Estão abertas as inscrições para as oficinas do Seminário Internacional de Saúde Mental e Cultura

25/06/2007 17:55

Começa nesta quinta-feira, 28 de junho, o Seminário Internacional de Saúde Mental e Cultura e o 7º Encontro Catarinense de Saúde Mental, no Centro de Cultura e Eventos da UFSC. As atividades dos eventos, programadas até 30 de junho, incluem palestras, mesas- redondas, minicursos e oficinas.

Serão oferecidas 14 oficinas no total, divididas em três eixos temáticos: “Cidade, Saúde e Cultura”, “Saúde Mental e Cultura” e “Rede de atenção e cuidados e a cultura da saúde mental”.

No primeiro eixo, estão incluídas três oficinas: “O trabalho enlouquece?” – O ministrante da oficina será o integrante do Movimento em Defesa da Saúde da Classe Trabalhadora (Movida), Cleber Rodrigues de Paula. Serão abordadas questões sobre o sofrimento psíquico oriundo do trabalho, situando-o como fenômeno político e social. A exploração do tema será feita a partir do debate de alguns casos e da experiência dos participantes.

“Plano Diretor de Florianópolis” – O professor da UFSC Elson Manoel Pereira, representante da universidade no processo de construção do plano diretor de Florianópolis, discute a relação entre o plano e a saúde mental. O plano diretor decide as regras para construções e ocupação na cidade, o que influencia diretamente na organização social e na qualidade de vida dos cidadãos. Em Florianópolis, está previsto para entrar em vigor em 2008.

“Saúde e Trabalho: a questão do assédio moral” – Grandes questões envolvendo o assédio moral no mundo serão discutidas pela médica Margarida Barreto, precursora no estudo do assédio moral no Brasil. O assédio moral é considerado um dos maiores problemas para o trabalhador, caracterizado pela exposição dos empregados a situações humilhantes e constrangedoras durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções.

No segundo eixo, estão incluídas cinco oficinas: “A família do paciente em cena: um olhar psicodramático” – A oficina será ministrada pelas psicólogas Katia Trevisan, Márcia Godinho Marques e Vera Lucia Dias.

A partir de depoimentos escritos de participantes e familiares, serão discutidos aspectos relacionados à saúde mental na família do paciente.

“De perto ninguém é normal” – A psicóloga Maria Luiza Santos e a pedagoga Márcia Fiates promovem atividades como a dramatização, método utilizado na área do Psicodrama para o auto-conhecimento.Questões teóricas sobre métodos e técnicas psicodramáticas também serão abordadas.

“Prática de yoga” – A médica homeopata e integrante do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps-ad), Ana Luiza Schumacher, promove atividades simples e práticas, para que os participantes possam avaliar as sensações geradas a partir desses exercícios. Cada participante deve levar colchonete ou manta e roupas confortáveis.

“Cirurgias espíritas e rituais religiosos: opção tradicional de cura?” – Oficina ministrada pelo psiquiatra infantil Michel Boussat, pelo presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria Cultural (ABE) Marcos de Noronha e pelo doutor em Farmácia pela Universidade de Sevilha, Manoel Machuca Neto . Será exibido um filme sobre um famoso curandeiro brasileiro, que realizava cirurgias espíritas, cortando as pessoas com instrumentos, inclusive com serra elétrica. A discussão segue sobre o papel que as religiões desempenham no tratamento de doenças físicas e “doenças da alma”, em diferentes sociedades.

“Comportamento e competências multidimensionais – realização ” – O administrador de empresas Paulo Ricardo Ferreira falará sobre as novas habilidades e competências para o trabalho em organizações e fará uma avaliação sobre a mudança de perfil dos profissionais da saúde.

Já no terceiro eixo, estão incluídas seis oficinas: “Construindo os pilares do acompanhamento terapêutico na psicose” – A psicoterapeuta Cléia Regina Calatto promove uma discussão acerca das possibilidades de intervenção na clínica do acompanhamento terapêutico, quando adotada nos quadros de psicose.

“O usuário de drogas e a readequação dos prazeres como proposta de tratamento em hospital público” – O psiquiatra Ari Bertoldo Sell e o especialista em tratamento e prevenção à dependência química, Edison José Miranda Crítica, abordam a problemática em torno do conceito popular predominante sobre as drogas. Haverá relatos de experiência com moradores de rua, travestis, homossexuais e garotas de programa.

“Atendimento em saúde mental nos hospitais gerais – estratégias e formas de um atendimento humanizado e eficaz frente às dificuldades e acessibilidade no atendimento” – Nessa oficina, a psicóloga Márcia Ramos de Azevedo e a enfermeira e especializanda em saúde mental, Thays Samira Ferrari, verificam as dificuldades dos hospitais gerais no atendimento em saúde mental.

“Estratégias de Promoção de Saúde no Trabalho – Grupos de Mediação” – Andréa Luiza da Silveira, que atua na área de psicologia e engenharia de produção, discute a mediação como estratégia de troca de experiência sobre saúde no ambiente de trabalho.

“Manejo de agressividade no hospital psiquiátrico: servidores e usuários” – o psiquiatra Ricardo Lins, diretor do Hospital Psiquiátrico São Vicente de Paula, localizado em Brasília, analisa casos de violência contra pacientes registrados no hospital. Apresenta também propostas para lidar com o fenômeno.

“Cuidando de quem cuida” – Melissa Piasecki Farah discute sobre a necessidade da preservação da saúde mental de quem cuida de crianças e de adolescentes abrigados. Recomenda-se o uso de roupas confortáveis.

Mais informações no site www.ccs.ufsc.br/spb/saudemental/

Por Ana Carolina Dall`Agnol/ bolsista de jornalismo da Agecom