Protótipo de chuveiro híbrido desenvolvido na UFSC economiza 78% de energia elétrica por banho

10/09/2015 09:52

Um protótipo de chuveiro híbrido, produzido na dissertação de mestrado de Gelson Onir Pasetti e orientação do professor Julio Elias Normey-Rico, com objetivo de diminuir gastos e perda de água, alcançou – com três placas solares – economia de 78% de energia elétrica por banho, com base na média anual de temperatura de Florianópolis. Através de uma interligação com um computador, o usuário controla a temperatura e vazão da água da ducha, que utiliza energia elétrica e solar. O protótipo foi feito no Departamento de Automação e Sistemas da Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis.

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O sistema criado é dividido em duas partes principais: a economia elétrica ocorre através da planta solar – no verão, ela atingiu a temperatura de 70°C  e no inverno, 40°C. Já a redução no consumo vem com o uso da água que é perdida nas tubulações dos chuveiros comuns. “Quando o chuveiro é ligado, você tem um minuto de desperdício da água que fica na tubulação até chegar a água quente”, explica. Com o protótipo, a quantidade utilizada diminuiria por volta de 3 litros a cada banho de dez minutos. Em uma família de quatro pessoas, seriam economizados, por ano, 4.526 litros e R$ 531,00. Pasetti ressalta que sua pesquisa foi realizada com dados de 2014 e que, naquela época, o valor poupado foi R$ 390,00; porém, com o aumento de 25% na energia elétrica, o controle de gastos se tornou maior.

A água aquecida pela placa solar é depositada em um boiler – um tanque de armazenamento – com camadas de isopor e proteção térmica para evitar a perda de calor ao longo do dia. Caso a temperatura fique abaixo dos 25°C, um resistor elétrico dentro do tanque é ativado para reesquentar a água.

O chuveiro elétrico é responsável por 18% da energia elétrica do consumo residencial, o equivalente a 337kWh/domicílio, perdendo apenas para a geladeira. Além disso, o equipamento é responsável por 43% da energia elétrica gasta nas residências durante o inverno, de acordo com o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel).

O protótipo construído custou cerca de R$ 5 mil, com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O pesquisador explica que o alto custo se deve à instalação de todos os sensores, placas solares e caixas d’água, além de estimar o preço da mão de obra necessária e a margem de lucro do fabricante e comerciante. Para o uso residencial, o gasto poderia ser reduzido para R$ 4,4, caso o consumidor já tenha um sistema de tubulação para água quente e fria. O retorno do investimento no chuveiro híbrido viria com oito anos de uso, de acordo com o pesquisador. “Vale lembrar que, além da vantagem econômica a longo prazo, o usuário também terá um grande conforto, utilizando um sistema sustentável”, ressalta Pasetti. O projeto ainda não é feito em larga escala e nem comercializado.

Mais informações:

Departamento de Automação e Sistemas – (48) 3721-9934

 

Ana Carolina Prieto, Luan Martendal e Tamy Dassoler/Estagiários de Jornalismo/Propesq/DGC/UFSC
a.carolinaprieto@gmail.com , luanmartendal@gmail.com, tamydassoler@gmail.com

Infográfico produzido por Gabriel Daros/Estagiário de Jornalismo/Propesq/DGC/UFSC
gdarosl@gmail.com

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