Mais informações: www.astronomia2009.org.br
Equipes da UFSC que atuam no Observatório Astronômico, Planetário, Grupo de Astrofísica, Grupo de Estudos em Astronomia, Caderno Brasileiro de Ensino de Física, Projeto Viva Ciência e Agência de Comunicação desenvolvem em 2009 uma série de atividades para popularização e divulgação da Astronomia. A iniciativa traz para Florianópolis a agenda do Ano Internacional da Astronomia, que será comemorado em centenas de países para marcar as primeiras observações telescópicas do céu feitas por Galileu Galilei, em 1609.
As atividades iniciaram em janeiro, com observações astronômicas nas praias de Florianópolis, e prosseguem durante o ano com uma série de outras ações. A partir de março, uma programação de palestras trará para Florianópolis importantes estudiosos da Astronomia, que farão conferências abertas ao público. Entre eles, Jorge Quilffeldt (UFRGS), Kepler Oliveira (UFRGS), Augusto Damineli (USP), João Steiner (USP), Renan Medeiros (UFRN), Enrique Jimenez (Instituto de Astrofísica de Andalucía). Os encontros resultarão também em artigos para uma edição comemorativa do Caderno Brasileiro de Ensino de Física.
A comemoração do Ano Internacional da Astronomia permitirá ainda o aperfeiçoamento dos sistemas de acesso remoto ao Observatório da UFSC pelas escolas e a implantação de um novo projetor de alta definição no Planetário. As sessões no Planetário recebem em torno de 15 mil visitantes por ano e serão intensificadas em 2009.
As ações foram contempladas em Edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social (Secis), do Ministério da Ciência e Tecnologia, para apoio a ações de divulgação do Ano Internacional da Astronomia. O projeto permitirá à universidade agregar os trabalhos de grupos envolvidas com trabalhos de ensino, extensão e pesquisa relacionada à Astronomia, intensificando a divulgação desta que é uma das mais antigas ciências.
“É opinião quase unânime que a astronomia desperta grande interesse. Queremos aproveitar este interesse para convidar as pessoas a discutirem temas astronômicos e, com isso, levar a elas discussões científicas em geral”, explica o professor Antônio Kanaan, do Grupo de Astrofísica da UFSC. “A meta é induzir o questionamento científico no público. Não temos o objetivo de impressionar com os conhecimentos já adquiridos, mas estimular o público a pensar sobre eles”, complementa.
Por Arley Reis / Jornalista da Agência de Comunicação da UFSC
Mais informações na UFSC com o professor Antônio Kanaan: kanaan@astro.ufsc.br
Saiba Mais:
Com informações obtidas no site Ano Internacional da Astronomia
A Astronomia
É uma das ciências mais antigas e deu origem a campos inteiros da Física e da Matemática. Teve papel fundamental na organização do tempo e do espaço explorados pela humanidade. Forneceu as ferramentas conceituais para a astronáutica, para a análise espectral da luz, para a fusão nuclear, para a procura de partículas elementares. Os observatórios sempre estiveram na fronteira da óptica, da mecânica de precisão, da automação, da detecção e processamento de sinais. Hoje telescópios no solo e no espaço captam informações em todas as faixas do espectro eletromagnético, desde os raios-gama a ondas longas de rádio. Ela teve e tem profundo impacto no conhecimento e é uma das mais refinadas expressões do intelecto humano.
O Ano Internacional da Astronomia
O uso pioneiro da luneta para observação do céu, com descobertas que revolucionaram a astronomia e impactaram a ciência como um todo, completa 400 anos em 2009. Para comemorar essas conquistas a Unesco, por sugestão da União Astronômica Internacional, decretou 2009 como o Ano Internacional da Astronomia. Eventos estão programados por todo o mundo. Atividades no Brasil serão amplas e diversificadas. A expectativa é de que o entusiasmo que as pessoas têm pelas descobertas astronômicas sensibilize para a ciência, melhore o ensino de ciências e atraia jovens para a carreira científica.
O que Galileu teria observado em 1609?
(Retirado do texto Legado de Galileu (494.84Kb), artigo da Scientific American Brasil de Jan/2009, em formato PDF.)
Galileu oferecendo seu telescópio
Em março de 1610, Galileu – um modesto professor de matemática na Universidade de Pádua, publicou um pequeno livro de apenas 24 páginas, com o título de Sidereus nuncius (O mensageiro das estrelas). Nele, descreveu minuciosamente suas descobertas astronômicas: a Lua não tem uma superfície esférica perfeita e lisa como supunham os filósofos aristotélicos, mas exibe um relevo como a Terra, “com montanhas elevadas, vales e cavidades profundas”. Algumas dessas “cavidades” (crateras, como conhecemos hoje) foram desenhadas em detalhes por Galileu.
Vênus, descobriu Galileu, tem fases, como a Lua – um claro indício de seu movimento em torno do Sol, e não da Terra como defendia o modelo geocêntrico. A mancha esbranquiçada conhecida como Via Láctea é formada por um “amontoado incontável de estrelas”. Galileu notou também que as próprias estrelas, ao contrário dos planetas, não
se mostram como pequenos discos circulares, mas como “chamas que cintilam e brilham”; e que o seu número aumenta significativamente quando observados com uma pequena luneta.
Finalmente, ele descobriu quatro “estrelas” que acompanhavam Júpiter, “nunca vistas desde o princípio do mundo”. Noite após noite, Galileu registrou as posições dessas “estrelas” relativas ao planeta, chegando à conclusão de que se trata de luas que orbitam Júpiter, assim como nossa Lua gira em torno da Terra. Mais um bom argumento em favor do sistema heliocêntrico. Galileu chamou esses satélites de “astros mediceus”, em uma homenagem a Cósimo
II, o grão-duque da Toscana e líder da família Médici – a quem ele dedicou o livro. Se era uma estratégia, funcionou bem.
Cósimo II o nomeou “primeiro matemático e filósofo do grão-duque de Toscana” e “primeiro matemático da Universidade de Pisa”, sem obrigação de residência nem de ensino. E, além disso, a repercussão do Sidereus nuncius foi extraordinária: Galileu ganhou o apoio imediato e entusiasmado de Johannes Kepler e de vários astrônomos
do Colégio Romano dos Jesuítas e outros padres da mesma ordem, à época, a elite intelectual da Igreja Católica.
Sentindo-se fortalecido por esse prestígio, Galileu publicou três anos depois Storia e dimostrazione intorno alle macchie solar e loro accidenti (“História e demonstração sobre as manchas solares e suas propriedades”). Neste trabalho argumentou que as manchas escuras observadas sobre o disco solar tinham a natureza de “vapores, ou emanações”. Acreditou então que havia reunido evidências experimentais suficientes para defender publicamente o modelo heliocêntrico de Copérnico, de quem era admirador.
Curiosidades Astronômicas
Com informações retiradas do livro ´A Escalada da Ciência`, de Brian L. Silver, com tradução de Arno Blass e publicação pela Editora da UFSC
– A distância entre o sol e a terra é de 150 milhões de quilômetros, sendo definida como uma unidade astronômica (1UA)
– A distância entre os quatro planetas mais próximos do sol são: Mercúrio, 0,39 UA; Vênus, 0,72 UA; Terra, 1 UA; Marte, 1,52 UA. Estes planetas, comparativamente pequenos, dos quais a terra é o maior, formam o grupo dos chamados planetas terrestres, pois possuem uma manta externa de rocha sobre um núcleo predominantemente metálico
– Seguindo para fora, os quatro próximos planetas, os gigantes gasosos, são todos muito maiores do que a Terra. Eles contêm elevadas proporções dos dois elementos mais leves, hidrogênio e hélio: Júpiter, 5,20 UA; Saturno, 9,52 UA; Urano, 19,16 UA; Netuno, 29,99 UA
– Júpiter tem 16 luas, variando em diâmetro desde 10 até cerca de 4.800 quilômetros, comparados com os 3.470 quilômetros da nossa lua. Foi Galileu quem encontrou as quatro grandes luas de Júpiter, que ele nomeou “planetas medicianos”, do nome da família do grão-duque Cósmio II de Médice, de Florença. Ele também enviou um telescópio ao grão-duque, o que foi talvez sua maneira de solicitar apoio à pesquisa
Para contato com responsáveis pelos diferentes grupos envolvidos na divulgação do Ano Internacional da Astronomia na UFSC, contato com Arley Reis, jornalista da Agecom, e-mail: arleyreis@gmail.com / 48 3721 9601