Círculo de Leitura debate manifestações que agitaram a França em 1968

15/05/2018 14:35

Os 50 anos das manifestações estudantis de maio de 1968 na França, que tiveram repercussões e desdobramentos em todo o mundo, serão o tema da próxima edição do Círculo de Leitura de Florianópolis, marcada para o dia 17, nesta quinta-feira, às 18h30, na Sala Harry Laus na Biblioteca Central da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis. O professor Diomário Queiroz, ex-reitor da UFSC, que morava em Paris na época, e o jornalista Paulo Santhias, coordenador da Rádio Udesc FM, são os convidados para o debate, que terá a coordenação de Gabriel Martins, da Agência de Comunicação da UFSC (Agecom).

Os protestos de meio século atrás começaram quando estudantes foram às ruas de Paris pedir reformas na educação. Um dos estopins foi a ocupação da Universidade de Nanterre por jovens anarquistas, sob a liderança de Daniel Cohn-Bendit, no dia 22 de março em 1968. Com a repressão policial às manifestações que se seguiram, na noite de 10 para 11 de maio uma grande insurreição agitou o Quartier Latin, bairro que reunia o maior número de universitários da capital francesa. Houve incêndio de viaturas e barricadas, e no dia 13 uma greve geral paralisou o país.

O ano de 1968 foi em tudo diferente dos que o antecederam. A guerra do Vietnã começou a ganhar antipatia dos americanos, o pastor negro Martin Luther King, militante contra a segregação racial, foi assassinado em Memphis, no Tennessee (EUA), e a Primavera de Praga sinalizava uma reação reformista na Europa Oriental. Stanley Kubrick apresentou ao mundo a produção “2001 – Uma odisseia no espaço” e o musical “Hair” estreou na Broadway, em Nova York, com cenas de nudez e apologia às drogas. O ano também marcou o primeiro transplante bem-sucedido de coração, feito pelo médico sul-africano Christian Barnard, e o assassinato do senador Robert Kennedy, então em campanha pela presidência dos Estados Unidos.

No Brasil, o mês de janeiro testemunhou a estreia da peça “Roda Viva”, de Chico Buarque, com direção de José Celso Martinez Corrêa, no Rio. Depois, Nelson Motta publicou um artigo sobre o tropicalismo em que definiu o movimento iniciado por Caetano Veloso, Gilberto Gil e outros músicos. Também houve a “passeata dos 100 mil” e a morte, pela polícia, do estudante secundarista Edson Luís de Lima Souto, no restaurante carioca Calabouço. Em plena ditadura, Carlos Marighella anunciou a criação da Ação Libertadora Nacional (ALN), propondo a luta armada contra o regime.

O professor Diomário de Queiroz fez o doutorado em Economia do Desenvolvimento na Sorbonne/Paris no período de 1967 a 1871e foi testemunha ocular dos acontecimentos que agitaram a França e a Europa naquele período. Lá, foi aluno do respeitado economista brasileiro Celso Furtado. Além de reitor da UFSC, Queiroz foi secretário de Estado da Educação de Santa Catarina e presidente da Fapesc (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado).

Paulo Roberto Santhias formou-se em História e, posteriormente, em Jornalismo. Continuou os estudos e concluiu duas especializações, em História do Brasil República e Comunicação Social. Mais tarde, cursou o mestrado em História, pela Udesc. Trabalha há 14 anos na Rádio Udesc FM, onde hoje está no cargo de coordenador da estação.

Gabriel Martins é Doutor em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Desenvolve pesquisas na área de Políticas Públicas, Crítica da Economia Política, Serviço Social, Sociologia e trabalhos artísticos na área de Artes Cênicas. Desde 2011 é membro do Núcleo de Estudos em Políticas Públicas entre o Estado e o Terceiro Setor (PPETS) e participa do Grupo de Estudos Capital, Trabalho e Educação (GECATE). Em 2017 passou a integrar a equipe da Agência de Comunicação (Agecom) da UFSC, universidade em que está desde 2008.

 

 

 

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