UFSC e Incra firmam convênio para produzir relatório sobre comunidade quilombola
A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a superintendência regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) firmaram um convênio para produzir um “Relatório antropológico de caracterização histórica, cultural, socioeconômica e ambiental” do Quilombo Vidal Martins, do Rio Vermelho, em Florianópolis. O documento é um dos passos para a regularização da Associação Comunitária Vidal Martins, que recebeu a Certidão de Auto-Reconhecimento como quilombo da Fundação Cultural Palmares em 2013.
O acordo foi assinado pela reitora da UFSC, Roselane Neckel, e pelo superintendente substituto do Incra, José Henrique Ferreira. “A UFSC, com esta cooperação, está contribuindo para garantir o direito à cidadania à comunidade contemplada por este importante projeto”, diz a reitora. A chefe da Divisão de Ordenamento do Incra em Santa Catarina, Sessuana Paese, explica que “na parceria não há repasse de recursos, a Universidade entra com o conhecimento e pesquisadores e o Incra dá o suporte operacional”, explica.
Os trabalhos de caracterização antropológica, histórica e geográfica serão desenvolvidos pelo Núcleo de Estudos de Relações Interétnicas (Nuer), Laboratório de História Social do Trabalho e da Cultura e Laboratório de Estudos do Espaço Rural (LabRural). “O levantamento inicial já está sendo feito pela comunidade há mais de um ano e nós iremos prosseguir e dar suporte ao projeto”, explica o professor do LabRural Nazareno José de Campos.
A Associação Comunitária Vidal Martins, primeira comunidade quilombola reconhecido pela Fundação Palmares em na Ilha de Santa Catarina, engloba 500 pessoas e foi representada na assinatura do convênio por Shirlen Vidal de Oliveira e Helena Jucélia Vidal de Oliveira. Elas iniciaram a busca pelo resgate histórico cultural e familiar. “Nós estamos ansiosos, não poderíamos ter feito parceira melhor”, diz Shirlen. As 26 famílias do Quilombo Vidal Martins descendem de escravos trazidos para o Rio Vermelho em meados do século XVIII.
Mais informações: LabRural, Nuer e Laboratório de História Social do Trabalho e da Cultura.