliação global da eficiência energética dos edifícios”, considera Marinoski, pesquisador do Laboratório de Eficiência Energética em Edificações (LabEEE), ligado ao Departamento de Engenharia Civil).
Segundo ele, o objetivo é gerar suporte a partir de um equipamento nacional para análise de desempenho de janelas, permitindo às empresas contratar testes em laboratório para avaliar seus produtos. No Brasil, a Universidade Federal de Santa Catarina – por meio do Laboratório de Eficiência Energética em Edificações (ligado ao Departamento de Engenharia Civil), do Laboratório de Conforto Ambiental (Departamento de Arquitetura e Urbanismo) e do Laboratório de Meios Porosos e Propriedades Termofísicas (Departamento de Engenharia Mecânica) – há 20 anos direciona esforços para o desenvolvimento de dispositivos experimentais de medição de ganho de calor solar, visando à caracterização de sistemas de aberturas.
Mais informações: Deivis Luis Marinoski /deivis@labeee.ufsc.br / (48) 3721-5184 / (48) 3721-2392
Por Mateus Bandeira Vargas / Estagiário de Jornalismo na Agecom
mateusbandeiravargas@gmail.com
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