Pós-graduação em Estudos da Tradução realiza mesa-redonda ‘Die Verwandlung’, de Franz Kafka, no Brasil e no Rio da Prata

20/03/2018 10:36

O Programa de Pós-graduação em Estudos da Tradução (PGET) realiza nesta quinta-feira, 22 de março, a partir das 10 horas, na Sala Machado de Assis (CCE – Bloco B) a mesa-redonda ‘Die Verwandlung’, de Franz Kafka, no Brasil e no Rio da Prata. O evento é aberto, gratuito, e dará direito a certificação de duas (2) horas.
Participarão da mesa Daisi Vogel (PóS-JOR/UFSC), Leticia Hornos Weisz (FHCE/UdelaR) e Pedro Heliodoro Tavares (Letras Alemão, PGET/UFSC, PPGLLA/USP) e a coordenação será de Walter Carlos Costa (PGET/UFSC, POET/UFC, CNPq).

Leia abaixo as apresentações do ponto de vista dos participantes.

A metamorfose, de Kafka: que se lê, que se vê?
Daisi Vogel
“Ítalo Calvino disse alguma vez que o verdadeiro desafio de um escritor é falar sobre a confusão de sua época “usando uma linguagem transparente ao ponto de atingir um nível alucinatório, como fez Kafka”. Há muito a conversar sobre a hipótese de uma linguagem transparente, porém me detenho ainda antes, na ideia mesma do desafio de falar sobre a confusão de uma época, de propriamente escrever essa confusão, ou ainda traduzi-la. Associo esse desafio à leitura de A metamorfose, de Kafka, um texto que proporciona o que chamo de efeitos de experiência: percepções sobre a relação existente não apenas entre a linguagem de um relato e a confusão de uma época, mas também entre o que se lê e o que se vê, o que se faz visível a partir da palavra e o que, mesmo agarrado à materialidade bruta da linguagem, se mantém não-visto. As anotações aqui reunidas derivam de leituras feitas em aulas práticas de jornalismo (redação e grande reportagem) que trabalham o desafio de ver e escrever o não-visto e o não-escrito a partir do que, em Kafka, se pode ler e ver, mas também ler e não ver.
Palavras-chave: Kafka; A metamorfose; escrita; experiência, percepção.”

Traducir en contrapunto. ‘La metamorfosis’ de Héctor Galmés y su revisión de Borges
Leticia Hornos Weisz
“En 1975, el escritor Héctor Galmés (1933-1986) reinstaló la presencia de Franz Kafka en el medio cultural uruguayo con una nueva traducción de “La metamorfosis” (Montevideo, Ediciones de la Banda Oriental). En el prefacio, Galmés expuso el motivo principal que impulsó su labor: revisar la traducción de Jorge Luis Borges (Buenos Aires: Losada, 1938) para ofrecerle al lector rioplatense un texto adaptado a las nuevas coordenadas socio históricas de producción. A partir de una serie de “diferencias” detectadas en su cotejo del original con la traducción de Borges, pero sin aspirar a la crítica pormenorizada, Galmés intentó restituirle al texto meta una serie de rasgos ausentes en la traducción “borgiana” de 1938, según lo expuesto en el prefacio. El análisis de ese y otros paratextos permite reconstruir parte del proyecto de traducción subyacente a las transacciones microtextuales operadas por el uruguayo y, por otro lado, problematizar las jerarquías y las tensiones producidas por las prácticas traductivas en el sistema literario receptor.”

Traduções da ‘Transformação’ e as transformações das traduções – ‘Die Verwandlung’ de Franz Kafka no Brasil
Pedro Heliodoro Tavares
“A partir do instigante trabalho de Celso Cruz sobre as diferentes traduções, bem como de sua própria tradução, da obra Die Verwandlung (A metamorfose/A transformação) do escritor tcheco Franz Kafka pretende-se aqui observar os necessários, os contingentes e os deliberados efeitos transformadores inerentes ao fazer tradutório, bem como a discussão sobre o impacto da tradição de recepção de uma obra sobre as possibilidades das retraduções, sejam elas no sentido da atualização ou da busca pelo aprimoramento.”

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