Estudo relaciona modelos de informações nutricionais com alimentação mais saudável

17/01/2017 12:25

Uma pesquisa realizada no Programa de Pós-Graduação em Nutrição (PPGN) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)  mostrou que os estudantes universitários optam por refeições mais saudáveis nos restaurantes dependendo do tipo de informação mostrada nos cardápios. O estudo foi realizado no Brasil e na Inglaterra, onde eram apresentados cardápios com diferentes informações nutricionais aos estudantes antes de se servirem. A pesquisadora espera que a partir do estudo possam ser adotadas medidas legislativas com relação às informações nutricionais nos cardápios do Brasil e do mundo.

A pesquisa, conduzida em duas etapas, fez parte da tese de doutorado da nutricionista Renata Carvalho de Oliveira, com orientação da professora do Departamento de Nutrição da UFSC, Rossana Pacheco da Costa Proença. Na primeira etapa, foram realizadas entrevistas em grupo, utilizando a técnica chamada de “grupos focais”, com estudantes universitários da Grande Florianópolis e da Bournemouth University, na Inglaterra. Foram apresentados aos participantes cinco modelos de informações nutricionais em cardápios de restaurantes: informação numérica de calorias; informação numérica de calorias e nutrientes; informação de semáforo nutricional (traffic light system); e informação alimentar, contendo lista de ingredientes e símbolos de alerta (como os de “contém glúten” e “vegetariano”).

Exemplo de semáforo nutricional.

Exemplo de semáforo nutricional.

A segunda etapa do estudo correspondeu a um ensaio realizado em um restaurante de Florianópolis, que contou com a participação de 233 estudantes. Eles foram alocados aleatoriamente para receber um dos tipos de cardápio. Como resultados da intervenção da segunda etapa, a escolha de alimentos mais saudáveis foi significativamente maior entre os participantes que receberam o cardápio contendo informações com lista de ingredientes e símbolos de alerta. Por ser mais compreensível e útil na hora de realizar as escolhas das refeições, os estudantes universitários brasileiros e ingleses preferiram o modelo de informação nutricional com lista de ingredientes e símbolos de alerta ao invés de informação numérica de calorias e nutrientes, pois muitos não conseguem interpretar se os valores nutricionais são benéficos à saúde ou não.

Renata conta que a parte mais difícil na execução da pesquisa foi recrutar voluntários para participar do estudo. “A principal dificuldade foi conseguir voluntários, principalmente aqui no Brasil. Lá fora é muito mais atrativo, os estudantes recebem recompensas. Aqui (no Brasil) os estudantes participam apenas pela boa vontade de contribuir na pesquisa.”

A tese de doutorado foi intitulada “Modelos de Informações Nutricionais em Restaurantes e Escolhas Alimentares Saudáveis de Estudantes Universitários” e será publicada, em breve, no Repositório Institucional da UFSC.

Bruno Rosa

Estagiário de Jornalismo Científico da Agecom/UFSC
agecom@contato.ufsc.br

 

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