Pesquisa revela condições de saúde de usuários dos Centros de Atenção Básica de Florianópolis

17/09/2013 11:16

Carolina pesquisou estado de hipertensos e pessoas com diabete mellitus nos Centros de Atenção Básica de Florianópolis

Pesquisa desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em Nutrição da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGN/UFSC) pela nutricionista Carolina Neves Fagundes, para obtenção de mestrado, sob a orientação da professora Arlete Catarina Tittoni Corso, avaliou as características epidemiológicas e o estado nutricional de pessoas com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes mellitus, usuárias de cinco centros de saúde da Atenção Básica em Saúde do município de Florianópolis (SC).

Considerando que 81% das pessoas residentes em Florianópolis utilizam a Atenção Básica por meio dos centros de saúde, é que esta pesquisa buscou identificar algumas características epidemiológicas (características sociodemográficas, os antecedentes familiares e pessoais de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), a prevalência de tabagismo e complicações associadas) e classificar o estado nutricional das pessoas com hipertensão e/ou diabetes atendidas pela Atenção Básica de Florianópolis (SC).

A nutricionista Carolina Neves Fagundes entrevistou, por meio de um questionário, 424 pessoas adultas e idosas portadoras de hipertensão arterial sistêmica e/ou de diabetes mellitus em cinco centros de saúde do município de Florianópolis. Além disso, aferiu as medidas de peso, estatura e circunferência da cintura dessas pessoas. Esses centros de saúde investigados são representativos de cada um dos cinco Distritos Sanitários em Saúde do município (Centro, Continente, Norte, Sul e Leste) e atendem grande parte da população no município.

Os principais resultados indicaram que entre os idosos, 64% são hipertensos e que 31% dos   diabéticos estão com sobrepeso.A situação é mais preocupante entre os adultos em que  cerca de  90%  são hipertensos e 87% dos diabéticos apresentam excesso de peso. Os resultados desta pesquisa mostram também que apenas 9% das mulheres adultas e 29% dos homens adultos têm medidas adequadas de circunferência da cintura.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, 44% dos casos de diabetes mellitus e 23% das doenças cardíacas são atribuíveis ao excesso de peso e obesidade, sendo a manutenção do peso adequado fator indispensável para a redução e/ou prevenção de complicações cardiovasculares. A distribuição de gordura com localização predominantemente no abdômen mostra-se também frequentemente associada com a resistência à insulina e elevação da pressão arterial. Assim, a grande parcela da população com a circunferência da cintura acima dos valores normais encontrados na presente pesquisa apresenta um fator preditivo para complicações cardiovasculares.

Os resultados desta pesquisa revelaram também que 203 dos 424 entrevistados têm o colesterol LDL “ruim” elevado (gordura no sangue), 34 pessoas relataram já ter sofrido acidente vascular cerebral e 70 pessoas disseram já ter tido infarto agudo do miocárdio. Além disso, o hábito de fumar foi referido por 10,4% dos portadores de hipertensão arterial sistêmica e de diabetes mellitus.

Esta pesquisa aponta a necessidade de monitorar continuamente todas as pessoas portadoras de hipertensão arterial sistêmica e de diabetes mellitus atendidas pela Atenção Básica, e sugere reforço na formulação de medidas coletivas de redução de peso e antitabagismo. A realização de rastreamento com a verificação da pressão arterial e índices de glicose em todas as oportunidades na população adulta pode ser uma boa estratégia para prevenir e identificar a hipertensão arterial sistêmica e o diabetes mellitus precocemente.

Espera-se ainda, que os resultados possam auxiliar na elaboração de medidas de controle e tratamento das doenças crônicas não transmissíveis, especialmente a hipertensão arterial sistêmica e o diabetes mellitus, e que assim possa contribuir com a promoção, prevenção e a proteção à saúde da população.

Mais informações:Carolina Neves Fagundes: carolnfagundes@yahoo.com.br / (48) 96061679 e Arlete Catarina Tittoni Corso: arlete@ccs.ufsc.br

Saiba mais :

Em virtude das transformações no estilo de vida da população associadas ao acelerado aumento da longevidade, vem ocorrendo um aumento progressivo da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis, entre elas, a hipertensão arterial sistêmica e o diabetes mellitus que estão atualmente entre as mais comuns em todo o mundo. Essas doenças encontram-se entre os cinco principais riscos globais para a mortalidade no mundo e atualmente, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada três pessoas adultas tem a pressão arterial elevada, e uma em cada dez apresenta a glicemia de jejum acima dos níveis normais.

Além de diminuir a qualidade e a expectativa de vida da população, a hipertensão arterial sistêmica e o diabetes mellitus geram altos custos ao sistema governamental com gastos ambulatoriais e de internação, além das verbas destinadas para programas de prevenção e controle destas doenças. No que se refere aos cuidados básicos, sabe-se que é na Atenção Básica, mais especificamente, nos centros de saúde vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS) que a população tem o primeiro contato com a prevenção e o tratamento das referidas doenças.

 

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