Sapsi e HU abrem inscrições para grupo de apoio a pacientes com doenças autoimunes

04/05/2016 10:37

O Serviço de Atendimento Psicológico da UFSC (Sapsi) e o Serviço de Dermatologia do Hospital Universitário (HU) abriram inscrições para o Grupo de Atenção Psicológica ao Paciente com Doenças Dermatológicas Autoimunes (dermatite atópica, psoríase e vitiligo). O grupo tem como objetivos dar apoio psicológico e orientar os pacientes sobre as condições dessas doenças.

Os encontros serão realizados todas as terças-feiras, às 18h30, no período de 10 de maio a 5 de julho. As nove reuniões previstas são divididas em duas etapas, na primeira os pacientes passam por um processo de troca de experiências, em que compartilham histórias e relatos sobre os problemas de saúde com os outros participantes. Na segunda etapa os pacientes recebem informações sobre as doenças, os avanços nos tratamentos convencionais e alternativos. E para auxiliar nesse processo de aprendizado o grupo recebe visitas de um médico dermatologista, psicólogo, nutricionista, além de especialistas em yoga e acupuntura.

Todos os encontros serão intermediados pela psicóloga do Sapsi, Carla Schubert. Também estarão presentes médicos residentes do Serviço de Dermatologia do HU e estagiários do Sapsi.

Os interessados devem fazer a inscrição por telefone, até essa sexta, e agendar uma entrevista para preencher o formulário de participação. O intuito da entrevista é proporcionar um primeiro contato pessoal e criar um vínculo com o paciente antes mesmo das primeiras atividades no grupo.

O Grupo

O grupo se originou de uma parceria entre a psicóloga Carla Schubert e o dermatologista Daniel Nunes. Inicialmente, o projeto reunia apenas pacientes com psoríase e o atendimento era realizado na unidade da Sociedade Brasileira de Dermatologia de Florianópolis. Mas o grupo chegou ao fim por não conseguir atingir o público desejado.

No segundo semestre de 2015, a psicóloga apresentou a proposta ao Sapsi, que acolheu a ideia. Um segundo grupo foi formado para atender também pacientes com dermatite atópica e vitiligo, que também são doenças dermatológicas autoimunes. Agora funcionando dentro da Universidade a intenção é transformar o grupo num projeto de extensão.

Uma característica comum entre os participantes é o fato de terem passado por diferentes médicos e diagnósticos sem obter sucesso no tratamento. Inclusive alguns pacientes relatam a rejeição que sofreram por parte de algumas clínicas que negaram atendimento.

Doenças dermatológicas autoimunes são aquelas em que o organismo começa a combater a si mesmo, ou seja, o sistema imunológico produz anticorpos para destruir células do próprio organismo. Isso gera um processo inflamatório, que se torna visível na pele e internamente pode prejudicar, por exemplo, as articulações e o sistema cardiovascular. Essas doenças são crônicas e tem fases de crises ou remissão. Durante as fases de remissão os pacientes costumam interromper o tratamento, acreditando que estão curados.

Carla Schubert conta que “após frequentar os encontros os pacientes tem uma mudança comportamental e passam a se perceber de uma maneira mais positiva”. O que em alguns casos pode diminuir os aspectos externos da doença, já que as dinâmicas de grupo ajudam a controlar o estresse e a ansiedade, que são fatos psicossomáticos complicantes.

Além das questões relacionadas à doença e a autoestima os pacientes expandem as discussões para o âmbito social, expõem o preconceito que sofrem por parte da família, de colegas de trabalho, e até de desconhecidos. A psicóloga considera que “o grupo tem um caráter terapêutico, pois traz à tona as emoções e aquilo que o paciente guarda”.

Psoríase

É uma doença descamativa em que o processo de divisão das células da pele, que costuma durar 21 dias em uma pele normal, acontece em cerca de 10 dias. Isso favorece o acúmulo de várias camadas de células mortas sobre a pele. Formam-se manchas rosadas com escamas secas e esbranquiçadas.

Vitiligo

O paciente começa a perder a pigmentação da pele, há uma diminuição dos melanócitos, células que produzem a melanina. Em situações de extremo stress pode causar manchas de grandes dimensões em curto período de tempo.

Dermatite Atópica

Caracteriza-se por inflamações da pele, com aspecto avermelhado, que coçam e descamam. A dermatite causa maior desconforto no verão, com o suor intenso a pele tende a rachar, sangrar e até produzir pus. É comum estar associada com problemas respiratórios na infância, como asma, bronquite ou rinite.

Tratamento

O tratamento das doenças geralmente é feito com medicamentos a base de corticoides, como pomadas, cremes e também medicamentos administrados por via oral.

No caso da psoríase é comum o uso de medicamentos imunossupressores, que agem inibindo a divisão das células e baixando a imunidade do organismo. Essa ação “confunde” o sistema imunológico e impede que as células da pele sejam atacadas.

Mais informações pelo telefone: (48) 3721-9402.

 

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