Fórum discute estágios

29/03/2006 17:54

fotos Jones Bastos/ Agecom

fotos Jones Bastos/ Agecom

O estágio nos cursos de graduação da UFSC e dos colégios de segundo grau vinculados à instituição está sendo analisado durante todo o dia de hoje (29/3) no I Fórum de Coordenadores de Estágios. A finalidade é afinar o desenvolvimento das atividades, bem como passar informações necessárias ao seu desenvolvimento.

O Pró-Reitor de Graduação, Marcos Laffin, ao abrir o evento, disse que a universidade já pensa na possibilidade de realizar cursos de graduação onde o estudante tenha condições de fazer parte na instituição e outra em alguma universidade estrangeira conveniada com a UFSC. Esse projeto é resultado do bom desempenho da universidade, especialmente pela qualidade dos estagiários que atuam fora do país.

“Hoje há um grupo considerável de estudantes de universidades que mantêm convênio com a UFSC e são interessados nessa modalidade de ensino”, salientou o pró-reitor.

A chefe do Departamento de Estágios, Maria de Lourdes Pereira Dias, destacou que o estágio sofreu um incremento de 13%, em relação à administração anterior, mesmo com as dificuldades financeiras apresentadas nessa gestão. Conforme observou, a UFSC mantém mais de 800 alunos em estágios com algum tipo de bolsa. Hoje o departamento possui mais de 2.600 empresas registradas e conveniadas com a Universidade Federal de Santa Catarina, sendo que a maioria está ligada ao terceiro setor e ao de prestação de serviço.

O sucesso dos programas de estágio está sendo alcançado devido ao fato de cada curso de graduação estar trabalhando os seus projetos pedagógicos e reestruturando os estágios não-remunerados. Com isso, eles estão se adequando à legislação, principalmente a 6.494 de 77. “O trabalho que está sendo realizado hoje a UFSC pretende afinar metodologias de ação e sincronizar os estágios à lei, para que isso possa se tornar um complemento à formação”, disse.

Já o Procurador do Ministério Público do Trabalho, Jean Carlo Voltoline, durante sua palestra observou que a justiça tem uma quantidade considerável de processos trabalhistas, envolvendo estudantes e empresas. Segundo o procurador, firmas se aproveitam de brechas da lei ou, especialmente, da falta de acompanhamento do graduando nos estágios por parte das instituições de ensino e tratam o estudante como funcionário, a ponto de estabelecer metas de produtividade. Além disso, a carga horária não corresponde à estabelecida pela legislação em que o estudante se encontra amparado.

Os estágios estão sendo vistos por parcelas de empresas como a oportunidade de obter mão de obra barata, e essa prática tem aumentado, tornando-se objeto de preocupação do Ministério Público do Trabalho. O procurador salientou que a UFSC vem se preocupando seriamente com essa questão, tornando-se uma das universidades que mais tem se aprimorado na colocação de estagiários em empresas, assim como acompanhado todo o seu desempenho nesse processo.

Por José Antônio de Souza/ jornalista da Agecom/UFSC