NDI debate abertura de vagas para a comunidade

16/09/2011 17:44

Em Florianópolis, hoje, há 1.900 crianças na lista de espera de uma vaga em creches municipais. Feita a constatação, o Núcleo de Desenvolvimento Infantil (NDI) da UFSC iniciou no dia 13/09 um circuito de encontros com os representantes interessados na questão para debater a abertura da escola à comunidade e sua função na conjuntura educacional da universidade. O evento tem o propósito de congregar a opinião e o interesse da comunidade universitária – professores, estudantes, pesquisadores e servidores – e da comunidade local.

A discussão foi pautada em temas que, ocasionalmente, colidiram pela natureza de interesse das partes. Após a apresentação da história do NDI e a atual situação do Núcleo como parte representante de campo de estudo e educação da universidade, o debate foi aberto para que as variantes da comunidade universitária e a comunidade local expusessem as preocupações e possíveis soluções sobre a abertura das vagas da creche para crianças que não tenham pais vinculados à UFSC. A partir do pressuposto, parte integrantes do Centro de Ciências da Educação (CED) – que coordena as atividades do NDI – e integrantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) evidenciaram as prioridades para os interessados na abertura ou não da vagas.

Segundo integrantes do CED, a abertura das vagas seria de fundamental importância para a produção de conhecimento e a realização de pesquisas longitudinais – de 10 a 15 anos. Fomentaria, assim, o papel acadêmico do NDI como campo de pesquisa e estágio para estudantes de pedagogia, educação física e serviço social, por exemplo. Dessa forma, a abertura das vagas para a comunidade local retrataria com mais veracidade as características sociais das crianças de 0 a 6 anos. Fato esse que a atual política de ingresso não retrata.

Por outro lado, segundo os integrantes do DCE, o acesso à comunidade não caracteriza uma solução efetiva para o problema das creches do município. A principal queixa é que o NDI não atua de acordo com a política de creches para assistência estudantil. Significa dizer que estudantes da UFSC que possuem filhos não conseguem freqüentar as aulas por não ter onde deixar os filhos. E a política de ingresso por sorteio de toda a comunidade não democratiza o acesso das crianças às creches, já que não garante vaga para as crianças/pais com condições financeiras que não possibilitam o pagamento de uma creche privada.

O principal motivo para o NDI construir esse debate é incitar e diagnosticar os principais problemas e as possíveis soluções para a atual situação do Núcleo, que ainda não encontrou definição acadêmica e nem social. O segundo encontro para debater a questão está marcado para 27 de setembro, às 18h, no auditório do NDI. O dialogo é aberto à comunidade.

Por Ricardo Pessetti/ Bolsista de J0rnalismo na Agecom

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