Revista internacional sobre astronomia será lançada na UFSC

12/04/2006 10:09

A partir deste mês, os aficcionados por astronomia, amadores ou não, conhecerão a versão brasileira de uma das mais importantes revistas do mundo sobre o assunto. Anstronomy Brasil será lançada oficialmente nesta quarta-feira, 12/4, em São Paulo.

Na próxima segunda-feira, 17/4, a publicação será apresentada na UFSC, durante o primeiro encontro do projeto Papo Sobre Ciência, que tem como convidado o editor da revista e também presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Científico, Ulisses Capozzoli.

Na UFSC, o lançamento acontece às 15h, no auditório do Centro de Convivência, e prevê ainda uma palestra de Capozzoli sobre divulgação da ciência.

A Revista

Astronomy Brasil deverá chegar às bancas no dia 22 de abril. Com 84 páginas, a publicação trará a tradução integral, feita por astrônomos brasileiros, da revista americana Astronomy, que circula desde 1973. Dessas 84 páginas, seis serão dedicadas a notícias e artigos produzidos e escritos no Brasil.

Segundo o editor da Astronomy Brasil, Ulisses Capozzoli, a revista visa atender a grande comunidade de astrônomos amadores existente no Brasil, além dos profissionais. O objetivo é sensibilizar a sociedade sobre a importância da astronomia e da ciência em geral.

Essa sensibilização, na interpretação de Capozzoli, tem conseqüências diversas e promissoras. Uma delas está na possibilidade de as pessoas descobrirem que a ciência, em vez de representar um universo fechado, acessível apenas a iniciados, na realidade conta uma história de todos os homens, já que articula um relato para a criação e evolução do Universo e o aparecimento da vida, entre outros fenômenos.

Capozzoli entende que a ciência participa de um processo profundo de “humanização”, à medida que localiza o homem de um ponto de vista cósmico. Outra conseqüência, de natureza prática, na avaliação de Capozzoli, é que uma revista com a alta qualidade técnico-científica de Astronomy Brasil, expressa em linguagem clara e acessível, deve trazer estímulo, ampliação e consolidação da astronomia amadora no Brasil.”

Escolas

Capozzoli também pretende fazer com que a revista chegue às escolas. De acordo com ele, há uma carência no Brasil de informações e material didático sobre astronomia. “A revista pode e deve atender professores e alunos, suprindo essa carência”, diz. “Nossa publicação trará muitas informações sobre cosmologia e ciência planetária. Terá ainda, todos os meses, mapas do céu e calendário de eventos astronômicos, como passagens de cometas, eclipses e outros.”

O editor acredita que a revista vai incrementar o mercado que gira em torno da astronomia, com aumento das vendas de equipamentos, como telescópios binóculos e deve estimular a criação de observatórios astronômicos municipais. Esses observatórios podem tanto auxiliar a rede de ensino regional como atrair turistas, gerando renda e empregos locais.

A tiragem inicial de Astronomy Brasil será de 40 mil exemplares, a maior parte em princípio vendida em banca a R$ 10,90 cada. Aos poucos, no entanto, a intenção é conseguir assinantes em maior número do que os exemplares vendidos em banca, seguindo o exemplo da original. Da tiragem de 150 mil da Astronomy, 85% são destinados a assinantes. A assinatura anual de Astronomy Brasil custa R$ 117,00.

Depois que revista estiver consolidada, a idéia é aumentar o número de páginas para 100, dando mais espaço para a publicação de textos e reportagens feitas no Brasil.

Primeira edição

A história de capa da edição número 1 de Astronomy Brasil trata do choque de buracos negros, uma das mais exóticas criaturas do zoológico cósmico. Buracos negros, sorvedouros cósmicos de que nem a luz escapa, costumam refugiar-se no núcleos galácticos, onde a densidade estelar é maior que nas regiões mais externas.

No caso de choques de buracos negros, o único corpo formado pela fusão do par, costuma ser atirado para fora de sua galáxia original numa viagem sem retorno pelas profundezas do espaço, onde se reúne com outros “buracos negros errantes”.

A edição zero, voltada para divulgação e anúncios, traz como matéria de capa viagens no tempo, um tema que pode trocar a ficção científica pela sólida realidade. Na verdade, embora a maioria das pessoas não desconfie, quando embarcamos num jato e voamos a alta velocidade, em torno de mil quilômetros/hora, retornamos ao solo frações de segundos mais jovens que os que ficaram em terra. Esse fenômeno está previsto na teoria da relatividade especial de Albert Einstein.

De acordo com Einstein, o tempo é relativo e depende da posição do observador. Se ele desloca-se a alta velocidade, o tempo passa mais lentamente para ele em comparação a outros observadores. Daí, entre outras surpresas, o chamado paradoxo dos gêmeos. De dois irmãos gêmeos, um fica na Terra e o outro faz uma viagem até Alfa do Centauro, estrela tripla mais próxima do Sistema Solar, deslocando-se em frações significativas da velocidade da luz. Quando o irmão que viajou retorna, continua jovem, enquanto, para o irmão que ficou, o tempo passou mais rapidamente e ele envelheceu.

Astronomy Brasil está sendo produzida pela Ulisses Capozoli ME-Editora Andrômeda, empresa criada há cinco anos com o objetivo de produzir inicialmente uma revista de astronomia acompanhada de uma série de outros produtos, como livros especializados e material didático.

Para mais informações sobre o projeto www.papociencia.ufsc.br

Papo Sobre Ciência, visite o site www.papociencia.ufsc.br

Informações também pelo telefone 3331 9601

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